Capítulo 4

1247 Words
Tentei de todas as formas fazer o Yan abrir a porta do quarto dele e peguei tudo que ele gostava, nada mais aceitava. Ele só queria que seu pai lhe desse o mínimo de atenção possível. Eu senti muito porque sabia o que era aquele sentimento, então eu realmente não podia fazer nada para aliviar o que ele estava sentindo. Sem pensar duas vezes, decidi ligar para Charles e pedir que ele viesse conversar com ele. Antes disso tentamos algo de novo mas sem resultado, lia, também achei estranho. “Amiga, eu tenho que ir, não posso ficar aqui com você! Mas ligue para o seu Charles, ele tem que resolver isso. “Mas é claro que vou ligar que não tenho dúvidas que não dou a mínima para o que ele vai pensar! Eu nunca fui mãe, mas sabia o quanto ele sentia falta dele. A idade não importa, por mais que seja, sempre sentiremos saudades das nossas. Ainda mais quando não temos um pai presente que não participa de nada como o Doutor Charles, era praticamente o menino que se sentia sozinho e com a dor do abandono era como se não tivesse ninguém. Assis que a Lia, saiu logo depois da hora dos outros funcionários irem embora, então fiquei sozinha com o Yan. “Olá Charles, você poderia vir aqui, por favor? Yan não está bem e eu não sei o que fazer, todos os funcionários sumiram, somos só eu e ele! “ Gabriela, ele está passando m*l? Se você não tiver, não estarei ocupado, estarei em uma reunião daqui a pouco, então vire-se, não esqueça que você é pago por isso. "Oi! Eu sei que sou pago para isso, mas é seu filho e hoje é meu primeiro dia! “De muitas Gabriela, se essa vier! Então foi simples assim, esse homem sem coração falou comigo no telefone e sem mais palavras desligou, nem se importando se ele realmente estava sendo malcriado ou não, e eu sinceramente pensando como isso poderia estar acontecendo comigo e resolvi resolver de alguma forma ele poderia estar com fome e em mais uma hora ia sair daquele quarto e vir falar comigo. Como eu estava sozinha fui até a cozinha fazer algo para eu comer, estava morrendo de fome e quando menos esperava Yan desceu com os olhos inchados de tanto chorar pedindo comida, estava com muita fome. “Eu finalmente pensei em Yan que ele iria morrer naquele quarto? Senta aqui que eu coloco comida pra você se quiser, porque eu vou ficar boba, não, isso não enche a barriga! “Tia Gabriela? Meu pai vai se atrasar hoje? “Yan, sim, mas como você saiu da sala, podemos jogar Leco, o que você acha? "Boa ideia! Quem sabe quando o papai chegar ele não vai brincar com a gente? “Isso eu não sei mais, infelizmente! Depois de comer fomos para a sala de jogos onde passamos o resto do dia brincando e o Dr. Charles não apareceu. Eu então fui dar banho no Yan e coloquei ele para dormir mas ele me perguntou se podia dormir comigo ele estava muito triste para ficar sozinho. Aquilo mais uma vez me comoveu o quão carente Yan se sentia e como dizer não para uma criança que só queria amor e atenção? Isso era impossível, então deixei ele ficar no meu quarto e dormir comigo sem problemas, só espero que não me atrapalhe. Acabamos dormindo e o Yan grudou em mim sem me deixar mexer e eu nem liguei, lembrei que eu era assim com a minha mãe também. Então já passava da hora, levantei, fui até a cozinha pegar um copo d'água, encontrei o doutor Charles chegando com uma mulher que parecia uma garota de programa, fingi que não vi, me escondi embaixo da mesa da cozinha para ele não quis me ver e só saí quando ele já havia subido para o quarto. Que ódio que me deu pelo filho não tive tempo, agora por outras coisas tive demais. Subi pro meu quarto e comecei a ouvir os gritos da mulher, ela parecia uma louca gemendo tão alto que era impossível dormir, só que acho que Charles pediu pra ela parar por causa do barulho era muito e eu consegui adormecer com Yan grudado em mim. Quando era bem cedo acordei com as galinhas e fui na cozinha tomar um café e percebi que alguém tinha colocado um cobertor em mim, pois dormi sem e quando acordei estava coberta, imaginei que poderia ser ele , Senti vergonha, porque estava de camisola. Quando estou bem a vontade tomando meu café o Doutor Charles desce com a mulher e manda ela passar pela cozinha, não queria que ninguém a visse, mas infelizmente levaram uma surra quando me viram. “O que você está fazendo acordada a essa hora Gabriela? “Eu sempre acordo nesse horário, então não preciso acordar tarde porque vocês querem! “Você é muito abusada garota! Mas acho que vai funcionar para você cuidar do meu filho. “Fique a vontade, vou subir, não quero atrapalhar nada! Senti que ele tinha vergonha de mim e ficou completamente envergonhado, certamente deduziu que ouvi os gritos de sua noite muito agradável. Deixei ele com uma cara e fui pro meu quarto dormir mais um pouco e ai ele subiu e eu fingi que já estava dormindo e vi quando ele abriu a porta e me cobriu de novo. Mais toda educação e delicadeza que ele poderia ter comigo mais a primeira impressão e a que fica e sinceramente esse não servia para ser o homem da minha vida. Ainda vivemos numa cultura em que a importância do pai na vida de um filho, seja qual for o sexo, é menosprezada e diminuída, como se ele fosse menos essencial ou de menor valor. Esquecemo-nos que já passou o tempo em que a mulher era obrigada a cuidar da família e do lar e ao homem era atribuído o sustento da família e tudo relacionado com o que seria fora de casa, participando muito pouco da vida social dos filhos e, consequentemente, de todos os familiares. Embora a mulher seja biologicamente responsável por prover os primeiros alimentos da criança, isso não deve excluir a presença do pai nos momentos decisivos da criança. As leis trabalhistas também não ajudam porque a sociedade ainda não está convencida de que o pai realmente precisa interagir mais na educação dos filhos. Muitas vezes o próprio pai dispensa essa prioridade, mesmo achando que a mãe tem uma compreensão inerente e seu envolvimento só vai atrapalhar o processo, acreditando que isso nem é tão importante assim. Embora a mãe esteja associada à questão biológica do processo, o pai jamais deve se excluir, muito menos achar que tem menos valor na vida do filho. Os pais precisam perceber que a educação deve ser encarada como um crescimento conjunto da mesma forma que a criança foi concebida. A criança tem que receber carinho e carinho de ambos os lados e também construir sua personalidade através da percepção de vida tanto do pai quanto da mãe, e esse desenvolvimento não deve acontecer com apenas uma influência e um espectador. Salvo casos excepcionais, se o pai continuar sendo uma pessoa dispensável na vida do filho, o tempo só fortalecerá essa ideia e é muito difícil reverter tudo isso. “Talvez este homem já tenha sofrido demais e busque refúgio como eu para aliviar sua dor.” (pensou Gabriela)
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