Mikasa Senno

1999 Words
Sukuna havia escutado uma bronca maior que a passada de sua mãe. Nunca tinha desejado tanto que a mesma estivesse viajando junto de seu pai, assim não teria escutado tanto grito. Kurama havia lhe deixado em casa e ido embora, achou melhor não entrar junto já que os pais do ômega poderiam pensar que ele era o responsável pelos machucados.   E como se já não bastasse as inúmeras perguntas de seus pais, ainda teve que escutar seus dois amigos lhe fazendo o dobro de perguntas. Não sabia o motivo de todo aquele alvoroço, não havia sido a primeira vez que se machucava, e não seria a última que ele se machucaria por briga com alfas.   Seus amigos ficaram tão preocupados que decidiram acompanha-lo no caminho para casa, como se uma dupla de ômegas fosse lhe ajudar em algo. Entendia que os amigos estavam preocupados consigo, mas ainda tinha medo que ambos pudessem se machucar de algum jeito por sua causa. Jamais se perdoaria caso algo acontecesse com os dois.   Porém, nada que dissesse adiantaria. Os dois ômegas haviam decidido ir junto com Shinkai para casa, mesmo que corressem perigo. Seus amigos eram extremamente cabeça duras; Yoko estava pronta para chamar a polícia caso algo acontecesse. Como se policiais fossem intervir em algum tipo de briga na rua.   E lá estavam eles, passando pela lanchonete que Sukuna queria evitar a qualquer custo, já que tinha uma imensa vontade de se virar e ver se encontrava uma cabeleira cacheada novamente. Porém não iria fazer isso, pouco lhe importava o que Oshiro fazia na lanchonete ou com quem ele ia para ela.   Estava preso em seus pensamentos que só se referiam ao garoto mais velho, que só parou de andar quando sentiu Kato segurar seu braço com força, forçando-o prestar atenção. Shinkai olhou para frente e viu um grande número de alfas; eram os mesmos rapazes que estavam na noite anterior e não pareciam estar feliz.   — Ora, ora, parece que o garoto tem amigos, não é mesmo? – um rapaz do grupo soltou, encarando Kato e Nakamura.   — Como não conseguimos te dar o que ‘cê merecia na noite passada, vamos dar agora. E vai ser ainda mais divertido com seus amigos! – falou um outro rapaz, rindo alto.    Sukuna ficou tenso. Sentia seus amigos com muito medo atrás de si, contudo não adiantava fugir, os alfas acabariam pegando Satoru e Yoko que não corriam tanto quanto o mesmo. Jamais correria para deixar os amigos serem pegos, teria que lutar. Percebeu que os alfas estavam com barras de ferro e até facas, igual na tarde passada. Aquilo não estava fluindo ao seu favor.   — Ei, por que vocês não mexem com alguém do tamanho de vocês, hein?! – ouviram uma voz vindo por trás.   Uma jovem de cabelo rosa, curto e arrepiados, olhos em um tom de mel bem claro, iguais aos de um felino, ficou na frente dos três ômegas com uma expressão raivosa. Ela usava um uniforme escolar feminino; uma saia preta com detalhes em vermelho, uma meia ¾ preta e um tênis completo branco. Também usava um casaco preto com detalhes em branco e uma gravata vermelha.   — Escuta aqui, nanica, acha que uma beta como você pode fazer algo? – um dos rapazes falou alto, já identificando a classificação da garota.   — Estou em desvantagem mesmo... – falou com um sorriso de lado. Sentou-se no chão e as lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. — Ahh, que c***l!! Como vocês podem machucar alguém sem motivo? — falou com a voz embargada, com as mãos no rosto.   Os alfas e até mesmo os ômegas não entenderam a reação da beta. Logo sentiram uma presença forte e completamente esmagadora com uma sensação forte de morte. Um alfa irritado que rosnava para todos os presentes. O mesmo se aproximou mais e o grupo de alfas reconheceu aquela presença e isto os assustou um pouco.   — Então vocês querem brincar de novo? – falou estalando os dedos. — Tenho certeza que será bem mais divertido.   Os alfas com medo daquela presença esmagadora correram, mais uma vez. A beta, com um sorriso, limpando as lágrimas se levantou animada, mas seu sorriso morreu ao ver o olhar nervoso do alfa sobre si, mesmo que não fosse muito afetada, tinha que concordar que possuía certo medo quando o mesmo ficava daquele jeito.   — Por que você fez isso? E se você tivesse sido machucada, hein? E se algo de r**m tivesse acontecido? Já imaginou o que poderia acontecer se eu não estivesse por perto? – falou irritado encarando a garota na sua frente.   — Eu não podia deixar um bando de alfas machucar um grupo de ômegas! – falou cruzando os braços e virando o rosto.   — Não entre em um conflito que você não pode vencer, Mikasa! Mesmo que seja para proteger alguém! – falou rosnando para a garota. — Senno ─ respirou, só usava o sobrenome da prima quando estava irritado. ─ se quer tanto proteger alguém, devia começar treinar o seu corpo!   — Qual foi, Kura! Você sabe muito bem que eu tenho preguiça para praticar qualquer tipo de luta! – mostrou a língua para o alfa que apenas revirou os olhos.   — Então não entre na droga de uma luta com diversos alfas armados, p***a! ─gritou, vendo a menor abaixar a cabeça, chateada. — Você sabe que eu não falo isso por m*l, Mikasa! Sabe como eu ficaria devastado caso algo acontecesse com você.   — Eu sei, desculpa – falou com a cabeça ainda abaixada. Sentiu o garoto passar a mão sobre sua cabeça. — Prometo que na próxima eu vou pensar antes de agir.   — Obrigado! – Nakamura se fez presente. — Se não fosse por vocês dois, nós estaríamos fritos.   — Sim, muitíssima obrigada! – Kato falou com um sorriso. — Nosso amigo Sukuna também agradece, só que ele saiu pisando duro para outra direção.   — Que isso, eu nem fiz tanta coisa... – Senno falou, coçando a cabeça, envergonhada.   — Um momento, você disse Sukuna? – Oshiro foi em direção a garota. — Pra qual lado ele foi?   — Ah! – se assustou com o alfa vindo tão rápido para perto de si. — Ele foi por ali — falou apontando a direção que o amigo foi. — Eu não acho seguro ele ir sozinho pra casa, ainda mais depois disso. Não consegui seguir ele, estava ainda em choque pelo ocorrido.   — Obrigado! – sorriu para a garota e se virou para conversar com a rosada. —Mikasa, leve os dois para à estação, não acho uma boa ideia eles andarem sozinhos. Caso algo aconteça me ligue, ouviu bem? — falou encarando a mesma que balançou a cabeça em forma de positivo. — E nem pense em arrumar alguma confusão antes de chegar em casa!   — Sim, senhor! – a garota sorriu. — Vamos, eu levo vocês até à estação e de quebra nós nos conhecemos melhor! Achei vocês dois um amor! – falou puxando os dois ômegas. — Kura, depois você me devolve a minha bolsa, ok? Não ‘tô a fim de levar ela.   O Oshiro revirou os olhos. De fato, havia ficado com a bolsa da garota, mas não tinha muito tempo, precisava ir atrás de Shinkai. Correu na direção aonde a garota ômega havia lhe informado; as chances de o mesmo encontrar outro grupo de alfas vingativos era alta e não queria que algo de r**m acontecesse. Tentou sentir o cheiro do rapaz no ar, com sucesso já que o cheiro dele era único.   Virou a esquina vendo o mesmo andar devagar com a cabeça baixa, aquilo fez o peito do rapaz se apertar, odiava vê-lo cabisbaixo ou triste, aquilo lhe machucava. Chegava ser até pior do que imaginar Mikasa machucada. Fazia um tempo que sabia que estava sentindo algo diferente pelo ômega esquentado. A cada nova expressão e ação do mesmo conquistava um pouco seu coração, quando percebeu já estava apaixonado pelo loirinho.   — Suki – chegou lentamente e se aproximou do ouvido do menor. — Não saía daquele jeito.   — Eu não lembro de precisar da sua autorização, papai – falou com uma voz fria e séria, porém não podia negar que havia se arrepiado com aquela voz em sua orelha. — Devia voltar para sua namorada.   — Ela não é minha namorada! – logo notou o tom de voz usado e sorriu ao ver o rosto do outro. — Não me diga que você está com ciúme...    — Claro que não, seu i****a! – falou encarando os olhos verdes. —Estou pouco me fodendo para quem você namora ou deixa de namorar!   — Está com ciúmes! – falou puxando-o para mais perto, mesmo que ele tentasse se soltar de todas as formas. — Que fofinho! Não precisa ter ciúmes, ela não é minha namorada.   — Então ela é o que sua? Pareciam bem íntimos, usaram até o primeiro nome! – falou irritado vendo que o maior ainda sorria para si.   — Ela é minha prima, Suki. Eu preciso cuidar dela! – apertou as bochechas com gosto, recebendo um tapa na mão. — Você fica tão bonitinho com ciúmes! – ainda mantinha o sorriso em seu rosto. Puxou o corpo para um abraço, mesmo que este estapeasse seu peitoral. — Eu estava preocupado com você, com medo de algum outro alfa tentar lhe fazer m*l.   — Tsc, isso é tudo culpa sua! – falou conseguindo sair do abraço do mais velho. — Foi você que sumiu durante a porcaria da semana toda! Se estivesse andando ao meu lado como sempre fazia eu não teria sido pego!    Quando notou o que falou Sukuna, colocou as mãos na boca e corou. Praticamente havia falado para Kurama que estava com saudades do mesmo.   Viu o maior abrir um sorriso gentil e sentiu os feromônios de felicidade que o mesmo soltava.   — Me perdoe pelo sumiço, minha prima me deu muito trabalho esses dias, mas prometo que isso não voltará a acontecer! – colocou a bolsa da prima no chão e pegou sua mochila; retirou de dentro um ursinho verde com asas brancas, o mesmo segurava uma harpa. — Como um pedido de desculpas, eu comprei isso aqui para você! Espero que não recuse igual a última vez – sorriu.   Shinkai ficou sem saber o que fazer, estava surpreso pelo alfa em sua frente estar lhe dando satisfação pelo sumiço, afinal, ele não tinha motivos para tal ato já que ele não tinha nenhum tipo de relação com ele. E ficou ainda mais surpreso pelo urso. Sabia que o mesmo era daquelas máquinas infernais. Já perdera a conta de quantas vezes perdeu o dinheiro porque a maldita garra não segurava a pelúcia.   — Tsc – estalou a língua e se virou para receber a pelúcia.   Oshiro então preferiu puxá-lo novamente para um abraço, fazendo questão de colocar o rosto no cabelo do rapaz e sentir aquele cheiro maravilhoso de laranja com mel. Viu que Sukuna não tentara fugir dessa vez dos seus braços fazendo com que ficasse feliz com aquilo. Deu um beijo em seu cabelo e se afastou antes que ele fizesse algo.   — O que acha de me passar o seu número? Assim fica mais fácil pra eu te acompanhar para casa – falou com um sorriso de lado e deu a pelúcia para o ômega que a segurou contra o peito.   — Não – falou. O mais velho fez um biquinho. — Tsc, você sabe muito bem o caminho que eu faço! Não tem necessidade nenhuma de passar meu número pra você!   — Você ‘tá dizendo que eu posso voltar contigo todos os dias? – viu o outro bufar novamente e fuzilar o chão.   — Faça o que quiser! – ficou de costas e se colocou a andar.   — Já disse como você fica fofo irritado? – começou a andar ao lado do ômega que soltava faíscas.   — Vai à merda, Debu! – gritou, raivoso, fazendo o maior rir.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD