Chegamos ao baile

996 Words
Úrsula e Uriel levaram Anissa em uma loja roupa de uma conhecida, que ajudou a garota na escolha da roupa, levando em consideração o gosto da menina a todo momento, na tentativa de chamar atenção de Uriel. Enquanto a menina se arrumava, os dois irmãos conversavam sentados em uma patrona próxima ao provador. — Algo me diz que Lívia odiaria ver a filha usando uma roupa dessa, indo para uma festa a noite cheia daquele tipo de pessoas. Lívia sequer gostava de ir. Ainda mais com a mamãe. Tenho medo do que ela possa dizer para essa menina. Sabe muito bem como a mamãe era c***l com Lívia. — Úrsula alertou o irmão que estava com os olhos na menina que desfilava de um lado a outro se olhando não espelhos— Parece que ela é acostumada com esse tipo de coisa. Não reclamou de trocar de roupa várias vezes, sabia como orientar as funcionárias em relação a suas preferências. Como se já tivesse jeito isso muitas vezes. — Impossível. Duvido muito que ela já tenha usado roupas caras na vida dela. Sabe que a família de Lívia é humilde, mesmo quando nos separamos ela não aceitou nada de mim, talvez ela esteja que mesmo passando dificuldade, será que foi por isso que voltou? Ela é ridiculamente honesta, sempre foi assim. O que não faz sentido é ela esconder a criança de mim. Será que ela apenas disse meu nome para não dizer o verdadeiro? Por mais que eu pense nisso, nada disso se encaixa. Parece que tem uma peça faltando para fazer sentido. — Uriel nunca havia visto Lívia mentir ou esconder algo, deveria haver uma razão para tudo aquilo. — As roupas que sua filha usavam eram de uma marca exclusiva. Não é qualquer um que consegue elas. São feitas poucas peças de cada modelo. A estilista é bastante requisitada, mas nunca aparece ou participa de entrevistas, sempre seu sócio que fica responsável pela parte das relações públicas. Já tentei comprar algumas coisas para ela, mas nunca consegui. — Úrsula ficou intrigada com as roupas da menina desde o começo, mas não conseguia pensar em uma forma de explicar o que havia visto. — Será que Lívia arrumou um milionário casado e essa é a filha dele? Ah! Seria um sonho. .Ia ser ótimo te ver sendo trocado por outro homem. — Lívia não é do tipo que se importa com dinheiro e nunca se envolveria com alguém casado. Ela tem mais caráter que nossa família toda junta. — Uriel riu com a ideia. Lívia sequer aceitava os presentes que ele dava para ela, mesmo quando era apenas amigos de infância. — Vivemos em uma sociedade capitalista, não se iluda, todos gostam de dinheiro, mas tenho que concordar, Lívia sempre foi certinha demais para isso, mas gostava da ideia dela ter se tornado uma rebelde depois de você estragar ela. Fazia sentido para mim. — Úrsula brincou. — Eu escolhi essa! — Anissa rodou na frente dos irmãos que sorriam.  — Você tem estilo! Gostei. Então vamos! Agora é hora de enfrentar o chefão. — Uriel estendeu a mão para a menina, que segurou sorrindo. — Fico feliz que foi do agrado. Hoje à noite estou livre. Que tal um vinho mais tarde? Faz tempo que não te vejo. Pensei que nem estava mais no Brasil. — A funcionária se aproximou sussurrando no ouvido de Uriel, que sorriu com o convite ousado da mulher. — Licença! Papai, podemos ir. O perfume dessa moça me deixa enjoada. — Anissa puxou levemente o blazer do seu pai, chamando sua atenção. Úrsula gargalhou. — Essa é das minhas, não suporta a catinga de v***a. Vamos, irmão. Hoje você tem compromisso com a gente. — Úrsula segurou a mão do irmão tirando ele da loja. — Você não deveria se misturar com todos tipo de gente. Ainda mais na frente da sua filha. Deveria ser exemplo para ela. Imagina se ela pensar que é normal as mulheres se jogarem nos braços dos homens. — Eu não falei nada, vocês duas expulsaram a mulher antes que eu fizesse qualquer coisa. Se uniram contra mim. — Uriel fez careta para as duas que se olharam e riram. — E ainda preciso esclarecer umas coisas antes de me tornar exemplo. Em questão de minutos depois que saíram da loja chegaram no baile, os dois irmãos insistiram que Anissa tomasse cuidado para não se afastar deles ou acompanhar qualquer pessoa, mas Anissa já estava ciente que aquele lugar havia alguém que feriu a sua mãe. A entrada dos três foi anunciada, chamando a atenção de todos para a entrada. Os três estavam de mãos dadas, com Anissa no meio. Só precisaram dar um passo para dentro do salão, para que sua mãe se levantasse da mesa vindo na direção deles com cara de poucos amigos. — Ela não parece muito feliz — Uriel brincou vendo sua mãe vindo com ódio estampado no seu semblante. — Alguma vez na vida ela pareceu feliz? Não lembro desse milagre. — Úrsula brincou, mas notou que os olhos da mãe estavam na verdade na menina entres eles dois. — Vocês estão atrasados, mas tenho certeza que sabem disso, deve ser mais uma das travessuras de vocês. E quem é essa pirralha? O rosto dela me trás um desconforto sem igual. — Isaura Miller, mãe de Uriel disse jogando seus cabelo completamente branco para trás da orelha. Os olhos dela pareciam queimar a menina. — Olá, boa noite. Eu me chamo Anissa Veloso, sou filha de Lívia Veloso. É um prazer conhecer a senhora Isaura. Minha mãe me contou muitas histórias sobre a senhora. — Anissa tinha aprendido com sua mãe a forma certa de se apresentar nas festas que costumava acompanhar sua mãe, mas havia algo que Lívia nunca conseguiu ensinar a filha. Controlar sua língua na frente de pessoas que não gostava. — Mas não pensei que a senhora seria tão velha e enrugada.
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