Capítulo 6

888 Words
Carlão Podia jurar que a Pati da zona sul iria comer a minha comida com ranço, mas com todas as probabilidades de que faria exatamente isso, não fez. Comeu dois pratos, estava faminta. _ Me diz o que a namorada modelo do meu filho faz, além é claro de modelar. Todos da mesa me olharam, principalmente a Vanessa. Beti nem se importava o que ela fazia; se a menina fosse uma prostituta da esquina ou uma presidenta dos Estados Unidos, pra ela tanto faz. _ Então, é isso que faz da vida? _ Questiona a minha ex. _ Sim, mãe. _ Perguntei a mocinha... Cátia Pietra a olhou firme, chegou a soltar os talheres no prato. Cruzei os braços torcendo para o circo pegar fogo. Porque faço questão disso? Sim, havia algo nessa garota que me pertubava. _ Sou sim, mas a senhora vê algum problema nisso? Se tiver pode falar, estou acostumada com todos os tipos de comentários. Beti bebia o vinho super interessada na conversa, essa era outra que amava um barraco. _ Bom... _ Vanessa pede ajuda ao olhar nós três em silêncio, como não achou voltou seu olhar na modelo. _ Na verdade, sempre achei artistas muito fúteis, entretanto ao vê-la, de cara me simpatizei contigo. Sério, te achei muitíssima charmosa, bem articulada, inteligente e agora vejo pela sua forte expressão, seu enorme caráter. _ Nossa Vanessinha, nunca pensei que fosse se render de amores tão rápido pela namorada do seu filho. _ Digo bebericando minha caneca de cerveja. Sua olhada pra mim foi dos velhos tempos. _ Prontos para sobremesa? _ Fala Beti levantando os braços. _ Que sobremesa? O Pá vê? Ahhhhh... _ Não engraçadinho sem graça, a torta de merengue que eu fiz enquanto os dois rapagão estavam se embunitando para a boneca da Pietra. _ Elas se entreolharam como velhas amigas de escola. _ Vou buscar. _ Ruan se levantou todo misterioso. Cátia me olhou de viés enquanto Vanessa ficava rodopiando o resto do vinho dentro da taça. Beti nos analisava quieta. Era só uma modelo de passarela. _ Sou bem mais que isso. _ Respondeu a minha pergunta do pensamento. A olhei assustado pela primeira vez na vida. _ Sou empresária e atriz. _ Que bom pra você lindinha. _ Carlão! Olha os modos. _ Vá... Nosso filho chega com uma bandeja, e deposita os pratinhos de festa sobre a mesa. Quando serviu sua namorada ela retrucou. _ Amor, me dê o outro, esse pedaço é grande demais, assim vou ficar com pneusinhos. _ Flor do meu jardim, esse é especial. Relatou deixando a menina um pouco triste. Quando todos estavam prontos para comer, notei Ruan parado olhando sua mulher levando o garfo a boca, segundos depois os olhos dela se abrem em desespero e quase se engasga com algum coisa. Olho o merengue descobrindo pedaços de morango nele, ao olha-la vi ele batendo nas costas dela até que a mesma cuspiu na toalha de mesa um... anel solitário. Todos ali presentes ficaram embasbacados, menos eu que previa que o meu mundo havia entrando em colapso. Depois de se recuperar da surpresa, tipicamente da cara do meu filhão, Pietra se derreteu toda pra ele quando meu único filho se posicionou de joelhos. _ Kátia Pietra, aceita se casar com este humilde e pobre estudante de medicina? _ Oh! Ruan Carlos, meu amor... _ Murmurou ela alisando o rosto do meu garoto. Continuei saboreando o doce que descia amargamente pela minha garganta, como se àquilo fosse o veneno e eu a cobra. A Beti parecia nas nuvens. Mas a Vanessa... Essa demostrava ciúmes de mãe, perfeitamente natural. _ Aceita ou não... _ Claro que aceito! Ruan se ergueu com um sorriso tão gratificante nos lábios que o meu coração se curvou para aquele momento solene. p***a é o dia dele, precisava ser especial. _ Faremos um brinde para essa união! _ Proponho ao me levantar com a canecona larga na mão. Elas imitaram o meu gesto e o meu filho agradeceu mexendo os lábios. _ Brindemos! Encostamos o copo e as taças. Enquanto víamos nosso menino crescido colocando a argola da prisão, ops, o anel no dedo anelar da sua namorada. _ Você está me fazendo o homem mais feliz dese mundo, minha flor. Ela sorriu, era um sorriso sincero. Não importava sua criação ou o seu passado, no final das contas, essa menina realmente amava o meu filho. Via-se nos olhos de gata dela. Putz grilha! Estou fudido. Os dois selaram o noivado surpresa com um beijo digno de cinema. Felicidades ao casal. Era isso que eu queria dizer, mas nada saia, apenas voltei a me sentar enquanto via a comemoração rolar até de madrugada... Pietra iria passar a noite aqui, então resolvi meter o pé, mesmo que tenha parecido a minha atitude estranha. Sai antes que as coisas esquentassem entre eles dois. Não estava preparado pra ela, pra esse furacão de mulher e para esse futuro casamento, sim, eles estavam planejando se casarem, e por sinal, o mais breve possível... Tô lascado. No bar, a primeira fêmea que me deu mole catei no banheiro masculino e comi feito um desvairado. Com a parceira casual de costas, a única imagem que vinha na minha cabeça, era dela, da noiva do meu filho, minha futura nora... Sou um bosta mesmo.
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