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1247 Words
...Karen narrando... ...dias depois... Eu havia pensado melhor e resolvi voltar à academia de dança para fazer minha matrícula, KM me deixou lá e disse que passaria mais tarde me pegar, respirei fundo e entrei numa sala de teatro onde tinha um palco enorme e uma música clássica tocando e todas as meninas em suas ilustres e perfeitas posições. Logo uma mulher se aproximou sorrindo. - você é a Karen certo? - sim, prazer. - seja bem vinda, essa é a turma, faremos um exercício de equilíbrio, é fácil pra vc. - ela disse me puxando e fez a música parar, todas as meninas olharam. - garotas, essa é a nova aluna, Karen.  - a garota do teste?- uma loira disse com desdém. - ela não será tratada diferente aqui certo Juliane?- a menina deu de ombros e enxerguei sorrindo pra mim, Alicia. A música voltou a tocar e e eu me aproximei dela no fundo da sala. - to feliz que tenha dado mais uma chance pra academia. - pois é, mas não fui muito bem vinda. - não liga pra isso, aqui todas querem ser a melhor, nem que pra isso tenham que puxar o tapete uma da outra. - a olhei preocupada e ela sorriu. - mas não se preocupe, quando  brilhamos, ninguém apaga nosso brilho.  - eu jamais danço como vocês.  - comece pelo equilíbrio, imagine que esta andando numa bicicleta pela primeira vez e você precisa manter o equilíbrio. - ela disse erguendo a perna no alto e me olhando com plenitude. Respirei fundo e fiz a mesma posição devagar, preciso manter o equilíbrio. Fechei os olhos. - mamtenha os olhos abertos. Você consegue. - Alicia disse e eu a olhei. - isso mesmo. - ela disse sorrindo e quando achei que estava tudo bem me desequilibrei e acabei caindo no chão resultando risos de todas. A professora me olhou séria.  - equilibre-se Karen...basta equilibrar...essa é a parte mais fácil que uma bailarina há de fazer. - Alicia me estendeu a mão e eu segurei.  - ela é bastante exigente...mas é pro nosso bem. - suspirei envergonhada. - não sei se consigo Alicia. - Karen, eu sei que você é uma bailarina maravilhosa, é claro que você consegue...vamos mais uma vez. - ela disse voltando a sua posição e eu repeti o procedimento... ...mais tarde... Eu e Alicia estávamos saindo e rindo juntas. - se quiser ir lá em casa eu posso te ensinar uns passos novos. - eu ia adorar se não for atrapalhar. - ah não vai. - percebi que Alicia olhou  pra trás de mim e fechou o sorriso, quando me virei era KM. - vamo Karen? - sim, até amanhã Alicia. - ela sorriu de lado. - até. - me retirei com KM. ...Alicia narrando... O que será que aquele cara arrogante era dela? Namorado? Meu Deus, ela não merecia ter um cara i****a e  grosso daquele na vida, Karen parecia ser tão doce. Quero muito ajudá-la, consigo ver que ela será diferente de todas as amizades que já tive, mesmo que fôssemos nos ver apenas na academia. Assim que cheguei em casa, percebi uma movimentação por tudo, empregados andavam pra lá e pra cá, uns com bandejas, outros com pratos e taças, me senti totalmente perdida...encontrei com Mônica: - o que ta havendo? - seu pai irá dar um baile esta noite. - eu ri. - meu pai? Ele jamais moveria um músculo pra dar um baile Mônica.  - pois parece que ele mudou da água pro vinho...essas foram as ordens... - e qual o motivo? - não sabemos, mas se não fosse importante, seu pai não faria...entao suba rapidamente e vá se arrumar e ficar linda. - ela disse me empurrando escada a cima. Eu estava completamente sem rumo, meu pai damdo uma festa? No meio da semana? Eu creio que seria um assunto muito importante para esse caso raro acontecer. Ele odiava festas e Monica conta que ele só ia pq minha mãe adorava, certamente ele lembraria dela, então pq estaria fazendo? Tem algo estranho no meio disso...porem resolvi não , se ele faria aquilo é pq deve ser algo muito importante. Entrei na minha hidromassagem pronta já e fiquei um bom tempo lá, saí e fui me arrumar:          Me olhei no espelho depois de pronta, soltei um sorriso torto pra mim mesma acompanhado de um longo suspiro, ergui a calda do vestido e saí no quarto, todos ja estavam lá e eu parecia estar atrasada. Desci degrau por degrau, corada por ter atraído todos os olhares possíveis, lá embaixo encontrei com meu pai que sorriu orgulhoso e segurou minha mão.  - está deslumbrante Alicia. - sorri. - obrigada pai. - estava com saudades. - ele depositou um beijo na minha testa. - agora não falta mais nada...quero que conheça uma pessoa. - sorri. - quem? Alguém especial? - muito, tenho certeza que vai gostar. - ele me conduziu até a área da casa que estava tão iluminada que eu quase não reconheci. Lá estava uma mulher de costas dentro de um longo vestido vermelho... - Alicia, quero que conheça Fernanda, minha noiva. - ele disse e a mulher se virou, era loira dos olhos claros e muito bonita, mas em vez de eu ficar  feliz, meu sorriso se desfez automaticamente e olhei pro meu pai sem entender. - noiva? - seu pai fala muito de vc. - ela disse sorrindo forçado.  - eu sei que eu deveria ter tido essa conversa com vc antes, mas é um momento especial. - e a minha mãe?- perguntei sem perceber e ele me olhou como quem reprovasse a pergunta.  - eu jamais roubaria o lugar da sua mãe. - ela disse me olhando - nem se quisesse conseguiria. - Alicia. - meu pai repreendeu-me. - com licença. - eu disse me retirando de lá completamente sem saber pra onde ir...entrei no escritório do meu pai, pois foi a primeira porta que vi. Me debulhei em lágrimas, como ele foi capaz de destruir a única memória que tínhamos dela? Da minha mãe? A porta se abriu e ele apareceu lá: - Alicia que modos são esses? Você está chorando?- ele se aproximou.  - não pode se casar pai. - filha, eu amei sua mãe de uma forma que jamais amarei outra mulher, mas estou fazendo isso por vc...vc precisa de uma figura feminina na casa e Leticia é uma ótima pessoa...confesso que gosto dela. - eu não preciso disso, eu não aceito que ela esteja do seu lado ocupando o lugar da MINHA mãe... - Alicia, não falaremos mais disso...o casamento foi marcado e você estará lá. - ele disse saindo...sentei no sofá chorando e a primeira pessoa que veio a minha mente pra pedir socorro foi Karen...eu não entendi muito bem, mas peguei o celular e liguei atrás dela. Ligação on: - Alicia? - Karen, tem como a gente se encontrar?- eu disse tentando disfarçar a voz embargada sem sucesso.  - vc ta chorando? Ta tudo bem? - não ta tudo bem. - Ali, vem pro morro do Alemão e te encontro lá embaixo. - Alemão? - a garota do teste...lembra? - era esse teste? - se incomoda? - claro que não...chego em poucos minutos. Ligação off Limpei as lágrimas, subi para o quarto, troquei rapidamente de roupa e saí pela porta da cozinha, Cristóvão me levou depois de muito eu implorar pra ele e ele disse que me esperaria lá no pé do morro, então concordei.
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