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Que assim seja o destino

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Blurb

"Nunca fui boa em contar histórias. Sempre me perdia nos fatos e acabava revelando o clímax antes do momento certo. No entanto, acredito que essa historia não será tão difícil assim de contar, pois diferente das demais; essa é real. De como eu, conheci um deus"

Isis perdeu o pai, mas não o foco de seguir seus passos e se tornar uma grande arqueóloga. No entanto, em seu primeiro dia na faculdade, ela vê uma garota ser brutalmente assassinada por uma criatura que ela acreditava existir somente nos livros de mitologia que seu pai lhe contava.

Esse terrível e assustador evento está prestes a revelar a Isis que seu destino é muito maior do que apenas ser uma arqueóloga, deixando nas mãos da garota o futuro do mundo.

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O ataque á escola
Nunca fui boa em contar histórias. Sempre me perdia nos fatos e acabava revelando o clímax antes do momento certo. No entanto, acredito que essa historia não será tão difícil assim de contar, pois diferente das demais; essa é real. De como eu, conheci um deus. Estava começando o primeiro semestre na Universidade de Auckland, a melhor universidade de arqueologia da Nova Zelândia, também conhecida como Universidade Hórus. Sentia-me empolgada com a possibilidade de seguir os passos dos meus pais e me tornar uma arqueóloga em breve. -Isis! -Olhei em direção á entrada da universidade quando ouvi meu nome ser chamado, correndo em minha direção, estava Dan, meu namorado e futuro estudante de direito. Usava seu terno creme com gravata vinho e trazia consigo um buquê de flores. Rosas. Eu odiava rosas, mesmo assim sorri. -Dan, você veio tão cedo. -peguei o buque e lhe cumprimentei com um beijo no rosto. -Vim te ver... e... -meu sorriso vacilou um pouco, sempre tinha um “e”. -Garantir que você vai jantar com meus pais hoje. -Ah, sim... Eu vou claro! -Temos que discutir a nossa mudança. -ele declarou animado. -Sobre a mudança, temos que conversar ainda... -Você ainda não decidiu ir? -Dan me olhou um pouco decepcionado. Desde o terceiro ano do colegial, Dan insistia que deveríamos nos mudar para a Cambridge onde ele estudaria em Harvard, mas eu simplesmente não conseguia deixar a cidade onde cresci com meu pai. -Eu tenho a faculdade aqui... -Há melhores faculdade em Cambridge. -Sim, mas meus pais estudaram aqui. Eu cresci aqui. É a única ligação que possuo com eles agora. -segurei o buque firme. Dan estava comigo desde o inicio do colegial e sabia o quão importante era para mim estudar em Auckland. -Eu sei baby. -Ele me abraçou. -Só que você não acha que está na hora de viver sua própria vida? Você viveu a vida que seus pais queriam por muito tempo. -Como é? -Eu o empurrei. -Oque você está dizendo!? Sabe que a Auckland é o meu sonho de anos! -Ah! Qual é Isis? Nós dois sabemos que você só está insistindo nisso por que seu pai faleceu ano passado. -Ele me encarou. -Você sempre reclamava do quanto ele viajava e te deixava sozinha e sempre voltava falando de múmias e esfinges! É essa vida que você quer para você? -Sim Daniel, é essa vida que eu quero para mim. -Devolvi o buquê. -Quem deveria pensar sobre viver o que os seus pais querem é você. Sua família tem oito gerações de advogados. Desde o seu tataravô! Que coincidência nenhum de vocês querer ser outra coisa além de advogado. -Dei as costas. -Vou me atrasar para a aula. Bom Dia! -Ei, Isis! Espera! Continuei andando em direção á minha sala. Parte do que Dan disse era verdade, sempre reclamei muito de ser deixada de lado nas viagens do meu pai, mas sabia que muitas ele não poderia me levar e isso que me entristecia. Não passar muito tempo com ele. No entanto, sempre admirei a profissão que ele escolhera para si. Arqueólogo. Um cientista que busca o passado e descobre