Capítulo 2 - Luara
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Chegamos à mansão dos Morabitos e realmente é um lugar muito lindo.
Adentramos e somos recepcionados por uma mulher linda, acho que ela é a Giovana, mas não tenho certeza, eu era muito nova quando a vi pela última vez.
– Sejam bem-vindos meus queridos. Luara que mulher linda você se tornou, meu filho é um homem de muita sorte. – Ela fala com um enorme sorriso no rosto.
– Obrigada! – É tudo que me limito dizer.
– Vamos, quero apresentar a família para vocês!
Seguimos ela que vai para perto de dois homens, um que possivelmente pela idade é o marido dela, o velho desgraçado que me comprou para o filho e um mais novo parecido com ele, os dois são muito bonitos. Será que esse é o meu futuro marido?
- Luara, esse é Vicent, meu esposo e esse é o meu filho Renzo. – Ela nos apresenta. Então esse não é o dito cujo.
– Querida Luara, que moça bela você se tornou. – O velho vem em minha direção e beija minha mão.
Minha vontade era dar um tapa na cara desse desgraçado, mas ao invés disso eu agradeço.
– Cunhadinha, que bela ragazza você é! Meu irmão é um bastardo de muita sorte. – Sorri galanteador, ele é muito bonito.
– Obrigada Renzo. – Sorrio sem graça.
– Seu noivo foi ao escritório resolver um problema, mas já deve estar voltando querida. – Giovana me avisa.
Por mim ele pode ficar lá para sempre, penso.
– Ali está ele mamãe. – Renzo fala com um sorriso divertido no rosto.
Todos olhamos para a porta e para minha surpresa ele entra na sala com uma loira ao lado dele. Ele é um pouco mais alto que Renzo e mais bonito também, a figura dele é intimidadora. A loira ao lado dele está com um sorriso debochado no rosto olhando na nossa direção e quando ele se aproxima eu vejo que o canto da boca dele tem uma mancha de batom vermelho, o mesmo batom que a loira usa. Desgraçado, não respeita nem o dia do nosso noivado!
– Filho, essa é Luara, sua noiva, Luara, esse é o Rocco. – A mãe dele fala carinhosamente.
Ele me encara, não consigo decifrar o que passa no seu olhar, ele não demonstra nenhuma reação, não tem expressão nenhuma.
– Ótimo, vamos apressar esse jantar logo e anunciar o noivado, tenho compromissos.
Grosso, i****a, i*****l, demônio, ah que raiva, tenho vários adjetivos para esse homem e garanto que nenhum é agradável.
Estamos na mesa de jantar e nessa hora o d***o chama a atenção de todos.
– Boa noite senhores e senhoras, como todos sabem estamos aqui para oficializar meu noivado com a senhorita Luara Vilenzza. – Eu me levanto e ele tira uma caixinha do bolso e coloca no meu dedo um anel com um diamante vermelho, lindo! – A partir de hoje Luara Vilenzza se torna oficialmente a minha noiva. – Ele anuncia levantando a taça e todos fazem o mesmo, como se fosse um brinde.
Grandes bostas! Penso comigo.
Depois do anúncio a festa continuou, meu noivo que estava com tanta pressa ainda permanece aqui e a loira não desgruda dele um minuto.
Ótimo, meu futuro vai ser brilhante, vou viver sendo maltratada, humilhada e ridicularizada por esse homem.
Não vejo a hora dessa palhaçada acabar e eu poder ir embora.
Vou andando em direção ao jardim, quando sinto uma mão segurando meu braço.
- Você vai aonde? - Meu pai pergunta.
- Vou no jardim, não aguento mais olhar para cara dessas pessoas, mas fique tranquilo papai, não irei fugir, eu sei muito bem que meu destino está traçado e nada que eu faça vai mudar isso. - Tem tanta mágoa na minha voz.
- Sinto muito filha! Quanto mais rápido você aceitar essa situação, melhor será para você. - Puxo meu braço e saio dali o mais rápido possível.
Como posso aceitar uma situação dessas? Estou sendo obrigada a casar, meu futuro marido é um i****a, não me respeitou nem no dia do nosso noivado, imagina depois que casar? Penso nele com aquela loira e fico com mais raiva.
- i****a, i*****l, ai que raiva, que ódio! O que eu fiz para você universo? - Converso comigo enquanto estou no jardim.
- Espero que esteja xingando o meu irmão e não a mim.
Tomo um susto quando percebo que Renzo está sentado fumando um charuto e bebendo algo atrás de mim.
- Ai que susto! - Coloco a mão no coração. - O que você faz escondido aí? - Pergunto.
- O mesmo que você minha jovem, fugindo.
- Porque você estaria fugindo? - Pergunto confusa.
- Depois que o Rocco se casar é a minha vez de fazer um casamento vantajoso e eu não tenho saco para essa merda. - Responde visivelmente irritado com isso.
- Bem-vindo ao clube então. - Sento ao seu lado. - Então você está fugindo da mulherada lá dentro que sonha em se casar com um dos Morabitos? - Sorrio com deboche.
- Exatamente, garota esperta.
- O que tem nesse copo?
- Uísque. - Levanta o copo para me mostrar.
- Me dá um pouco disso aí. - Peço
- Você não tem idade para isso criança. - Responde irônico.
- Vamos Renzo me dá um pouco disso, só assim para aguentar essa festa até o fim.
Ele me estende o copo e bebo. Nossa o gosto é horrível.
- Isso é horrível. - Falo e ele começa a rir.
- Ora, ora, veja só se não é minha noiva bebendo escondida junto com meu fratello. - Rocco chega e debocha. Posso perceber que está nervoso.
- Ela pediu e eu dei. - Renzo dá de ombros.
- Que eu saiba você não tem dezoito anos criança. - Ele fala debochando.
- E que eu saiba você não é meu pai. - Levanto e o encaro.
- Mas sou seu dono! - Ele rosna.
- Você não é meu dono! - Falo no mesmo tom que ele usou.
- Ainda não, mas daqui uns dias serei. - Sorri de lado.
- Daqui uns dias não é agora, portanto, você não manda em mim. - Respondo e me viro para sair dali o mais rápido possível, mas ele me puxa pelo braço.
- Não brinque comigo criança. - Ele fala visivelmente nervoso.
- Se não o que Dom? - Debocho. - Você vai me matar? Gostaria de informar que será um favor que você irá me fazer. - Me viro, mas antes de sair eu falo. - Não pense que serei seu brinquedinho, porque não serei!
Saio dali o mais rápido possível, não sei de onde tirei tanta coragem, acho que foi o uísque!
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