Capítulo 14

1018 Words
Ricardo não perde tempo e acerta um soco no nariz de Yuri. Ele cambaleia para trás, segurando o nariz, que começa a sangrar. Ricardo exibe um sorriso no rosto, mas o russo ainda não tinha saído do jogo. Yuri parte para cima de Ricardo, desferindo um soco nas suas costelas. Ricardo devolve o golpe com uma cotovelada no estômago. Ambos estavam equilibrados em força. Eram bons lutadores, e, mesmo lidando com questões burocráticas, treinavam diariamente para manter a forma. No mundo do crime, não se podia vacilar com os cuidados pessoais. Estar em forma e preparado para tudo era fundamental nesse ramo de trabalho. Ricardo circula Yuri e o ataca, desferindo um chute no seu peito. Yuri cai no chão, e Ricardo se joga sobre ele, imobilizando-o no tatame. — Desista! — ordena Ricardo, apertando o pescoço de Yuri em um mata-leão. — Nunca! — responde Yuri, ficando vermelho. Com dificuldade, ele consegue acertar um soco nas costelas de Ricardo, que acaba soltando-o. — Não vai vencer tão fácil, Rino. — Não quero que seja fácil. Quero que seja honesto — retruca Ricardo, atacando Yuri novamente. Os minutos se arrastam enquanto Ricardo e Yuri continuam lutando sem trégua. Ricardo já tinha um olho roxo, e Yuri, o nariz quebrado. Ambos estavam cobertos de hematomas e visivelmente cansados, mas nenhum cederia. Todos podiam ver isso em seus olhos. — Vou dar mais dez minutos a vocês. Se não tivermos um vencedor, vou declarar empate — avisa Vito, vendo que o tempo da luta já tinha acabado, mas ciente de que nenhum deles desistiria. Eles se encaram como se a suas vidas dependessem disso. Atacam-se novamente, caindo no tatame. Ricardo torce o braço de Yuri enquanto Yuri o imobiliza com as pernas. Estavam em um impasse. Com um forte puxão, Ricardo desloca o ombro de Yuri, forçando-o a soltá-lo. Vendo que Yuri estava imobilizado, Vito encerra a luta. — Acabou! — declara Vito, indo até Yuri. — Não mesmo. Ainda não acabou! — diz Yuri, trincando os dentes de dor. — Aceite, é melhor, russo — aconselha Vito. — Vamos colocar esse ombro no lugar. Ricardo se posiciona atrás de Yuri enquanto Vito segura o seu ombro. Com um forte empurrão, ele coloca o ombro de Yuri de volta no lugar. — Pronto, russo. Já pode aceitar outro desafio — brinca Vito, dando um tapinha nas costas de Yuri, sorrindo. Ricardo estende a mão para Yuri e o ajuda a se levantar do chão. Juntos, caminham até onde os outros estavam. — Nosso campeão, pessoal: Ricardo! — anuncia Vito, erguendo a mão do vencedor. Os membros da Fênix se levantam, fazendo uma algazarra com a vitória do chefe. Yuri se senta em um banco e pega uma toalha para limpar o rosto. — Fez uma boa luta, russo. Impressionante — diz Xavier, sorrindo enquanto oferece uma cerveja. — Ricardo é duro na queda — responde Yuri com um sorriso de canto. Ele queria ter vencido, mas não estava chateado por ter perdido, pois sentia que ele e Ricardo haviam deixado a tensão entre eles para trás. — Lutou bem, russo. Tenho que admitir — diz Ricardo, sentando-se ao lado dele. — Estamos em trégua. Aquelas palavras abrem um largo sorriso no rosto de Yuri. Parecia que cada minuto daquela luta tinha valido a pena. — Agora que vocês já se acertaram, bora almoçar, pessoal! — grita Charles, animado. — Esperem! — diz Ricardo, interrompendo a movimentação. — O que foi, Ricardo? — pergunta Vito. — Cadê meu prêmio? — pergunta Ricardo, sorrindo ao ver os olhos dos amigos se arregalarem. Então, todos se voltam para Aurélio, que estava quieto no seu canto. — Não me olhem assim! — responde Aurélio, levantando-se e pegando o celular. — Para qual conta você quer que eu envie? Ricardo olha para Yuri e depois para Aurélio, tendo uma ideia que parecia promissora. — Deixe na sua conta por enquanto, Aurélio. A temporada de caça está chegando no sul. Acho que vou comprar um lugar para podermos nos divertir este ano — diz Ricardo, sorrindo. — Agora sim estamos conversando! — anima-se Aurélio. Ele adorava as competições de caça da organização. — Acho que, este ano, devemos deixar a Síria fora dessa. — Fala sério, Aurélio! Vai me dizer que está cansado de perder? — pergunta ela, sorrindo. — Ele está certo. Todo ano você leva o prêmio — comenta Nico. — É verdade, mas, este ano, temos alguém que poderá nos vingar — diz Aurélio, sorrindo, dirigindo-se a Hideo. — Não é mesmo, j**a? Os olhos de Hideo se arregalam ao ouvir as palavras de Aurélio. Ele percebe os olhares expectantes de todos e fica assustado por um segundo. Ao olhar para Síria ele via que seria um grande desafio a vencer em uma competição, ele via nos seus olhos que ela não facilitaria para ninguém. — Oh, não! — diz ele, afastando-se. — Não me coloquem nessa. — Lamento, mas você acabou de ser convocado — declara Ricardo, vendo o desespero do amigo. — E se eu perder? — pergunta Hideo, arqueando a sobrancelha. — Vai ser só mais um depenado pela Síria — brinca Charles, caindo na risada. — Eu também quero participar! — diz Oksana, de onde estava. — Eu sei, loira, mas nossos pequenos provavelmente já terão nascido. Não tem como você ir — explica Aurélio, com carinho. — Falou bem, Dom Aurélio. Já que os seus filhos vão ter nascido, você vai ficar comigo para cuidar deles — provoca ela, agarrando a camisa dele e olhando fixamente nos seus olhos. — p*u mandado! — grita Nico, fazendo todos rirem. — Ei! — protesta Aurélio, embora exibisse um sorriso. — Acho que podemos contratar alguém para ir junto. Assim, você pode sair um pouco. O que acha? — Agora estamos conversando, moreno — diz ela, puxando-o para um beijo. — Com certeza, o maior p*u mandado de todos! — brinca Charles, rindo da conversa. Aurélio não se importava com as provocações. Ele havia esperado muito tempo para ser chamado de p*u mandado, e, desde que fosse por Oksana, estaria feliz.
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