As línguas dançavam juntas, os lábios chupados numa lentidão torturante, então Jimin apertou a cintura de Yoongi o puxando para seu colo. O mais novo passou as pernas no troco de Jimin e o beijo ficou mais intenso, mais carnal, cheio de desejo. Yoongi puxava o cabelo de Jimin que por sua vez adentrou a camisa do músico tocando sua pele com as unhas.
O Park abaixou a cabeça, beijando sua mandíbula até chegar ao pescoço, depositando selares molhados e chupoes que ficariam marcados depois. Ele se deitou na cama e Yoongi ficou por cima dele, quando mexeu o quadril lentamente roçando sua ereção na de Jimin os dois gemeram e voltaram a se beijar intensamente. A posição foi trocada e dessa vez quem estava em cima era Jimin, que apertava a cintura de Yoongi, passando pela b***a e puxando uma perna para enroscar em seu quadril, movimentando novamente a pelvis fazendo os dois tremerem de excitação.
Estavam tão envolvidos pelo momento que nem lembraram que ainda tinham muito o que conversar, muito o que resolver antes de avançarem esse passo na relação.
Jimin suspirou pesado na boca de Yoongi e então encostou a testa em seu ombro, respirando rápido.
Yoongi sorriu, abraçando seus ombros - Posso dormir aqui hoje? Só dormir. Jimin assentiu - E amanhã nós vamos conversar sobre o que eu vi naquele escritório. - Jimin assentiu se novo.
Eles se separaram, Yoongi foi até a mala e pegou uma muda de roupa, tomou banho e encontrou Jimin já deitado na cama. Ele subiu tímido pelo colchão, passando uma mão na outra e se deitando virado de frente ao Park.
Eles se olharam por alguns segundos então Jimin o puxou para seu peito e Yoongi o abraçou, deitando a cabeça em seu ombro.
E pela primeira vez depois de anos, Jimin dormiu uma noite de sono sem pesadelos, sem sons de buzinas, sem gritos, apenas envolto na paz que Yoongi trazia a ele.
Jimin acordou sentindo um corpo quente envolto ao seu. Ele olhou para baixo e viu os braços branquinhos em volta de sua cintura assim como os cabelos já desbotados bem perto do seu queixo, ele respirou profundamente sentindo cheiro de lavanda que saia dos cabelos do mais novo, então apertou as mãos em seus braços, o abracando. Fazia tempo que não acordava assim, com alguém junto a ele, era completamente diferente do que tinha sido antes, uma experiência completamente nova mas ainda assim muito gratificante.
Ele virou o rosto indo em direção ao barulho que o fez acordar, seu celular vibrava loucamente na mesinha de cabeceira. Jimin tentou ignorar por alguns momentos mas o aparelho não parava de tocar, fazendo ele esticar o braço para pegar o aparelho. Ele arregalou os olhos no mesmo momento vendo que ligava.
- Meu Deus Jimin, não atende o celular não? Eu to aqui embaixo!
Jimin bufou e desligou o celular.
- Tá tudo bem? - Yoongi perguntou, sonolento.
- Tá, só meu irmão que tá aqui....
- Irmão? - Yoongi disse despertando por completo. No tempo que passou ali nunca tinha ouvido falar de nenhum parente de Jimin.
- Sim... - Jimin se sentou na cama - Vamos comer com ele. Você quer conhecer ele?
- Claro! - Yoongi disse animado. Jimin sorriu, tirando o cobertor de cima do corpo e se preparando pra sair da cama quando sentiu a mão de Yoongi puxar levemente seu braço. Ele se virou e o mais novo envolveu sua nuca com a mão e selou seus lábios num beijo curto e rápido. - Bom dia.
- Bom dia. - Jimin respondeu se controlando para não pular em cima do mais novo. - Vou tomar um banho. - disse se levantando.
- Quer companhia? - Jimin arregalou os olhos na porta do banheiro e Yoongi caiu na risada, deitando na cama, então Jimin voltou, subindo em cima dele, prendendo seus braços em cima da cabeça, Yoongi ficou ofegante só pelo ato.
