Capítulo 3

3397 Words
Depois que meu pai saiu, eu me empenhei em tratar o choque que Kitty havia sofrido. Pedi para o Carter administrar um soro rápido em sua veia. Um atrás do outro. Depois que soro foi instalado ele me ajudou a tirar as roupas dela, colocamos uma camisola do hospital e a cobrimos com um lençol. Eu havia a desejado no clube, mas agora eu não conseguiria olhar seu corpo de outra forma que não a profissional. Me sentiria um doente sujo se reparasse no corpo dela nesse momento. Parei por alguns segundos pra reparar seu rosto enquanto ela dormia. Ela era realmente linda! Seu rosto era perfeito e seu cabelo não era ruivo intenso. Aquilo era uma peruca, que por sinal havia caído nessa correria no hospital. Seus cabelos eram longos e castanhos, num tom natural de chocolate. Eram abaixo dos ombros e ondulados. Eu estava sozinho com ela na sala e deixei que meus dedos penteassem seus cabelos. Eram macios e cheiravam a morangos. Enquanto eu fitava seu rosto, ela espremeu os olhos em uma linha e os abriu. - Oi. – eu sussurrei pra ela. - Onde estou? – ela perguntou com a voz rouca e olhou para a agulha em seu braço. - No Presbiterian. – eu disse. – Foi preciso Kitty, você está m*l e precisará ser operada por conta do sangramento. - Tudo bem. – ela engoliu seco. – Meu corpo já está acostumado a ser agredido. – ela forçou um sorriso. O que ela quis dizer com isso? Eu tive vontade de perguntar, mas me contive. Ela estava fraca e frágil, não era o momento. - Eu preciso te informar. – disse a ela. – Nós fizemos um teste anti-HIV em você. Normalmente tem que ser feito com o consentimento do paciente, mas você estava desacordada, então eu liberei. - Claro que fizeram. – ela disse. Eu podia ouvir sua voz carregada de sarcasmo. – Não é todo dia que uma prostituta aparece sangrando em um hospital. - Kitty, por favor. A questão não é essa... – ela me cortou. - Qual o resultado? – ela quis saber. - Deu negativo. – respondeu. - Sim, eu sabia que daria. – ela virou o rosto para o outro lado. – Quando poderei ir embora? - Vamos operá-la agora. – disse a ela. – O aborto foi m*l feito e você tem pedaços do feto morto em seu útero. Acredito que amanhã de manhã eu te dê alta, mas precisaremos cuidar da infecção em casa. - Você é meu médico? – ela me olhou de novo. - Sim. – respondi. – Alguma objeção? - Não. Ficamos em silêncio por alguns minutos. - Kitty? – a chamei. – Esse bebê era de algum cliente, por isso quis tirá-lo? – perguntei com cautela. - Justin é o seu nome, não é? – eu assenti. – Olha, Justin não é porque está me ajudando que tenho que te contar minha vida. Certo? - Certo. – sorri. Ela podia ter cara de menina, mas sabia se defender. Minha língua coçava para que eu perguntasse sua idade, mas me freei. O telefone da sala tocou e eu fui atender. - Dr. Lewis a sala 4 do centro cirúrgico está pronta para o senhor. – uma das enfermeiras do centro cirúrgico me disse. - Obrigado. Avise a equipe que estamos subindo. – eu a avisei e em seguida desliguei o telefone. - Vamos subir, ok? – ela não disse nada, apenas assentiu. Eu empurrei sua maca pelo corredor junto com a equipe da urgência e entramos no elevador. Quando chegamos ao andar do centro cirúrgico um encarregado pegou sua maca das minhas mãos para prepará-la na sala. - Vai me deixar? – ela perguntou chorosa e assustada. Eu me aproximei da sua maca e me inclinei sobre ela. - Não, vou me preparar pra operar você, Kitty. – falei perto do seu rosto. – Em 10 minutos estarei lá. Deus! Ela era linda demais. Seus olhos castanhos, mesmo escondidos por uma grossa camada de maquiagem, me hipnotizavam e as sardas em cima do seu nariz me convidavam pra beijá-las. Uma a uma. - Não me deixe. – ela sussurrou com medo. - Jamais te deixaria. – toquei seu nariz com os meus