POV ROBERT
MOMENTOS ANTES...
Eu estava nas escadas que levavam ao apartamento de Emma, meu coração pesado e a mente turbulenta. Tinha chegado a um ponto em que precisava tomar uma decisão sobre o rumo que minha vida estava tomando. Meu irmão Timothy tinha sido claro e direto ao me intimar a pedir demissão do meu trabalho como assistente de marketing freelancer sob a identidade de Bobby Davis. Ele argumentou que, se eu continuasse nesse caminho, acabaria perdendo não apenas minha empresa, mas também Emma, a mulher por quem eu estava cada vez mais apaixonado.
Enquanto eu ponderava essa difícil decisão, Miranda, a amiga de Emma, apareceu nas escadas e me pegou de surpresa. Ela perguntou o que eu estava fazendo parado ali, e minha mente se esforçou para formular uma resposta coerente.
"Estou me preparando para o trabalho", respondi, gaguejando um pouco. "Na verdade, eu estava pensando em pedir demissão."
Miranda levantou as sobrancelhas, claramente surpresa com minha revelação. "Pedir demissão? Por quê?"
Respirei fundo, sabendo que precisava ser honesto com ela. "Eu fiz algo muito errado, Miranda. Algo que não posso simplesmente ignorar e continuar."
Ela colocou a mão no meu ombro, mostrando apoio. "Entendo. Mas você está certo de que pedir demissão é a melhor solução?"
Eu balancei a cabeça, sentindo o peso da culpa e da indecisão. "Eu não quero perder Emma, mas também não posso continuar assim. O que eu fiz foi muito errado."
Miranda parecia ponderar minhas palavras por um momento. "Você sabe, Bobby, o que aconteceu entre vocês não é motivo para você pedir demissão. Na verdade, acho que Emma sente o mesmo que você."
Fiquei surpreso com a declaração de Miranda. "Como assim?"
Ela sorriu com um toque de malícia nos olhos. "Emma também gosta de você, Bobby. Mas ela está com medo de dar o próximo passo."
Minha mente começou a girar, absorvendo essa nova informação. "Então, você acha que Emma também sentiu algo naquela noite?"
Miranda acenou com a cabeça, ainda sorrindo. "Tenho certeza disso. Só que ela é teimosa e orgulhosa demais para admitir. Ela precisa de um empurrãozinho."
Eu estava intrigado. "O que você está sugerindo?"
Miranda inclinou a cabeça, com um brilho travesso nos olhos. "Vamos fingir que a gente se encontrou ontem à noite e que nós planejamos um almoço juntos. A ideia é fazer Emma sentir ciúmes, e ela não vai conseguir resistir a admitir seus sentimentos."
Aquela sugestão era ousada, mas eu não podia negar que havia uma faísca de esperança naquela ideia. "E como vamos fazer isso?"
Miranda sorriu, como se já tivesse tudo planejado. "Confie em mim, Bobby, eu tenho um plano. Vai ser divertido e, quem sabe, talvez Emma finalmente se declare."
A decisão estava tomada. Eu estava disposto a seguir o plano de Miranda para tentar descobrir se Emma realmente compartilhava meus sentimentos. Mesmo que isso significasse mais complicações em minha vida dupla, valeria a pena se isso nos aproximasse.
***
Eu estava dentro do plano de Miranda, mas meu coração doía ao ver o desconforto nos olhos de Emma. Ela estava usando um vestido deslumbrante, e eu não conseguia evitar notar o quanto ela estava bonita. Minha preocupação genuína crescia à medida que eu a via forçando um sorriso falso.
Emma perguntou se estava tudo bem, mas Miranda não parecia disposta a aliviar a tensão. Ela deu a entender que havíamos nos encontrado na noite anterior e saído para beber, criando uma história que nunca havia acontecido. Miranda encarou Emma de maneira sugestiva, como se quisesse provocá-la ainda mais.
Ela parecia uma visão que me deixou momentaneamente sem palavras. Mas então me lembrei do plano e perguntei o que estava acontecendo, tentando parecer preocupado.
"Emma, está tudo bem? Parece que você viu um fantasma."
Ela respirou fundo e forçou um sorriso. "Sim, claro. Só não esperava vê-los juntos..."
"Bom, nós não queremos atrapalhar nada", disse Miranda, deixando um subtexto óbvio no ar. "Se preferir, podemos almoçar em outro momento."
Eu podia sentir o desconforto no ar e desejava profundamente que tudo isso pudesse ser evitado. Emma forçou um sorriso falso e respondeu: "Não! Isso é ótimo! Espero que vocês se divirtam no almoço."
Eu olhei para Emma, preocupado, e não pude deixar de notar sua expressão estranha. "Você está bem, Emma? Parece um pouco estranha."
Ela balançou a cabeça rapidamente, como se quisesse se livrar do assunto. "Estou bem, Bobby. Apenas um pouco ocupada com o trabalho. Vão aproveitar o almoço."
Senti um nó na garganta enquanto assistia Emma tentando disfarçar sua confusão e desconforto. O plano de Miranda estava claramente afetando-a mais do que eu imaginava.
