CAP 3

1205 Words
Ilir Alban — Onde você estava, Ilir? — A pergunta vem do meu pai que surge na minha frente assim que coloco os meus pés para dentro de casa. — Faz horas que estou te procurando. — Já voltei. O que aconteceu? — Toda vez é a mesma coisa. — Não respondeu a minha pergunta. — Já começo a me irritar. — Onde você estava? — A cara dele não é nada boa, mas ignoro. — Ninguém conseguiu saber de você e sei que despistou os seus homens. — Eu só dei uma saída e até onde eu saiba, eu tenho esse direito. — Respondo retirando a minha capa. — Afinal, o que aconteceu? Alguém morreu? — Olha só, Ilir, se acha que as coisas já estão nas nuvens com a porcaria desse casamento, está enganado. Você é o próximo líder, o próximo rosto da organização e precisa levar o seu trabalho a sério. — Lá vem ele com o mesmo texto decorado. — Tem noção da mudança que vai ocorrer nos próximos dias? Todos estão contando com você e não com os seus sumiços. Seja homem! — Quer falar de ser homem? Porque você perde nesse quesito. — Ando para sair de perto dele, mas ele me acompanha. — Nós perdemos quase tudo por causa da sua sede de vingança. Olha como está esse lugar! — Falo abrindo os braços e mostrando a situação da nossa casa. — Está em ruinas! — No meu lugar, você faria o mesmo! — Negö na mesma hora. — Não! Nós perdemos dinheiro, alianças, estabilidade, recursos e aos olhos de toda a Europa, nós não somos de confiança. Nenhum país quer uma aliança conosco fora que, muitos nem nos vê como uma organização e isso é por causa de anos de estupidez de vocês. — Eu paro e fico bem na sua frente. — Não sei quando eu vou assumir, mas garanto..., eu farei diferente e a Albânia terá uma nova visão. Esse é o meu foco para nós e tenho ideias do que fazer. — Escuta aqui... — Ele com tudo, agarrando o meu rosto e me faz ir de encontro com a parede. — Você ainda não passa de um jovem inexperiente. Não sabe de nada! Quando tudo começou eram outros tempos e você não morreu por pouco. Faltou um centímetro assim... — Ele faz o gesto com a mão, juntando dois dedos. — ..., para Alessio te matar e quem te salvou, foi eu! Eles não são confiáveis, são os mais traiçoeiros e com essa união, eu vou esmagá-los com tudo. — Eu retiro a sua mão de mim na força. — Se acha que vou ficar afastado, está enganado. Eu vou te mostrar mais de perto ainda. — Faça isso, mas não me coloque nesse meio. — Eu o afasto. — Esse assunto é seu, não meu! — Continuo o meu caminho e vou diretamente ao meu quarto. Fecho a porta com tudo e tranco querendo um pouco de paz. Retiro a minha roupa por completo e já me preparo para um banho. Apesar de estar contente com esse casamento, eu tenho receio por diversos pontos. Eu sou louco pela Ayda desde o momento em que a vi pela primeira vez. Parece loucura lembrar que naquele momento, sendo que eu quase a matei. Foi um dia de guerra e um dos mais intensos e até então, eu nunca tinha visto-a. Depois daquele dia, enlouqueci querendo saber mais dela e não sosseguei. As escondidas, eu tive que procurar informações sobre ela, eu tive que praticamente persegui-la e na hora certa, eu a capturei. Nada começou fácil, mas fomos nos entendendo. Amo aquela mulher e o único problema, é essa situação. Toda ela nos sufoca de uma maneira que está sendo insuportável e se não fossemos fortes, já teríamos nos destruído. Ambos os lados nos sufocam e tentam nos ludibriar. Não faço ideia de como será quando nos casarmos, já que iremos morar aqui. Eu só sei que, terei que ter olhos bem abertos até dormindo. Encerro o meu banho, saio para me vestir e ficando pronto, eu saio do quarto. — Olha por onde anda. — Minha irmã, Anika, aparece na minha frente. — Gostou da bronca? Papai está furioso com você. — O riso dela é de satisfação pelo caos. — E se me encher o saco, eu não respondo por mim. O que quer? — Sei bem que estava atrás da porta por alguma coisa. — Eu vim perguntar..., vai mesmo aceitar se casar com aquela traidora miserável assim sem relutar? É sério que vai ficar calado e apenas se casar? — Ela cruza os braços e me olha com raiva transbordante. — Você não entende desses assuntos. — Anika, pegou bem as orientações de nosso pai sobre o que acha os Liman’s. — A sua hora vai chegar e vai ver que bater perna não adianta nada. Eu serei o chefe da organização e preciso fazer a minha parte. — Você é bom demais para ela. Fico nauseada só de imaginá-la andando por aqui entre nós. — Uso todas as minhas forças para me controlar aqui. — Que nojo! Mamãe, não aceitaria isso por nada. — Eu tenho mais o que fazer! — Faço o meu caminho e a deixo falando sozinha. Pelo horário, eu faço o caminho da sala de conferência para ver as minhas pendências do dia. Esse lugar é imenso e parece um castelo antigo. Foi aqui que nossos antepassados começaram a construir a organização e continuamos pela tradição. Com o tempo, o lugar só foi reforçado em reforças, mas, os últimos confrontos acabaram com a estética. De acordo com a tradição, eu terei que morar aqui por pelo menos um ano de casamento e não tenho escolha. Os lideres conselheiros não abrem mão de nada em relação a tradições, principalmente por já terem perdido muito com a guerra. Por sorte, eu me dou bem melhor com eles do que o meu pai. Eles sabem vem e viram de perto o quanto o meu pai foi negligente e e******o em prolongar o conflito para não o resolver. Tudo foi por vingança e nada mais e abaixar a cabeça sempre foi algo insuportável para ele. — É bom vê-lo, Ilir! — Selim, um dos lideres se aproxima. — Temos uns pontos para resolver. — Imaginei. A situação é feia? — Pergunto e faço um aceno para alguns olhares que recebo. — Muito e ainda precisamos repassar os tópicos sobre a cerimônia do seu casamento. — Andamos juntos para nos afastar dos outros. — Olha só, eu não falei nada, mas..., terá muitas mudanças dessa vez. — Como assim? — Eu o vejo preocupado. — Eles vão colocar alguns rituais de tradições que há um tempo não eram usados. — Ele olha para os lados e tenta disfarçar. — A maioria dessas ideias..., vem do seu pai. — A raiva em mim já começa. — Mas..., tem outra coisa que pode amenizar, só que não posso falar aqui. Já sei que o assunto é sério e por isso, decido que vamos conversar em outro lugar. Se o meu pai acha que vai me pegar de surpresa em algo, está muito enganado.
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