Capítulo 2

1042 Palavras
Atenção! ESTE CAPÍTULO CONTÉM CENAS FORTES DE MORTES. SE VOCÊ É SENSÍVEL A ESSE TIPO DE CONTEÚDO, SUGIRO QUE NÃO LEIA. Síria entrou no seu quarto e foi direto para o banheiro. Retirou as roupas sujas e a peruca que usava, deixando os cabelos naturais soltos. Os seus cabelos eram pretos, lisos, cortados na altura do queixo, e na nuca era possível ver uma pequena tatuagem de uma Fênix, símbolo da organização. Tomou um banho rápido, vestiu um conjunto de moletom e desceu para pegar uma taça de vinho. O álcool a ajudaria a dormir. Com a taça de vinho nas mãos, subiu para o terraço da mansão e sentou-se em um sofá. Gostava do silêncio, e a noite estava linda. Pegou o telefone; precisava fazer uma ligação. Algo a estava incomodando. — Alô? — Oi, Alícia, é a Síria. — Oi, Si, há quanto tempo! — Verdade. Preciso de um favor. — Claro! Do que precisa? — Vou te mandar uma filmagem. Preciso de toda informação possível sobre a pessoa que aparece nela. — Sem problemas. Tem alguma urgência? — O mais rápido que você conseguir. — Beleza. Assim que conseguir, te ligo. — Obrigada. — Não por isso. Alícia era uma hacker habilidosa. Não havia algo que o seu programa de reconhecimento não encontrasse. Durante a missão de hoje, Síria sentiu que alguém a estava observando. Por isso, ligou as câmeras embutidas na sua roupa, mas a filmagem não era tão nítida. Precisava da ajuda de Alícia. Alguém estava desejando a morte, e quem era ela para negar? Tomando um gole de vinho, viu-se perdida em pensamentos. Lembranças antigas vieram à sua mente. Naquele dia, ela havia recebido um vídeo. O seu marido e filho estavam amarrados; o marido bastante machucado. Os seus inimigos haviam encontrado o seu ponto fraco. Saiu de casa desesperada, chamando a atenção de todos. Eles sabiam que algo estava errado. — Eu dirijo — disse Charles, entrando no lado do motorista. Ela entrou e deu o endereço para ele: um antigo galpão na saída da cidade. Quando chegaram, o marido e o filho estavam ajoelhados, com armas apontadas para suas cabeças. Ela correu e se jogou aos pés dos sequestradores, pessoas que conhecia bem. — Por favor, Sauron, deixe-os ir! É a mim que você quer! Eles não têm nada a ver com isso! — Lágrimas banhavam o seu rosto enquanto implorava por aqueles que amava. Sauron deu um sorriso c***l, sem esconder o prazer que sentia. — Meio tarde para implorar, não acha, Mia? Você achou que mataria o meu irmão e ficaria por isso mesmo? — Eu fico no lugar deles. Você pode fazer o que quiser comigo. Ela gritava, implorando, mas seu inimigo já tinha um plano em mente. — Sabe o que eu quero, Mia? Quero que você sinta a mesma dor que eu senti: a impotência de ver quem você ama morrer na sua frente e não poder fazer nada. Eu não quero a sua vida, quero a deles. Ouvem-se dois disparos. O seu marido, que estava amarrado e amordaçado, cai para frente com um tiro na cabeça. Sauron sorri ao ver a expressão de Mia e dispara novamente, matando o seu filho de apenas três anos. O mundo dela acabou naquele momento. Era como se todos os sons ao seu redor tivessem desaparecido. A sua garganta se fechou, e nenhum som saiu. Era como se ela não conseguisse compreender o que estava acontecendo. O seu coração batia tão rápido que ela não ouviu mais nada. Lentamente, levantou-se e correu em direção a Sauron, que ainda ria do que havia feito. Ao longe, distinguiu sons de tiros; os seus amigos haviam chegado. Ela lançou-se sobre Sauron, derrubando-o no chão, e desferiu vários socos no seu rosto. Pegou a sua pistola e disparou várias vezes nas suas pernas e braços, imobilizando-o. — Achou que eu te mataria tão rápido, seu desgraçado? Você não queria me ver sofrer! Mia puxou uma adaga da bota e a cravou no peito de Sauron. Ele gritou de dor. Ela puxou a adaga e cravou novamente, desta vez na barriga. — Eu não me importo. Consegui o que queria: eu te destruí, Mia — disse Sauron, rindo e cuspindo sangue. O seu sorriso era macabro. — Você pode ter me destruído, mas isso acaba hoje. Puxando novamente o punhal, ela o cravou no meio do peito de Sauron e o puxou até o umbigo, abrindo o seu tórax. Ao longe, ouvem-se os gritos de agonia de Sauron. O tiroteio havia cessado, e os outros observavam a cena em silêncio. — Não era para você estar gritando, Sauron? Você não estava rindo até alguns instantes atrás? Mia enfia a mão livre dentro do peito de Sauron e arranca o seu coração com um puxão. — O seu coração na minha mão será a última coisa que você verá. Os olhos de Sauron se apagaram. Mia se levantou, ainda com o coração na mão. Todos observavam, chocados, enquanto ela o jogava no chão e o despedaçava com os pés. Ela caminhou até o corpo ainda quente do filho e o abraçou. — Me perdoe. Eu devia ter te protegido melhor. Ela se ajoelhou junto ao corpo da criança e chorou de forma descontrolada. Com uma das mãos, segurou a do marido. Os presentes não sabiam o que fazer; a dor dela era tão intensa que parecia preencher o ar. — Filho, acorda — disse ela, alisando a bochecha da criança. — Vou fazer aquele bolo que você gosta, e vamos ver desenho até tarde. Só acorda. — Acorda, vai. Não brinca assim com a mamãe — insistiu, sacudindo o corpo da criança. — Acorda! Por que você não está acordando? Lentamente, Charles se aproximou dela. — Ele se foi, Mia — disse ele, colocando a mão no seu ombro. — Não! Ele está dormindo! Ele sempre faz isso para não ir para a escola. Você vai ver, ele vai acordar logo! — Sinto muito, Mia, mas eles se foram. — Não! Eles não se foram! Você está mentindo! Sai! — gritou ela, empurrando-o. — Eles vão acordar, você vai ver. Ela se jogou sobre o corpo do marido com o filho nos braços e chorou até a exaustão.
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