Capítulo 12

1002 Words
Helena Narrando... -Acordei na madrugada com aquele homem enorme grudado em mim, delicioso, quente, cheiroso, abdômen que dava pra lavar roupa de uma família inteira. -Olho ele dormindo, tão sereno, tão másculo que chega dar um calor no ventre, inteligente, sagaz, seguro, mas não é meu. -Eu tava numa bolha só nossa, inesquecível é a palavra pra essa noite, nunca na minha vida tinha sentido tantas coisas, com ele descobri o prazer. -Mas aos poucos minha ficha foi caindo, ali não era o meu lugar,eu tinha feito uma loucura muito grande dormindo com ele. -Aí você me pergunta ué Helena a intenção desde o início não era essa? Sim, mas não contava com o fato dele mexer comigo, me despertar. -O plano nunca foi sentir nada, me envolver de verdade, colocar as emoções pra jogo, a ideia era ser desapegada, seduzir o cara e tornar a vida da Patrícia um inferno. -Só que desse jeito não dá, tenho certeza que no final quem vai se fuder sou eu e nem será no bom sentido. -Começo a surtar, tento sair do abraço de urso, com muita dificuldade consigo ir deslizando pra fora da cama, cato minhas roupas do chão e vou para o meu quarto. -Tomo um banho pensando nessa merda toda que está acontecendo, chego a conclusão de que o melhor pra mim é me afastar, sair dessa casa urgente. -Pego uma mala não muito grande, coloco tudo de mais essencial,meus documentos, minha bolsa e a mochila da faculdade e vou rumo a saída. -Os seguranças me fizeram perguntas, quem sai cinco da manhã de mala, sozinha? Eu né, a Fugitiva! -Passei uma conversa neles que não pareciam muito espertos ou estavam cansados da noite virada e nem me deram importância. -Entro no Uber o único que aceitou a viagem até o Morro, preciso da minha Bombom, do ombro da Tia Bete e de um lugar temporário pra ficar. -Passo por toda função do Uber não subir, da barreira, das piadinhas sem graça e do calorão forte já a essa hora da manhã. -Chego na casa onde me sinto acolhida, pego a chave no vaso da planta que elas sempre deixavam caso eu precisasse fugir pra cá, pois vim muitas vezes me abrigar aqui. -Entro, largo a mala num cantinho, vou para a cozinha, coloco um café pra passar e adiantar as coisas pra elas. -Tia Bete aparece na cozinha já pronta pra começar o dia, se assusta ao me ver ali mas logo começo a contar tudo que houve e só vejo suas expressões e caretas. Bete: -Lena meu amor,uma vez na vida a gente precisa ser egoísta sabe? Coloca você em primeiro lugar coisa que ninguém fez nesses 20 anos!-ela diz carinhosa. Helena: -Como faz isso quando a pessoa está tão confusa e perdida tia?-pergunto. Bete: -Minha menina, sua saúde mental deve ser priorizada, você já passou por muita coisa e não sei se aguentaria o que pode vir!-diz. Helena: -E o que eu faço?-pergunto triste. Bete: -Não posso te dizer o que fazer Leninha, mas a vida vai te mostrar,confia mais em você, tudo vai se resolver. Helena: -Queria que fosse fácil,enquanto isso posso ficar uns dias aqui até achar algo que possa pagar?-questiono. Bete: -Para de bobagem hein cabeça de fogo, a casa é sua também, te tenho como uma filha vou!-fala e me abraça forte. -Como eu precisava desse colo, ela nunca me julga, só me alerta, não passa a mão por cima mas também não aponta o dedo. Bete: -Helena? Nosso caminho já vem traçado, o homem pode interferir, alterar, só que aquilo que a vida te trouxe é teu, podes desviar mas no final ele volta e tudo será do jeito que têm de ser!-fala pensativa. -Meu telefone toca, vejo que é o Pedro, não atendo, tô sem cabeça pra socializar agora. Ignoro umas quatro chamadas, e vejo uma mensagem chegando dizendo que precisava falar comigo urgente caso de vida ou morte. -Meu telefone toca novamente,resolvo atender e ver o que está acontecendo. Helena: -Pedro? Que houve?- pergunto. Pedro: -Calma Lena, tá tudo bem! Onde você tá? Vim na faculdade e nada. Helena: -Tá me seguindo? Qual é o caso de vida ou morte?-pergunto aflita. Pedro: -Então Lena...é que...-enrola. Helena: -Desembucha Pedro! Eu hein! Quer me matar do coração?-digo. Pedro: -É caso de vida ou morte porque não tô conseguindo viver Lena, penso em você todo tempo!-fala e dou risada. Helena: -Tá de s*******m garoto?-falo. Pedro: -Quero te fazer uma proposta decente e irrecusável,escuta!-diz e começa uma música. 🎶🎶 Vamos pra Fernando de Noronha Que na luz do seu lindo sorriso Vai ficar morrendo de vergonha Da beleza que chegou comigo Vamos pra Fernando de Noronha Namorar na paz do paraíso 🎶🎶 Pedro: -Viaja comigo Moranguinho? Me dá essa chance da gente se conhecer melhor e na pior hipótese a gente pega um sol e come bem, por favor?-pede com tanto carinho. -Paro pra pensar rapidamente, lembro da tia Bete falando que a vida ia me mostrar, será essa ligação um sinal? Eu mereço algo leve, sadio, alguém só meu não é mesmo? Helena: -Eu vou com você Pedro mas a condição e irmos devagar, se conhecer sem forçar nada.-digo segura. Pedro: -Claro Moranguinho! Lógico! Caracaaa, você vai mesmo? Passa a localização, tô indo te buscar antes que mude de ideia.-fala. Helena: -Se liga garoto sou mulher de palavra eu hein!-digo rindo e nos despedimos. -Arrumo umas coisas pra levar pensando estar fazendo o certo e o melhor, aviso a Tia que só me olha e não emite opinião. -Desço segura de ter feito uma boa escolha, Pedro já me espera no pé do Morro com o sorriso do Coringa no rosto. -Entramos no carro, ele me abraça, agradece a chance, é um príncipe como poucos. Pedro: -Partiu para o melhor date da tua vida Moranguinho?-diz brincalhão. Helena: -Bora playboy!-brinco de volta. -Seguimos o caminho ouvindo música, rindo, conversando muito e penso...seja o que Deus quiser! *O que será que essa viagem reserva hein ???
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