lábios e pedi que a levassem. Fui até o vestiário e coloquei meu pijama, logo depois me dirigi ao tanque para lavar minhas mãos. Eu não sei por que, mas meu instinto diz que eu preciso proteger essa garota. Que eu preciso mantê-la perto de mim. Eu sinto uma vontade enorme de cuidar dela e talvez dar a ela a oportunidade que eu tive. Talvez eu deva dar a ela a oportunidade que Grace me deu um dia. Talvez ela só precise disso para sair dessa vida. E eu ia fazê-lo. Enquanto esfregava o sabão iodado com uma escova nas minhas mãos eu decidi que ia proteger Kitty e tirá-la daquela vida. É claro, se ela quisesse. Eu precisava que ela quisesse sair dali. Eu não a queria como escrava s****l ou alguma coisa do tipo. Nem namorar com ela eu queria. Eu só queria que ela tivesse a oportunidade de ter um emprego digno e sair do meio em que ela vivia. Eu pagaria uma faculdade pra ela. Talvez meu pai até consiga uma bolsa na Rochester. Eu daria a ela meu outro apartamento no centro. Ele não era como a minha atual cobertura, mas era um bom apartamento. Oh meu Deus! Eu precisava fumar. Fui até a varanda que tinha no 6º andar e fumei um cigarro escondido. Eu sei que é errado fumar e como médico eu devia parar e blá blá blá, mas antes o cigarro do que a cocaína. Foi assim que eu virei fumante. Larguei um vício e me apeguei a outro. Eu fumo desde os 14 anos. Começou escondido da minha mãe, mas quando eu fiz 17 contei pra ela. É lógico que desde que comecei, hoje em dia, eu fumo bem menos, mesmo assim eu sei que deveria parar. Quem sabe um dia quando eu tiver um incentivo. Acabei de lavar minhas mãos e entrei na sala. O anestesista me informou que já havia aplicado a anestesia em Kitty e isso, lógico, explicaria seus tremores pelo corpo. - Eu es-estou tre-tremen-men-do. – ela tentou dizer. - Eu sei que sim. – sorri pra ela. – É normal. É um efeito colateral da anestesia. Ela assentiu. - Você irá dormir em breve Kitty e ficará tudo bem. – eu disse a ela. - Pode segurar minha mão? – ela levantou a sua mão. – Até eu dormir. Eu olhei pra minha equipe e todos esperavam meu comando pra começarmos. Eu segurei sua mão e ela apertou a minha com força. - Eu... estou... com medo. – ela disse sonolenta, com a voz embolada. - Não fique. – sussurrei pra ela. – Eu estarei aqui com você. Eu vou cuidar de você... - O-obri-gada... – ela pediu. – O Jack.. son... ele... você... o-obri-gada. - Shiiii... durma, querida. Eu estarei aqui quando você acordar. – dei um beijo em sua testa e logo depois senti seu aperto na minha mão afrouxar. - Vamos começar. – eu disse a minha equipe. O anestesista fez alguns testes pra ver a sensibilidade dos nervos da Kitty e começamos assim que ele disse que a anestesia havia feito efeito. A cirurgia demorou 3h e eu quase perdi Kitty. Seu coração parou uma vez por causa do déficit de líquido circulante em seu corpo devido ao sangramento intenso que ela teve. Eu fazia essa cirurgia quase sempre e nunca foi tão estressante como essa. Só a ideia de a perder enquanto ela estava em minhas mãos me tirou o humor do dia – se é que aquele dia teve algum humor positivo. Quando acabamos a cirurgia, eu mesmo fiz questão de levá-la ao quarto que foi reservado a ela. Enquanto Kitty ainda dormia sobre o efeito da anestesia eu aproveitei pra ir à sala dos médicos. Peguei uma muda de roupa que eu sempre deixava em meu armário e tomei um banho quente. Quando eu tentava em vão ajeitar meus cabelos em um espelho, a porta da sala se abriu e meu pai passou por ela. - Como a garota está? – ele quis saber. - Agora está bem, mas eu quase a perdi. – falei fechando a porta do meu armário. - Você gosta dela? – meu pai perguntou. - Pai, eu a conheci há algumas horas... – ele ergueu uma das sobrancelhas pra mim. – Eu não sei, eu apenas sinto que