Capítulo 45

1101 Words
Desconhecido — Já sabe quando vai ser o casamento da princesa Kiara? — Sim, mestre. Daqui a um mês. — Ótimo. Acredito que eles vão adorar a surpresa que estou preparando. P. V. Rainha Esmeralda Acompanho a jovem Luna pelo castelo. Ela tem um ar doce e delicado, uma verdadeira joia, mas percebo, a cada passo, sua insegurança. Ela parecia meio deslocada no papel que desempenhava. — Gostaria de um chá, Majestade? — pergunta ela, timidamente. — Adoraria, querida. — Então vou preparar — diz, fazendo uma reverência para se retirar. — Vou com você. — Vejo o susto no seu rosto. — Majestade, não posso permitir que vá à cozinha. — Querida, posso ser uma rainha, mas isso não me impede de fazer pequenas coisas. No meu castelo, normalmente passo horas na cozinha ajudando as meninas. — Vejo a sua surpresa com as minhas palavras. — Sério? Mas eu pensei... — Que uma rainha apenas dava ordens? — digo, sorrindo, e vejo a suas bochechas corarem. — Vamos, querida. Preciso lhe contar algumas coisas sobre o posto que assumirá algum dia. — Seguro no seu braço e sinalizo para que ela siga à frente. Com passos hesitantes, ela me acompanha até a cozinha. Quando chegamos, havia apenas uma velha senhora cuidando das panelas. — Oi, vó Ana. — Oi, criança — diz a velha senhora, ainda de costas para nós. — O que veio fazer aqui? — Vim fazer um chá para a rainha Esmeralda. — Neste momento, a senhora se vira e me encara, chocada, com as mãos na boca. — Criança! Como você traz Sua Majestade para a cozinha? Ande! Peça desculpas e a acompanhe de volta à sala. — Não se preocupe. Eu que insisti em vir aqui. — Majestade, aqui não é lugar para uma mulher nobre como a senhora. — Imagina! No meu reino, vivo na cozinha conversando com as meninas. Não se preocupe, estou acostumada — digo, sorrindo, e vejo a expressão da senhora mudar. — Muito prazer, Majestade. Eu me chamo Ana — diz, estendendo a mão, mas, antes que eu pudesse pegá-la, ela a puxa de volta rapidamente. — Me desculpe, as minhas mãos estão sujas. — E por que isso seria um problema? — pergunto, indo até ela e pegando nas suas mãos. — Muito prazer, eu me chamo Esmeralda. — A senhora é diferente — diz, sorrindo. — Se comporta como a nossa falecida rainha. — Todos somos iguais, Ana, e o trabalho de vocês não é fácil. — Verdade. Esse povo come que é uma maravilha! — rimos das suas palavras. Puxo um banquinho e sento-me, enquanto Luna prepara o chá. — Você tem muito o que aprender, Luna. Como uma futura rainha, é importante saber de certas coisas. — Sempre digo a ela, Majestade, que precisa mudar esse jeito retraído. — Daqui a alguns meses, você vai assumir a responsabilidade por este castelo. É importante saber se comunicar. Não pude deixar de perceber que estava desconfortável com a minha presença. — Me desculpe, Majestade — diz, com a cabeça baixa. — Não se desculpe. Levante o rosto. — Vou até ela e ergo o seu rosto. — Endireite as costas. Isso! — Vejo um pequeno sorriso se formar no seu rosto. — Agora você se parece com uma futura rainha. — Obrigada. — Majestade, ensine algumas coisas para essa criança. Infelizmente, aqui no castelo não tem ninguém que possa ajudá-la. — Infelizmente, vou embora amanhã, mas tenho uma ideia bem melhor. — Vejo o seu rosto mudar com expectativa. — Por que não vem comigo para o meu reino? — Eu? — Sim, querida. Lá posso ensinar tudo o que precisa saber. Vou transformá-la numa dama maravilhosa — digo, sorrindo. Ela vem na minha direção e me dá um abraço apertado. — Obrigada! — diz, chorando. — Não chore. — Enxugo as suas lágrimas. — Vou falar com o rei Alexandre mais tarde. Se ele permitir, amanhã você vai comigo. Ver a alegria no seu rosto era a maior recompensa que eu poderia ter. Nunca tive uma filha e, após a gestação difícil de Lien, não tive condições de ter outro filho. Seria uma oportunidade maravilhosa ter Luna comigo por um tempo. Eu estava encantada com a sua inocência. Agora entendia por que o príncipe Dylan era apaixonado por ela. Após ficarmos um tempo na cozinha, fomos conhecer outros lugares. Luna contava-me, agora animada, as histórias de cada canto do palácio. Percebi que ela morava ali desde criança e que dona Ana a criara como uma filha. Luna dava importância a cada pequeno detalhe, sempre arrumando algo fora do lugar. Ela era muito dedicada, e as outras pessoas pareciam gostar muito dela no castelo. Após o passeio, fomos chamadas para o jantar. Quando chegamos, todos já estavam à mesa. — Se divertiram? — pergunta o rei Alexandre. — Você tem uma verdadeira joia no seu reino, rei Alexandre. — Realmente, Luna é uma jovem muito querida. — Gostaria de fazer uma proposta ao senhor. — Vejo a curiosidade se formar no seu rosto. — E qual proposta seria? — Me permita levar Luna para passar uma temporada comigo. Pude perceber que ela tem pouca instrução. Gostaria de assumir esse papel. Desejo ensinar a ela tudo o que uma rainha precisa saber, transformando-a numa dama majestosa. — Não posso dizer que não havia pensado em arrumar alguém para lhe ensinar. Como você já percebeu, ela está cercada por homens, e nós não entendemos muito de coisas de mulheres — diz ele, sorrindo. — Eu gostaria de apadrinhá-la. Serei sua madrinha e lhe ensinarei tudo o que sei. — Vejo os olhos do rei voltarem-se para o filho. — Não se preocupe, príncipe Dylan. Eu a trago de volta para o casamento de Kiara e Lien. — Eu sei que é para o bem dela. — Ele se volta para Luna, que o olhava apreensiva. — Você deseja ir para aprender com ela, Luna? — Sim. Não quero ser motivo de vergonha para vocês — diz, séria. — Você nunca será uma vergonha para mim — diz ele, sorrindo. — Mesmo assim, preciso aprender algumas coisas. Vai ser bom para mim. — Também acho — diz o rei Alexandre. — E você não poderia ter uma professora melhor, querida. — Então está decidido. Você vai conosco amanhã. A partir de agora, pode me chamar de madrinha e ao rei Damon de padrinho — digo, sorrindo. Vejo o seu rosto se iluminar. — Obrigada, madrinha — diz ela, com um lindo sorriso no rosto. Seria um prazer lapidar aquela joia bruta.
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