CAPITULO 8

953 Words
Cap 8 Max O restante da semana passou rápido. Tive muito trabalho no escritório e várias audiências no fórum. Na sexta-feira, quando fui deixar Jamille no seu apartamento, já estava se tornando uma rotina. Eu sempre marcava algum compromisso à tarde, fora do escritório, a fim de mantê-la por perto e na intenção de deixá-la em sua casa, na esperança de que ela me convidasse para subir ao seu apartamento, o que não aconteceu. Frustrado, fui para casa. Minha casa ficava no Lago Sul, um dos melhores bairros de Brasília; meus pais também moravam a um quarteirão da minha residência. Chegando, digitei o código para o portão da minha casa abrir, estacionei o carro na garagem e entrei em casa. Assim que coloquei as chaves do carro no balcão da cozinha, meu celular tocou; era meu pai. Atendi a ligação. "Oi, pai." "Filho, como você está? Eu e sua mãe acabamos de chegar de viagem." Fiquei surpreso com a notícia, pois eles não tinham me avisado que estariam retornando de viagem hoje. "Oi, pai! Fizeram boa viagem? Por que não me avisaram que estavam chegando hoje?" "A viagem foi ótima, meu filho. Sua mãe queria te fazer uma surpresa e me proibiu de te avisar." "Acabei de chegar do trabalho, pai. Vou tomar um banho e irei aí ver vocês." "Que bom, filho! Sua mãe me pediu pra te ligar. Ela está fazendo aquele assado que você tanto gosta. Você vem jantar com a gente?" "Vou sim, pai. Quer que eu leve um vinho?" "Não precisa, filho. Acabei de pegar um Sancerre na nossa adega. Te aguardamos aqui. Beijos." Assim que meu pai desligou o telefone, corri para o banheiro, tomei um banho demorado pra relaxar, vesti uma bermuda, uma camiseta e calcei um tênis. A casa dos meus pais ficava dentro do condomínio onde eu morava. Gostava de ir a pé; a vizinhança era tranquila e já conhecíamos praticamente todos os moradores. Cheguei na casa dos meus pais e usei a entrada pelos fundos, sabia que minha mãe estaria na cozinha preparando o jantar. Fui entrando e falando: -- Mãe, cheguei! Minha mãe estava retirando um assado do forno. Assim que ouviu minha voz, colocou o assado em cima da bancada e veio correndo me abraçar. -- Oi, meu filho! Que saudades estava de você. Abracei minha mãe, tirando-a do chão. Ela deu um gritinho de satisfação. -- Também estava com muita saudade de vocês, mãe. Deveria ter me avisado que estavam chegando; eu teria preparado o jantar pra vocês lá em casa - falei, colocando-a no chão. -- Ah... mas foi por isso mesmo que não te contamos do nosso retorno, meu amor. Toda vez que chegamos de viagem, você faz o jantar na sua casa. -- Você sabe que amo cozinhar, mãe. Até acho que, se eu não fosse advogado, eu seria um chefe de cozinha - falei, rindo, e ela deu uma gargalhada. Meu pai apareceu na cozinha nesse momento e nos cumprimentamos com um abraço. -- Já que você chegou, filho, vou abrir o vinho. Estava só te aguardando. Fomos para a sala de estar até minha mãe acabar de preparar o jantar. -- E aí, filho, como estão as coisas no escritório? - meu pai pergunta, me entregando uma taça de vinho. -- Tá tudo bem, pai. Essa semana tive 5 audiências; uma era do Sebastian. - respondi, sorvendo um gole do meu vinho. -- O caso dele é complicado, filho. Acho que o juiz não vai deferir essa sentença tão rápido quanto ele espera. -- Não vai, pai. Já expliquei isso a ele, mas o Sebastian acha que tudo se resolve com dinheiro, e nós sabemos que não é assim. Ele cometeu um crime e vai ter que pagar por isso, mas não com dinheiro - digo. Nesse momento, minha mãe entra na sala e se senta ao meu lado. -- Não quero ouvir sobre trabalho no nosso jantar, meus queridos - ela reclama, quando meu pai lhe entrega uma taça de vinho. - Filho, quando vai arrumar uma namorada e se casar? Já ia tomar um gole de vinho, mas paro a taça no meio do caminho, indignado com a pergunta da minha mãe. -- Mãe, eu não tenho pretensão de me casar. A senhora sabe muito bem os meus motivos; não sei por que insiste tanto nisso. -- Insisto, porque você merece outra chance, meu filho. Além disso, meu sonho é me tornar avó - ela falou, toda sensível. Logo, meu pai interveio a meu favor. -- Amor, não se apresse. Tudo vem na hora certa. Se nosso filho não está namorando, é porque não apareceu a mulher que vai tirar o juízo dele, assim como você fez comigo. Meu pai m*l sabia que já tinha uma mulher me tirando o juízo... Minha mãe pareceu entender a explicação do meu pai, mas ele me olhou com desconfiança, como se adivinhasse meu pensamento. -- Fiquei sabendo que você arrumou uma nova assistente, filho. Tá dando certo agora? - meu pai perguntou, e eu fiquei atento. Como ele já sabia?? -- Sim, pai. Quem te contou?? -- Filho, você sabe que saí do escritório, mas ainda tenho meus informantes lá dentro, né? Me disseram que é muito bonita e se chama Jamille. - - É sim, pai - falei, sem mostrar muito interesse, na tentativa de mudar de assunto. - Mãe, estou morrendo de fome. Podemos jantar? Fomos para a sala de jantar; com isso, minha mãe esqueceu o assunto da namorada e meu pai não tocou mais no nome da Jamille. Já era tarde quando saí da casa dos meus pais, levando uma linda escultura que minha mãe trouxe de presente para mim de Portugal.
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