Dias depois
Faz quase uma semana que cheguei da Rússia, não tive a oportunidade de ver a Thaís ainda. Preferir ficar uns dias na fazenda até a minha casa ficar totalmente pronta, não quero encontrar vestígios de Leôncio nela.
Pedi também que tirassem a estátua, Thaís morre de medo dela.
O prazo para que tudo ficasse pronto, terminou ontem, mas acho que estou hesitante em voltar.
Fiquei me perguntando se realmente sou o monstro que Leôncio disse. Será que eu desejei a Thaís quando ela era apenas uma menina? Não, eu não desejei. Nunca fui a p***a de um doente, sentia vontade de protegê-la, o cheiro dela e o sorriso me traziam paz, calma e alívio para minha alma.
Foi difícil pra mim desconstruir a imagem de menina dela e reconstruir como uma mulher.
Saio dos meus pensamentos com o Alef dizendo:
- Você precisa tirar os seguranças daquela menina, Alisson. Ela não é boba e muito menos o irmão dela, antes que comecem a desconfiar. O perigo era Leôncio, ele esta preso, o pai da Catrina é um covarde não terá coragem de se aproximar dela. Não depois do que você fez com ele.
Balancei a minha cabeça dizendo que sim, mas não estou muito certo disso. Ainda tem a pessoa que matou Catrina, não sabemos quem é.
- Você sabe que tem o infeliz que matou a Catrina, não sabemos quem é, e nem se ele tem conhecimento sobre a Thaís.
- Ele não tem conhecimento sobre a Thaís, sabe disso. Ou não estaria na Rússia fodendo a Catrina, mas sim, tentando te afetar através da sua doce menina. Liberto a borboleta do casulo ou não?
Balancei minha cabeça afirmando que sim. Ele rir e se retira do escritório.
Sentei-me na poltrona de frente para janela de vidro contemplando avista para a natureza, beberiquei meu delicioso café, enquanto decidia se voltava para cidade ou não.
Ouço batidas na porta...
-Entra! Mandei.
- Desculpe incomodar, Senhor. Mas hoje não da para ir visitar as usinas. Esta vindo ai um temporal, se for, ficaremos presos no meio do caminho. Podemos fazer a vistoria na queijaria, nas plantações ou na vínculo.
Desde que cheguei aqui, somente visitei as baias. Não gosto de lugares cheios de mais, prefiro trabalhar de casa, na verdade não gosto de sair dela.
Olhei para porta, vendo o homem parado esperando por uma resposta.
- Prepare a caminhonete, saímos em meia hora.
- Sim, senhor! Ele sai, e novamente ouço batidas na porta e ela ser aberta sem que eu permitisse.
Rapidamente me virei para saber quem teve tamanha ousadia, só quem tem livre acesso a minha casa é o Alef.
Olhei para porta vendo uma garota de mais ou menos 18 anos, o pecado em pessoa.
Ela esta usando um short jeans curto e uma blusa colada no corpo mostrando o s***s salientes... os cabelos dela são curtos na altura do pescoço, os olhos castanhos, a boca bem desenhada.
Ainda não tinha visto essa garota por aqui, provavelmente deve ser filha de um dos empregados.
Mas a minha pergunta é: O que essa menina veio fazer em meu escritório? E porquê entrou sem minha permissão?
- Oi, bom dia. Ela termina de entrar e vem em minha direção.
-Quem te deu permissão para entrar? Não gosto de pessoas zanzando pela minha casa e nem invadindo a minha privacidade, senhorita.
Ela olha pra mim de olhos arregalados e diz:
-Desculpe, senhor. Não tive a intenção. Ela se aproxima de mim e tenta me tocar.
Segurei os braços dela e disse:
- NÃO ME TOQUE p***a, NÃO GOSTO QUE ME TOQUEM. Saia do meu escritório e da minha casa.
Ela paralisou no lugar sem saber como reagir diante da minha fúria...-Escute, menina. Para o seu bem, é melhor que não se repita essa palhaçada novamente. Saía da minha frente.
Soltei seus braços, ela olhou pra mim com uma raiva contida e saiu do meu escritório.
Respirei profundamente para controlar minha fúria, peguei meu celular e saí do escritório.
Ao me aproximar da sala, ouvir vozes...
- O que estava fazendo no escritório do senhor Alisson, Isabel? Seus pais sabem que você esta aqui?
