P. V. Princesa Kiara
Jantamos ali fora, admirando o lindo céu à nossa frente. Milhares de estrelas iluminavam a noite, vaga-lumes voavam à nossa volta e podíamos ouvir o canto das corujas e dos grilos. Era a sinfonia da natureza nos brindando com toda a sua majestade. Aquele lugar parecia envolto em magia. Havia paz e harmonia, tudo o que precisávamos após os momentos conturbados que vivemos.
Terminamos o jantar e nos retiramos, cada um para o seu quarto. Dormi muito bem e acordei descansada no dia seguinte.
Quando me levantei, Lien já me esperava com uma caneca de chá quente.
— Bom dia — diz ele, entregando-me a caneca e dando-me um beijo rápido. — A minha noiva teve uma boa noite de sono?
— Uma das melhores da minha vida — digo, sorrindo. — Faz tempo que não durmo tão bem.
— Eu também. Esse lugar faz maravilhas.
Saímos e nos sentamos na varanda. A manhã estava ensolarada. O cheiro das flores invadia os meus sentidos, uma mistura agradável que cheirava a natureza e vida. Os raios de sol penetravam preguiçosamente as copas das árvores, e o seu calor aquecia a minha pele enquanto beijava o meu rosto.
Fechei os olhos e apenas senti toda a beleza do lugar. A floresta era viva. Um vento fraco soprava no meu rosto, jogando os meus cabelos para trás. Os pássaros faziam uma sinfonia nas árvores, como se estivessem agradecendo ao dia que se iniciava. Enormes pinheiros nos cercavam, brindando-nos com o seu aroma agradável. O dia estava perfeito. A minha vontade era de nunca retornar, mas a realidade era outra, e, por mais que quisesse ficar, os meus compromissos me aguardavam em casa.
— Queria poder ficar mais tempo — digo a Lien, que estava em silêncio ao meu lado.
— Também queria. Mas a cada minuto a mais que ficarmos, o risco de alguém nos encontrar aumenta.
— Eu sei, mas essa paz é tão boa...
Apoio a minha cabeça no seu ombro e sinto a sua mão enlaçar a minha cintura.
— Quando tudo estiver mais calmo, podemos voltar — diz ele, tomando a xícara da minha mão e puxando-me para o seu colo. Os seus olhos me olham com intensidade. — Não há nada que eu queira mais do que ficar assim com você até o fim dos meus dias.
Com a mão, contorno o formato da sua bochecha, suas sobrancelhas, descendo pelo nariz e passando por seus lábios, que estavam levemente abertos. Num movimento rápido, ele morde de leve o meu dedo. Levo um susto, e o meu coração dispara. Agora os seus olhos tinham um brilho diferente. Sinto os seus lábios se fecharem no meu dedo, enquanto ele chupa o lugar que mordeu. Um calor se espalha pelo meu corpo enquanto assisto, abismada. Era uma cena quente de se ver. Lentamente, ele solta meu dedo e sorri, sentando-me de volta no meu lugar. A decepção me toma na mesma hora.
— Você está chateada? — pergunta ele, com um sorriso de canto.
— Não — digo, virando-me um pouco para que ele não veja o meu rosto. A sua mão me puxa, fazendo-me encará-lo.
— Você quer que eu te beije? — pergunta ele, inclinando-se na minha direção. — Você só tem que me pedir — diz, encostando os lábios no meu pescoço, fazendo um arrepio percorrer o meu corpo. Meu coração, que até então parecia não poder bater mais rápido, dispara. Ofego quando os seus dentes arranham o meu pescoço.
— É só pedir, Kiara — sussurra ele, com os lábios no meu pescoço. Ele distribui beijos e mordidas pelo meu pescoço até chegar à minha orelha, onde morde e chupa em seguida. Um gemido angustiado escapa dos meus lábios. Sinto ele rir no meu pescoço, enquanto desce em direção aos meus ombros.
— Isso... é tortura — deixo escapar.
— Só pensei que você devia conhecer os meus talentos — diz ele, enquanto abaixa a manga do meu vestido e beija os meus ombros. A minha i********e latejava de desejo. Ele continua me beijando e dando leves mordidas nos meus ombros, puxando-me para sentar no seu colo. Os seus olhos me olham com desejo visível.
— Você me deixa louco — diz, beijando o meu queixo. — Eu nunca tenho o suficiente de você.
Ele beija o canto da minha boca, e sinto a sua língua lamber o meu lábio inferior. Eu o aperto mais forte.
— Me beija — digo, olhando nos seus olhos.
Então vejo o seu rosto colar ao meu. Os seus lábios esmagam os meus. Uma da suas mãos envolve a minha nuca, puxando-me mais para ele, enquanto a outra enlaça a minha cintura. A sua língua invade a minha boca, explorando cada canto. Ele bebia de mim como se a sua vida dependesse disso. Envolvo as minhas mãos no seu rosto, pressionando-me mais nele. Mordo os seus lábios e sou recompensada com um gemido. Sinto a sua ereção pressionando o meu ponto sensível e me contorço no seu colo, desejando mais.
O nosso beijo já não era gentil. Era um beijo desesperado. As minhas mãos passeiam por seus ombros, apertando-os levemente. Sinto ele me puxar mais contra si. Então ouvimos um barulho na floresta e, assustados, nos separamos.
Um cervo nos observava com curiosidade. Ele passeia pelo lugar e, em seguida, volta para dentro da floresta. Olho para Lien, e ele tem um sorriso satisfeito no rosto.
— Por que está me olhando assim?
— Você é quente — diz ele. As minhas bochechas coram tanto com o que ele diz que acho que vou virar um pimentão. Escondo o meu rosto no seu peito, morrendo de vergonha.
— Você fica tão linda quando cora — diz ele, me abraçando. Dou um tapa no seu peito.
— Ei! Isso doeu — diz ele, me fazendo encará-lo. — Como vai me recompensar?
Esse jogo de travessuras era para dois. Eu faria ele provar do próprio veneno.
— Você quer ser recompensado?
— Com toda certeza — responde ele. Então abro os três primeiros botões da sua camisa, expondo parte do seu peito.
— Que tal um beijo para sarar? — sussurro no seu ouvido. Chupo a sua orelha e, com uma das mãos, puxo os seus cabelos, inclinando a sua cabeça para trás e expondo o seu pescoço. Beijo-o e vou descendo até chegar ao seu peito. Mordisco o lugar e passo a língua para aplacar a ardência. Sinto ele arfar e a sua respiração ficar pesada. Com um último beijo no seu pescoço, desço do seu colo.
— Vamos? Está ficando tarde — digo, olhando para ele, que me encara decepcionado.
— Isso é muita maldade, sabia? — reclama ele.
— Coração de gelo, lembra? — digo, rindo.
Ele dá risada, levanta-se, e arrumamos as nossas coisas para partir em direção ao castelo.