01
Aaron Collins, além de arrogante, é o mais calado dos seus quatro irmãos que, junto com ele, formam a maior banda de rock de sucesso, a The Five Wolves. Vive até hoje sentindo a dor de ter abandonado tudo ao correr atrás do seu sonho, que era fazer a banda do interior do Texas se tornar reconhecida mundialmente. Infelizmente, ele teve de abrir mão do amor de sua vida para conseguir isso.
Anos depois uma segunda chance surge; o amor bate em sua porta pela segunda vez.
E um segredo pode levar tudo por água abaixo.
Aaron, ao conhecer Lucy, vê nela uma chance de reparar o que fez no passado pelo simples fato da moça ser idêntica ao seu amor do passado. Mas o que Aaron não sabia era que Lucy é diferente de qualquer garota que ele já tenha conhecido, despertando nele um desejo insano.
| P R O L O G O |
LUCY THOMPSON
— Lana, você têm certeza disso?— Olho para a minha irmã que nesse momento está prestes a embarca em um avião rumo a Paris no meu lugar. Estou começando a me arrepender de ter tido essa ideia maluca.
— Ninguém vai perceber a diferença, somos gêmeas Lucy, enfim vou realizar meu sonho de conhecer Paris e estudar moda.— Seus olhos verdes brilham.
— E o seu namorado? Não o conheço, mas vai deixa-lo assim, sem mais nem menos?
— Nós terminamos, ele foi atrás dos seus sonhos em Los Angeles e eu também vou atrás dos meus, e um dia quero que você também vá atrás dos seus.
— O papai quer que você assuma os negócios da família, sabe que você, para ele e para a mamãe, é a filha perfeita, enquanto eu sou a indesejada.— Lana leva uma de suas mãos até o meu rosto me fazendo a olhar bem nos olhos.
— Você é especial Lucy, é a melhor irmã do mundo.— Sorri.
— Você também Lana, te amo.— A abraço.
— Também te amo, Lucy.— Com isso, vejo minha irmã indo para outro país no meu lugar, tudo para realizar seu sonho sem que nossos pais desconfiem. Somos gêmeas e muita das vezes papai e mamãe nos confundia uma com a outra, só não sei se vou conseguir segurar essa mentira por muito tempo.
Volto para onde meus pais estão, mamãe me abraça enquanto papai vai na frente para pegar o carro.
— Foi melhor assim, sua irmã estava muito rebelde, Lana. Garanto que ela vai adorar Paris, escolhemos a melhor escola da capital.— explica minha mãe, sorrio sem graça.
— Tem razão mãe.— É tudo que consigo dizer.
O caminho para casa foi silencioso e estranho, a partir de agora todos vão me chamar de Lana, tenho que começar a agir como ela, ser como ela o que será uma tarefa muito difícil já que só somos parecidas mesmo na aparência física.
— Srta. Lana seu namorado está aqui, está no jardim.— olho para Frida de olhos arregalados.
Merda! Agora essa, ele não tinha ido embora do daqui?!
— Ele não havia ido para Los Angeles?— questiona meu pai.
— É... Eu também achava.— murmuro indo em direção ao jardim.
Chegando lá dou de cara com o tal cara que minha irmã tanto falava, ele se vira para me olhar e nossa... Ele é bonito.
— Lana, meu amor.— Sou pega de surpresa quando ele me agarra e me beija, rapidamente eu empurro-o.
— Está louco?!— exclamo nervosa.
— Lana, eu sei que você deve me odiar por eu ter escolhido viajar para outro estado ao invés de ficar com você aqui, mas é que eu preciso correr atrás dos meus sonhos e para um garoto do Texas, essas chances aparecem entre uma vez em um milhão.— Ele parece triste.
— Nós terminamos, não precisa se desculpar.— Tento me livrar dele o mais rápido possível.
— Sim, mas eu precisava te ver pela última vez.— Tenta se aproximar mais me afasto.
— Você já não tinha viajado?
— Viajo hoje a noite.— Mais uma vez tenta se aproximar mas eu não deixo.
— Tá, já me viu? Agora pode ir.— Ele me olhar surpreso, com certeza por eu está sendo fria, bem diferente do que minha irmã era com ele.
— Está com raiva de mim não é?
— Não, só quero que vai embora.— Ele parece pensar, mas por fim acaba se dando por vencido.
— Você está diferente, até o seu olhar mudou.— Dito isso ele se vira para sair me deixando ali no jardim pensando na loucura que propus a minha irmã a fazer.
Eu não queria sair daqui, e minha irmã sim. Meus pais por me acharem rebelde demais queriam me mandar para longe, minha irmã disse que eu era louca e que deveria aproveitar essa oportunidade que meus pais nunca deram a ela, então tive a ideia da troca. Lana por ser a filha perfeita eles a queriam aqui e eu por ser a imperfeita me queriam longe daqui, só espero que essa loucura não dê errado.
DOIS DIAS DEPOIS
Acordo escutando vários gritos, levanto rapidamente e corro descendo as escadas até chegar na sala aonde meu pai abraça minha mãe que chora sem parar assim como meu pai. Olho para o chão e vejo o telefone quebrado no mesmo, sinto um aperto no peito, uma sensação nada boa me atinge fazendo-me ter calafrios.
— O que aconteceu papai?— Meu pai me olha e chora mais ainda, minha mãe tenta falar mas não consegue.
— Sua...Sua irmã.— Meu pai tenta falar.
— O que aconteceu com ela?— Não quero imaginar que o pior aconteceu, não quero.
— A culpa é minha, eu não tinha que ter mandando ela para outro país, eu nunca vou me perdoar, nunca!— Grita minha mãe entre o choro e eu já posso sentir as lágrimas descerem.
— Ela só tinha quinze anos Agnes, quinze anos!
— Pai pelo amor de Deus! o que aconteceu?— Isso não, por favor.
— O avião em que sua irmã estava, passou por uma turbulência e acabou batendo em uma montanha, não teve nenhum sobrevivente, todos morreram.— disse Frida entrando na sala.
Não! Lana não pelo amor de Deus, ela não!
Jogo-me de joelhos no chão e sem conseguir me segurar eu choro, choro sem parar. Eu a perdi, perdi para sempre e a culpa é minha. Era para eu ter morrido naquele acidente.