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1419 Words
Gabrielli Esse quarto me traz tantas lembranças, tudo está do jeito que deixei quando me mudei para minha casa, senhora Margarida deixou da mesma forma de quando fui embora como se soubesse que um dia iria voltar. As crianças ficaram em um quarto separado do nosso ainda assim estão perto caso estranhem a nova casa. Marcele se sentou em minha cama sorrindo como se estivesse lembrando também do que passamos. — Esse lugar tem tantas memórias, aqui não mudou nada, depois de cinco anos tudo parece o mesmo. — Verdade! Não sei como Margarida deixou tudo da mesma forma, ela realmente é muito zelosa. Gregório veio conversar comigo antes de ir buscar as crianças, ele me pediu perdão, disse que está em processo de tratamento. Já estávamos prontas para dormir sem os vestidos luxuosos e maquiagens de festa, as crianças já estavam dormindo, eles estavam tão cansados e emocionados pelo novo e diferente, ficaram alegres com a avó e as demais pessoas, Amália como sempre virou o centro das atenções, sorrindo e sendo gentil com todos. — Pareceu sincero? — Sim. Não tentou avançar o sinal como também não falou nada para me ofender, ele foi educado e tranquilo. Mas eu não confio, por mais sincero que ele pareça ser, pediu para que leve Rute para conviver com ele na clínica que está internado. Disse que não era uma boa ideia, Gregório ficou triste, porém não insistiu. Apesar do que fez comigo, não desejo seu m*l, quero que encontre paz e se recupere logo. Minha irmã vai acompanhar as responsabilidades de Gregório que ficaram abandonadas já que Tina não tinha interesse nenhum de cuidar dessa parte, visto que não era algo ligado a Hugo diretamente e sim ao seu irmão mais novo. Gregório, como também Hugo, não sabem o porquê de estarmos aqui, e pelo que sei o senhor Assis também não contou. — E você e Hugo? — Ele dança bem! Comecei a sorrir ao pensar sobre nós dançando, depois de cinco anos Hugo ainda me causa sensações que pensei não ser mais possível sentir. Quando descobri quem realmente me tornei, não quis sexo com outros homens nem mesmo o político que sempre esteve disponível foi um alvo desejável para mim. Me despedi dele sem sentir absolutamente nada, enquanto ele parecia chateado. Ao fugir de Hugo sem uma despedida senti que faltava algo, que não deveria ter ido sem dizer adeus. — Hugo foi e sempre será um homem importante na minha vida, seja para bem ou para m*l. Não vou negar isso jamais, ele me deu dois filhos, conheci o sexo da pior forma com ele como também soube que o sexo poderia ser bom estando em seus braços. Só que aconteceram tantas situações que nos afastaram, não posso esperar que tudo volte a ser como antes do acidente provocado pelo senhor Rossio, Hugo não me ama, acredito que sinta que tem uma dívida comigo pelo que fez anos atrás por isso quer se aproximar, ainda tem a questão dos nossos filhos. Ele foi maduro e educado, não esperava isso dele. Pensava que poderia ser descontrolado como da última vez ou até criar uma situação constrangedora, tive uma enorme alegria ao perceber que não, ao encostar minha cabeça no seu peito senti seu coração batendo relembrando de como gostava de me deitar perto do seu coração para sentir a emoção de estar com ele depois do sexo. — Só não consigo sentir isso com Gregório. Ele foi meu amigo ou pensei que fosse, não tenho mágoa, só não entendo por que mentiu para mim. Também era tão menina, não entendia que não era uma simples amiga e sim sua esposa e mãe da filha dele. — Sim. Temos que focar no agora, irmã, deixe o passado para trás, amanhã será um novo dia. Não sei como será a reação de Hugo ao saber que terá que se reportar a mim como também a Marcele e Jacó, espero que a maturidade de hoje se estenda para o que vai acontecer amanhã. Hugo O jantar foi excelente apesar da confusão armada por Maurílio, as famílias saíram contentes elogiando da decoração até a comida servida, no final, a equipe contratada por Naná cuidou de tudo deixando a minha casa como antes. Tentei dormir durante