King - O rei da Mafia de Nova Orleans

A rainha Ruiva e seus traumas

Meninas comentem bastante por favor

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Felicith

A ansiedade que se agitava no meu estômago era quase palpável. A estrada se desenrolava diante de nós, uma faixa interminável que parecia continuar para sempre. Foi a primeira vez que saímos de Nova Jersey para um recital, e a magnitude do que isso significava para mim era quase esmagadora.

A minha família sempre foi musical. Cresci ouvindo a minha mãe tocar piano e o meu pai cantar. Eles me apresentaram ao maravilhoso mundo da música e, quando coloquei as mãos em um violino pela primeira vez, soube que tinha encontrado o meu chamado. A música fluía através de mim, uma extensão do meu ser, uma linguagem que eu não só entendia, mas também falava fluentemente.

A viagem até Nova Orleans foi tranquila. As paisagens deslizavam pela janela do carro, uma mistura de cidades, florestas e campos abertos. Minha mãe, no banco do passageiro, folheava uma revista enquanto o meu pai mantinha os olhos fixos na estrada, a sua mão ocasionalmente alcançando a dela, um gesto de carinho silencioso e contínuo.

Quando finalmente chegamos, o grande teatro estava iluminado, uma aura mágica no ar. Passei horas ensaiando, e quando subi ao palco com o meu violino, cada nota era uma parte da minha alma, uma história contada através das cordas e do arco.

Os aplausos foram estrondosos e, enquanto me curvava, uma sensação de realização me inundou. Mas foi então que meus olhos encontraram os dele.

Entre os jurados, havia um homem que se destacava. Mais velho, talvez em seus quarenta e poucos anos, com uma aparência sofisticada e misteriosa. Seus olhos eram profundos e intensos, e algo neles chamou a minha atenção. Era como se ele soubesse algo que o resto do mundo não sabia, um segredo guardado apenas para ele, os seus olhos eram um tom de cinza como os seus cabelos, aquele olhar penetrou em minha alma, tomando todos os meus sentidos.

O poder que emanava daquele homem me possuiu, de tal modo que meus sentidos foram tomados, em minha imaginação o som do meu violino eram luzes douradas que o envolvia, parecia que o som daquela melodia o cobria com a minha paixão recém descoberta.

O resto da noite foi um borrão, mas aquele olhar... ele permaneceu comigo. Nossa ligação parecia real, tão real que que parecia que eu poderia tocar seus labios com a ponta dos dedos, mesmo estando mais de 10 metros de distancia.

Havia algo nesse homem, algo que eu não conseguia explicar. Uma atração magnética, uma conexão que, mesmo sem palavras, era poderosa.

Horas depois eu fui coroada como grande vencedora do concurso, o tal homem se levantou e bateu palmas de pé, eu juro, juro que se eu pulasse daquele palco ele me seguraria e me amaria para o resto da minha vida.

Após o recital, meus pais estava, cansados, lembro claramente do meu pai dizer que queria uma boa cama para esticar as costas urgente. Não tínhamos planejado ficar em um hotel caro, até porque para nós, a viagem em si já havia sido um grande investimento. Optamos por um hotel mais simples e acessível. Era modesto, mas limpo. Desses de beira de estrada. No fundo, tudo o que precisávamos era de um lugar para passar a noite e recuperar as energias.

Adormeci rapidamente, o som suave do ar condicionado e o peso das cobertas aconchegantes me envolvendo em um abraço reconfortante. Porém, o que era para ser uma noite de descanso tranquilo transformou-se rapidamente em um pesadelo.

Barulhos na porta me acordaram de um sono profundo. Ouvi vozes ríspidas, risadas cruéis e o som de botas pesadas. Antes que pudesse entender o que estava acontecendo, a porta foi arrombada e um grupo de homens, vestindo coletes de couro e distintivos de motociclistas, irrompeu no quarto.

O caos se instaurou. Os gritos de minha mãe, o som abafado da luta de meu pai... A visão daquelas figuras brutais dominando o espaço foi aterradora. Eu tentei gritar, chamar por ajuda, mas tudo aconteceu tão rápido que m*l pude reagir.

Vi um dos homens puxar uma faca e em um rápido movimento, cortou a garganta do meu pai. Os meus olhos se encheram de lágrimas enquanto observava a cena horrível. A minha mãe tentou lutar, mas foi rapidamente subjugada e silenciada, eles a estr,uparam e a sodomizaram na minha frente e na frente do meu irmão menor.

Meu irmãozinho saiu dos meus braços e foi correndo ate minha mãe e um dos homens lhe deu um tiro bem no meio da testa.

Foi nesse momento que um dos motociclistas, com um sorriso c***l nos lábios, aproximou-se de mim. Senti um puxão forte e fui arrastada para fora do quarto.

O mundo parecia girar. Os sons, as luzes, tudo se misturava em um turbilhão de emoções. Eles me levaram para fora do hotel, jogando-me em uma van escura. A adrenalina corria pelo meu corpo, e um medo avassalador tomou conta de mim.

Por horas, parecia que estávamos viajando. O cheiro de gasolina e suor encheu o espaço confinado. Os homens falavam entre si, suas vozes um murmúrio indistinguível.

Tentei entender o motivo de tudo aquilo. Por que eles nos atacaram? Por que a minha família? E para onde eles estavam me levando?

O único pensamento que se repetia em minha mente era a imagem daquele jurado enigmático no recital. Será que ele teria algo a ver com tudo isso? Ou era apenas uma coincidência bizarra?

Eu não tinha respostas. Apenas um coração partido, um medo paralisante e uma esperança tênue de que, de alguma forma, conseguiria escapar daquele inferno.