Chapter 03.

449 Words
— Meu carro não quer funcionar. — Ele fala apontando para o carro dele. — Peça um táxi! — Perdi minha carteira. Uma parte de mim quer dar carona e a outra não ! Posso deixá-lo aí, será que a minha consciência vai pesar ?! — Senhorita Navarro ! — Ele estala os dedos na minha frente, só aí saio do meu transe. — Com uma condição. — Qual ? — Não iremos conversar. — Nossa ! Tudo bem. — Entre ! Ele dá a volta e entra. Saio do estacionamento. — Lindo carro ! Faço uma careta para ele. — Ok! Já entendi. — Ele ergue as mãos em forma de rendição. — Coloca no GPS o seu endereço. — Eu poderia ir te guiando. — Lanço um olhar mortal para ele. — Faz pouco tempo que me mudei, aí não sei os nomes das ruas aqui. — O silêncio invade por alguns segundos. — Você é sempre assim ? — Assim como ? — Estressada ! Pavio curto ! — Ele fala olhando para estrada. — Se continuar falando, vou te largar em qualquer lugar aqui ! — Respiro fundo. — Ficarei feliz se responder a minha pergunta ! — Não sou obrigada a te responder ! A não ser que seja em uma das suas aulas, pelo que vejo, não estamos em uma sala de aula. — Tenho certeza que se estivéssemos em uma sala de aula, você já teria sido castigada ! — Sinto o meu rosto esquentar quando ele usa essas palavras. — Não precisa ficar toda vermelha ! — Ele sorri. Que debochado. — Falta muito ? — Mais umas duas quadras. Muitas coisas estão passando pela minha cabeça, ele não se dá ao respeito de um homem casado. Ok ! Vou entrar no seu jogo. Vou usar isso contra ele. Quero só ver se ele não vai assinar aquele divórcio. — O próximo condômino. — Ele aponta mais à frente. — Aqui! — Você não vai descer ? — Paro o carro, e ele continua sentado. — Pode entrar se quiser. — Não ! Obrigada. — Tenho certeza que você não vai se arrepender. — Vejo malícia naquele olhar. — Sou casada ! — Sua expressão volta a ficar séria. — Você não é muito jovem para isso ? — Ele fala descendo do carro, e se apoia na janela. — A vida me obrigou. — E como o seu marido deixa você sair assim, sozinha ? — Isso não é da sua conta ! — Ele fica pensativo. — Até amanhã. Para variar, eu não o respondo, apenas arranco o carro com tudo. Olho pelo retrovisor e ele está lá, parado me olhando.
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