capítulo 2

1873 Words
Estava ficando muito tarde. Eu estava no bar a horas sem mesmo precisar. Tudo bem, eu não tinha vida fora daqui, mas eu necessitava de descansar. Eu morava junto com a Debby, eu e ela em um pequeno apartamento. Debby já tinha ido, eu disse que ia em seguida. Passava das duas da manhã então eu peguei minha bolsa e resolvi ir embora. - Nos vemos amanhã pessoal. - Não esqueça que amanhã é a tequila grátis, vai encher de gente! - Luís me lembra. Sempre fazemos o sábado de tequila grátis. - Não esquecerei. - ia saindo, mas Afonso grita. - Quer que eu te leve? - Não, tudo bem. Eu quero ir andando. - sorri e sai pela porta. Fechei a mesma e continuei andando. - Achei que a senhorita não sairia mais. - a mesma voz. Eles estava encostado na parede do lado da porta. - Oi? - ele segura em meu braço e no começo fiquei com medo. - Oque você quer? - Calma, eu não quero te assustar. - ele solta meu braço e sorri distraído. - Está fazendo oque aqui fora? - Eu estava te esperando sair, mas você é meio difícil de aparecer aqui fora não é? - Eu trabalho muito. - sorri e voltei a andar para frente. - Ei, espera. - ele se põe a minha frente . - Oque foi? - Eu não paguei a bebida. Você saiu e acabou esquecendo de me cobrar. - Você saiu antes de pagar! - ele ri na minha cara. - Eu posso te pagar agora. Talvez com uma carona pra casa. - seu hálito era de whisky misturado com cigarro. Era totalmente r**m, mas eu continuava a sentir sem reclamar. - Eu vou andando. Não é tão longe. Pode ficar com a grana, o whisky foi por minha conta. - Eu quero pagar. - nossos olhares se cruzaram e todo aquele suor que ele estava passou para mim e comecei a sentir um calor extremo. - Tudo bem, eu aceito a carona. - ele sorri vitorioso. Sigo ele até sua moto. - Já tinha dois capacetes? - estranho. - Eu busquei. - Como sabia que iria precisar? - Eu sabia que te levaria pra casa. - ele sorri convencido e coloca o capacete. - Você não vem? - revirei os olhos e subo na moto. Assim que subo coloco minhas mãos na parte de trás da moto, mas sinto ele dar uma gargalhada. - Por que está rindo? - Se segurar em mim eu não vou te devorar! - ele continua rindo e eu por fim agarro na cintura dele. - A não ser que peça. - escuto ele dizer e fico totalmente tímida. Aliás oque está me dando na cabeça de subir na moto de um desconhecido que parece um t****o? Um t****o lindo, mas mesmo assim um t****o! Eu estava desconfiada de suas intenções, mas já estava voando pelas ruas agarrada no seu corpo. Disse imediatamente para ele onde eu morava e ele estava seguindo a rota. Sua moto era rápida e ele fazia algumas gracinhas nela que me faziam fechar os olhos e me perguntar se eu era doida ou i****a de estar com ele! Assim que a moto parou em frente ao meu prédio eu dei um sorriso. Desci imediatamente. - Muito obrigada! - tiro o capacete e dou na sua mão. Ele tira o dele e eu observo. Ele era muito bonito. Tinha dentes brancos e cabelos que brilhavam. Sua boca era uma perdição e seus olhos tão profundos que eu poderia ficar horas olhando. - Eu gostaria de poder te conhecer. - eu não vou mentir que eu estava atraída por esse cara misterioso que eu nem conhecia. - Apareça no bar amanhã. É tequila grátis e talvez possa me conhecer. - digo entre um sorriso bobo e me viro para entrar no prédio. Subo as escadas, mas meu pensamento estava lá na moto. Ele era fácil de atrair. Seu modo de conversar era atrativo, sua voz era atrativa, seu olhar e até seu m*l hálito de bebida e cigarro era atrativo! Entrei no apartamento e estava tudo silencioso. Debby estava dormindo então eu apenas passei pro banheiro em silêncio e me coloquei debaixo da água fria. Estava muito calor e então eu tirei todo o suor do meu corpo e em seguida cai na cama. Acordei com o despertador. Eram nove horas da manhã e o sol já queimava através da janela. - Camila? - Debby entra no quarto. - Bom dia Debby! - Bom dia querida, vem tomar café, eu preciso sair pra fazer umas coisas e volto depois do almoço tá bom? - Tá bom! - sorri e ela sai do quarto. Me levantei e fui pra cozinha. Peguei um copo de leite e tomei com alguns biscoitos de chocolate. Peguei meu celular e tinha algumas mensagens do Afonso me chamando pra ir para a praia. Eu estava muito cansada e como iria passar a noite no bar eu disse que não poderia ir e me joguei no sofá. Resolvi procurar Shawn nas redes sociais. Coloquei Shawn para pesquisar no ** e depois de muito procurar não achei. Coloquei no f******k e nada. Até no twitter! Se eu soubesse o sobrenome dele seria mais fácil. Eu realmente não tinha muita coisa para fazer a não ser trabalhar. Eu sempre fui muito ligada ao meu pai e quando menor eu só ia com ele pra baixo e pra cima. Assim eu acabei ficando sempre no bar e nunca fazendo