A Chance - A Organização - Livro 2

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Gabrielli

– O que estava pensando, pai? Irma nunca vai querer o senhor, esqueceu que por sua culpa Vagner a agredia por seguir seus conselhos.

– Nunca disse para ele ser agressivo com ela.

Conheço meu pai o suficiente para saber que pode não ter falado, porém contribuiu para tudo que houve entre os dois e até mesmo o incentivou indiretamente. Irma estava grávida e tudo que ela não precisava era ter um escroto enchendo a cabeça do pai da sua filha de bobagens.

– Pode ser que não. Mas não fez nada para mudar e evitar tudo que houve, pai, não se faça de ingênuo pois sei que sabe muito bem que Vagner agiu daquela forma horrível por ter seu aval.

– Pedi perdão a ela, sei que errei mas estou apaixonado por ela. Agora tudo mudou e posso cuidar dela.

Cuidar dela? Com certeza igual cuidou de nós e da minha mãe, não entendo porque quer justamente Irma quando ela já havia dito não querer homens em sua vida.

– Pai, Irma não quer outro homem para controlá-la, faça o seguinte: esqueça dessa história e peça desculpas a ela, Irma já sofreu demais para o senhor chegar aqui e fazer um pedido s*******o desse.

As crianças já estavam dormindo e Marcele já estava no seu quarto, sabia que meu pai não tinha vindo apenas para o aniversário de Adélia, havia algo mais no meio.

– Sabe bem que não vou desistir.

– Imaginei. O senhor já tem o não, agora vai atrás da humilhação, enfim, vou sair. Fique a vontade na minha casa, aproveite para pensar nas suas atitudes.

Vou para o clube, meu pai não pode saber por isso falei que iria em uma boate não menti totalmente só omiti alguns fatos. Estou precisando relaxar depois de todo esse estresse.

– Essa roupa é bem inapropriada para uma mulher...

– Casada? O senhor sabe que a Fernanda que no caso seria eu nunca foi casada, não é? Sou solteira e livre. Posso fazer o que quiser, vestir o que bem entender e não será o senhor que vai mudar isso. Boa noite, papai.

Dirigi até o lugar da boate mostrando meu cartão de sócia na portaria. Demorei para ser aceita nesse clube privado e particular, quando cheguei pensaram que era uma submissa, vários Dom me queriam mas logo mostrei que não ficaria de cabeça baixa como uma cadelinha. Quando perceberam que era uma dominadora, pararam de me cercar.

O vestido que uso está com uma f***a na perna com um decote exposto deixando minha tatuagem amostra, logo o garçom me ofereci uma bebida e cigarros, aceito apenas o copo de caipirinha, adoro o sabor da bebida de limão com cachaça, não sou de beber com frequência. Sento na minha mesa reservada observando a interação na parte inferior da boate, as sessões e cenas acontecem na parte de cima.

– Sozinha? La senhorita excluída na mesa sem diversão é novo para mim.

– Edgar, sempre cheio de gracinha. Boa noite para você também, cadê sua submissa? Não me diga que perdeu outra?

Ele riu se sentando ao meu lado como o grande folgado que é. Edgar já teve tantas submissas no entanto nenhuma que realmente o prendesse, como eu Edgar não consegue se ligar com suas submissas talvez seja por ter sido ferido como eu fui.

– Bom, você sempre muito esperta, la senhorita. Ela se foi como as outras, meu coração é de pedra como o seu. Estou a procura de uma nova submissa? Se candidata?

Gargalhei tomando mais um engole da minha bebida, Edgar e suas brincadeiras.

– Querido, só se você quiser trocar de lugar como sabemos que isso não vai acontecer, é melhor procurar outra submissa.

A boate começou a encher, Edgar bebeu duas garrafas de cerveja e depois foi a caça como costuma dizer. Fiquei sentada analisando os casais, a forma como dominadores interagiam com seus submissos me fez admirar a ligação que tem, as vezes penso que nunca terei isso, Hugo arrancou essa parte bonita de ser submisso e dominador de mim como não aceitou como eu sou preferindo o normal e aceitável me fez solitária em vida.

– La senhorita, boa noite.

Um dos submissos que mais faz sessão comigo se aproximou de mim de cabeça baixa, Tiago Félix é seu nome, é um político da região que ganhou as últimas eleições defendendo os direitos dos homens perante as mulheres, se soubessem que ele adora ser espancado por uma mulher seria sua ruína.

– Você está atrasado. Fiquei pensando onde estaria meu bichinho de estimação para que não estivesse aqui quando cheguei depois refleti que meu animalzinho é ocupado portanto talvez não viesse me ver. Estou certa?

Ele se ajoelho aos meus pés como se estivesse se desculpando pela falha cometida. Adoro como ele é submisso perante mim, os outros submissos que tive sempre queriam algo que nunca daria, Tiago gosta do acordar de não me tocar.

– Senhora, me perdoe, não vai mais acontecer. O que posso fazer para me remediar? Faço qualquer coisa.

– Estou realmente chateada com você, no entanto, acredito que pode se remediar comigo, só que antes vai ser castigado para aprender a ser obediente.

Seu rosto ainda estava no chão, Tiago Félix permanecia ajoelhado aos meus pés como um bom submisso que é. Vai ser divertido surrar esse homem até me cansar, aqui não preciso fingir ser algo que não sou, La senhorita é o que sou e gosto pra c*****o de ser assim.