- Da próxima vez não brinque com isso Yoongi, eu posso aceitar. - Ele disse sério, puxando o lábio inferior do mais novo com os dentes e então se afastando outra vez e entrando no banheiro, deixando Yoongi respirando rápido e sorrindo, m*l podia esperar para que a cena se repetisse.
¤
Os dois saíram do quarto juntos, rumo ao escritório de Jimin, aquele que eles sempre ficavam. Ainda eram 7 horas da manhã, nenhum empregado estava na mansão ainda. Yoongi estava sorridente quando entrou na sala, vendo um homem parado olhando pela janela. Ele devia ser pouca coisa mais alto que Jimin, com cabelos negros e terno azul escuro, ele ouviu a movimentação e se virou.
- Até que enfim. - Ele disse bufando e se sentando na cadeira na mesinha - Não tem café nessa casa não?
- Temos chá. - Yoongi disse.
- Quero café. - Yoongi olhou para Jimin com o canto do olho - Qual é, você ainda não bebe café? - O irmão de Jimin riu - Só porque você queria meu café e eu te fiz beber a garrafa inteira e queimou sua língua? Ele não conseguiu falar por quase 3 semanas.
Jimin suspirou - Yoongi, esse é meu irmão, Park JiHyun. JiHyun esse é Min Yoongi.
- Você é o empregado?
Yoongi abriu a boca pra falar mas Jimin o interrompeu - Não, ele é um convidado.
JiHyun semicerrou os olhos - Você é novo, quantos anos tem?
- 23. - Yoongi disse.
- Novinho, já terminou a faculdade?
- Acabei de me formar em música...
- Música? - JiHyun riu. - Você é gay agora Jimin?
- Eu acho que as pessoas não precisam se rotular em uma caixinha, não precisamos viver sobre regras impostas pela sociedade... - Yoongi disse vendo que Jimin tinha congelado no lugar. A risada estranha de JiHyun preencheu o ambiente.
- Ele fala igual a Dahyun! Ate o brilho no olhar dele é igual! Você achou a versão masculina dela! Você toca piano também?
Yoongi paralisou, quem diabos era Dahyun? E porque ele estava sendo comparado a ela?
- Pelo visto toca, eu sempre achei que meu irmãozinho era estranho demais, mas agora se superou. Vamos logo, preciso que você assine esses papéis, tenho que ir pra empresa.
Jimin sentou em frente ao irmão, pegando os papéis e Yoongi saiu lentamente da sala, seu coração batia frenético no peito. Jimin escondia tanta coisa, era impossível acompanhar tudo o que acontecia, ainda mais porque o mais velho sequer compartilhava algo com ele.
Ele se sentia m*l e nem sabia porque, começou a andar pelos corredores da mansão, completamente perdido, até achar a antiga sala de música que ele tinha entrado dias atras.
Reconheceu o piano branco e se sentou nele, tocando algumas teclas com o indicador, tentando ocupar sua cabeça.
Ele nunca foi do tipo que ficasse preocupado sem saber de todos os fatos, sem ouvir todos os lados, sem juntas todas as peças, então tentou de todo jeito afastar a nuvem de confusão que tentava pairar sob sua cabeça.
Ele estava se apaixonado por Jimin. E o problema era que nem conhecia nada dele.
O tempo passou sem ele notar e logo ele já estava tocando melodias de cenas clássicas, ele sentiu quando um corpo se aproximou, também sentiu quando esse mesmo corpo se sentou ao seu lado, e também percebeu quando ele comecou a tocar junto com ele, fazendo um dueto na sinfonia que estava ressoando.
Jimin tocava muito bem, mil vezes melhor que ele, o que fez seu coração apertar mais ainda por ver o talento trancado dentro do mais velho.
- Preparado pra ouvir a minha história? - Jimin sussurrou.
Yoongi se afastou, dessa vez olhando para Jimin - Eu... Eu não aguento mais a confusão que tá na minha cabeça Jimin, não é nem uma questão de querer saber, eu preciso saber.
Jimin assentiu, dando um beijo na testa de Yoongi. - Eu vou contar tudo, desde o começo, todos os detalhes, e então você pode decidir se ainda quer ficar ou ir embora. Eu vou entender qualquer que seja sua decisão.
AVISO
ESSE CAPITULO ABORDA TEMAS COMO DEPRESSÃO E TENTATIVA DE SUICIDIO, SE NAO SE SENTE CONFORTAVEL, NAO LEIA
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Uma dor de cabeça enorme invadiu seu corpo quando abriu os olhos. Seus braços e pernas estavam amarrados, e ele não reconheceu o lugar no qual acordou.
Tentou se movimentar mas seu corpo estava fixado na cama, o que diabos estava acontecendo? Ele olhou ao redor, o quarto braço, com alguns aparelhos, a cama onde estava deitado e um criado mudo, sem mais nada. Era agonizante o quão vazio ele era.
- Senhor Park, como está se sentindo? - Ele ouviu a voz de um homem falar entrando no quarto.
- Onde eu estou? - Ele disse com a voz rouca ouvindo uma curta risada.
- Todo dia você me pergunta isso - Está numa clínica de reabilitação, você tentou tirar sua vida algumas vezes nesses últimos meses, estamos tratando você.
E como se num click tudo voltou, e Jimin começou a se debater na cama e gritar alto, as lágrimas escorrendo por seus olhos, e então sentiu uma picada em seu braço e se acalmou.
- Jimin, você precisa nos ajudar. - O médico suspirou - Mas se anime, você tem visita hoje.
Jimin respirava rápido, tentando mexer as mãos e os braços, mas não conseguia.
- É realmente necessário ele ficar amarrado assim? - uma voz conhecida inundou o lugar e Jimin se desesperou.
- É sim, ele tenta se machucar com qualquer coisa, enquanto não controlarmos isso ele continua assim. Voltou daqui a meia hora.
Jimin respirava alto até sentir uma mão envolver a sua - Senhor Min, me ajude.
- Eu estou aqui senhor.
- Eu não quero mais viver, não quero continuar, não tem mais sentido pra mim.
O Senhor Min derramou algumas lágrimas - Eu entendo senhor Park, mas eu também acredito que há um motivo para o senhor ter sobrevivido, e ela não ia gostar de ver o senhor desse jeito, meu coração está doendo de te ver assim.
Ele apertou a mão do senhor Min com mais força - Me ajude senhor Min, dói demais, eu não aguento...
¤
Andando de mãos dadas com Jimin pelos corredores da mansão de volta ao quarto do mais velho Yoongi não sabia dizer exatamente o que estava sentindo. Era uma mistura de medo e alívio que revirava seu estômago a ponto de quase querer jogar tudo pra fora.
A mão que entrelaçada a sua era morna e macia e levava seu corpo A sentir todos os tipos de arrepios possíveis. Ele o olhou de esguelha, observando seus traços duros, o olhar comprenetante, a madinbula cerrada, a postura reta. Jimin era absurdamente lindo, em níveis angelicais, como se tivesse sido pintando pelos próprios dedos de um ser celestial.
Mas o que parecia ser brilhante por fora era escuro por dentro. Jimin tinha tantos traumas que Yoongi nem conseguia contar. Seu olhar era assustado, confuso e receoso. Ele nunca sabia o que esperar quando fazia algo que as vezes saia da zona de conforto do Park. Yoongi nao sentia medo dele, a princípio, mas quanto mais o tempo ia passando ao seu lado mais ele ficava acuado na presença do mais velho.
A verdade era que Yoongi nunca tinha sentido algo assim, intenso e incerto. Jimin era o seu completo oposto, e ele nem sabia como ou quando o sentimento tinha se instalado em seu coração, mas ele estava apaixonado pelo senhor Park.
Por isso, a cada passo que davam no corredor, Yoongi não sabia dizer qual seria sua reação ao saber dos segredos do homem ao seu lado - homem que tinha roubado seu coração.
Ele avistou a porta do quarto de Jimin, e apesar de não reconhecer ainda a casa por inteiro - nem a conhecia por inteiro na realidade - aquela porta em particular ele nunca conseguiria esquecer. Mas para sua confusão, não foi ali que Jimin parou, e sim já porta da frente. Ele soltou a mão de Yoongi e enfiou a mão no bolso pegando uma chave pequena, e depois de um longo suspiro, encaixou a chave e virou.
Empurrou a porta de leve e então se afastou para Yoongi entrar.
