Plano para o baile: causar terror

974 Words
— Isso é uma pegadinha, não é? Você está me dizendo que Lívia está com câncer e me deixou responsável por ela? Isso não faz nenhum sentido. Impossível. Essa mulher deve me odiar profundamente... pensando bem... talvez seja por isso que me deixou incumbido dessa função. Deve ser a forma de me castigar por tudo. Não pensei que ela poderia ser tão c***l. — Uriel olhou para a menina que chorava desesperada, aquilo não parecia em nada como uma piada. Ele se perguntava como consolar aquela pequena garota. — Criança, sua mãe deve demorar um pouco, está cansada, mas vai acordar em algumas horas. Você se sente bem? Aqui diz que você não quis receber tratamento. — O médico olhou preocupado para a menina e para o tablet onde havia todas as informações. — Como assim você não recebeu tratamento? — Úrsula não sabia exatamente o que estava acontecendo ali, mas independente do que fosse, aquela garota era filha de alguém muito importante e ela faria o que fosse necessário para manter aquela menina bem. Na mesma hora, Lívia pegou a menina que chorava sem parar nos seus braços, levou até a cama próxima. Chamou o médico para avaliar a garota que tentava se acalmar. Rapidamente o médico constatou que ela estava bem, de alguma forma havia apenas alguns arranhões. — Se precisarem de mim, podem pedir para as enfermeiras, eu preciso fazer as outras rondas. — O médico disse antes de se afastar do grupo. — Isso é um alívio. Uma criança costuma se machucar muito em um acidente de carro por ser menor e ter uma estrutura mais delicada. Quer comer alguma coisa? Posso contrabandear um sanduíche bem gostoso para você. — Úrsula quanto mais olhava para a menina, mais se apaixonava. A menina era a réplica de sua amiga de infância. — Mamãe me abraçou na hora que o carro começou a girar. Ela disse que ia ficar tudo bem, que logo iria parar, mas quando parou mamãe adormeceu. — Anissa explicou olhando para o celular que carregava em sua mão, o papel de parede era ela e sua mãe fazendo careta, seu olhos voltavam a alagar com suas lágrimas. — Mamãe... — Ela foi liberada. O que faremos? Tem o baile. Mamãe não para de me ligar e mandar mensagem. Precisamos ir. Não podemos faltar e nem deixar ela aqui sozinha. — Úrsula perguntou preocupada ao irmão que estava lendo a ficha de saúde de Lívia que havia conseguido depois de flertar com a enfermeira chefe enquanto a irmã cuidava da garota. — Simples! Vamos para o baile e levaremos ela. Depois pensamos no que fazer. O que você acha de ser meu par no baile, Anissa? O baile bem legal cheio de comida gostosa e não tem feijão. Parece divertido? Podemos até dançar juntos se você quiser. — Uriel precisava saber mais sobre o que estava acontecendo e não podia deixar a filha de Lívia sozinha em um hospital. Enquanto não tivesse as respostas, não poderia deixar Lívia ou Anissa se afastarem dele. — Quê? A mamãe vai enlouquecer! Se a gente chega uma garota dizendo que é sua filha com Lívia, ela que vai vir bater no hospital. Sem contar que a garota não está vestida apropriadamente para esse tipo de lugar. Sua roupa também está toda suja. — Ursula alertou, ela sabia quanto a mãe odiava Lívia com todas as forças e encontrar com a garota naquele estado não iria ajudar muito. Sua mãe era extremamente ligada a estética. — Úrsula, se a mamãe acabar no hospital, a culpa não é nossa, certo? Uma escolha completamente dela. Se Anissa quiser me acompanhar, irei conseguir tudo que ela precisa para estar mais do que apropriada para aquela baile i****a. A decisão é sua, Anissa. Você quer ir para o baile? — Uriel estendeu a mão para a criança da mesma forma que ela via os príncipes fazendo para as princesas nos filmes. — Papai é realmente um príncipe encantado. Vou com papai. Mamãe disse que eu não deveria sair de perto do papai se algo acontecesse com ela. E jamais deveria ficar sozinha com a vovó. Porque eu estarei bem se eu ficar com papai e titia. — Anissa contou com um sorriso. Os irmãos se olharam confusos. Sabiam que tipo de pessoa era sua mãe, mas não imaginou que Lívia teria medo dela a ponto de alertar a sua filha sobre isso. — Então, pode deixar que não soltarei a mão dessa princesa a noite inteira e ainda vou te conseguir as melhores sobremesas do mundo hoje. — Uriel estava ainda mais confuso. Será mesmo que era sua filha? Se for, porque Lívia esconderia dele? Mesmo que não tenham tido uma péssima despedida, ainda assim, não esperava essa atitude dela. — Ahhhhh! Que seja. Se a menina realmente for filha de vocês dois, tenho certeza que esse baile será memorável. — Úrsula conhecia muito bem Lívia e Uriel, sabia o caos que ambos poderiam fazer. Um filha deles era como uma mina terrestre. — A parte boa é que não irei precisar noivar nesse ritmo. Estarei ocupada organizando o funeral de nossa mãe. Ah! m*l vejo a hora da cara que aquelazinha vai fazer ao ver que sua acompanhante não será ela. — Úrsula, consiga uma mesa para gente separada da mamãe. Não sei a história que envolve essa menina, mas se Lívia me pediu para proteger ela da mamãe, eu irei fazer isso. Eu não me importo com o resto. Agora quero apenas desvendar o mistério daquela pequena menina que segura a minha mão com cuidado. — Uriel estava intrigado com a história, mas tinha também fortes sentimentos por Lívia que não mudaram ao longo dos anos. Proteger a sua filha era o mínimo que podia fazer até ela acordar e explicar o que estava acontecendo.
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