inúmeras partes da historia. Isso  me fascinava. Passei o dia alternando entre as aulas e a biblioteca, tudo para preencher minha mente e evitar pensar no jantar que teria com a família de Dan á noite. Resolvi até mesmo completar um trabalho de antropologia que teria que entregar dali á duas semanas, quando as coisas começaram a ficar um pouco estranhas. Um garota estava passando no corredor, no entanto suas roupas pareciam rasgadas e sujas e sua expressão parecia um pouco confusa. Olhei ao redor e não havia ninguém prestando atenção na garota. -Ei... Você está bem? -perguntei me aproximando. Ela parecia machucada. -Onde... Onde eu estou? -Você está na Auckland... Sabe... A universidade de Hórus. -falei calmamente. -Ela me olhou ainda mais desesperada. -Não tem como eu estar aqui... Eu estava em um corredor escuro... Disseram-me que eu teria um julgamento. -Julgamento? -a observei com cautela. “Será que ela é alguma criminosa?” -Julgamento por que? -Eu fiz uma coisa... -Espera... Que coisa? Qual o seu nome? -Lisa. -ela olhou ao redor ainda confusa. -Eu preciso ir para o julgamento. -Você vai ser julgada por que? -perguntei ansiosa, temia que ela fosse alguém realmente perigosa, apesar de sua aparência. Lisa me observou com cautela e hesitou um pouco, mas começou a falar. -Havia um garotinho... Eu estava muito chateada naquele dia e tinha bebido muito. Eu não o vi e... -ela parou de falar. Seus olhos pareciam apavorados. -Você ouviu isso? -Isso o que? -Ele está vindo... -ela me olhou ainda mais apavorada. -Temos que correr, depressa! Lisa segurou meu pulso e nesse instante eu estava em uma rua arborizada em algum bairro tranquilo. Havia um garotinho brincando com uma bola. De repente uma caminhonete azul metálico surgiu no fim da rua acelerando ao máximo e a jovem estava guiando. Lisa bebia uma garrafa de Whisky enquanto dirigia ziguezagueando pela rua. Quando o pequeno garoto notou o carro se aproximando, era tarde, tentei correr até ele para tirá-lo do caminho, mas meus braços atravessaram como se ele fosse feito de nevoa. Então segundos depois a caminhonete seguiu seu caminho ainda mais rápido após notar o que fizera. A pequena criança ficou ali no chão, banhado em sangue e eu voltei. Estava sendo arrastada pelos corredores agora mais vazios da Hórus. Lisa parecia desesperada e me puxava apavorada. -Você não prestou socorro. -falei de repente, ela me olhou com lágrimas nos olhos. -Eu estava assustada. -rebateu com tristeza na voz. -Você está fugindo da policia? -paramos próximo aos armários. -É melhor se entregar e confessar, pode ajudar na sua pena. -Policia? Não. Eu não estou fugindo da policia... -de repente seus olhos se arregalaram. Ouvi um rosnado atrás de mim e me virei lentamente. Da ponta do corredor, vinha uma criatura que eu só imaginaria nos meus piores pesadelos. Tinha a cabeça de um crocodilo enorme e cheio de dentes, saliva escorria conforme ele abria e fechava a boca. O corpo era ainda mais estranho pois as patas dianteiras eram de algo felino, como um leão e a parte traseira era de um hipopótamo. -Ele chegou... -ela sussurrou dando leves passos para trás. -Está atrás de mim... -Oque... -Meu coração batia acelerado. A criatura andava em nossa direção a passos lentos, como se soubesse que já havia pego sua presa. Eu a conhecia, claro. Meu pai falou dela para mim inúmeras vezes. No entanto, não havia como aquilo ser real -Não é possível... Ela é um mito... -Você... Sabe o que é isso? -A garota perguntou baixinho. Estava quase entrando nos banheiros. -É Ammit. -ao dizer seu nome, a criatura me encarou, rosnou alto e ameaçou me abocanhar, mas claramente eu não era sua presa, pois quando Lisa tentou adentrar um banheiro a criatura saltou. As patas de leão dando um impulso extra, fazendo-a pular por cima de mim e pousar com as patas no peito da garota. -LISA! -Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, Ammit