O mais novo olhou confuso para o locar e para Jimin, que apenas assentiu, o encorajando a entrar no cômodo, e logo que entrou seu coração parou.
Era um quarto de criança. Yoongi entrou olhando tudo, seu coração voltando a bater no peito, dessa vez acelerado, um berço num canto, uma cama pequena em outro, tudo com uma decoração delicada. Em cima de uma cômoda a mesma foto que ele viu no escritório do dia anterior. Yoongi pegou o porta retrato o olhando e depois olhou para Jimin, parado na porta.
- Minha esposa, meu filho mais velho e o que estava na barriga. Ela começou a ter contrações e estávamos indo para o hospital. E então eu matei eles.
O peito de Yoongi subia e descia - Jimin...
- Eu matei - Jimin disse mordendo os lábios - Eu não vi o sinal vermelho e um caminhão nos acertou, o lado onde eles estavam sentados... eu... - Jimin suspirou e saiu da porta do quarto indo até o seu.
Yoongi deu uma última olhada no porta retrato, eles eram uma família linda, ele nem imaginava o que Jimin estava sentindo. Seus olhos se encheram de lágrimas e ele cruzou o corredor entrando no quarto. Jimin estava sentando na cama, os cotovelos apoiados nos joelhos, a cabeça baixa, os ombros chacoalhando fraquinho.
- Eu sempre fui assim, apagado - Ele disse com a voz embargada - Ela era minha luz, e nossos filhos... me faziam continuar a cada dia, e eu perdi tudo, e foi tudo minha culpa.
Yoongi atravessou o quarto ajoelhado no meio das pernas de Jimin, pegando seu rosto com as mãos e afastando seus cabelos do rosto que agora estava vermelho - Eu tenho certeza que Nao foi sua culpa Jimin, você próprio disse que não viu o sinal...
- Mas eu atendi a merda do telefone! A merda do meu pai! Se eu tivesse deixado ele tocando, ela estaria aqui agora e os meus filhos....
- Jimin...
- O Jonghyun era tão esperto - Ele sorriu em meio ao choro - e sorridente, como a mãe, nunca tive chance de ver o rosto da menina, eu não - o choro tinha ficado mais intenso e Yoongi o puxou, eles caíram no chão, e Jimi chorava no colo de Yoongi como uma criança desesperada.
Depois de algum tempo assim, Jimin se acalmou em seus braços, vingando baixinho e derramando lágrimas silenciosas, seus braços caíram e Yoongi pegou uma mão, fazendo carinho de leve, indo até o pulso, onde sentiu a pele elevada. Ele olhou pra baixo para encontrar várias cicatrizes de vários cortes. Seu sangue gelou e ele abraçou Jimin mais apertado, sem saber o que dizer.
A situação era complexa demais, triste demais, dolorosa. Yoongi sentia como se algo tivesse sido arrancado dele, e ele sabia que Jimin nem tinha lhe contado tudo.
A relação com o pai, que Yoongi ainda não sabia se estava vivo ou não, o casamento com uma mulher, os traumas que o irmão lhe causou e porque, ainda eram incógnitas a Yoongi, e ele sentia seu mundo escurecer só de começar a entrar no mundo de Jimin.
Será que ele estava preparado pra isso? Pra se envolver numa história sem garantia nenhuma de que sairia bem? Jimin ainda não estava curado de tudo, e se só estivesse usando Yoongi como valvula de escape para conseguir sobreviver? E se Jimin não sentisse nada por ele, e nem nunca viesse a sentir? Ele estaria disposto a viver um amor unilateral só pelo bem dessa pessoa?
Yoongi não conseguia se ver abandonando o senhor Park. Mas eles ainda tinham um longo caminho pela frente. Talvez ali não fosse o melhor momento para trazer isso à tona. Era egoísmo de Yoongi pensar em algo assim enquanto Jimin ainda chorava pela esposa e filhos?
Yoongi estava confuso e se sentia m*l. A sensação de enjoo vindo com força em seu estômago outra vez.
Será que ele era mesmo forte o suficiente para não se deixar escurecer pela vida de Jimin? Será que ele era reluzente o suficiente para fazer Jimin ter luz de novo?