Segui Miranda para fora do apartamento de Emma, mas não pude deixar de olhar para trás uma última vez. Emma estava parada na porta, seus olhos me encontraram por um breve momento antes de desviar o olhar. Eu me perguntava se ela estava pensando no que estava acontecendo ou se estava apenas tentando salvar as aparências.
Enquanto eu saía com Miranda, minha mente estava cheia de dúvidas e preocupações. Este plano, que parecia tão simples inicialmente, estava se tornando cada vez mais complicado e, mais importante, estava machucando Emma. Eu estava determinado a resolver essa situação, de uma maneira ou de outra, e esperava que, no final, pudesse encontrar uma maneira de ficar com ela sem prejudicar nossas vidas profissionais e pessoais.
***
Após sair do apartamento de Emma, onde a tensão era quase palpável, segui Miranda pelo corredor do prédio. Minha mente estava repleta de pensamentos conflitantes, e eu me sentia como se estivesse caminhando em uma corda bamba, prestes a cair a qualquer momento.
Ao nos afastarmos do apartamento de Emma, perguntei a Miranda qual era o próximo passo em nosso plano, já que Emma não havia se declarado. Minha ansiedade era evidente, e eu ansiava por uma direção clara em meio a todo aquele caos emocional.
Miranda, sempre confiante e destemida, deu de ombros e respondeu com um sorriso: "Bobby, tudo tem seu tempo. O importante agora é continuar seguindo o plano e manter Emma em dúvida."
Eu assenti, mas por dentro, eu ainda estava inquieto. A incerteza da situação me deixava desconfortável, e eu estava ciente de que estava brincando com os sentimentos de Emma. No entanto, eu também sabia que precisava entender meus próprios sentimentos antes de tomar qualquer decisão importante.
Segui Miranda até seu carro, onde ela sugeriu irmos a um restaurante próximo para o "almoço". Eu sabia que aquilo não era um almoço de verdade, mas sim uma manobra para manter Emma em suspense e, talvez, fazê-la tomar a iniciativa.
Enquanto caminhávamos em direção ao restaurante, eu não pude deixar de pensar em Emma. Seus olhos inquietos, seu sorriso forçado e a tensão no ar ainda estavam frescos em minha mente. Aquela situação não poderia continuar indefinidamente.
Miranda e eu entramos no restaurante e escolhemos uma mesa. Eu estava nervoso e distraído, o que certamente não passou despercebido por Miranda. Ela me lançou um olhar curioso e, com um toque de malícia, disse: "Bobby, você parece muito preocupado. Tudo bem?"
Suspirei e balancei a cabeça, reconhecendo que não podia esconder minha ansiedade dela. "Miranda, toda essa situação está me deixando inquieto. Não quero brincar com os sentimentos de Emma, mas também não posso evitar meus próprios sentimentos."
Ela olhou para mim com compreensão, talvez percebendo a complexidade da situação. "Bobby, entendo sua preocupação, mas precisamos dar a Emma tempo para processar seus sentimentos. Às vezes, as pessoas precisam de um pequeno empurrão para enfrentar o que realmente sentem."
Eu suspirei e balancei a cabeça. "Não sei, Miranda. Parece que ela está realmente desconfortável com essa situação toda. Talvez tenha sido um erro."
Ela parou e me olhou com determinação. "Bobby, não podemos desistir agora. Precisamos dar a Emma algum tempo para processar tudo isso. Tudo tem seu tempo, Bobby. Não podemos forçar as coisas, mas podemos dar um pequeno empurrão na direção certa."
A resposta dela me deixou um pouco perplexo, e eu não sabia ao certo o que ela queria dizer com aquilo. Parecia que ela tinha uma estratégia, e eu apenas precisava confiar nela para seguir em frente. Enquanto entrávamos no restaurante, ainda me sentia preocupado com a situação e ansioso para descobrir o que o destino reservaria para mim e Emma.
Durante o almoço, Miranda tentou quebrar o gelo, fazendo piadas e conversando sobre diversos assuntos. Eu estava feliz que ela estava tentando amenizar a tensão, mas minha mente continuava voltada para Emma. Eu não conseguia parar de pensar em como ela estava se sentindo após aquela encenação no apartamento.
Após o almoço, enquanto caminhávamos de volta ao apartamento de Emma, Miranda lançou um olhar significativo na minha direção. Era como se ela estivesse me dizendo para continuar seguindo o plano. Eu sabia que precisava ser paciente e dar a Emma espaço para processar seus próprios sentimentos.
Ao chegarmos ao apartamento, eu estava ansioso para ver como Emma reagiria. Sabia que as coisas estavam longe de serem resolvidas entre nós, mas esperava que o plano de Miranda nos aproximasse de uma conversa franca e honesta.
Adentrei o apartamento com Miranda ao meu lado, com o coração acelerado e a esperança de que, eventualmente, Emma pudesse compartilhar seus sentimentos e nós dois pudéssemos encontrar um caminho para a verdadeira compreensão mútua.