Bem vinda

1350 Words
Desperto logo cedo. Tenho o costume de me levantar às 3:45 da manhã para poder iniciar meu treinamento. Neste primeiro horário eu treino sozinha e aí pego mais que pesado. Tenho que ser a melhor porque a segurança da minha equipe sempre vai estar sob minha responsabilidade. É dever do alfa manter os outros membros seguros. Finalizo quase as 5 da manhã e ouço os passos da minha equipe vindo para a academia. É hora da apresentação... Logo quando eles entram, vejo o olhar de cada um deles e o desdém é quase palpável. Eles sabem quem eu sou, mas ao invés de vir ao meu encontro, se colocam em posição à frente do beta e aguardam instruções. Fico apreensiva porque, apesar de não ter dirigido uma equipe, sempre que aparecia em um Distrito, eu era tratada com um respeito que chegava a ser assustador. Então decido tomar a iniciativa. Eu - senhores, bom dia! Ninguém me responde, mas tento não me intimidar com esta atitude e continuo com minhas orientações Eu - gostaria de iniciar com uma luta corpo a corpo. Quero ver qual o grau de dificuldade de vocês, suas vulnerabilidades, as táticas e ajudá-los da melhor forma. Podem iniciar! A ordem é desferida com clareza, porém, ninguém se mexe, todos estão em posição em frente ao beta. Eu não entendo e começo a ficar perdida, mas não demonstro, apenas aguardo. O beta simplesmente balança a cabeça de forma sutil em sinal de positivo e eles começam a se movimentar. Isso me assusta ainda mais, eu não esperava ser tratada desta forma. Meu Deus, eles não me reconhecem como sua alfa, mas as coisas podem mudar, precisam mudar e eu acredito nisso. Como resultado de nosso treinamento, desenvolvemos uma capa, uma armadura invisível. Não sorrimos ou demonstramos nenhuma emoção, tudo isso para confundir o nosso inimigo, é apenas mais uma de nossas habilidades, mas aqui, olhando para esses homens, consigo ver ódio, o desdém de todos eles e principalmente no semblante do beta e acredito ser difícil quebrar o seu gelo. Tenho que conseguir isso, só assim terei a confiança da equipe. Conforme eles lutam, identifico vários pontos fracos. Eles passaram por várias missões e por conta disso carregam sequelas de combate, sequelas estas que se espalham pelos seus corpos e os debilitam quando realizam determinado movimento e, consequentemente, perdem a seguança para se concentrar em se defender e não em atacar. Tento dar algumas dicas, durante o treinamento mesmo, mas eles não me ouvem, nem mesmo olham para mim, então decido deixar-los com movimentos livres no dia de hoje. O que me acalma é que ainda tenho dois meses para cumprir essa missão, para deixar essa equipe realmente uma equipe de elite, para torná-los, cada um deles, aptos para serem um alfa. Ao término do treinamento, que durou 2 horas, eles saem em direção aos dormitórios. A equipe alfa não tem por obrigação sempre estar com seu alfa. O maior objetivo é o treinamento para que sejam realizadas as missões externas com eficiência, portanto eu não os impeço de sair, mas solicito uma reunião com o beta. Eu - posso falar com você um minutinho? Beta - a disposição Eu - eu sei que é difícil para você, mas ficarei por pouco tempo e preciso que essa equipe seja a melhor das melhores então tenho que treiná- los e percebi que você não está a fim de ajudar. Beta - a equipe já é a melhor das equipes. Eu venho treinando eles a muito tempo e não é uma menininha que m*l saiu das fraldas que vai dizer o contrário. Não me importo o porquê você chegou a este posto, mas tenho certeza que temos mais capcidade e merecemos muito mais do que você. A maneira em que ele desfere essas palavras me explica muita coisa, ele acha que não sou capaz e que estou aqui só para tomar o seu lugar. Eu - como eu disse, minha missão é torná-los melhores do que já são. Consegui ver várias brechas nas lutas deles e quero arrumar isso. Não quero te rebaixar, só quero fazer parte da equipe também. Beta - se depender de mim, você vai sair daqui humilhada, meus homens não darão lealdade a você. Eu - não preciso de lealdade. Preciso de reconhecimento e obediência. Só isso basta. Ele me olhou de uma forma tão explosiva. Tenho certeza que se ele pudesse, acabaria comigo naquele exato momento. Beta - permissão para retirada Eu - permissão concedida Ali eu vi que minha batalha estava caminhando para o fracasso, mas não podia desistir. Vi que o beta foi direto para o escritório do comandante e já conseguia imaginar que o objetivo é o de reclamar de mim, mas no momento, não posso me importar com isso, não posso ficar presa a essas coisas pequenas. Segui para meu dormitório, enchi a banheira, coloquei sais relaxantes e entrei. Meus pensamentos foram para aquele cara e na sua petulância. Podia não ter tanta experiência no comando, mas não estava tratando ninguém com arrogância. Ele é muito bonito, demais na verdade, me chama muito a atenção. Depois do que aconteceu, nunca me importei em reparar na beleza dos homens, mas ele era muito bonito. Bonito e atraente... Fiquei na banheira até a água começar a esfriar e depois saí. Enquanto me secava, me peguei pensando em como poderia ser um deles. Tomei café da manhã no quarto mesmo. Esta é uma vantagem de ser alfa, não preciso ir ao refeitório, uma copeira traz meu café e o arruma na pequena mesa disposta na varanda do quarto. Acabo de comer e vou analisar alguns papéis que o comando designou a mim na minha chegada. São análises de táticas e rotas para treinamento. Perco meu dia nisso, apesar de chato, eu gosto, consigo ver coisas que ninguém vê. No fim da tarde, o comandante manda me chamar em sua sala e eu vou de bom grado. Bato na porta e entro, sem esperar a autorização interna. Eu - comandante Não o chamo de pai ou Ada quando não estou a paisana. Percebo que sua expressão não é das melhores e já me preparo para receber as advertências instigadas pelo babaca do beta. Pai - o beta veio me relatar que já hoje vocês tiveram uma intercorrência. Apesar de você ser a alfa, aconselho a não bater de frente com ele. Ele tem várias pessoas importantes em suas mãos porque a família dele é muito influente, filha... - me olha com preocupação - não o deixe nervoso minha abelhinha, eu sei que aqui eu não sou seu pai, mas isso não me faz ficar menos preocupado. Se o beta achar que não deve te obedecer, ele simplesmente não vai e além do mais, vai fazer de tudo para provar que tem motivos para isso porque é melhor que você. Tenha cuidado. Eu consigo ver a intensidade nos olhos do meu Ada. Não é só preocupação, é medo, mas tenho acalmá-lo da melhor forma Eu - não sei se posso considerar uma grande coisa ou uma intercorrência, como o senhor diz. É apenas o meu primeiro dia e acredito que a atitude dele é mais um receio por eu ser mais nova e mulher, da minha competência, mas estou certa de que vou conseguir cumprir a missão. Ele volta a sua postura rígida de comandante de alto escalão, tentando passar o máximo de segurança. Pai - assim espero, sabe muito bem que seu código não aceita deslizes. Cada m****o da equipe tem um código, tipo um manual, que mostra como se deve agir, o que é permitido e o que não é e principalmente as punições. O alfa deve saber cada detalhe dos códigos alfa, beta e ômega, mas os outros membros da equipe não sabem sobre o código alfa, a menos que este revele. Eu - missão dada é missão cumprida! Pai - assim espero. Permissão para retirada. Volto para o meu dormitório um pouco apreensiva. Eu estou confiante, mas começo a pensar que estou tendo muitos avisos e isso não é nada bom.
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