CAPÍTULO 25

1202 Words
POV EMMA Eu observava o processo de fechamento do cliente com um misto de empolgação e ansiedade. Era um grande negócio para minha empresa de consultoria de marketing, e eu queria garantir que tudo saísse perfeito. As conversas estavam fluindo bem até que Bobby e Miranda entraram no escritório. Miranda estava de braços dados com Bobby, e uma onda de ciúmes me atingiu instantaneamente. Eu sabia que não deveria sentir ciúmes, mas era difícil não notar o quão próximos eles pareciam estar. Bobby se aproximou e se desculpou pelo atraso, explicando que Miranda havia decidido pedir sobremesa. Eu olhei para Miranda com um ar de incredulidade, lembrando-me de suas palavras sobre evitar sobremesas para manter sua figura como modelo. "É engraçado você pedir sobremesa, Miranda. Lembro-me de você dizendo que isso poderia custar trabalhos." Miranda deu de ombros, sorrindo para Bobby. "Às vezes, a vida precisa de um pouco mais de doçura, especialmente na companhia de alguém tão incrível quanto Bobby." Bobby corou ligeiramente, e eu me forcei a sorrir, embora ainda estivesse me sentindo desconfortável com a situação. "Não precisa agradecer, Bobby. Eu é que agradeço pelo almoço," respondeu Miranda, tentando manter a naturalidade. Miranda continuou com seu sorriso cativante. "Espero que possamos marcar um jantar em breve. Seria ótimo sairmos novamente juntos." Eu me senti ainda mais insegura com essa sugestão. Um jantar a dois de Bobby e Miranda era uma situação desconfortável para mim, e eu não conseguia entender por que minha amiga estava tão interessada em passar mais tempo com ele. Bobby, por sua vez, pareceu concordar com a ideia. "Claro, seria ótimo. Podemos discutir isso depois." Eu fingi entusiasmo, embora minhas emoções internas fossem tumultuadas. Eu sabia que precisava confrontar meus sentimentos em relação a Bobby e Miranda, mas não estava pronta para fazer isso naquele momento. Em vez disso, voltei minha atenção para o cliente e continuei a negociação. Depois que o cliente finalmente fechou o negócio e saiu do chat comigo, Bobby se aproximou de mim. Seus olhos refletiam preocupação. "Emma, está tudo bem? Você parecia um pouco tensa lá atrás." Eu queria ser honesta com ele, mas também não queria parecer insegura. "Estou bem, Bobby. Só estava focada na reunião com o cliente. Acho que consegui fechar o negócio." Ele sorriu e parecia aliviado. "Isso é ótimo, Emma. Você é incrível no que faz." Suas palavras me aqueceram, e eu me senti grata por tê-lo em minha vida. No entanto, eu sabia que precisava enfrentar meus sentimentos. *** A conversa com o cliente estava correndo bem, e eu estava empolgada com a possibilidade de fechar mais um negócio para minha empresa de consultoria de marketing. Porém, quando Bobby me perguntou sobre o produto em questão, um tablet, uma onda de tristeza tomou conta de mim. "Um tablet," eu suspirei, balançando a cabeça. "A vida é realmente irônica, Bobby." Ele franziu a testa, preocupado. "O que aconteceu, Emma? Por que você está falando assim?" Eu me sentei e olhei para ele com um suspiro pesado. "Foi uma apresentação sobre um tablet que me fez perder meu emprego na Parker Technology. E agora, aqui estou eu, fazendo uma análise de mercado para um tablet que, basicamente, tem as mesmas funcionalidades." Bobby arqueou uma sobrancelha. "E de quem é esse tablet?" Eu olhei para ele com um sorriso irônico. "Pertence à Sullivan Tech." A tensão no ambiente aumentou instantaneamente. Bobby estava claramente desconfortável com a notícia. Ele olhou diretamente para mim e disse, com firmeza: "Emma, nós não deveríamos aceitar fechar negócios com a Sullivan Tech." Fiquei surpresa com sua reação e perguntei, confusa, o motivo de sua preocupação. "Por que você diz isso, Bobby? Qual é o problema?" Ele olhou diretamente em meus olhos. "A Sullivan Tech roubou a ideia da Parker. Eles claramente copiaram o projeto do tablet. Não podemos compactuar com isso." Eu balancei a cabeça, ainda sem entender completamente seu nervosismo. "Bobby, não cabe a nós julgar esse tipo de situação. Nós estamos aqui para fechar negócios e fazer nosso trabalho." Bobby estava visivelmente horrorizado com minha resposta. Ele olhou fixamente para mim e falou com veemência. "Emma, nós podemos fazer a diferença. Não podemos simplesmente ignorar algo assim. A Parker Technology merece saber o que aconteceu." Minha determinação se manteve firme, apesar de nossos pontos de vista opostos. "Eu não vou contar a eles, Bobby. A Parker sempre esteve envolvida em práticas duvidosas, roubando projetos de outras empresas. Agora eles estão apenas provando do próprio veneno." O olhar de Bobby era repleto de desaprovação, e ele balançou a cabeça. "Emma, isso não é certo. Não podemos ser cúmplices disso." Eu sabia que nossas opiniões eram divergentes, mas minha decisão estava tomada. "Bobby, cada um faz suas escolhas. E minha escolha é seguir adiante com esse negócio. Não cabe a nós decidir o que é certo ou errado para outra empresa." "Emma, eu realmente preferiria não ser envolvido nesse projeto da Sullivan Tech", ele disse, sua voz carregada de preocupação. Eu suspirei, tentando manter a calma enquanto discutíamos o assunto. "Bobby, essa é uma oportunidade importante para nós, e realmente preciso de você nisso. É um projeto grande e complicado." Ele balançou a cabeça, com determinação. "Eu sei, Emma, mas não acho que seja certo. O que a Sullivan fez é ético? E se a Parker descobrir?" Eu me senti frustrada, pois ele parecia incapaz de entender minha perspectiva. "Bobby, meu trabalho é lidar com clientes e projetos. Não cabe a nós julgar as ações de outras empresas. A Sullivan Tech é nosso cliente, e temos um compromisso com eles." Ele me encarou com seriedade. "Você sempre criticou a Parker e seu CEO por práticas duvidosas, mas agora está fazendo exatamente a mesma coisa." Minhas palavras ficaram presas na garganta. Ele estava certo, eu havia expressado minha aversão à ética empresarial duvidosa da Parker Technology diversas vezes, mas agora estava fazendo vista grossa para uma situação semelhante. No entanto, eu estava determinada a continuar com o negócio, e minha frustração estava claramente estampada em meu rosto. "Eu sou a chefe, Bobby", respondi, minha voz soando firme, apesar de meu desconforto. "Você trabalha para mim, e deve fazer o que eu mandar." Ele sustentou meu olhar por um momento, sua expressão dura. "Emma, isso não é certo. Eu não quero fazer parte disso." Com um suspiro resignado, Bobby virou as costas e saiu do apartamento. Eu fiquei parada, assistindo-o se afastar. Senti um nó se formando em meu estômago enquanto refletia sobre a conversa. Bobby estava certo em alguns aspectos, mas eu não podia deixar essa oportunidade escapar. A Sullivan Tech era um cliente importante, e recusar esse projeto poderia prejudicar minha recém-criada empresa de consultoria de marketing. Enquanto ponderava sobre a situação, percebi o quanto a vida nos negócios era complexa e cheia de dilemas morais. A linha entre a ética e o pragmatismo nos negócios era borrada, e essa situação me forçava a confrontar a ambiguidade de minhas próprias convicções. Eu sabia que teria que lidar com as consequências de minhas escolhas e que a relação com Bobby estava em perigo. Era uma lição difícil de aprender, mas eu estava determinada a seguir em frente, mesmo que isso significasse tomar decisões impopulares.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD