— Garota, a sua mãe não te deu educação? Isso é uma pegadinha? Vocês estão querendo me irritar por causa do noivado? Me poupem e cresçam. Acreditam que os luxos que vocês usufruem vão cair do céu. Não tenho tempo para brincadeira de vocês. Devolve a menina do buraco que tiraram e vamos iniciar o evento.— Isaura respondeu irritada com a ideia da brincadeira.
— Primeiro, eu trabalho para pagar os meus luxos. Quem você pensa que passa o dia na empresa tomando decisões e lidando com pessoas irritantes? Se pensar bem, deveria conseguir um emprego para você lá, como diz, dinheiro não deve cair do seu para seu lixo. — Uriel era diretor da empresa da família junto com seu tio. Juntos dividiam a direção do lugar.
— Uso o dinheiro que o meu pai me deixou de herança. Não caiu do céu, sei exatamente as lutas que o meu pai travou para ter o que tem, mas tenho certeza que ele não ia gostar da ideia de me vender para o bem da empresa. — Úrsula odiava a ideia do noivado arranjado feito por sua mãe para aumentar o patrimônio da empresa.
— Estão com a língua afiada hoje os dois. Deveria ter mimado menos vocês. Agora tanto faz. Apenas devolvam a garota e sentem. — Isaura disse antes de se virar.
— Anissa não vai sair do meu lado. Vá se acostumando. E nosso lugar não é em sua mesa. E nem espere assustar a garota assim como fez com Lívia. Desde vez, eu sou bem diferente do que era na época. Sabe muito bem. — Uriel alertou com semblante sério para sua mãe, que notou a seriedade da coisa apenas naquele momento. Conhecia o filho suficiente para saber quando ele estava levando algo a sério.
— O que diabos a filha daquela mulherzinha está fazendo com vocês dois. Ao menos agora eu compreendo porque uma criança tem um comportamento tão r**m. Com uma mãe daquela, o que podia se esperar. Tirem essa menina daqui. Agora. E vão para seus lugares. Não quero ver mais essa pirralha por perto de mim. Ela me incomoda tanto quanto a mãe dela, as duas não sabem o seu lugar. — Isaura disse irritada com aquela atitude sem respeito da garota, mas o que irritava mais era a semelhança com alguém que ela não queria ver nunca mais em sua vida.
— Me desculpa se isso afetou a senhora. Apenas imaginava algo diferente quando a minha mãe contava sobre você. Na minha imaginação, era feito um deus, já que só Ele pode ser superior aos outros. E sobre a educação, a minha mãe me disse que eu só preciso ser educada com pessoas que merecem o meu respeito, os outros, devo ignorar para não acabar me misturando com as pessoas erradas. E eu nunca perdoou quem faz a mamãe chorar. — A garota respondeu olhando para o pai. — Podemos ir? Estou com fome.
— Uriel! Você vai deixar essa garota falar algo assim com a sua mãe? Você trouxe para um evento desse nível uma garota que nem sequer sabe conversar ou ser educada com os mais velhos. — Isaura queria que aquilo fosse um pesadelo.
— Minha mãe me deu educação, tá? Não fale dele. E posso falar com qual pessoa. — Anissa cruzou os braços desafiando a sogra.
— Excusez-moi, M. Andrey. Pourriez-vous parler à cet enfant et lui demander ce dont il a besoin ? Elle est ridiculement impolie, mais c'est la faute de sa mère, elle est nulle. (Licenca, senhor Andrey. Poderia conversar com essa criança e perguntar o que ela precisa? Ela é ridiculamente m*l educada, mas a culpa é de sua mãe que é um lixo) — Isaura segurou no braço de um homem que passava.
— Vous êtes le seul à devoir suivre des cours de politesse et de respect. Je m'excuse pour la gêne occasionnée, M. Andrey. Je dois partir maintenant. Licence. (A senhora é a única que precisa ter aulas sobre educação e respeito. Peço desculpas pelo incomodo, senhor Andrey. Preciso me retirar agora. Licença. ) — Anissa disse para surpresa de todos ao redor.
— Você fala francês? — Uriel estava surpreso. Estava preparado para responder mãe, mas a garota havia sido mais rápida.
— Sim, mamãe viaja muito e sempre me leva junto. Por isso, me fez aprender várias línguas. Sei português, inglês, francês, espanhol e estou aprendendo alemão. — Anissa respondeu animado ao pai, queria de gabar que sabia muito.
— Entendi. Vamos indo. Dona Isaura está prestes a explodir. Se isso acontecer, pode melar o seu vestido com um pedaço de cérebro ou do estômago. — Uriel brincou colocando a garota no braço, andando na direção oposto que sua mãe havia vindo.
— Não estou de brincadeira, Uriel. E lembre que além do noivado de Úrsula hoje, também é um encontro para você e a sua futura noiva. Marquei com ela há muito tempo. — Isaura não estava entendo mais nada. Se Questionava como a filha de uma empregada doméstica poderia dar esse tipo de educação para sua criança.
— Eu não marquei com ninguém e a minha única companhia hoje será essa adorável princesa. Resolva você mesmo os problemas que criou. — Uriel disse antes de se afastar de sua mãe, mas deu de frente com a última pessoa que queria.
— Pensei que não iria vir mais. Estava ansiosa para nossa dança. Vamos? Pedirei para que um dos seguranças leve a criança até os pais. Vamos logo para pista, os jornalistas estão todos lá e os meus pais estão ansiosos por isso. — Karol olhava para menina nos braços do seu futuro noivo com repúdio.
— Não lembro de ter concordado com nada disso. E essa criança já está com o pai. Minha esposa está doente no momento por isso trouxe ela. Espero que a minha mãe não tenha criado falsas expectativas sem ter conversado comigo — Uriel tinha decidido que nunca mais iria se casar e tinha acabado de encontrar a desculpa perfeita para escapar de tudo isso.
Karol olhou para criança que sorria animada com o que seu pai havia dito, mas a mulher que estava completamente mergulhada em ódio, jogou a tava de vinho que segurava no chão.
— O que acabou de dizer? — Karol gritou, fazendo todo mundo do baile olhar para eles.
— Sabia que a noite de hoje ia ser divertida. Será que eu encontro pipoca por aqui? — Úrsula gargalhou. Olha o rosto da sua mãe e de Karol contorcidos de raiva era animador para ela.