Introdução
Imaginem um cenário totalmente pitoresco: cidades do interior, poucos habitantes, poucos jovens moradores, um sinal de internet totalmente precário, pessoas morando longe umas das outras... Adicionem à este cenário uma pandemia, o cancelamento das atividades presenciais em todas as escolas, sem nenhuma festa, sem reuniões, sem aglomerações, ruas vazias, bares fechados, igrejas fechadas, até o supermercado tem acesso restrito.
Agora imaginem um grupo de adolescentes, estudantes do terceiro ano do ensino médio, em uma turma de vinte alunos, com os mais estranhos perfis que você pode imaginar, isolados em suas casas, com pouca interação social, consumidos pelo tédio e pela irritabilidade de terem seus direitos de ir e vir cancelados por uma ameaça que parece distante. É o interior, a informação demora, o próprio vírus demora, mas ele vem... As medidas de contenção são respeitadas por alguns, outros ignoram tudo e seguem suas vidas, vidas começam a se perder para o vírus.
Como lidam com as suas emoções esses jovens? Como mantém um mínimo de interação dentro deste cenário totalmente novo? Foi a pergunta que Felipe Monteiro, professor de Filosofia, Sociologia e Literatura de uma das duas escolas de ensino médio de uma cidadezinha do interior gaúcho fez para si mesmo...