CAP 4

1301 Words
Ayda Liman Todos os lugares que eu piso só ouço falar do meu casamento. Eles não param de me colocar contra a parede e o meu pai não para de me ameaçar. Ele só pensa nele. Só pensa em me usar para conseguir informações e passar para ele. Eu não faço ideia do que ele planeja. Ele não confia nenhum pouco nesse casamento e nessa trégua, mas, é capaz de nem pensar antes de me colocar nisso tudo. Ele é um ambicioso sem precedentes! Se eu tivesse que me casar com outra pessoa, eu juro que estaria louca. A única coisa que me mantem sã é saber que é com Ilir que estarei. O meu outro alívio, é saber que nunca descobrirão o nosso caso. Fizemos muito bem feito ele é o motivo de eu ainda aceitar tudo isso. Nosso relacionamento dura há bastante tempo e corremos muitos riscos. Teve tempos que passamos quase três meses sem nos vermos por causa dos conflitos e foi uma tortura. Eu quase enlouqueci! Desde o começo, tudo sempre foi difícil! Queria muito que fosse mais leve, que as coisas finalmente fossem mais verdadeiras e naturais. Mas, o que passo aqui, me faz se perguntar como será quando eu for um deles. Eu terei o sobrenome Alban, serei da família deles e estarei com eles ali. Aquele lugar é praticamente um castelo e iremos estar todos juntos. Irei ver o inimigo dos meus. O senhor Osman é um homem que o denominam como “o irmão do demônio”. Ele não hesita em nada. Corre o boato de que matou a sua primeira esposa e também, um de seus filhos por nascer com uma deficiência. Ele é responsável por uma chacina que ocorreu há dois anos, ele já matou diversos soldados dele e dizem que ele ameaça apenas uma vez. Na próxima, ele faz valer as palavras! Ele estava à frente da matança que levou mil homens a morte e isso, sendo dos nossos. E ainda tem o caso de que Ilir quase me matou por causa dele. É com esse homem que vou morar. Ele estará ali todos os dias e serei obrigada a conviver com ele. É isso que o meu pai quer e planejou. Ele engravidou a minha mãe apenas para isso, porque se um dia tudo não levasse a nada como ocorreu, eu seria usada e controlada por ele. E estou sendo, quer dizer, estou sendo usada. A única parte que o plano dele deu errado, foi em eu e Ilir estarmos junto de verdade. Ele me mataria se soubesse, porque pela minha personalidade, ele iria ver que eu nunca o ajudaria. Mas ele vai descobrir depois e quero vê-lo desesperado! De certa forma, é como se eu soubesse que estou prolongando a minha morte. Eu não tenho mais nada a não ser Ilir. Meu pai nunca foi pai, o meu irmão está longe e nunca se ligou para mim já que foi ensinado assim e então, sou apenas eu. Tenho me acostumado! Em breve, quando estiver casada, ele verá que não tenho mais nenhuma obrigação de ser leal a ele. Não serei mais uma Liman e sim, uma Alban. De verdade, eu não tenho orgulho disso. — Senhorita? — Uma das funcionárias da casa me chama. — Está pronta para separar as suas coisas? Algumas já devem ser levadas para o seu novo lar. — Ah, claro! Entre que eu explico e já ajudo também. — Ela se aproxima e já vamos aos pertences maiores. Como eu vou me mudar, pegarei tudo que tenho. Levarei as roupas, calçados, joias, quadros e coisas menores. Não quero deixar nada! Tenho pouca coisa, mas sou apegada ao que tenho. — A senhorita se decidiu sobre a prova do vestido? — Negö na mesma hora. — Não pretendo usar vestido! — Respondo tendo já decidido. — Mas vai! — É o meu pai que chega na porta de surpresa. — É uma tradição e lei! Osman, já questionou sobre o assunto e ele não vai abrir mão das tradições. — Me seguro para não revirar os olhos. — Haverá a cerimônia da espada e véu, a benção dos anciões, a purificação de fogo, a dança oficial e ainda a entrega do dote. — Fico chocada com isso. — Concordou com o dote? Isso é ultrapassado! — Além de usada, eu me sinto vendida. Nunca entendi essa questão de dote. O pai da moça paga para ela ter um marido. Isso nunca fez sentido para mim. — Mas faz parte da lei e eu não posso evitar. — Ele cruza os braços e se apoiada na parede. — E eu não posso deixar que você estrague tudo. Queria o quê? Ir como soldado como se tudo fosse supérfluo e medíocre? Isso não vai acontecer! — Mas, eu não falei que... — O debate começa, mas dessa vez, eu não tenho chance de fala. — Mas, nada! Terá prova de vestidos amanhã e não tem negociação. — Nisso, ele descansa os braços. — Você é uma noiva agora e deve agir como uma. Aprenda! — Ele dá meia volta e sai sem me deixar falar. Que ódio desse homem! Respiro fundo para controlar a minha raiva e a moça aqui fica calada separando as coisas. Todos aqui sabem que sempre enfrento o meu pai e sabem o custo que isso tem. É uma mistura de vitórias e derrotas e dessa vez, eu fui derrotada. Não tenho escolha. Enquanto separamos boa parte das coisas, outra das moças entra com um caderno de opções de vestidos. Enquanto eu olho e separo as opções, as minhas medidas são verificadas para fazer os ajustes e assim, prova quando estiver modificado. Faltam poucos dias para o casamento e confesso que é uma mistura horrenda. As vezes parece que o tempo passa rápido, mas em outras é uma tortura de lentidão. — Senhorita? — Outra delas aparece na porta. — Desculpe incomodar, mas chegou alguns presentes para você. — Presentes? — Fico sem entender. — Como assim? — Isso! Dizem ser de algumas famílias para o casamento. Tudo está no salão e foram entregues hoje! — Largo tudo na mesma hora e saio com ela. Como assim presentes? A notícia realmente já foi vazada aos quatro ventos do país? Quem daria presentes nesse tempo? Não consigo pensar em ninguém ainda e ando em passos largos. Já na porta do salão, eu vejo diversas caixas lacradas e a mesa central lotada de sacolas e mais caixas menores. O meu pai está parado no canto, olhando tudo como se já soubesse disso e eu me aproximo tentando entender. Abro algumas sacolas e vejo joias em diversas opções. A maioria em forma de colares. As caixas da mesa mostram vestidos deslumbrantes de festa, tem sapatos e tudo que se possa imaginar. Tem lençóis de seda pura, conjuntos de peças de enxoval e fico chocada com isso. São itens de primeira qualidade, caríssimos se for analisar e nunca tive nada assim. Todas as sacolas e caixas contém cartões de identificação, mostrando quem as mandou. São famílias grande aqui da Albânia. — Nunca se esqueça de que tem muita gente contando com você, Ayda. — Meu pai fala bem atrás de mim. — Todos os nossos confiam nesse casamento e sabem que é a melhor forma de paz que precisamos. — Menos você. — Olho para ele que mantém a cabeça erguida. — Você não acredita nisso e muito menos em mim. Eu já sei disso e não tente me manipular..., nada do que você fizer agora vai mudar alguma coisa. Antes que ele diga algo, eu chamo as funcionárias e começamos a separação do que vai agora para a mansão Alban e o que vai na segunda remessa. Tenho muita coisa para fazer agora.
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