Estou jogada no sofá, encarando meu telefone. O relógio marca exatamente sete horas da noite.
Respiro fundo e disco o número de minha mãe. Ela atende no quarto toque.
— Oi, filha?
Seu cumprimento não é uma exclamação, sua voz soa exatamente como uma pergunta. É como se não entendesse por que eu ligaria para ela.
— Oi, mãe. Eu queria saber se você ainda vai demorar para chegar em casa?
— Provavelmente.
É claro.
— Hum, tudo bem. É que a tia Fernanda convidou a gente para jantar na casa dela hoje. Queria saber o que você acha.
Ela fica em silêncio por alguns segundos.
— Não posso.
— Tem certeza? Você sempre trabalha até mais tarde. Podia tentar um descanso hoje.
Ela suspira pesadamente.
— Não, Melanie, estou trabalhando em um caso importante.
— É claro que está. Eu só e