Com o passar dos dias Yoongi foi ficando cada dia mais dentro da mansão Park. Todos os dias Jimin o levava para conhecer uma parte da imensa casa. Ficou sabendo que anos atrás a casa funcionava como um Conservatório musical.
Dahyun cantava, e dava aulas de canto e voz, Jimin, um pianista exímio, dava aulas e participava de orquestras. Era muito requisitado e famoso, coisa que Yoongi descobriu quando finalmente teve coragem de jogar o nome dele no Google.
Imagens do acidente pularam na tela, o que fez Yoongi parar se respirar na noite em que só a luz do notebook iluminava seu quarto. O carro completamente destruído, Dahyun, o bebê, e o filho deles, Jonghyun, morreram na hora. Jimin foi levado ao hospital apenas com o braço direito machucado, e alguns pedaços de vidro no corpo, um corte leve na testa. E só. O impacto tinha sido todo no outro lado do carro.
Pelas matérias que se seguiam, Jimin tinha parado no hospital 4 vezes por tentativa de suicídio nos seis meses que se seguiram, depois da quarta tentativa foi internado em uma clínica. Lá, ele tentava se mutilar de todas as formas. Pelo que ele viu na matéria, Jimin ficou por lá mais seis meses antes de ter alta.
O pai de Jimin tinha morrido dois anos atrás, de um ataque cardíaco, deixando tudo para ele e seu irmão. Como Jimin ficou recluso, quem assumiu foi o mais velho dos Park, mas quem tinha a decisão final era sempre Jimin, pois a mãe também deixou a parte dela a ele, fazendo com que ele se tornasse o acionista majoritário.
Eles tinham um dos estúdios de gravação mais famosos da Ásia, responsável pelos lançamentos dos mais diversos ídols, vindo até pessoas da América querendo gravar ou arrumar algum emprego lá dentro para tentar crescer.
- Foi muito triste - O sr Min disse em uma noite que eles conversavam na casa de Yoongi, foi uma das poucas noites que ficou com o pai, já que passava o resto dos dias na mansão. - Quando fui buscar ele na clínica ele estava couro e osso, irreconhecível. Cheio de marcas na pele e também no coracao. Seu olhar tinha perdido completamente o brilho e a vontade de viver. Eu fiquei angustiado com a cena. Então ele voltou e se trancou no quarto. Fechou o Conservatório, me deu liberdade para contratar uma equipe pra me ajudar, mas todos deviam manter sigilo sobre sua vida. Os jornalistas ainda estavam doidos com a historia. Por muitas vezes eu o ouvia gritar e chorar. Lembra que eu passei uns meses morando lá pra cuidar dele a noite? - Yoongi assentiu enquanto o senhor Min tomava um gole do chá que estava na xícara em sua mão, sentados um de frente ao outro nas poltronas da sala - Eu tinha tanto medo de deixá-lo sozinho e ele fazer algo que levava meu travesseiro e uma coberta para a porta do quarto dele e qualquer barulho suspeito e ja interferia.
- Pai...
- Pois é meu filho... já peguei ele tentando... hnnm....
Yoongi sentiu seu coração disparar - Pode falar - Ele disse baixinho.
- Com uma corda, no banheiro. Se eu tivesse chegado 2 segundos depois.... - O sr Min suspirou - Ele é como um filho pra mim, tive ate que forçar comida e agua a ele lor um tempo. Eu entendo a dor dele e o porquê dele querer ir, mas eu também acredito que já um motivo por ele ter ficado.
Yoongi assentiu, imerso em pensamentos. - Pai?
- Hm... - O senhor disse concentrado na xícara a sua mão.
- O senhor me acha parecido com ela? - disse exitante.
O Sr Min sorriu - Dahyun era cheia de vida, emanava luz por onde passava, não tinha ninguém que não era contagiado pela sua positividade e sim, talvez nessa questão vocês sejam sim muito parecidos, mas você tem se mostrado cada dia mais apagado nesse último mês meu filho, tem algo que queria me contar?
Yoongi se calou. A verdade era que quanto mais ele chegava perto de Jimin, mais ele se via envolto nos traumas dele. Ele não estava sendo forte o suficiente pra influenciar, estava sendo influenciado. Ele abriu a boca pra falar quando seu celular apitou. - Hmmm - Ele disse vendo a mensagem - Eu preciso ir.
