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4605 Words
Yoongi respirou fundo diante daquelas palavras... Não porque achava que eram completamente loucas - o que eram, por um lado. Mas porque queria dizer sim. Queria desesperadamente dizer sim. Queria beijar aqueles lábios grossos que sonhou por anos, passar a mão por aqueles cabelos sedosos, sentir a maciez de sua pele, o gosto do seu pescoço, tirar toda sua roupa e dar todo prazer que poderia dar. Fazer daquela noite inesquecivel. Fazer daquela noite... única. Ah ele queria, queria poder dizer sim, queria dar mais alguns passos e pegar em suas mãos, os dois invisiveis naquela floresta, com a luz da lua neles... ia ser tão intenso, tão unico. Yoongi ia viver seu amor de infância... porque sim, Jimin ficou em seus pensamentos todos os anos que se passaram. Mas ele não podia, não quando seus mundos eram tão diferentes. No dia seguinte Jimin seria rei. E Yoongi... ainda um desertor. Orfão. Sem lugar pra ir ou pra ficar. Jimin iria se casar. Jimin era da monarquia. Jimin era um bruxo poderoso. Ele não podia... não podia marca-lo daquela forma. Não podia tirar sua inocência sem prometer nada em troca. Porque o próprio Yoongi não seria o mesmo se se rendesse a Jimin naquela noite... Jimin precisava se colocar em seu lugar, assim com Yoongi, que não teve escolha, a não ser quebrar o coração do principe enquanto escutava o seu quebrar de volta. - Não posso fazer amor com você se o que eu sinto por você não é amor - ele disse sério mas como se não fosse nada, mesmo que dentro de si uma tempestade se formasse. Uma tempestade de arrependimento porque os olhos de Jimin ficaram pequenos, cheios de dor e rejeição. - Oh... - ele arrumou a capa - Claro... não sei o que eu estava pensando... desculpe propor algo assim eu só... não queria ter essa experiência com um desconhecido. - Eu tambem sou um desconhecido - ele retrucou. - Eu te conheço desde criança. Yoongi riu - Essa é a segunda vez que nos vemos Jimin, não nos conhecemos tanto assim. Jimin suspirou - Eu te acompanhei desde aquele dia. Sempre me esgueirava e escapava do castelo pra ver se te via por ai... acho que criei uma paixão platonica por você, me desculpe... - ele abaixou a cabeça. Yoongi chegou mais perto, pegando seu rosto com as mãos e o fazendo olhar em seus olhos - Amanhã você sera o rei. Não se desculpe por nada. Você tera poder, poder de mudar historias, poder de mudar o reino, e mais importante ainda: poder pra mudar sua vida. Se não quer que ela seja como estão pintando, jogue fora o quadro e pinte outro... mude sua historia, mude a historia de seu povo, mas não se desculpe, você sera Rei,alteza, não se desculpe. - e então colou seus labios aos dele, apenas um selar de três segundos, onde vários sentimentos foram passados. Jimin fechou os olhos aproveitando o momento o maximo que pode, e Yoongi queria ter o poder de reviver momentos importantes, porque não queria esquecer daquele jamais- Agora vá - ele disse baixinho a ele - Vá e mude a historia. Jimin se afastou, secando uma lagrima que caiu de seu olho, pegou com um dedo e então pegou a mão de Yoongi, passando a lágrima brilhosa ate a sua, que a fechou. Uma lembrança. Jimin estava lhe dando uma lembrança. Não disse nada, apenas virou as costas e arrumou a capa, rumando para o castelo. ✨ Jimin estava sentado em seu quarto sendo arrumado. Primeiro seria coroado Rei. Depois seria seu casamento. Estava sendo adornado e perfumado. Suas mãos pintadas com tintas de ouro. Suas vestes de um vermelho vivo. Com colares