devo protegê-la. – eu disse. – Eu acho que é a chance que a vida está me dando de retribuir o que mamãe fez por mim. - Porque, meu filho? – ele perguntou se sentando no sofá de couro da sala. - Pai eu a conheci em um prostíbulo. Kitty trabalha lá. – passei a mão pelos cabelos irritado com as lembranças. – O dono do clube a obrigou a trabalhar depois dela ter feito um aborto. Ela estava passando m*l e sangrava e mesmo assim ele a obrigava a dançar e t*****r com os outros. – suspirei. – Eu quase fui um desses pai... eu a desejei sem saber que ela não estava bem, mesmo assim me sinto culpado por ter pensado em t*****r com ela enquanto ela sofria. - Você não tinha como saber disso. – meu pai me lembrou. - Eu sei, mas isso não diminui minha culpa. – falei. – Eu não sei a idade dela, não sei seu nome verdadeiro, mas eu quero ajudá-la... eu preciso ajudá-la. - Ela não parece ser maior de idade, Justin. – ele apontou. - Eu sei pai... – pior que eu sei. - O que vai fazer agora? – meu pai perguntou se levantando. - Vou levá-la pra cobertura e vou dizer a ela o que eu pretendo fazer... se ela aceitar vou começar a arrumar as coisas pra ela. - E se ela não aceitar? – ele quis saber. - Aí deixarei que ela volte. – eu disse tristemente. – Ela não vai querer voltar pai... eu sei... ninguém quer aquela vida. Ela fez com que eu lembrasse a mim mesmo antes de vocês me encontrarem. Carlos se aproximou de mim e me abraçou. - Se é isso que você quer, eu e sua mãe o apoiaremos. Só peço que não se envolva com ela meu filho... não quero te ver machucado. - Pode deixar pai... ela é apenas uma menina. – eu disse. Ele deu um beijo em minha testa e saiu da sala. Eu ainda fiquei alguns poucos minutos naquela sala pensando no que eu poderia fazer pra Kitty aceitar minha proposta. Pelo pouco que eu vi dela hoje não seria fácil. Passei meu perfume e um desodorante e segui em direção ao seu quarto. Ela ainda dormia. A feição de menina carregada por maquiagem ainda me fascinava. É uma menina, Justin. Se controle. – minha consciência me lembrou. Eu não sei por que, mas me peguei pedindo para que ela não fosse menor de idade. Não percebi em que momento, mas adormeci. Eu me sentei numa mesa de madeira velha que tinha ali na varanda. Me sentei com cuidado na cadeira. Ela estava tão velha e acabada que eu tive medo de que ela desabasse com meu peso. Depois de me sentar cuidadosamente, tirei o pacotinho transparente do meu bolso. Ele havia virado rotina agora. Há dois anos eu não vivia sem um. Fiz quatro carreiras e cheirei a primeira com uma nota de cem dólares enrolada em forma de canudinho. Cheirar cocaína pura era instantâneo. Alívio, coragem e excitação. Pois é, ser filho de traficante tinha algumas vantagens. Quando eu ia cheirar a segunda carreira eu ouvi uma gritaria em frente à casa que estávamos. Eu não fazia a mínima ideia de quem morava ali. Eu estava acompanhando Richard em mais uma de suas entregas. Eu não liguei para a movimentação. Meu único medo era ventar forte e espalhar minha "neve". Cheirei a segunda carreira. Ouvi os gritos de Richard vindos da frente da casa, mas também não me importei. - Coloque as mãos, lentamente, na cabeça garoto. – uma voz autoritária pediu atrás de mim. Eu não atendi. Quem quer que fosse deu a volta, fazendo o piso velho de madeira ranger, e parou a minha frente. Era um policial. Eu me levantei e saí correndo. Um estrondo! Merda! Eu conhecia esse barulho. Segundos depois eu senti a área perto da minha cintura arder. Eu parei e olhei para o local. Um buraco de bala. O filho da p**a me atirou pelas costas e a bala saiu pela minha barriga. Logo senti um par de braços fortes me segurando e me jogando no chão. Eu me debatia furioso. Eu estava com ódio. Não por ter sido preso ou por ter levado meu segundo