muitas amizades. Depois que ele morreu, quando eu tinha dezoito anos, eu comecei a ficar mais ainda no bar, então eu não tive uma vida tão cheia de amigos. Todos que eu conheço e converso são os que trabalham no bar ou os que frequentam o bar. Fiquei o resto do dia vendo algumas séries que eu tinha que terminar e quando começou a cair a tarde eu tomei um banho e coloquei minha roupa de trabalho. Penteie meus cabelos e segui para o bar junto com Debby. - Olá pessoal. - entro no balcão e dou um beijo em Luís. Afonso sorri do outro lado e Mário estava pros fundos. - Olá menina, veja como está cheio! - Luís sorria. - Todos amam tequila, e ainda mais quando é grátis! - amarro meu cabelo para trás e coloco o avental. - Por que não foi a praia comigo hoje Camila? Eu tenho certeza que não estava ocupada. - Afonso diz ainda do outro lado. - Sim Afonso, ela estava apenas vendo séries. Se tirar essa menina de casa ou desse bar eu te dou um milhão de dólares! - Debby diz e sai do balcão. - Me desculpa Afonso, eu estava cansada. - É claro, trabalha além do que é paga para trabalhar! - ele dá um sorriso cínico. - Oque posso fazer ? Sou uma ótima funcionária! - rio. Afonso taça um pano em mim e rimos. - Então vai trabalhar. Está cheio hoje! - ele diz e volta a atender as mesas. Faço o mesmo e começo a atender pedidos. Estava tão lotado que m*l conseguia atender os pedidos. A música estava ao vivo com alguns cantores de rua que vinham cantar aqui. Eu amava ouvi-los. - Me disseram que teria tequila grátis essa noite! - olhei para o rapaz que falava comigo e sorri. - Sim, totalmente grátis! - sorri para ele. Ele veio mesmo! - A senhorita poderia me servir uma? - ele diz sorrindo, mas posso ver um corte no canto da sua boca. - Oque aconteceu com a sua boca? - ele leva a mão no corte e fica sério. - Cai da moto hoje de manhã. - ele se senta em uma mesa e eu apenas busco a tequila para o mesmo. - Aqui está! - ele segura na minha mão antes que eu saia. - Sente e tome comigo. Você disse que eu precisava vim para poder te conhecer, então eu vim. - seus olhos me olhavam no fundo e sua expressão era sexy. Olhei para trás e para os lados. - Não faz m*l se eu sentar cinco minutos. - sorrio e me sento. Posso ver o olhar de Afonso do outro lado do bar e o de Debby também. - Então Camila, me fale sobre você. Oque você faz no tempo livre? - ele vira a tequila sem nem fazer careta. - Eu não tenho muito tempo livre. Quer dizer, as vezes sim, mas eu passo aqui no bar. Não sou muito interessante. - rio. - Para mim é. - ele fazia de propósito. Essa voz sexy! - E você? Apareceu aqui ontem do nada e está me perseguindo.. - ele me corta antes que eu termine. - Eu não estou te perseguindo. Eu apenas estou interessado. - ele arqueia as sobrancelhas e sorri. Era totalmente irritante a forma com que ele sempre tinha uma resposta. - Então me diga o por quê de estar interessado? - cruzo meus braços na mesa e me inclino para ele tentando jogar o seu jogo de intimidação. - Pra começar? Gostei muito do seu corpo nesse vestido e nesse avental. Também adorei o seu sorriso e amei a forma sexy e inocente que você canta no palco. - ele se inclina também. É, ele me deixou vermelha. Voltei a me encolher no banco e ele nota que venceu quando o assunto é intimidar. - Obrigada. - digo baixo. Vejo o seu copo vazio e tento mudar o foco. - Quer que eu pegue mais tequila? - Só se tomar uma comigo. - Eu estou em horário de trabalho. - Só uma vai, não vai te fazer cambalear. - rimos. - Tá bom! - vou até o balcão e pego duas tequilas. Debby vem até mim. - Quem é o cara gato? - O rapaz de ontem que eu perguntei, lembra? - ela o encara. - Muito gato garota! - um homem para em nossa frente. E eu pego o copo pra ele, mas Debby tira da minha mão. - Deixa comigo, vai lá falar com seu cara. - eu sorri e peguei os dois copos com tequila para nós. Sai do balcão e voltei a sentar na mesa. - Olha, não bebo muito então se eu fizer careta não dê muita gargalhada. - digo e ele sorri sem deixar escapar um barulho. Viro o copo e faço uma careta h******l pelo gosto amargo queimando minha garganta toda. Posso ver ele com a mão na boca tampando o riso. - Para de rir seu i****a! - ele ria mais. - Você fez a careta mais f**a que uma garota tão bonita poderia fazer. - revirei os olhos. - Eu não bebo muitas vezes. - Deu pra perceber. - Camila? - Vejo Afonso chegando na mesa. - Pode me ajudar com as mesas ali de trás? - me levanto. - É claro. - ele sai e eu volto a olhar para Shawn. - Eu tenho que trabalhar. - Tudo bem. Eu vou ficar e talvez você queira carona outra vez. - não pude esconder o sorriso. Voltei a atender as mesas... Pela primeira vez na vida eu queria que meu horário acabasse imediatamente!
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