abocanhou o pescoço de Lisa fazendo jorrar sangue em todas as direções. Dei um grito e tentei ataca-la com as mãos vazias. Ammit girou a cabeça em minha direção jogando-me contra os armários. Cai dolorosamente, mas não me machuquei. Decidi que era hora de procurar a ajuda. Corri pelos corredores em direção á sala do professor Steve Parish. Ele estava lá dentro organizando seus documentos. Surpreendeu-se ao me ver entrando correndo e com uma expressão de puro pânico. -Srta. Liria? Está tudo bem? -Professor! O senhor tem que me ajudar! É a Ammit! Está atacando a Lisa! -Oque? -Ele me olhou ainda mais confuso. -Do que está falando? -Não há tempo! O senhor precisa vir comigo! Assim, sem explicar direito, arrastei o Sr. Parish até o corredor dos armários. Ao chegarmos ao local havia sangue para todo o lado e sinais de pegadas de Ammit que desapareciam nas paredes. O corpo de Lisa estava ali, totalmente destroçado. -Srta. Liria, eu não estou entendendo. -O senhor... -o observei incrédula. -Não está vendo? -indiquei o corpo e o sangue. -O corpo da Lisa... O sangue... -Srta. Liria... -Ele me olhou preocupado. -Eu não vejo nada... A senhorita está bem? -Não vê? Está aqui... E... -Quando olhei na direção do corpo de Lisa, ele havia se dissolvido e desaparecido em uma névoa n***a. E tudo parecia normal. -Mas... Ele estava aqui... Eu vi... Eu vi Ammit atacar aquela garota... -Ammit? A senhorita diz, a criatura dos mitos que contamos mais cedo na aula? -Sim, ela é real... Ela atacou a Lisa e... -Srta. Liria... -ele tocou meu ombro. -Acho que a senhorita está muito cansada. Está aqui o dia inteiro, deveria ir para casa. Observei o professor Parish e mordi o lábio. Ele me olhava com preocupação sincera, como se temesse que eu estivesse enlouquecido. -Tem razão professor... Eu... Estava na biblioteca e vi a garota... -Talvez tenha pego no sono e teve um pesadelo, daqueles muito reais. -ele sorriu gentil. -Sim... Tem razão... Eu vou pra casa. -peguei minha mochila do chão. -Desculpe pelo incomodo, professor. -Não foi incomodo algum. Descanse, e nos vemos amanhã. Está bem? Fiz que sim e andei penosamente em direção ao ponto de ônibus. Será que o Sr. Parish tinha razão? Eu adormeci e tudo foi um pesadelo? Não tinha como Ammit existir na vida real e ainda tinha aquela visão que eu tive do garotinho sendo atropelado por Lisa. Deveria ser apenas um pesadelo muito real. Cheguei em casa e tomei um banho muito longo. Os acontecimentos do dia se passando em minha cabeça. Olhei o relógio e ainda havia muito tempo até o jantar com os pais de Dan. Puxei um livro antigo sobre a mitologia Egípcia que pertencia á meu pai e procurei por Ammit. “Na mitologia egípcia Ammit é a personificação da retribuição divina e a executora de almas renegadas. Ammit vive no Duat, e se assenta sob a balança da justiça de Ma'at, a deusa da justiça. No salão das duas verdades, Anúbis pesa o coração de uma pessoa (onde os egípcios acreditavam que a alma habitava) contra a pena de Ma'at. Se o coração pesasse igual a pena, a alma ganhava vida eterna em Aaru, o paraíso egípcio. Se o coração estivesse carregado de pecados, ele pesaria mais que a pena e o coração seria entregue á Ammit que o devora juntamente com sua alma, condenando-a á morte eterna.” Ouvi o som da campainha e pulei de susto, no momento em que via diversas imagens de Ammit devorando suas vitimas. Levantei-me rapidamente e atendi a porta, surpreendendo-me ao ver que havia uma entrega. Não tinha ninguém á porta, somente uma caixa de papelão endereçada á mim. Peguei a caixa e entrei lendo o remetente. “Tom Liria” -Pai. -sussurrei e abri depressa. Dentro havia um vaso canópico. Um vaso antiguíssimo que era utilizado no Egito para guardar os órgãos de uma pessoa que havia sido mumificada. -Sua ultima descoberta era o intestino de alguém? -murmurei comigo mesma. A tampa do vazo era um chacal. Sorri levemente. O