e brincos dourados. Se olhou no espelho e nao se reconheceu. Mas era assim que seria dali pra frente. Rei. Rei Park Jimin. E, como Yoongi tinha dito, ele mudaria a historia. Assim que a coroação começou com o palácio lotado de suditos, Jimin foi aclamado e aplaudido, e tinha seu primeiro discurso a fazer. Ele sorriu, diante da multidão - Bom dia, meu amados suditos. Venho me preparando para esse momento desde que nasci, e a alegria de vocês me aceitando como novo rei depois de um reinado impecável de meu pai me deixa muito feliz e aliviado - ele suspirou - Venho tentando formar um discurso a dias, mas somente recentemente alguem me disse algo que realmente me fez entender o poder que tenho nas mãos. Não esse - ele disse erguendo a mão e estralando os dedos, formando uma chama de fogo do nada que logo que se apagou com outro estralar - mas sim, o poder de fazer algo diferente... e essa diferença eu chamo de mudança. Eu sou o rei. Rei Park Jimin, e meu reinado sera feito de mudanças. Com o tempo vocês verão que as mudanças serão positivas e tenho certeza que a paz ira começar a reinar em todas as classe, ate as desfavorecidas. Em meu reino, não quero que haja fugitivos, e sim aliados. - ele respirou fundo - Ninguém sera obrigado a fugir, ou se esconder, ou fazer algo que não queira fazer, ou não poder sentir o que quer sentir, e pra provar isso, hoje farei minha primeira mudança: não me casarei. - uma comoção começou na multidão - Quero que saibam que tenho imenso carinho pelo principe Sungwoon, porem não o vejo da forma como um marido deve ver. E não acredito que preciso de um marido para governar. Sungwoon é um amigo querido e continuara sendo. Mas não posso me casar com quem não amo. Espero que entendam. Aproveitem o baquete, sera livre mesmo assim. - ele fez uma curta reverencia e então saiu para dentro dos corredores. - Você ta louco? Cancelar seu casamento assim? Volte la agora e se case, é uma ordem! - Seu pai veio ao seu encontro. Jimin suspirou - Sua ordem de nada vale agora meu pai, eu sou o Rei, e essa foi minha decisão. - disse vendo Sungwoon parado do outro lado do corredor, o olhando assustado - Sungowoon... - disse chegando perto quando o outro principe começou a chorar desesperadamente. - Obrigado alteza, obrigado - disse e Jimin o abraçou, sorrindo. - Você ta livre, e pode contar comigo para o que precisar viu? O que eu disse no discurso não é mentira. Sungwoon assentiu - Estou livre - disse rindo em meio as lagrimas. - Esta - sorriu de volta e saiu dali, andando pelos corredores do castelo, nos locais onde ele sabia que poderia ter um pouco de paz. E era assim que passava seus dias, seu reinado ia crescendo e sendo cada vez mais respeitado. ele conseguiu fazer um acordo com os desertores, conseguiu faze-los ser aliados. Conseguiu distribuir melhor a comida, dar mais trabalhos de acordo com a habilidade de cada um. S'6 prosperava, mas seu coração... Toda noite, Jimin se concentrava na lembrança, aquela curta lembrança daqueles dias em que passou com um garoto invisivel, que mudou sua vida, sua historia, seu reino. Em suas férias ele ia para sua casa de campo, longe de tudo, longe de todos. Lá despia a capa de rei e era apenas Jimin, sentado no sofa em frente a lareira, ate receber um chocolate quente e se aconchegar no peito daquele que amava. - Não é ilusão, não é? - perguntava toda vez que se viam. Perto de Yoongi,Jimin era apenas um homem inseguro, ciumento, apaixonado... Ele sentiu o peito de Yoongi vibrar - Não meu amor, não é... - É tão dificil