tiro, mas por desperdiçar minha cocaína. - Hey! – ouvi a voz de Kitty. – Hey! Doutor! Eu abri meus olhos lentamente e a vi sentada na cama. Mesmo com maquiagem seu rosto ainda estava pálido. - Desculpe, eu dormi. – me ajeitei na poltrona em que antes eu dormia. Meus músculos reclamaram, mas eu os ignorei. - Você está bem? – ela perguntou preocupada. – Parecia estar tendo um pesadelo. - Estou bem. – menti. – E você? Como se sente? - Dolorida. – ela disse. – Quando vou poder ir para casa? – ela perguntou. - Um médico irá te examinar e se tiver tudo bem ele te dará alta daqui há algumas horas. – eu disse. Já era quase manhã do outro dia. - Você não é meu médico? – ela mordeu os lábios nervosamente. - Era... outro médico irá te atender agora. – eu disse. - Por quê? – ela questionou confusa. - Rotina. – menti. Meu pai passou o caso dela para o Luka porque disse que eu estava envolvido emocionalmente com ela. - Uhmm... – ela murmurou. - Vou buscar alguma coisa pra você comer, tudo bem? – ela assentiu e eu saí do seu quarto indo até a cantina. Pedi que fizessem uma canja para ela, um suco natural e algumas frutas picadas. Quando tudo estava pronto na bandeja eu voltei ao seu quarto. - Coma tudo. – eu disse a ela enquanto ajustava a mesa móvel em cima da cama. – Isso ajudará a voltar a cor da sua pele e adiantar sua alta. - Obrigada. – ela agradeceu e fui contemplado com um lindo sorriso. - Apenas coma... – eu sorri pra ela também. Ela começou a comer e eu me segurei pra não a bombardear com perguntas. Havia tantas que eu nem sabia por onde começar, mas eu precisava fazer apenas uma. Uma única e eu a deixaria comer em paz. - Qual é seu nome verdadeiro? – perguntei cauteloso. Ela largou a colher na tigela e me fitou. - Você sabe meu nome, Justin. – ela disse. - Não esse nome. – apontei um pouco irritado. – Eu quero saber seu nome de batismo. - Não confio em você pra te contar o meu nome. – ela disse segura de si. – Ninguém sabe meu nome. - Meu irmão sabe. – a lembrei. - Seu irmão? – ela franziu a testa confusa. - Nicholas Lewis é meu irmão mais novo. – eu disse. - Sério? – agora ela tinha uma expressão de descrença. – Que mundo pequeno! - Ainda não me disse seu nome. – a lembrei. Eu sabia que começava com Be... Foi aí que Nicholas parou ao ser interrompido por ela. - Nem direi. – ela voltou a comer. – Você já sabe o suficiente, Doutor. - Me chame de Justin. – eu disse. – Ao contrário de você... eu confio em você. Ela parou de comer e me encarou incrédula. Eu realmente confiava nela. Não me pergunte o por quê. - Não deveria confiar assim nas pessoas, Justin. – ela disse tomando um gole da sua sopa. - Por quê? Você não é confiável? – ergui uma de minhas sobrancelhas. - Creio que não terá tempo para descobri isso. – ela disse ignorando minha pergunta. - Talvez eu tenha. – a desafiei. - Talvez não. – ela me encarou também me desafiando. Ela ficava ainda mais linda quando levantava uma das sobrancelhas e fazia aquela cara de superioridade. - Posso pegar? – apontei pra tigela vazia em sua bandeja. Ela assentiu e empurrou a bandeja na minha direção. Eu tirei a bandeja e tirei a mesa da sua frente. - Já volto. – eu disse a ela. Quando eu estava abrindo a porta, sua voz me parou. - Por que você se importa? – ela perguntou e girei meu corpo, a olhando confuso. - Comigo? Por que se importa comigo? Terminei de me virar e fechei a porta atrás de mim. - Não sei... – fui sincero. – Eu apenas me importo com você. - Não estou acostumada com isso, está bom? Então pode parar de se preocupar e me tratar por quem eu sou. – ela ergueu o queixo. - Sabe o que eu acho? – entrei de novo no quarto colocando a bandeja em um móvel. – Eu acho que você tem uma imagem distorcida de você mesmo. Eu não te vejo como você se vê. - E como você me vê? – lá