Capítulo 15

1208 Words
**P. V. Princesa Kiara** Termino de me arrumar e desço para a sala. Vejo que quase todos já estão lá; faltavam apenas Sofia e os meus pais. Lien levanta-se e vem na minha direção. — Você está maravilhosa esta noite — diz, pegando a minha mão e dando um beijo. Coro com o gesto. — Vivi para ver a minha garota corar — diz Solomon, rindo. — E pensar que te chamam de "coração de pedra". Cruzo os braços e encaro-o com desafio. — Inveja dói, não é, Sol? — digo, provocando. — Foi m*l, mas ele não faz o meu tipo — os outros explodem em risadas na sala. — Você é um i****a. — Mas você ama este i****a. — E isso é a única razão para não chutar o teu traseiro agora. — Não ligues para ele — diz Lien, tentando disfarçar o sorriso. — Quem vai chutar o traseiro de quem? — surpreendo-me com a chegada de Sofia. Vejo quando o sorriso no seu rosto some, dando lugar à surpresa e incredulidade. — Solomon!? — Olá, coração — diz Solomon, aproximando-se de Sofia com um belo sorriso no rosto. — Não me vais dar um abraço? Vejo quando ela fecha a pequena distância entre eles com um abraço apertado. — Tu realmente estás aqui? — pergunta ela, com lágrimas nos olhos, enquanto acaricia o seu rosto. — Sim, e não vou a lugar nenhum — dava para ver o carinho que um tinha pelo outro; a forma como Solomon segurava Sofia nos seus braços era linda. — Vamos conversar um pouco depois do jantar. Vou contar-te tudo — ouço-o dizer enquanto limpava as lágrimas que rolavam no rosto dela. — Com certeza, tens muito a explicar — diz ela, fingindo estar brava. — Parece que todos estão aqui — diz o meu pai, chegando com a minha mãe. Todos se curvam, cumprimentando-os. — Vamos jantar então — diz ele, indo à frente e assumindo o seu lugar com a minha mãe à sua direita. Vejo que os assentos foram organizados de forma estratégica. Eu e Lien estávamos à esquerda do meu pai. Sofia e Solomon estavam ao lado da minha mãe, assim como Mário e Alder. Já Elisa e Rolf estavam ao nosso lado. Assim que nos sentamos, os serviçais trazem a comida. Era um verdadeiro banquete, havia muitos pratos diferentes. — Não se acanhem, sirvam-se — diz o meu pai, já se servindo. Não resisto e coloco um pouco de batata, salada e um pedaço de carneiro assado. Observo enquanto os outros se servem. Vejo Rolf servir Elisa, que cora enquanto ele fala com ela. Os outros estão bem à vontade e a conversa começa a fluir tranquilamente à nossa volta. Estava tudo tão tranquilo, todos conversando e rindo, enquanto apreciávamos aquela refeição. Era bom ter a mesa cheia, principalmente de pessoas queridas. — Kiara, lembra daquela vez em que passámos a perna no meu pai? — pergunta Solomon em certo momento. — Lembro muito bem. Ele ficou à nossa procura durante um tempão — gostava dessa lembrança. Queríamos tomar banho no riacho e o general Rock não deixou, então disfarçámo-nos e fomos escondidos. — Nunca vou esquecer os tapas que levei aquele dia — diz, sorrindo. — Tudo por tua causa. — Por minha causa? A ideia foi tua. — Talvez, mas foste tu que insististe. — Fico pensando no que mais vocês aprontavam — pergunta o meu pai, encarando-nos com um sorriso de canto. — Muitas coisas, nem imagina, pai. Éramos duas pestes — vejo a careta no rosto da minha mãe, enquanto ríamos da conversa. — Eu sei de muita coisa, mocinha. Nunca andaste desprotegida, nem na infância. — Está bem, pai. Conta-nos algo que não sabemos. — Sei que vocês... — Vejo que ele se interrompe ao olhar para a minha mãe. — É melhor deixar quieto. Todos rompemos em gargalhadas com a sua reação. — Vejo que é um homem sábio, pai. — Aprende-se algumas coisas com o tempo — diz, rindo. A nossa noite foi tranquila, cheia de risadas e brincadeiras. Era tão bom ver todos a divertirem-se. Esse era o espírito de família que eu amava. — Vou retirar-me com a rainha, mas fiquem à vontade e divirtam-se — diz o meu pai, levantando-se e segurando a mão da minha mãe. Fazemos uma pequena reverência enquanto eles saem. — O que achas de uma volta no jardim? — pergunta-me Lien. — Claro — respondo com um sorriso e viro-me para Sofia e Elisa. — Mais tarde, no meu quarto, meninas. Vamos fazer uma festa do pijama. — Elas assentem e saio de braços dados com Lien. — Tens algum motivo para este passeio? — Só queria ficar mais um pouco contigo — responde Lien, enquanto caminhamos em direção ao jardim. — Vais acabar por enjoar de mim. — Isso nunca vai acontecer — responde ele, olhando-me e sorrindo. Chegamos ao jardim e tudo está iluminado pela lua. É uma bela vista; adoro estas noites de céu limpo e estrelado. — Me dá a honra desta dança? — pergunta Lien, com a mão estendida na minha direção. Dou risada. — Mas não temos música — digo, pegando na sua mão. — Não precisamos, só esta noite maravilhosa já é o suficiente. Ele puxa-me para os seus braços, colocando uma das suas mãos na minha cintura. Movemo-nos como se uma valsa suave estivesse a tocar. Era tão bom. Lien tinha um perfume delicioso, e acabo por me aproximar mais dele. Quando percebo, a minha cabeça está no seu peito. Levanto a cabeça um pouco e vejo-o a observar-me com um sorriso. — Você é tão linda — diz, passando a mão pelo meu rosto. Não sei o que responder, sinto as minhas bochechas corarem, então desvio o olhar, enterrando o rosto no seu peito. — Não precisa ficar envergonhada, apesar de eu amar te ver corar — diz, erguendo o meu rosto para me encarar. — Quando me olha assim, me dá vontade de te beijar. Olho para ele, surpresa, com uma ideia a surgir na minha mente. — Talvez eu deixe — digo, vendo a surpresa no seu rosto. Então empurro-o e saio a correr. — Só precisa me pegar antes! Saio a correr, rindo. Posso ouvir os seus passos pesados atrás de mim. Quando ele quase me apanha num canto do jardim, solto um gritinho e corro mais rápido. — Não vai conseguir fugir de mim, Kiara! — diz ele, próximo de mim. Corro em direção ao lago, esquecendo-me de que não havia saída. Sinto então o seu corpo chocar-se contra o meu e caímos os dois dentro do lago. A minha pele arrepia-se na hora por causa da temperatura da água. Sinto as mãos de Lien firmes na minha cintura, enquanto ele me puxa para a superfície. — Seu maluco! Nos derrubou no lago! — digo, tirando os cabelos molhados do rosto. — Mas eu ganhei, te peguei — diz, com um grande sorriso no rosto. Eu amava esse jeito de Lien, leve, sem preocupações, alguém que sabia aproveitar o momento. Um príncipe encantador. — Vou poder pegar a minha recompensa? — pergunta ele, aproximando-se mais de mim, passando a mão delicadamente pelo meu rosto.
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