- Filho - Ele disse segurando o braço de Yoongi quando ele se levantou para sair - Não deixe a escuridão tomar conta do seu coração. Seja luz.
Yoongi assentiu, então pegou suas coisas e saiu.
¤
Eles estavam se beijando dentro do quarto de Jimin. Era algo que faziam com frequência no último mês, saboreando os lábios e língua um do outro e Yoongi sabia que nunca mais ia sentir um beijo como aquele, que o tirasse da órbita e o fizesse flutuar.
Black do Pearl Jam tocava ao fundo fazendo a letra da música se encaixar no momento.
Todos os cinco horizontes
Girando ao redor de sua alma
Como a terra ao redor do Sol
Agora o ar que provei e respirei
Se tornou diferente
Yoongi sentiu quando as mãos de Jimin o apertaram com mais força, ou quando seu corpo em cima do seu deitado na cama começou a fazer movimentos friccionando seus membros despertos. Eles já tinham feito isso antes, mas naquele momento parecia mais intenso. Yoongi usava apenas uma camiseta fina e sua boxer, já Jimin só tinha a boxer no corpo, e o atrito ficava cada vez mais forte, fazer Yoongise arquear e gemer.
- Eu quero... Eu quero você - Jimin sussurrou aumentando a fricção.
Yoongi nem pensou em nada, apenas levou suas mãos até a boxer de Jimin, a puxando pra baixo e segurando suas n*****s branquinhas. Ele percebeu que o mais velho estava desesperado e depois de Yoongi o tocar ele ficou mais ainda.
Jimin levou as mãos até a boxer de Yoongi também a tirando e a fricção m****o com m****o, agora sem o tecido entre eles ficou ainda mais prazerosa.
- Yoongi... - Jimin gemeu quando a mão de Yoongi pegou os membros, masturbando-os juntos. Jimin estocava a mão do Min com vontade, fechando os olhos com força, sentindo o prazer inundar suas veias.
Então Yoongi parou, tirou as mãos e abriu as pernas e Jimin se encaixou entre elas, a glande pressionando sua entrada.
- Tem certeza? - Jimin perguntou, a voz louca de t***o acumulado.
Yoongi não tinha, fazia algum tempo desde sua última relação, mas queria confortar Jimin de alguma forma, queria ser seu prazer nem que fosse alguns minutos, então ele assentiu e Jimin forçou sua entrada.
- Espera espera espera - Ele disse quando frio - Tem lubrificante na minha mochila.
Jimin se levantou e foi até a mochila, achando o frasquinho e se ajoelhando entre suas pernas novamente, passando o líquido em sua entrada e no próprio m****o. E então entrou lentamente em Yoongi.
O mais novo fechou os olhos, a sensação desconfortável, completamente nova o queimava por dentro e por fora, mas quando abriu os olhos e viu a feição de prazer no rosto de Jimin ele relaxou.
Os movimentos começaram e logo os dois já gemiam descontrolados, Jimin se abaixou e Yoongi abraçou seus ombros, sentindo seu corpo ser invadido, sentindo o prazer se acumular, pedindo aos seus que aquele pequeno momento de felicidade durasse pra sempre.
Porque Yoongi sabia que nunca mais se sentiria daquele jeito com ninguém. Ele era de Jimin, completamente.
Mas ali, naquele momento com os corpos grudados, se movimentando gritos ecoando pela mansão, Jimin indo forte e desesperado, mesmo após o orgasmo dos dois, quando se deitaram um do lado do outro e Jimin ficou quieto, Yoongi compreendeu.
Um desespero bateu em seu peito, ele não era mais o mesmo. Ele nem sabia mais quem era.
Era incrível como sua vida tinha mudado tanto em apenas dois meses.
Assim como ele tinha permitido que o amor entrasse em seu coração, a escuridão entrou junto.
Ele não estava envolvido só com Jimin, mas também com sua vida n***a. E não tinha forças nenhuma para ser luz naquele momento.