- Me deixa, Marina. Esse homem é um louco, fui apenas lhes da boas vindas. Mas ele não é muito amigável, acho que é pior que o Leôncio.
Entrei na sala olhei pra ela de cima abaixo e perguntei para senhora ao seu lado...
- Quem são os pais dessa garota? Avisem a eles que não a quero dentro da minha casa, ou irei demiti-los.
Elas arregalados olhos em descrença.
-Pode deixar senhor, irei conversar com eles. E perdoei a menina ela ainda é nova e sem juízo.
- Ela não me pareceu sem juízo quando foi se oferecer pra mim. Avisem aos pais dela!
Saí porta fora deixando às duas sem saber o que dizer. Olhei para o céus e estava tudo nublado, farei um visita rápida às plantações depois voltarei para cidade.
...
Horas mas tarde...
Desde o dia em que falei do meu irmão, Naiara tem me evitado. Mas hoje ela não me escapa, vou pega-la de surpresa. Por que ela nunca me disse que é apaixonado pelo meu irmão, eles sempre implicavam um com outro. Iago é um mulherengo, também nunca gostou de mulheres mais novas e a Naiara e eu temos a mesma idade.
O pior é que ela esta chateada com o Iago, não sei como ele descobriu essa paixão platônica dela por ele.
Terminei de me arrumar, peguei minha bolsa, apaguei a luz e saí do quarto dando de cara com o meu irmão.
Iago- Posso saber para onde a senhorita vai? Esta formando para chover, Thai.
Revirei meus olhos, passei por ele e disse:
- Não sou de açúcar, vou a casa da Naiara. Por culpa sua minha amiga não nunca mas veio me visitar. Que droga, Iago! Você tinha que deixar logo a minha melhor e única amiga apaixonada por você. Às vezes tenho vontade de arranhar esse seu rostinho lindo. Ele gargalhou jogando a cabeça para trás...-Não ria seu cínico, minha amiga esta realmente apaixonada por você.
Iago - Não fiz nada para que a deixasse apaixonada por mim. Às vezes conversamos no hospital, mas é profissionalmente, nada fora da minha ética. Ela vai ser uma excelente enfermeira, os pacientes já pedem para serem cuidados pela morena do sorriso do bonito.
- Nada fora da sua ética, entendo. Deveria experimentar apagar suas mensagens, então. E diga para suas colegas de trabalho, que eu sou sua irmã. Quase fiquei traumatizada com aquelas fotos. Não sabia que hospital era motel.
Ele arregalou os olhos e perguntou:
Iago - Thaís! Repreendi, ela rir e saí correndo na maior cara cínica...-Não mexa em minhas coisas, sua pirralha. Quem permitiu bisbilhotar às minhas mensagens?
- Oras, querido irmão. Esqueceu que me emprestou seu notebook? Tchau irmãozinho, ah! Vê se pega umas gatinhas, porque aquelas são umas tremenda barangas. Seja um mulherengo, mas tenha um bom gosto pelo menos.
Iago- Thaís, volte aqui! Gritei, mas a sem vergonha já tinha saido.
.
Meu irmão é mesmo um sem vergonha, safado. Ele deixou às mensagens abertas, acabei vendo sem querer.
Enquanto pensava na safadeza do meu irmão, olhei para os lados me dando conta de que às ruas estão vazias e silenciosos. E, de repente, o medo começou a percorrer todo o meu corpo.
Apressei meus passos em meio algumas gotas de chuvas que começavam a cair. Droga! Olhei para trás e percebi que um homem me seguia. Aumentei os meus passos percebendo que ele também aumentou os seus. Apertei minha bolsa contra o peito e comecei a correr.
E só agora me dei conta de que estava me aproximando daquela casa.
Minha respiração começou a falhar e minhas pernas estavam trêmulas.
E, de repente, me vi parada em frente a casa ao perceber que ela esta exatamente como nos meus sonhos, arregalei os olhos e levei a mão a boca tentando controlar a minha respiração. Queria gritar? Queria! Mas eu conseguia? Não!
Olhei para trás e o homem estava quase me alcançando, no meu sonho eu conseguia pelo menos correr antes de desmaiar, mas simplesmente estou paralisada e minhas vistas embaçadas por lágrimas.
O portão foi aberto abruptamente...