...sabado...
Acordei com meu celular vibrando do lado da cama, era um número estranho, mas mesmo assim atendi.
Ligação on:
- Alo?
- Oi Ali, é a Karen.
- que número é esse?
- do KM, preciso falar com vc urgente. - ela dizia com uma voz trêmula e baixa.
- claro, onde vc está?
- em casa...se puder vir rápido eu agradeceria.
- ta, ja chego.
Ligação off
É claro que eu iria, quando eu precisei Karen estava lá e eu quero estar perto dela da mesma forma. Me arrumei depressa e quando estava descendo meu pai abriu a porta e entrou com Leticia pendurada nele:
- Olá querida. - ela disse vindo na minha direção e me dando um abraço espremido, não tive nenhuma expressão.
- oi
- filha, vamos almoçar com a gente?- meu pai disse...seria uma oportunidade de eu estar mais perto dele, mas eu preferia que fosse apenas nós dois.
- não vai dar, combinei com uma amiga, mas fica pra próxima. - eu disse saindo em disparada antes que ele me enchesse de perguntas.
Assim que cheguei no Alemão fui passar e um cara armado entrou na minha frente.
- onde a bonitinha ta indo?
- eu vim ver uma amiga.
- atah, pode ir vazando, não temos autorização pra deixar passar.
- como? Nao podem me proibir.
- aí patricinha, ou tu vaza por bem ou por m*l. - ele disse segurando no meu braço até eu ouvir uma voz atrás de nós
- deixa a mina passar. - quando olhei era KM.
- tu conhece?
- vai discutir comigo mermo?
- passa logo. - ele disse me empurrando e eu bufei e fui na direção de KM.
- oq esse brutamonte acha que é pra me encostar?
- para de arrumar confusão patricinha, o que tu ta querendo aqui?
- a Karen me chamou...
- chamou? Pq?
- não sei, to indo ver agora. - eu disse subindo na frente dele e percebi que ele vinha atrás.
Bati na porta, mas o próprio KM abriu...Karen desceu as escadas chorando e quando viu KM virou de costas rapidamente.
- o que ta pegando?- ele perguntou e eu subi até ela.
- pq vc ta chorando Karen?
- pede pro KM sair. - ela disse baixo e eu olhei pra ele.
- pode deixar a gente sozinha por favor?- eu disse e ele rii debochado.
- nunca, fala logo Karen...
- KM eu quero falar com a Alicia...so ela...sai por favor.
- de boa. - ele saiu batendo a porta e eu suspirei, ela me puxou e subimos até seu quarto.
- o que aconteceu?
- meu pai...ele chegou em casa bêbado como sempre...e me bateu, acabou quebrando meu celular junto. - seu rosto realmente estava vermelho talvez pelos tapas ardidos.
- Karen, vc ptecisa denunciar.
- que? Nao, precisa me prometer que nao vai dizer nada a ninguem fora do morro alicia...ele é o dono daqui.
- dono do morro?
- sim. Se o KM souber ele vai m***r nosso pai, eu não quero ficar com isso dentro de mim Alicia.- eu suspirei sem saber o que dizer e a abracei forte. Ela retribuiu.
- conta pro KM, só ele pode te proteger aqui Karen...como acha q vou pra casa e saber que vc ta aqui sozinha?
- o KM não vai nem terminar de ouvir a história Ali.
- eu ajudo vc...mas eu preciso saber que vc estará segura, por favor. - eu disse preocupada e ela suspirou e assentiu.
- ta...vc ta certa...
...KM narrando...
Eu estava puto com a Karen por ter preferido contar algo pra uma garota que ela nunca viu do que pra mim, então eu fui pra boca esfriar a cabeça e é claro que o fdp do Júlio tava lá com as perna pra cima sem fazer nada como sempre.
- ta nervosinho pq?- ele disse debochando.
- não me estressa...hoje não...- ele riu e Vinicius, um dos vapor entrou ali com a fuzil nas costas.
- KM, tua irmã ta chamando lá no teu barraco...
- quem mandou a real?
- os leke da segurança.
- de boa. - peguei minha arma e rapei pro meu barraco.
