Onde está Olivia?

838 Words
— Acho que você me confundiu com alguém, eu não tenho filhos. Sequer sou casado, mas não é por falta de opção, tá? Sou muito bonito com pode ver. As mulheres deliram aos meus pés. — Uriel respondeu confuso não tinha a mínima ideia do que estava acontecendo ali. — Seu nome é Uriel Miller? Melhor amigo da mamãe, né? E também ex-marido da mamãe? Mamãe disse que você é assim, bonito, exibido e sempre cercado de mulheres. Tem que ser você. — Anissa perguntou olhando confusa para o homem que parecia ser idêntico aquele que sua mãe descreveu e mostrou nas fotos quando falava sobre seu pai. — Pode de dizer que sim... Lívia tinha que me descrever assim? Nao é bem assim as coisas. — Uriel concordou confuso a definição de melhor amigo, talvez tivesse sentido um dia quando eram mais novos, mas agora o termo não se encaixava mais entre ele e Lívia depois de tudo que aconteceu entre eles. — Então é o meu papai. Mamãe me mostrou várias vezes fotos suas e me falou muito sobre você. Sempre quis te conhecer, mas mamãe me disse que você ainda não sabia sobre mim. Por isso que não me reconheceu, né? E você também, titia Lala, mamãe também contava histórias sobre você. Disse que você sempre estaria perto do papai. — Anissa estava confusa com a situação, mas tentou fazer tudo que sua mãe orientou. — Então tenho que me apresentar, sou Anissa, sua filha. Tenho oito anos e odeio feijão, mas gosto muito de sorvete de morango. Tenho alergia a amendoim e crustáceo. Estou no segundo ano. — Você diz que tem oito anos. Bem.... Se fizer as contas... Realmente tudo bate. Vou procurar por Lívia. Fique aqui com a menina. Precisamos saber o que está acontecendo aqui. Não faz sentido ou faz. Não sei nem o que pensar. — Úrsula estava preocupada porque aquela história poderia causar muitos problemas. Havia um motivo para eles terem se separado, uma criança poderia causar muito mais problema do que o relacionamento deles foi. — Acho melhor eu ir, já que fui chamado pela menina. Talvez não queiram dar informação para alguém que não esteja ligado a ela, não sei se ex conta como alguém ligado, mas vamos apostar nisso. É o que tem para hoje. Só precisa encontrar uma enfermeira bonita e consigo as respostas. — Uriel era péssimo com criança, como poderia lidar com uma que dizia ser filha dele desconhecida, enquanto ele sequer conseguia organizar seus pensamentos. Queria usar daquilo para escapar. — Boa noite. Licença. Vocês são os responsáveis pela paciente Lívia Veloso? Sou o médico que atendeu ela assim que chegou no hospital. — O médico tinha cerca dos seus 50 anos, parecia cansado depois de um plantão exaustivo. — Sim, sou Uriel Miller. — Uriel se apresentou, a pequena garota se agarrou em sua perna, estava com medo do que poderia ter acontecido com sua mãe. — Pode me explicar o que aconteceu com Lívia? Na ligação me disseram que ela sofreu um acidente de carro, mas vejo que a menina que estava com ela parece completamente bem. — Bom, a paciência está estável no momento, mas bateu a cabeça com muita força. Fizemos todos os exames para avaliar o dano, mas seu corpo já estava enfraquecido devido ao tratamento de quimioterapia que estava fazendo. No momento, ela segue desacordada, porém acreditamos que seja apenas até seu corpo se recuperar um pouco. Não há motivo para pânico. Manteremos ela em observação em um quarto de UTI por precaução nas próximas horas. Estaremos avaliando ela para saber seu progresso — O médico explicou olhando para um tablet imenso. — Na ficha dela dizia que você era responsável por ela, se estivesse inconsciente ou sem condições de tomar qualquer decisão sobre si. Manteremos o senhor avisado caso seja necessária uma intervenção. Por enquanto só nos resta esperar. Pode apenas confirmar se seu telefone continua o mesmo que ela deixou? — Lívia está com câncer, como é? — Úrsula gritou colocando as mãos na boca. Havia algum tempo que não tinha contato com sua amiga, mas não pensou que acabaria reencontrando nessa condição. — Isso não faz nenhum sentido. — Uriel respondeu tendo uma criança de riso enorme enquanto confirmava seu número para o médico. Não havia qualquer sentido para ele o retorno de Lívia com uma filha e doente. Isso dava uma sensação r**m nele, além de um arrependimento sem tamanho por ter deixado ela partir, mas não era a primeira vez que ele sentia dessa forma. — A mamãe vai morrer? — Anissa perguntou sem entender nada que o médico tinha acabado de dizer. Seus olhos estavam repletos de lágrimas. A menina agarrou no jaleco do médico puxando sem parar. Todos podiam notar que as mãos da menina tremiam — Mamãe não pode morrer, senhor médico. Ela disse que não morreria antes de me apresentar o papai. Ela não pode morrer. Mamãe sempre cumpre as suas promessas. Eu quero a minha mãe.
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