Gabrielli
Irma sorria com Adélia no colo enquanto cantava parabéns.
Para mim Delinha será uma eterna bebê mesmo já estando um pouco grandinha, seu irmãozinho está ao seu redor sorrindo, os dois são muito apegados. Meu pai também está aqui como se fosse o marido de Irma, ele é muito s*******o, acredita que vai conseguir algo com minha amiga mesmo que seja impossível.
– Venha aqui, Adélia. Seu padrinho trouxe um presente para você.
Adélia conhecia meu pai das vídeos chamadas e das ligações, ele gosta das crianças só que é duro demais para se abrir, sei que nunca foi carinhoso e próximo mas isso não é culpa dele e sim do estilo de vida que sempre teve. Adélia pulou nos braços do meu pai ao ver a boneca de pano que ganhou. Marcele sorriu ao perceber que era um presente rotineiro em nossas vidas, papai nos presenteava com essas bonecas em todos os nossos aniversários.
Tínhamos uma coleção que se perdeu no incêndio de nossa casa, fico feliz que ele tenha presenteado a pequena com algo tão significativo para nós. Adélia abraçou a boneca mostrando para as primas correndo para a mesa do bolo e doces que estavam sendo servidos por dona Nilda. Percebi quando Irma se afastou um pouco sendo seguida pelo meu pai, fui até a mesa ficar com as crianças, meu sobrinho está grudado em Irma como sempre.
Irma veio morar perto de nós dois anos depois que já estávamos aqui, mesmo depois de Mirela ter aparecido, Maurílio continuou perseguindo minha amiga a ponto de invadir sua casa e tentar forçá-la a se deitar com ele. Graças a Deus, Jacó conseguiu socorrê-la, Maurílio é um louco desenfreado. Percebo como Irma muda sua expressão rapidamente, com certeza meu pai falou alguma merda, vejo minha amiga correndo na direção do seu quarto.
Aproveito que as crianças estão com Marcele e dona Nilda e vou correndo até o quarto de Irma, ela nem sequer trancou a porta chorando com seu filho no colo. Era um choro silencioso como se ela tivesse se segurando para não desabar ainda bem que meu pai não veio atrás dela encher sua cabeça de merdas.
– O que o i****a do meu pai disse?
– Quer se casar comigo justo com a vagabunda que sempre criticou e infernizou, não sei o que ele quer de verdade. Só não quero esse homem na minha vida como marido, de todo meu coração, perdoei seu pai e Deus sabe como é um sacrifício tentar esquecer de tudo que houve, sei que não foi culpa só de Gusmão, Vagner foi fraco em se deixar levar mas tudo poderia ter sido diferente se ele não ficasse instigando, insinuando e falando sobre mim para Vagner.
Realmente meu pai não tem direito de pedir para se casar com Irma depois de tudo. Apoiaria no relacionamento se esse fosse o desejo da minha amiga, só que não é o que Irma quer.
– Ele foi um i****a por pedir isso sabendo como tratou você no passado. Ttem toda razão de não querer nada com ele nesse sentido, fique aqui descansando com nosso tesouro. Vou cuidar de tudo.
Beijei a mão dela enquanto acariciava a cabeça do nosso tesouro, não posso mensurar tudo que ela passou por causa do meu pai, não deveria ter comentado que ela poderia dar uma chance a ele, não depois de todas as ações horríveis dele feitas intencionalmente mas meu pai vai ouvir, ele não podia ter estragado esse dia.
No final da tarde, organizo tudo para que Irma não precise se preocupar com nada apenas a chamo para nos despedir pois eu e Marcele já tínhamos limpado tudo. Ela está desolada, pedi para o meu pai ir embora para não causar mais transtornos.
– Você realmente não quer que fiquemos?
– Não, podem ir. Vou ficar bem, agradeço por tudo que fizeram e por terem vindo, muito obrigada. Não sei o que seria da minha vida sem vocês.
Demos um abraço em Irma e nas crianças voltando para casa com os pequenos em nossos braços. Quando chegamos em casa, meu pai estava com o copo de uísque na mão com certeza afogando as mágoas pela rejeição de Irma, estou estressada e chateada com essa situação preciso ir no único lugar que vou relaxar e esquecer tudo que houve hoje.