Meus amores eu vou falar sobre as estações do ano celtas.
não vou me aprofundar muito porém Aimee e sua família são bem ligadas a antigas tradições
as festas ou melhor os Sabbats são celebrados
Os grandes ou principais. São eles: Imbolc, Beltane, Lammas e Samhain. ( o que seriam as quatro estações do ano como conhecemos )
Já os menores são Ostara, Litha, Mabon e Yule. ( Seriam o fim da estaçao anterior e início da próxima)
Exemplo: O final do inverno e o início da primavera.
Aquele momento que a neve começa a neve começa a derreter e as flores começam a abrir.
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Seis anos depois
O inverno estava se despedindo, e o início da primeira Ostara (o primeiro dia da primavera) cantava no amanhecer.
Aimee saiu de casa antes de qualquer outra pessoa para ver o nascer do sol.
Aquele momento era mágico; passarinhos e pequenos animais viam o nascer do sol pela primeira vez.
As criaturas da natureza estavam acordando da hibernação depois do rigoroso inverno.
Os animais que nasceram no inverno estavam nascendo para a vida agora, por conta de Ostara.
O inverno, "Imbolc" na mitologia celta, é o momento em que a Deusa grávida dá à luz a seu novo filho, marcando o renascimento simbólico do Deus Solar.
Ostara é o início da primavera e quando a Deusa apresenta seu filho ao mundo.
E é quando os animais saem da toca depois de um inverno rigoroso.
Aimee estava deitada na grama molhada, apenas com um camisolão e botas.
Os passarinhos começaram a cantar em seus ninhos, e os filhotes de cervos davam seus primeiros passos.
Aimee, de olhos fechados, sentia a natureza reviver sob suas digitais.
Para Aimee, as manhãs de Ostara eram manhãs de vida.
Manhãs de renascimento.
Seus pés descalços sentiam a grama molhada, e o cheiro de vida enchia seu nariz.
Era um dia de festa, o dia de varredura das casas.
Era o dia de abrir as janelas, levantar as cadeiras, tirar as coisas debaixo das camas e deixar o ar entrar.
Para deixar o Imbolc passar e dar boas-vindas à nova vida.
As mulheres se reuniam no terreiro, carregando suas vassouras para a primeira varredura da estação.
Jogavam na pilha o que não servia, dando espaço ao que não podia ir embora.
Mulheres, mulheres e sua compulsão por coisas e tradições!
As mulheres começavam a trançar seus próprios cabelos umas com as outras, à procura de irmandade e proteção para a vida árdua que o destino
estava oferecendo a elas nesse momento.
Aimee sentia os indícios da nova estação enquanto as mulheres a chamavam por todo canto.
A menina olhou para cima e achou um ninho.
Ela subiu nas árvores escorregadias com musgo para ver seu pequeno tesouro...
Ela desceu correndo e foi para sua celebração.
— Aimeeeeeeeee — o grito tomou seus sentidos.
Depois da sétima vez que seu nome foi chamado, a menina deslizou pelo musgo e desceu pela árvore, saindo correndo para encontrar Aurora, sua melhor amiga.
— Está louca? Se alguém te pegar, você vai ser castigada.
— Se você não contar a ninguém, ninguém vai saber.
— Para, você não tem jeito. — Aurora gritou com Aimee, e as duas saíram correndo para as outras mulheres.
As mulheres estavam por toda a propriedade de Guertrudes com vassouras nas mãos, limpando as casas, o que significava limpeza e liberação.
Depois da limpeza, Aimee correu das mulheres mais velhas e foi ao encontro de Luigi em sua árvore à beira da colina, levando tudo para a celebração.
— Você demorou! — Um Luigi carrancudo e ciumento chamou sua atenção.
Luigi sempre era meigo e atencioso, mas quando na casa principal havia problemas, o menino ficava de péssimo humor.
— O que foi dessa vez? — Aimee perguntou, preocupada.
— Como se você realmente se importasse.
Aimee fez cara feia para ele.
— É claro que tudo o que vem de você me importa. Eu estava vendo um ninho de passarinho e acabei me esquecendo da hora. O sol foi c***l comigo e estava tão bom que até dormi, mas não fica triste.
Trouxe bolos e refrescos para nós. Coma, coma, eu que fiz.
— Você fez um bolo?
— Fiz! E dessa vez não esqueci nem a farinha nem os ovos. O leite talvez, mas tem farinha, manteiga e açúcar, isso eu tenho certeza.
Luigi deu uma grande mordida; o bolo estava gostoso, porém doce, tão doce que doía sua gengiva, sem falar que estava seco, tão seco que parecia que a umidade do mundo tinha sumido e sua língua era a maior prova disso.
— Hummm.
— Está gostoso?
— Muito! — Luigi tomou um gole da limonada, que não tinha um grão de açúcar.
A doçura do bolo fazia um contraponto com a acidez da limonada. — Uma delícia!! — Aimee deu um grande sorriso.
Aimee olhou para seu rosto e perguntou:
— O que é isso? — Ela tentou colocar a mão em seu rosto, mas ele logo tirou.
— Ele fez de novo?
— Quero saber quando ele não faz.
— Qual foi o motivo dessa vez?
— Meu pai... Ele... ele... ele destrói tudo o que eu amo.
Ele acha que fazendo crueldades comigo vai me endurecer.
— Seu pai é um homem c***l, mas é porque ele aprendeu assim... Eu tenho medo dele.
— E de mim você tem medo?
— Não!
— Porque eu não sou igual ao meu pai e aos outros, eu juro. Vou fazer de tudo para nunca fazer m*l a você.
— Você jura?
— Eu juro! Eu vou cuidar de você, estar ao seu lado quando qualquer coisa acontecer.
— Sempre?
— Sempre!
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Anos depois da iniciação de Valmont
Luigi ainda estava dormindo depois da dose que o fez capotar na noite anterior. Valmont estava sentado na poltrona olhando para ele.
— Acordou, Bela Adormecida.
— Você que me mandou tomar aquelas coisas.
— Passar quatro ou cinco dias acordado não é saudável para ninguém! Você não come, não bebe, não dorme, virou o quê, um vampiro?
— Não me dê sermões.
— Porém, de uísque r**m e charutos precisa?
— Prioridades!
Valmont balançou a cabeça, negando.
— Tenho trabalho para você.
— Onde? Como? Quem?
Valmont lhe passou uma pasta.
Luigi olhou com atenção, levantou-se e jogou a pasta no fogo.
— Pode considerar feito.
Valmont saiu.
O homem foi para o chuveiro, tomou um longo banho e depois saiu.
Luigi usava um terno bem cortado de risca de giz. Na cintura, uma pistola de nove milímetros e um chicote com pequenos ossos de alumínio unidos por uma junção estilo corrente de bicicleta.
O que dava ao chicote um movimento único e mortal.
Continua...