Cheguei lá e Karen tava com o rosto vermelho, ser por ter chorado...respirei fundo e me aproximei dela.
- o que ta pegando?- perguntei calmo e ela abaixou o olhar.
- antes me promete que não vai fazer nada. - eu ri nervoso.
- não vou prometer bagulho nenhum Karen, para de enrolar. - ela olhou pra patricinha que tava do seu lado, a mesma assentiu incentivando a contar.
- o Julio. - ela disse baixo ja com a voz embargada e minha expressão ja começou a mudar.
- o que aquele arrombado fez? DIZ p***a.
- Gritar não cai resolver nada.- Alicia disse e eu bufei.
- quem vai agilizar essa p***a logo?
- ele chegou bêbado hoje de manhã...e...me bateu...quebrou meu celular...- ela dizia entre pausas e parecia estar com muita vergonha...so ai eu percebi que no seu rosto nao era so vermelho que tinha, tinha arranhões também...dei um murro na mesinha de centro a fazendo quebrar em mil pedaços.
- é hoje que eu pego esse morro e coloco esse fdp embaixo da terra.
- não KM, por favor eu nao vou suportar viver com isso.
- prefere viver apanhando daquele velho ou com a consciencia boa de que ele morreu?
- ele nao deixa de ser nosso pai.
- olha. - eu disse segurando o rosto dela nas duas mãos a fazendo me olhar.- agora nao importa mais se vc vai me perdoar ou não por isso, ele te tocou e eu não vou deixar isso se repetir e piorar cada vez mais...eu prometi que ia te proteger, nem que pra isso eu tenha que usar minha fuzil quantas vezes forem precisas. - ela me olhava atenta com os olhos cheios de lágrimas, dei um beijo na sua testa, olhei pra Alicia e assenti em forma de agradecimento por ela estar lá e saí de casa como um furacão.
Entrei na sala que tinha na boca, onde o velho ficava o dia todo se drogando e bebendo. Quase arrebentei a porta e apontei a arma pra ele.
- tu encostou na Karen é fdp?
- a menininha indefesa ja foi chorar pro irmão vacilão?- a cada palavra que ele cuspia eu sentia mais nojo e mais raiva...
- eu vou arrebentar tua cabeça na bala hoje, mas antes eu quero saber pq tu e a Patricia odeiam tanto a gente. - ele riu.
- talvez pq não somos seus pais, nunca pensou nisso?
- que?- eu disse mais baixo.
- isso aí, a Patricia qiando ainda era gente queria filho, mas nao podia ter...ai uns vapor fizeram uns lance ai e conseguiram dois bebê pra gente.
A cada segundo algo dentro de mim piorava, eu e Karen não éramos irmãos de verdade.
- O QIE TU FEZ PALHAÇO? FALA p***a. - Eu disse socando a mesa e ela bufou.
- roubamos as crianças...
- SE NÃO SABIAM O QUE ERA TER FILHO PQ TIRARAM A GENTE DOS PAIS?- Eu dizia com muita raiva.
- vai dizer que se importa com isso? Eu fiz um favor pra vcs, ou estariam na zona sul agora.
- tu não passa de um merda...mas eu ja esperava esse serviço sujo de vc...mas na minha irmã tu não vai encostar mais.
- e oq pretende fazer? Me m***r? Mata, a gente se encontra no inferno Thiago. Tu é tão r**m quanto eu.
Eu apontava a arma pra ele, mas a voz de Karen me fazendo prometer que eu não faria isso vinha na minha mente como um flash. Então eu percebi que não conseguiria meter um tiro no cara que me criou, embora ele fosse um crápula fdp. Abaixei a arma e pensei rapidamente no barraco que eu tinha descolado pra mim e pra Karen, ia ta pronto só semana que vem, mas hoje mesmo vamos pra lá. É bom que tenha movimento de construção pra Karen não ficar sozinha.
- Eu sabia que tu era um frouxo. - Júlio disse...eu ri e acertei um tiro na sua perna pra não dizer que não fiz nada e ele gemeu de dor.
- a morte é muito fácil pra tu.