a noite, mas os pensamentos me deixaram ansioso, pensei em Gabrielli a noite inteira, quando finalmente consegui pegar no sono, sonhei com ela, para variar por conta da abstinência de sexo durante esses últimos anos, sonhei que estava trepando com ela de todos os jeitos possíveis. — Seu pai pediu para avisar que espera vocês para uma reunião às 10h. Gregório ficará aqui até hoje, seu tratamento ainda não acabou, portanto precisa voltar, fui eu que pedi para ficar pois queria atualizá-lo de algumas questões da Organização que ficou longe durante muito tempo. — Vamos terminar de tomar café e já vamos. Naná, poderia preparar um jantar com tudo que Gabrielli gosta para hoje, vou convidá-la junto com os meus filhos para vir essa noite jantar comigo. Naná ficou animada com meu pedido, sei que posso receber um grande não. Vou usar a desculpa, que não é tão desculpa assim, para resolvermos nossas pendências, quero me aproximar dela de maneira tranquila e sem pressão, descobrir se ficará de vez ou irá embora. — Pode deixar, meu filho, vou trazer de volta a menina Gusmão para nossa casa pelo estômago. As crianças estão tão lindas, Davi já é um rapazinho, tão parecido com você quando tinha a idade dele. Não consegui conversar com meus filhos e preferi assim, a primeira impressão foi horrível, preciso criar um ambiente seguro para que eles saibam que podem confiar em mim para ser o pai que precisam. Naná saiu nos deixando sozinhos, Gregório está calado mexendo na porção de ovos mexidos no prato, sei que seus pensamentos estão bem distantes daqui. — Irmão, está tudo bem? — Sim. Estou pensando em Marcele, nada diferente do que aconteceu na minha mente durante esses cinco anos. As bebidas, as drogas e o sexo promíscuo que tive durante esses anos todos não me fizeram esquecer dela e de como acabei com qualquer possibilidade de que possamos ser pelo menos amigos. Pedi a ela para eu ter contato com Rute, como já era de se imaginar, Marcele não aceitou, não confia em mim. Não está errada, sou um viciado de merda posso muito bem fazer algo de r**m para minha filhinha, acho melhor ir para clínica hoje, depois podemos conversar sobre os negócios. — Não. Você vai hoje comigo para sede, Marcele precisa saber que não é mais aquele homem, que está mudando para ser alguém melhor. Se fugir, ela pensará que continua o mesmo de antes. Gregório não pode desistir da vida, Marcele tem seus motivos para não querer aproximação e não vou julgá-la, meu irmão precisa lutar por ele e por minha sobrinha, sendo um homem recuperado poderá ser um pai. — Você tem razão. Vou com você, preciso retomar minha vida por mim e pela minha filha, entendi que perdi Marcele para sempre. Terminamos de tomar café e depois nos preparamos para ir até a empresa, durante todo o caminho meu irmão ficou pensativo, não gosto de vê-lo assim, portanto resolvo puxar assunto. — Maurílio passou dos limites ontem, não sei o que fazer para colocar juízo na cabeça dele. — Ele só está colhendo o que plantou. Irma foi abusada e ameaçada por nosso primo, o mais justo é que pague por tudo que fez. Mirela além de não ser confiável é uma pedra no sapato dele para toda vida e para mim é o castigo perfeito para ele, de verdade. Penso que seja melhor não se pronunciar com Maurílio sem antes conversar com Gusmão e com Irma. Mesmo estando em uma situação r**m, meu irmão consegue ter uma visão ampla de toda a situação. Não devo apenas ver um lado da história e sim os dois por mais que Maurílio tenha sido fiel e leal durante todos esses anos. — Tem razão. Assim que essa reunião acabar, vou ligar para eles, é de extrema importância para mim, resolver essa questão. Chegamos à sede da Organização alguns minutos depois, como dispensei Tina recentemente estou sem uma assistente, espero que meu pai não se importe e tenha ido direto para a sala de reuniões. Para minha sorte, ele já estava lá acompanhado de Marcele, Gabrielli e Jacó, não sabia bem o motivo da reunião, mas com certeza estou com um bom pressentimento.
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