estava minha feição preferida. As sobrancelhas erguidas em desafio. - Quer mesmo saber? – ela assentiu mordendo os lábios. – Quando eu olho pra você eu vejo uma menina linda num corpo de mulher. Sensível, frágil, mas que finge ser forte. Eu vejo uma pessoa que não teve a oportunidade certa na vida e se meteu no caminho errado por necessidade. Eu vejo uma mulher que merece ser amada e cuidada com delicadeza e paixão... Essa é você no meu ponto de vista. Eu a conhecia há algumas horas e poderia falar sobre ela por horas. - Você não me conhece! – ela disse entre os dentes com raiva. - Eu adoraria te conhecer. – rebati calmamente, ao contrário dela. - Você não terá essa oportunidade. – ela rosnou. - Você precisa descansar, menina. – me mexi para pegar a bandeja de novo. - Eu não sou mais uma menina. – ela disse fechando os olhos. - Quantos anos você tem, Kitty? – perguntei. - 22. – ela respondeu rápido como se estivesse ensaiada praquela pergunta. É claro que a resposta dela foi seguida por um queixo levantado e a bendita sobrancelha erguida. - Eu não te dou nem 17. – eu ri. - Pois você se engana. Eu tenho 22. – ela me garantiu, mas não me convenceu. Eu a encarei e ergui as sobrancelhas. - Ok, 21. Eu tenho 21. – ela disse irritada. - Não você não tem 21, Kitty. – falei convicto. Ela suspirou e estava bem invocada. - Mais que p***a! – ela quase gritou. – O que você quer de mim? Eu já te agradeci por ter me tirado do clube ontem. Você quer uma f**a? É isso? – ela estava nervosa enquanto esbravejava. – Espere eu sair daqui e você terá o que foi procurar ontem, apenas me deixe em paz. Que inferno! – ela escondeu o rosto entre as mãos. – Que inferno! Eu tenho 20, satisfeito? Eu sou uma p***a de p**a de 20 anos e nem beber legalmente eu posso. Satisfeito? – ela começou a chorar copiosamente. Mais uma vez coloquei a bandeja em cima do móvel e fui até a cama. Agora eu estava me sentindo m*l por ter deixado ela daquele jeito. Ela já estava debilitada fisicamente e eu ainda a perturbava mentalmente. Eu odiava como ela se via. Eu odiaria quem quer que pensasse assim dela. Me sentei do seu lado, na sua cama de hospital, e puxei suas mãos do seu rosto. - Hey, está tudo bem. Me desculpe. Eu não queria te magoar... minha intenção não era te deixar nervosa. – pedi, realmente, arrependido. Ela me surpreendeu quando soltei suas mãos. Me puxou contra o seu corpo e me abraçou. - Me abraça, por favor. – ela pediu. Ela estava agarrada ao meu pescoço como se dependesse dele para viver. A surpresa do seu abraço foi tão grande que eu nem tive tempo de reagir, só vi que não correspondia quando ela me pediu pra abraçá-la. Eu levantei meus braços hesitantes e passei por sua cintura. Tentando passar segurança para ela durante aquele abraço. Ela era tão pequena. Parecia tão frágil... Eu queria que ficássemos abraçados pra sempre. Eu queria protegê-la do mundo. Do Jackson. - Eu estou aqui... eu quero te ajudar Kitty, mas você precisa deixar. – sussurrei alisando o cumprimento dos seus cabelos. Seu cheiro de morango me inebriava. - Eu não posso. – ela sussurrou na curva do meu pescoço. – Eu não posso. - Por quê? – nos separei do abraço e a olhei. - Não quero falar sobre isso. – ela se encolheu na cama enxugando umas lágrimas que rolavam pelo seu rosto. Eu levei meu polegar ao seu rosto a ajudando a secar algumas delas. - Descanse um pouco. – pedi. – Daqui a pouco vamos pra casa. Dei um beijo suave em sua testa e a cobri. Peguei a bandeja e sai do quarto. Quando voltei ela dormia. Como meus planos era que ela ficasse lá em casa, eu fui atrás de Luka pra trocar o plantão com ele. Eu queria ficar em casa cuidando dela. Não sei por que, mas o babaca grego aceitou pegar meu plantão. - x -
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