Capítulo 16

1252 Words
Os olhos de Lien brilham intensamente nos meus. Ele aproxima o seu rosto lentamente do meu, os nossos narizes se tocando, mas, em momento nenhum, ele faz outro movimento. Eu estava nervosa, tinha esperado tanto por este momento, mas ele, como um bom cavalheiro, ficou à espera da minha resposta. Com muita dificuldade, resolvo responder à pergunta que mudaria definitivamente a nossa relação. Então, olhando com carinho nos seus olhos, eu respondo: — Sim, pode cobrar o teu prémio. Vejo um pequeno sorriso surgir nos seus lábios. Então, ele lentamente se aproxima de mim, os seus olhos fixos nos meus lábios. O seu rosto aproxima-se do meu lentamente e os seus lábios tocam os meus suavemente. O meu estômago dava voltas, um friozinho subia pela minha barriga, enquanto ele, com muita delicadeza, me beijava. Um pouco desajeitada, retribuo o beijo. Ele morde o meu lábio inferior, fazendo com que eu solte um pequeno gemido. A minha mão envolve o seu pescoço, puxando levemente o seu cabelo. A sua língua contorna a minha boca e alcança a minha, num duelo sensual. Eu estava a arder, nunca tinha experimentado este tipo de sensação antes. Apesar da água estar fria, o calor entre as minhas pernas aumentava, fazendo com que eu colasse mais o meu corpo ao seu. Beijá-lo era viciante; eu queria mais dele, queria que ele aplacasse esse calor que incendiava o meu corpo e causava deliciosos arrepios. Lentamente, ele reduz a intensidade do beijo e separámo-nos. Ele cola a sua testa na minha, ofegante. — Esse, com certeza, foi o melhor beijo da minha vida — diz, um pouco ofegante. — Com certeza, vou guardá-lo com muito carinho — digo, olhando nos seus olhos. Vejo como os seus olhos brilham para mim. Quando ele ia beijar-me novamente, alguém chega. — Alteza, eu trouxe uma toalha. Está frio, vão acabar pegando um resfriado — era Rolf, que, de forma discreta e sem olhar para nós, deixa duas toalhas no chão e se retira. Escondo o meu rosto no peito de Lien, que ainda me abraçava. — Está com vergonha? — pergunta com humor. — Acho que nunca mais vou conseguir encará-lo — digo, ainda agarrada a ele. — É melhor se acostumar. Quando nos casarmos, não vou esconder o meu carinho por você. — Quem disse que concordei? — digo, levantando o meu rosto do seu peito e encarando-o. — Talvez eu deva te fazer mudar de ideia — diz com um sorriso travesso. — E como faria isso? — pergunto, provocando. — Acho melhor eu mostrar — diz ele, inclinando-se na minha direção, puxando a minha boca para a sua. Este beijo era diferente, possessivo. Os seus lábios esmagavam os meus com desejo; a sua língua explorava a minha boca como se quisesse memorizar cada pedacinho meu. Ele mordia os meus lábios e chupava-os, aplacando a ardência, deixando-me com mais desejo por ele. Esqueci-me de tudo à minha volta, até que, de repente, ele nos separa, afastando-me do seu corpo. Eu estava ofegante e corada pelo seu beijo arrebatador. Se antes eu já gostava dele pela sua personalidade, agora era um caminho sem volta. — Será que agora consegui te convencer? — pergunta com um sorriso travesso. — Com toda a certeza — digo, ainda ofegante. Ele agarra-me novamente num abraço apertado. Saímos da água, pegamos as toalhas e caminhamos de volta para o castelo. Os guardas olhavam-nos com curiosidade pelo caminho. — Meu Deus, o que houve com vocês? — pergunta Sofia, vindo na nossa direção. — Fomos apostar uma corrida e caímos no lago — digo, rindo. — Vocês dois são crianças, por acaso? — pergunta ela, com a mão na cintura. — Estávamos apenas nos divertindo — diz Lien. — Eu esperava esse comportamento dela, alteza, mas não de ti — diz, passando a mão nos cabelos. — Bem dizem os mais velhos que cada panela tem a sua tampa. Caímos na risada com os seus comentários. — Vem, vou ajudar a trocar de roupa — diz, pegando a minha mão e puxando-me. Lien fica a rir e apenas acena. Elisa acompanha-nos, segurando um sorriso. Já imaginava o interrogatório que viria quando chegássemos ao meu quarto. Entro no quarto e corro para um biombo de madeira que havia no canto, tiro as minhas roupas molhadas e visto roupas secas. — Me conte essa história direito. Como é que vocês caíram no lago? — diz Sofia, sentando-se na minha cama. — Deixa de ser curiosa — digo, jogando-me na cama ao seu lado. — Tenho de ser curiosa. Com um príncipe daqueles, quem não seria? Vejo Elisa rir com os comentários de Sofia. — Vem, Elisa, agora faz parte do grupo, e aqui no meu quarto não há hierarquia. — Vejo-a vir lentamente e sentar-se na beira da cama. — Não enrole, anda, me conte tudo. — Ele me beijou — digo, com as mãos cobrindo o rosto. Posso ouvir os gritos de Sofia enquanto ela salta na minha cama. Elisa olha-me, com o rosto envergonhado e vermelho. — Diz como foi. Ele beija bem? — Sofia! — Não faça essa cara, amiga, aquele homem é fogo puro — diz, abanando-se. — Foi o meu primeiro beijo — digo, um pouco envergonhada. — Que romântico — diz Elisa. — Então me conta, eu também nunca beijei ninguém — diz Sofia, virando-se para Elisa. — E você, Elisa, já beijou alguém? Vejo Elisa corar e baixar o rosto. — Não, senhorita. O meu irmão sempre foi muito presente na minha criação, então nunca nenhum rapaz demonstrou interesse em mim. — Esta vendo Kiara, você é a única que pode acabar com a nossa curiosidade. — Não há muito o que dizer, é mais sentir. Os lábios dele são bem macios, e ele foi muito gentil — digo com sinceridade. — Mas, em breve você também saberá — diz Elisa, ainda de cabeça baixa. — O filho do general parece nutrir sentimentos por você. — Me chama pelo meu nome, Elisa. Aqui com a Kiara sempre deixamos as formalidades de lado. — Como quiser, Sofia — diz com um sorriso. — Mas ela tem razão. O que rolou com vocês depois do jantar? — pergunto, curiosa. — Fomos dar uma volta nos estábulos. — Mas não se enfiou num canto do feno com um certo soldado, não é mesmo? — ela atira-me um travesseiro e eu rio do gesto. — Não, apenas conversámos. Ele contou como foi a sua vida no outro reino, mas não n**o, esse homem mexe comigo — caímos na risada com a sua expressão sonhadora. — E você, Elisa? — pergunto e vejo a sua surpresa. — Eu não tenho ninguém, princesa, acabei de chegar. — Não foi o que vi no jantar — digo, sorrindo. — Verdade, o general bonitão estava muito cuidadoso contigo — acrescenta Sofia. — Foi apenas uma gentileza da parte dele. Afinal, eu nunca comi com nobres antes. — Elisa, o Lien disse que ele é solteiro, e que só se envolveria com alguém se realmente gostasse dessa pessoa. — Ele é um bom partido, Elisa, e também lindo de morrer — rio com o exagero dela em relação aos homens. — Vou contar ao Sol — digo, atirando-lhe um travesseiro. — Nem sonhe com isso, Kiara, senão ele nunca mais me deixa sair de casa. — Verdade, ele é ciumento. Conversámos mais um pouco e rimos bastante. A noite foi muito agradável, e, quando demos por nós, já estávamos todas adormecidas, amontoadas.
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