LUANA
Os anos se passaram, mas o amor entre mim e Lobão continua inabalável. Nossa família, que construímos juntos, é tudo para mim. Estava imersa em meus pensamentos quando Letícia entrou no meu quarto, visivelmente irritada. Essa menina é idêntica ao Lobão, e parece que tem um espírito indomável; decidiu que quer ser a dona do morro.
Luana: O que aconteceu, Lê? Por que você está tão brava?
Letícia: A mesma coisa de sempre, mãe. O Rian, esse i****a, acha que não sou capaz de comandar o morro junto com ele. Se não for com ele, vou fazer isso sozinha, porque ele não tem capacidade para nada, esse moleque é um verdadeiro i****a.
Luana: Vocês dois têm 20 anos, mas agem como se tivessem 10. Estão brigando como antes, ou até pior.
Letícia: A culpa é dele, mamãe! Ele não me deixa em paz.
Luana: Calma, minha princesa. Ele acredita que você, à frente do morro, estará em perigo. É só isso.
Letícia: Não vou aceitar desculpas, mamãe. Eu vou assumir e ele não vai me impedir.
Menina teimosa! Assim que falou, saiu do quarto, me fazendo rir. Nesse momento, Ruan chegou, me abraçou por trás e beijou meu pescoço.
Lobão: Do que você está rindo, morena?
Luana: Da nossa filha. Ela tem o mesmo jeito seu. Quando decide algo, não tem quem a pare. E agora, decidiu que quer ser a dona do morro.
Lobão: Que tal deixarmos eles se entenderem e, enquanto isso, você vem cá dar um carinho em mim?
Luana: Está carente, senhor Lobão?
Lobão: Carente de você, morena gostosa.
Nos beijamos e aproveitamos nosso momento juntos.
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Letícia
Não ia obedecer meu pai e ficar em casa, então fui para a casa do tio Lucas e chamei a Lívia. Assim que ela saiu, a convidei para irmos a uma boate na cidade.
Letícia: Vamos à boate hoje à noite?
Lívia: Você está doida, Lê! Se nossos pais souberem que saímos de casa à noite, ainda mais para uma boate...
Letícia: Somos maiores de idade, Lívia, e eles não podem nos proibir.
Lívia: Eles não proíbem a gente de andar pelo morro, só de sair dele sozinha, e você sabe o porque.
Letícia: Se você não for, eu vou sozinha.
Lívia: Você está maluca, Letícia! Como vamos sair sem que nos vejam?
Letícia: Não se preocupe com isso. Eu vou dar um jeito. Não será difícil passar pela entrada do morro. Quero ver como funciona a boate da cidade e sair de lá totalmente louca ( risos).
Lívia: Isso não vai prestar.
Letícia: Claro que vai! Por que o Rian pode fazer tudo, e eu não?
vou mostrar aquele i****a do meu irmão que temos os mesmos direitos.
Anoiteceu, e todos foram dormir enquanto meu irmão, como sempre, saiu para a balada. Para essa ocasião, vesti uma saia e um cropped pretos e calcei uma bota, na qual escondi uma arma, pois não sou ingenua e não saio desprotegida do morro. Meu pai me ensinou tudo que sei sobre tiros e lutas, ressaltando a importância de estarmos preparadas fora do morro. A única coisa que aprendi por conta própria foram os rachas, que são minha fonte de adrenalina. Assim que o relógio marcou 22 horas, saí pela janela para evitar um encontro inesperado com meu pai ou minha mãe e pulei da sacada rumo à casa de Lívia, que ficava ao lado da nossa. Desci com cautela e joguei uma pedra em sua janela. Ao me ver, ela saiu pela janela também, e fui ajudá-la a descer.
Lívia: Isso não vai dar certo, Letícia. Como iremos passar pela barreira? Você está louca.
Letícia: Fique perto de mim que tudo dará certo.
Chegamos à barreira e identifiquei Daniel e Brian, dois rapazes que, apesar de bonitos, não são meu tipo. Aliás, Brian tem uma queda por Lívia, que o despreza.
Lívia: Vamos voltar para casa, Letícia.
A segurei firmemente.
Letícia: Deixe de ser medrosa.
Peguei uma pedra grande e a atirei nos fundos do beco, desviando a atenção deles. Aproveitei o momento e puxei Lívia, saindo correndo do morro.
Letícia: Está vendo? Eu disse que daria jeito. Agora é só pegar um táxi e ir para a boate mais próxima.
Lívia: Só quero ver como vamos voltar com aqueles dois brutamontes na entrada do morro.
Letícia: Vamos dar um jeito.
Pegamos o primeiro táxi que passou e pedimos para nos deixar na primeira boate. Assim que chegamos, pagamos ao taxista e descemos; a música alta me deixou empolgada.
Letícia: Vamos entrar e não se afaste de mim, Lívia.
Lívia: Nem você, Letícia.
Entramos de braços dados e seguimos direto para a pista de dança, onde passamos a noite toda dançando e bebendo, aproveitando a liberdade. Me afastei de Lívia quando um rapaz me puxou para dançar, e rolou alguns beijos e carícias. No entanto, percebi que Lívia havia desaparecido. Tentei me soltar do rapaz, mas o i****a não me largava.
Letícia: Solte-me, seu i****a!.
- Calma, gatinha. Vamos nos divertir em outro lugar.
Letícia: Não quero! Já deu, me deixe em paz agora.
- Mas havia um clima entre nós, por que me dispensar?
Letícia: Qual é a parte do 'não quero' que você ainda não entendeu?
Infelizmente, em vez de me soltar, o i****a decidiu apertar minha cintura com mais força. Isso resultou em uma joelhada na parte íntima dele, fazendo-o cair no chão de dor, gritando e me xingando. O alvoroço começou na boate, e saí em busca de Lívia, que não aparecia. Até que ouvi seus gritos de socorro.