Deus Anúbis. -Acho que é a minha herança... Obrigado papai. -sussurrei sentindo mais saudade dele que podia imaginar. Deixei o vaso em cima da escrivaninha da sala e me troquei para o jantar de Dan, não sentia um pingo de vontade de ir, ainda mais depois do nosso desentendimento mais cedo e ter tido uma alucinação com Ammit. Sai do quarto e senti um arrepio nas costas. Olhei ao redor e não vi nada diferente. A sala no entanto estava completamente escura, e eu me recordava de deixá-la acesa. Procurei o interruptor e acendi, não funcionou. -Você não precisa realmente acender a luz, não é? Travei assim que ouvi a voz áspera e fria. Os pelos do meu braço se eriçaram e a luz da lua iluminou o ambiente. Diante de mim havia um homem. No entanto, seu rosto era difícil de distinguir, pois ficava mudando constantemente. Ora um cachorro, depois crocodilo e então um asno e por fim um homem novamente. -Quem... É você? -consegui perguntar num fio de voz, segurando-me firme aos moveis. Minhas pernas não se moviam. -Oque... É você? -Então é verdade... -ele pareceu sorrir. -Você pode me ver... Pergunto-me como. -ele deu um passo á frente. Carregava um punhal antigo e um pouco curvo e suas mãos tinham garras enormes. -No entanto, isso não é importante agora. Oque eu quero... É... -Seus olhos baixaram no vaso canópico. -Porque você quer esse vaso? Você nem disse quem você é. -falei sentindo meu coração pesado e gelado. Aquela criatura ou aquele homem era terrivelmente assustador. Algo realmente maligno. -Isso não é da sua conta... Humana. -Então ele avançou. Peguei o vaso e consegui correr de volta para o quarto, mas não tive tempo nem mesmo de fechar a porta, pois aquela criatura jogou-me no chão apenas levantando a mão. Com a queda deixei o vaso canópico cair e uma areia n***a se espalhou pelo chão do quarto. Isso aparentemente enfureceu a criatura, pois ele desferiu um golpe com seu punhal, levantei o braço para proteger o rosto e gritei de dor ao sentir o corte f**o que se fez em meu antebraço. O sangue escorreu pelo chão atingindo aquela areia. Arrastei-me para longe segurando o corte, a criatura vindo em minha direção lentamente. Quando algo de repente aconteceu. Um redemoinho rodopiou na areia misturando-a com o meu sangue e uma criatura começou a se formar. Possuía uns dois metros de altura, tinha o corpo de um homem e sua cabeça era a de um cão. No entanto, era um tipo especifico canino. Um chacal. Usava vestes egípcias e trazia consigo uma chave e um cajado. Eu o conhecia muito bem, por ser o deus favorito de minha mãe. -Anúbis. -A criatura olhou para mim e viu o sangue escorrendo de meu braço. Então virou sua cabeça para o outro e pareceu entender a situação. -Você não deveria estar aqui. -Anúbis falou, sua voz era grossa e reverberante. Carregada de calma e poder. O cajado em sua mão brilhando em tons de roxo e dourado. -Você é quem não deveria. -Então o outro desapareceu em uma nevoa n***a. Anúbis baixou o cajado e se virou para mim. Encolhi-me enquanto sentia meu corpo todo tremer, seus olhos fitaram os meus com intensidade. -Você quem me libertou, humana... Receio que deveria agradecê-la. -seus olhos foram em direção ao meu braço machucado. Anúbis estendeu a mão para pegá-lo, mas me encolhi ainda mais. -Eu não vou machucá-la. Nunca foi de minha natureza ferir humanos. -ele justificou. -Eu... Sei. -sussurrei. -Sei quem você é. -aos poucos estendi o braço. Anúbis o tocou e segundos depois o corte foi se transformando em uma pequena cicatriz. -Sabe? -ele voltou a me fitar. -Ainda assim... Devo me apresentar. Eu sou Anúbis deus da vida após a morte e protetor das almas. E pelo que vejo. -ele ergueu a mão esquerda, onde havia uma chave presa a seu pulso. -Estamos ligados pelo destino. -foi quando um cordão dourado iluminou o local prendendo-se ao pulso de Anúbis e ao meu.

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