E agora minhas mãos amargas
Todas banhadas em preto
Tatuando tudo
Todo o amor tornou-se mal
Transformou meu mundo em escuridão
Tatuou tudo que vejo
Tudo o que sou
Tudo o que serei, sim
Jimin estava tocando piano. ELE tocava avidamente, suor escorrendo de suas têmporas, as mãos batendo as teclas, poder emanando de suas ações. Ele parecia vivo. Único. Estonteante. Yoongi se via apaixonado cada dia mais por ele e pelos momentos que passavam juntos.
Estava praticamente morando na mansão Park, desde o dia em que finalmente transaram. Yoongi acabou descobrindo que tinha sido a primeira vez de Jimin com um homem, e precisou ensina-lo a fazer algumas coisas. Coisas que foram muito prazerosas, por assim dizer. Jimin se entregava completamente ao momento, e claro, tirava todo o atraso, afinal, eram 5 anos sem nenhum contato íntimo com alguém.
Yoongi acabou ficando dia após dia, suas roupas já se acumulavam no guarda roupa de Jimin, assim como seus utensílios pessoais.
Mas aos poucos coisas suas foram ficando pra trás. Como o violão esquecido no quarto dele na casa do senhor Min. O café que religiosamente tomava toda manhã. A vontade de arrumar um emprego em sua área, a área que amava e ansiava trabalhar.
Nem tocava piano mais. Quando Jimin o chamava para fazer um dueto ele apenas negava com a cabeça dizendo que estava amando ve-lo tocar.
E assim se passaram dois meses.
Yoongi emagreceu. Vivia com olheiras profundas das noites que passava em claro abraçando Jimin forte com medo dele desaparecer. Envelheceu 50 anos e dois meses.
O sr Min e Rose sempre tentavam anima-lo, contando histórias e brincando com ele na cozinha, fazendo piadas e falando sobre o futuro. Mas ele m*l respondia e ficava procurando Jimin com os olhos, e quando ele chegava seu mundo gostava em torno dele. Era como se Jimin fosse seu sol, e ele a terra orbitando em volta dele.
Não era saudável. Nem um pouco.
- Yoongi? Caramba, eu to falando pro nada? - Hoseok disse para o amigo, estalando os dedos em frente ao seu rosto numa tentativa de chamar sua atenção. Estavam sentados em umas cadeiras no jardim.
- Oi Hobi, to te escutando sim.
- Então o que eu disse?
- Você tava falando sobre Nova York...
Hoseok riu - Isso eu já parei de falar faz tempo, estava falando sobre você agora.
- Sobre mim?
- Yoongi - Hoseok se aproximou - O que tá acontecendo?
- Do que você tá falando?
- Yoongi, onde você tá? Você sumiu!
Yoongi deu uma risada sarcástica - Eu to bem aqui Hobi, que ideia.
- Nao Tô falando do seu físico, to falando do seu psicológico.
- Hobi...
- É sério Yoongi, você saiu correndo da viagem apenas uma semana de quando a gente chegou. Uma semana. A viagem que planejamos por 4 anos. Você não me respondeu esses três meses, eu tive que entrar em contato com seu pai e quase invadir essa mansão pra falar com você.
- Eu... estive ocupado...
- Namorando? Cara, eu entendo, mas você nem parece o mesmo, o que esse cara tá fazendo com você?
- Ele não tá fazendo nada! - Yoongi se levantou - Ele é o amor da minha vida e eu vou salva-lo! Eu vou!
Hoseok o olhava assutado até que os ombros de Yoongi começaram a tremer, e então ele caiu ajoelhado no chão. O amigo logo o acompanhou, abraçando seus ombros, enquanto Yoongi chorava copiosamente.
- Eu não sei o que ele sente p-por mim... se eu sou a c-copia da ex mulher, se só sou um e-escape, eu não sei de nada...
- Calma Yoon... calma... - Hoseok tentava o consolar.
Da janela do escritório Jimin observava a cena, finalmente tudo fazendo sentido. Tinha vivido na escuridão tempo demais, se culpando, se martirizando. E tinha puxado Yoongi. O garoto tão cheio de vida que agora estava envolto pela sua sombra n***a.
Jimin não podia perder o amor outra vez. Ele não ia aguentar.
Então juntou o pouco de determinação que ainda tinha e tomou uma decisão.