ficar lá sem você... - Mas eu estou sempre lá... - Mas invisivel... - Jimin fez bico e Yoongi virou sua cabeça pra beija-lo. - Não, não é, eu sou rei, eu posso ficar com quem eu quiser... - disse bravo. Yoongi riu mais uma vez - Por enquanto vamos ficar assim ta bom? Tudo tem seu tempo meu amor, e nós temos um pacto. - Um pacto invisivel. FIM ---- O sr Min é o mordomo do intorspectivo e rabugento Park Jimin. Um dia, por causa de uma gripe, não pode ir ao serviço, instruindo assim seu filho Yoongi a ir cuidar do patrão. O que o Sr Min não sperava era que desse encontro difícil surgisse algo que poderia salvar Jimin. Yoongi terminava de arrumar seus cabelos no espelho da sala enquanto esperava seu pai para levá-lo até o serviço e ir pra faculdade. Eram só os dois. A mãe de Yoongi tinha morrido quando o mesmo tinha 12 anos, e desde então, seu pai, senhor Min Yoonsung trabalhava o dia todo para suprir a falta da amada esposa. Nos últimos 7 anos ele era o mordomo do temível Park Jimin. Yoongi nunca tinha visto a cara do sujeito. Apenas ouvia seu pai comentar as vezes sobre o gosto peculiar do patrão, o quanto ele gostava de manter a casa impecável, mesmo nao havendo visitas, e o quanto se recusava em sair de seu casulo. Yoongi sabia que tinha uma história envolvida, um trauma, um acidente há 5 anos atrás, mas como aquilo não fazia parte da sua vida, ele não se interessava. - Pai, vamos! Vou chegar atrasado pra primeira aula! - Ele gritou ao senhor que saiu da cozinha arrumando a marmita na mochila. - Pronto, estou pronto. - Não vejo a hora de eu começar a ganhar bem pra fazer o senhor parar de trabalhar. - O filho disse enquanto ligava o carro. - Eu só vou deixar o senhor Park quando morrer Yoongi, nem pensei nisso. Yoongi deu uma curta risada - As vezes acho que o senhor ama mais o senhor Park do que a mim. - e ergueu o som do carro, que tocava uma música dos Beatles. Os dois continuaram o caminho em silêncio, o clima estava frio e havia muita neblina, o de sempre na cidadezinha. Quase nunca havia sol. Yoongi nunca sonhou em sair da cidade. Mas sonhava em vender suas músicas e dar uma vida melhor para o pai. Ele sentiu o famoso frio no estômago ao entrar na rua deserta e afastada que dava a enorme mansão do Park. Era assim toda vez, parecia que iam aparecer fantasmas e todo tipo de assombração do meio da floresta. - Bom dia - Yoongi disse ao porteiro, que acenou com a cabeça liberando a entrada dos dois. Ele dirigiu até a entrada da casa, quando seu pai coemcou a tossir fortemente. - Eu falei pro senhor descansar hoje, ele pode sobreviver um dia sem você. - Não, não pode... - O velho disse limpando a boca com um lenço. - O senhor não tem folga nem nos fins de semana pai... - Esse trabalho é a minha vida Yoongi e o senhor Park precisa de mim, agora me deixa, você vai atrasar pra aula. - disse saindo do carro. - Qualquer coisa me liga. - O filho gritou, mas o senhor Min apenas acenou com a mão como um filho adolescente que tem vergonha do pai o deixando na escola. Yoongi franziu a testa e saiu da casa. ¤ Dentro da mansão, Park Jimin andava de um lado pro outro em seu imenso escritório, com uma xícara de café na mão. - Ele já perguntou de você umas três vezes! - Rose, a cozinheira disse ao senhor Min quando ele guardava suas coisas no armário. - Mas eu só estou 5 minutos atrasado. - Ele disse olhando ao relógio. - Você sabe como ele é nos dias de crise, agora vai logo eu termino de guardar isso. O senhor Min saiu arrumando o colete, subindo as imensas escadas até chegar ao escritório do Park, deu duas batidas e entrou. - Bom dia senhor Park. - Você tá atrasado. - disse de costas, olhando a janela. - Me desculpe senhor, tive problemas com minha saúde, não vai se repetir. - Saúde? O que você tem? - Jimin se virou com o olhar preocupado, observando o senhor Min, talvez achando que ele pudesse desfalecer na sua frente. - Só uma gripe, nada de mais. - e como pra confirmar, uma tosse se apoderou dele. Jimin chegou perto o levando até a poltrona perto da lareira. - Vou pedir pra empregada trazer um chá. Fique mais tranquilo hoje. Jimin jogou para a cozinha e o senhor Min tossiu mais uma vez. Jimin era sozinho no mundo e tinha o senhor Min como um pai. Ele estava muito preocupado, sabia que apenas uma gripe em pessoas de idade poderiam acarretar em muitas outras coisas graves. Ele só não imagina era que essa gripe poderia trazer uma das melhores coisas que poderiam acontecer na sua vida. Os empregados estavam todos na cozinha, com excessão do senhor Min e de Rose, que estavam do lado de fora do escritório de Jimin. De dentro saia o som de uma orquestra e o Park berrava a plenos pulmões a letra da música em italiano. Jimin era fluente em italiano. A música alta preenchia a mansão, fazendo os empregados se esconderem na cozinha, lugar onde o senhor Park nunca pisava. Uma tosse forte apoderou do senhor Min que estava escorado na parede de fora da sala de onde provinha o som. - O senhor precisa descansar - Rose disse meio gritando para que o senhor Min a ouvisse - uma gripe na sua idade não é brincadeira. - Eu sei Rose, mas se eu descansasse quem cuidaria dele? Você sabe, quando começa assim demora pelo menos uns três dias pra passar... - Eu sei, mas se acontecer algo com o senhor como acha que Ele vai se sentir, ainda mais como ele se acha culpado pelo... - Eu sei eu sei - O senhor Min a interrompeu. Uma música terminou e outra começou, com Jimin cantando mais alto que antes. - Ah não.... - Rose comentou quando ouviu barulho de vidro se quebrando. - Lisa vai ficar tão feliz de ter que limpar tudo isso depois... Com certeza Jimin estava destruindo tudo que encontrava pela frente, e isso incluia garrafas e mais garrafas de bebidas que ele deixava ali estrategicamente pra isso. - Mas não faz sentido senhor Min, nem está perto da data do acidente, ou do aniversário de algum deles, ou de alguma coisa... o que será que tá acontecendo? - Ele tá cada vez pior, mas se recusa a procurar ajuda... De repente a música parou na metade, abruptamente, levando a casa a um silêncio terrível. Rose desceu as escadas voltando a cozinha, e o senhor Min se preparou pra entrar. Bateu devagar na porta e a abriu. Jimin estava sentado ao lado da vitrola, no chão em meio a bagunça toda que ele criou. O loiro começou a gritar, e o senhor Min se agachou na frente dele gritando em reposta. Virou uma competição de grito que terminou com Jimin sorrindo, mas caindo no choro logo depois. A mão do mais velho segurando firmemente a mão do Park, enquanto ele soluçava. - Preciso de um drink, e de um bolo de chocolate. - Vou avisar a Rose. - Eu vou pro meu quarto. - disse se levantando e caminhando lentamente até sair do escritório. O senhor Min suspirou, olhando a bagunça, e depois de outra crise forte de tosse, ligou para Lisa, que trouxe a equipe para limpar o local. Ninguém questionava as ações do senhor Park, nem seus traumas. Uma das cláusulas do contrato de admissão era não fazer perguntas, e eles tinham medo demais para sequer conversar entre si sobre, então, só faziam o que eram pagos pra fazer. Já eram quase 18 horas quando tudo estava limpo como se nada tivesse acontecido. Jimin tinha comido metade do bolo de chocolate feito pra ele e depois de tomar banho, dormiu. O senhor Min foi checa-lo mais uma vez antes de arrumar suas coisas. - Tá tudo certo aí Rose? - Tudo arrumado, comida feita, bolo pronto, fome ele não passa, como todos os dias. - Ok, pediu pro Jinki colocar na cozinha de cima? - Sim, tudo feito. O senhor Min tossiu. - Certo, boa noite Rose, até amanhã. - Bom descanso senhor Min. O senhor Min respirou fundo quando saiu da casa e vou o carro de Yoongi já parado na entrada o esperando. Ele entrou no carro e se escostou no banco, tossindo logo em seguida. - Nada de melhora pai? - disse se aproximando e tocando da face do mais velho - Você tá ardendo em febre! Vamos pro hospital agora mesmo. Senhor Min nem tentou contraria-lo, se sentia muito m*l, e controlar isso o dia todo tinha sido pior ainda. Ao chegar no hospital o senhor Min foi levado para fazer um raio x do peito e exames de sangue, e depois foi internado. Após alguns momentos, o médico entrou no quarto avisando que ele tinha adquirido uma gripe forte que estava se transformando em uma pneumonia grave, e teria que ficar internado por pelo menos 3 dias. O senhor Min já começou a se desesperar. - Não posso, não posso deixar o senhor Park sozinho... - Pai, se o senhor não se cuidar vai deixar não só ele sozinho mas a mim também! Só uns dias não vai matar ele... - Você não conhece, não sabe de nada... - Pai, o senhor vai ficar e fim de papo, não quero nem saber. - Não posso deixar ninguém sem fazer meu serviço, não posso... - É tão importante assim que alguém vá? Então eu vou. - Yoongi... - Eu to falando serio pai, eu vou, você só me passa o que eu tenho que fazer, quero conhecer esse patrão que você idolatra tanto. O senhor Min tirou a máscara se oxigênio por onde fazia inalação e observou Yoongi, que agora mexia no celular. O filho sempre foi extrovertido, brincalhão e falador, ele e Park Jimin jamais dariam certo juntos... Mas e se... E se o destino estivesse querendo fazer algo? E se pudesse surgir uma amizade entre eles? O senhor Min sabia muito bem como Jimin era difícil de ser conquistado, mas ele também sabia que o filho não desistia fácil de um desafio, era só ele se comprometer. - Me passa um papel e uma caneta - O velho disse por fim. Os dois dormiram no hospital, com Yoongi no sofá cama do quarto, o salário e plano de saúde que o senhor Min tinha permitia esse luxo. Quando o dia amanheceu, Yoongi pegou suas coisas e a lista de seu pai que estava dobrava, se despediu do seu pai, prometeu que mandaria notícias e pediu pro pai fazer o mesmo, e foi pra casa, tomar um banho e ir até a temida casa Park. Era sorte que estava praticamente de férias da faculdade, o que permitia que ele faltasse esses dias para cobrir as faltas de seu pai. Ele dirigiu ao som de Queen, ele amava músicas antigas, assim como seu look grunge de se vestir: calças rasgadas, camisas pretas largas, e tocas que escondiam seu cabelo loiro tingido em casa. Cumprimentou o porteiro e entrou, os empregados já estavam sabendo da sua vinda, pois o senhor Min já havia avisado, e todos estavam assustados e ansiosos para a reação do senhor Park com o substituto. Ele estacionou o carro na garagem para visitantes e pegou a lista. - Mas o que... - Ele disse chocado. Checar se o senhor Park está bem Lembra-lo de tomar seu chá as 10 da manhã Checar se ele está bem Se ele ouvir música, ouvir com ele Se ele gritar, gritar com ele Deixar sempre um bolo de chocolate pronto Tentar conversar sobre coisas aleatorias Checar se ele está bem Deixar tudo limpo e arrumado, independente da bagunça que ele fizer, antes das 18 Checar se ele e até bem antes de ir embora - Esse cara tem alguma coisa muito seria - disse franzindo a testa e saindo do carro. Foi em direção a entrada com sua mochila jogada em um ombro, arrumando a touca na cabeça. Ele abriu a porta que rangeu como se a casa fosse abandonada e isso o arrepiou inteiro. - Olá? - Ele disse entrando e se surpreendeu ao ver que a casa por dentro era moderna e limpa, nada como ele imaginava na cabeça dele. - Olá, você deve ser o senhor Min Yoongi? - Uma mulher magra de cabelos loiros e um avental se aproximou. - Só Yoongi, sou filho do mordomo, vim ajudar hoje. - Ah sim, sou Rose - disse estendo a mão para que se cumprimentassem - O senhor Min está melhor? - Precisa ficar internado três dias, mas está melhor. - O barulho de algo se quebrando invadiu o ambiente e Yoongi pulou com o susto - O que foi isso???? Rose suspirou - O patrão. Pronto pra conhece-lo? - Ele Não é tipo... louco não neh? Rose riu - Não, ele só é... triste. - Com o tempo você vai entender. - disse enquanto subiam as escadas. Rose o levou até a porta do escritório, onde podia se ouvir um som de música saindo baixinho. - Pronto? - Nem um pouco. - Yoongi riu. - Boa sorte - Rose sussurrou e abriu a porta. E Yoongi finalmente viu o rosto do tão temido senhor Park. Yoongi estava congelado em seu lugar. Definitivamente não era isso que esperava do senhor Park. A verdade era que esperava dar de cara com um senhor já de idade, debilitado e doente, mas o que vou foi exatamente o contrário. Um jovem de cabelos loiros o olhava, avaliando-o, seu corpo era todo proporcional como se malhasse todos os dias. Em sua mão estava um copo de alguma bebida que Yoongi tinha certeza que não devia estar sendo tomada aquela hora da manhã. Ele engoliu em seco quando a pessoa a sua frente deu dois passos em sua direção. - Quem é você? - S-sou - pigarreou, não tinha motivo pra ter medo - Sou Min Yoongi, filho do senhor Min, seu mordomo - disse oferecendo a mão para um cumprimento que foi totalmente ignorado. - O que você tá fazendo aqui? - Meu pai não pode vir então vim no lugar dele. - O que te faz pensar que eu quero você aqui? - Tô substituindo meu pai, pra não deixar o senhor na mão, nao precisa ser tão arisco, Jesus. - O que você disse? - disse se aproximando mais. - onde está o senhor Min? EU QUERO O SENHOR MIN, ME TRAGA ELE AQUI AGORA! - coemcou a gritar contra o rosto de Yoongi. - ELE TA NO HOSPITAL - Yoongi gritou de volta, fazendo Jimin se calar - caramba. - Hospital? - Sim, a gripe dele piorou e vai ter que ficar internado por três dias, então, vai ter que se contentar comigo por enquanto. - Em que hospital ele está? - St. Vincent. - Eu quero chá. ME TRAGA CHA. - Precisa gritar toda hora? Meu Deus. Já experimentou café? É bem melhor eu... - Aaaaaaaa - Jimin derrubou a mesinha e Yoongi saiu do escritório indo em direção a cozinha. - O que foi? - Rose perguntou. - Ele tá pedindo chá, daí falei que talvez ele quiser experimentar café e aí ele endoidou. - Ah não, não se pode falar de café aqui. - Por que? - Yoongi perguntou, confuso. - Você vai descobrir, eu espero. Vou lá levar o chá. - Não, deixa que eu levo. - Tem certeza? Ele vai gritar com você de novo. - Eu aguento. Ele subiu as escadas novamente com a bandeja na mão, entrou no escritório e encontrou Jimin sentado ao lado da vitrola, ouvindo a música que Yoongi logo reconheceu. - Aqui está seu chá, me desculpe por .... Hmmm... ter falado do outro líquido que podemos beber de manhã... Jimin nem o olhou, estava absorto na música. - Este é Roy Milton não é? - Jimin o olhou de canto de olho - se importa se eu ficar pra ouvir? Como não ouve nenhuma resposta Yoongi presumiu que ele concordou, se sentando assim na cadeira do outro lado da vitrola, absorvendo a música dos anos 50 que saía de lá. Eles ouviram o disco todo em silêncio, quando Jimin levantou e foi até a prateleira, trazendo outro disco de Roy Milton e colocando pra tocar, num convite silencioso a Yoongi permanecer na sala. Yoongi entendeu e ficou de bom grado, eles ouviram música até a hora do almoço, quando Rose entrou trazendo a comida do senhor Park e Yoongi desceu pra almoçar na cozinha. - Onde você tava? - Rose perguntou servindo a comida pra Yoongi. - Com o senhor Park. - Esse tempo todo? - Yoongi acentiu - Sem gritos? Sem quebrar nada? - Estávamos ouvindo música. - Mas a única pessoa que ele deixa ouvir música com ele é o senhor Min. Yoongi deu de ombros, começando a comer a comida - Uau isso tá muito bom, foi você quem fez? - Sou eu quem faço toda a comida dessa casa. - Tá muito bom, você tem o dom. - Obrigada - ela disse sem graça, observando Yoongi com um sorriso - Vou pegar um suco pra você. - Obrigado. Eles conversaram sobre a saúde do pai de Yoongi, que recebeu uma ligação no mesmo momento, perguntando como estavam as coisas. Após falar brevemente com seu pai ele começou a andar pela casa, uma bela casa por sinal, enorme, se espantava por seu pai consegui lidar com um imóvel daquele tamanho. Achou uma sala de música com um piano antigo e sentiu arrepios. Ele sabia tocar e seus dedos coçaram pra sentar no banco e fazer música. Mas achou que era muito cedo pra invadir o espaco do senhor Park desse jeito. Ele voltou ao escritório quando eram quase 15 horas da tarde. Jimin estava em pé, na frente de sua coleção de vinil, quando viu Yoongi se aproximar, pegou um, o colocando na vitrola, quando a voz de Ray Charles invadiu o lugar. Yoongi sorriu, e se sentou novamente no mesmo lugar que tinha ocupado mais cedo. As 16, Rose trouxe o bolo de chocolate de Jimin, cortando um pedaço para o patrão, que apontou para Yoongi. Rose arregalou os olhos mas obedeceu, cortando outro pedaço e entregando ao mais novo com um pequeno sorriso zombeteiro no rosto. - Eu vou dormir. - Yoongi escutou a voz dele depois do dia inteiro, eram apenas 17 horas. Ele dormia muito cedo. - Bom descanso senhor Park. Até amanhã. Jimin o ignorou e Yoongi observou as costas dele deixarem o aposento. Logo ele chamou Rose, que chamou a equipe da limpeza para começar a arrumar o escritório, que dessa vez tinha como vítima apenas a mesinha que o Park tinha derrubado mais cedo. - Ele dorme tão cedo... - Ele não gosta de ficar sozinho - Rose disse - Não gosta de ver a casa ficar sozinha, então, antes de irmos embora ele sempre dorme. - Ele não tem amigos? Não trabalha? Como ele mantém esse lugar? - Você não sabe nada sobre ele? Mesmo? - Não... Yoongi deixou a casa com um aperto estranho no peito. Não era pena do senhor Park, era mais um sentimento de incapacidade, ele era tão jovem para estar vivendo assim. Então decidiu que ia fazer o possível para alegrar os dias do senhor Park. Pelo menos enquanto ele estivesse lá. - Como foi meu filho? - o senhor Min perguntou quando Yoongi entrou no quarto de hospital onde ele estava. - Foi bom, estranhamente bom.
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