A gente pode conversar?- o Guilherme aparece na porta do quarto, tinha acabado de acordar... olho no relógio e são 18:00 da noite.
- Pode - ele se aproxima e sinto o cheiro de álcool - Você bebeu?
- Sim, os meninos estão la em baixo.
- Quais meninos?
- O Christian e o Arthur... ai a gente bebeu.
- O Arthur está ai? ele não tava viajando até nestante?
- A intenção dele era fazer uma surpresa... mas ja sabemos o que rolou que atrapalhou, ele veio cedo.
- E você só veio falar comigo agora?
- Tava sem coragem... e a Flora quando desceu disse que você estava dormindo, ai bebi com eles e agora estou com coragem.
- Tem nem vergonha de falar isso, cachaceiro- falo no tom de brincadeira.
- Mas não estou bêbado não.
- Eu sei, quando você está bêbado de alguma forma seu olho fica vermelhão e não está agora, cadê as crianças?
- Adivinha...
- Com Flora
- Acertou... elas vão trocar você viu? cuidado.
- Elas se apaixonaram por ela... mas sim você quer conversar?
- Sim, sobre o que acontece hoje mais cedo... me desculpa por aquela cena, eu não queria que tivesse sido assim, eu sei o quanto minha mãe é complicada e por isso eu não queria que vocês passassem por esse constrangimento que aconteceu hoje. Na verdade eu tava planejando apresentar vocês... mas aconteceu tudo errado.
- Você não tem culpa se sua mãe é uma preconceituosa... mas eu me sentir totalmente constrangida, parecia que a gente era um segredo cuboloso que foi descoberto, a forma que sua mãe nos olhou foi triste.
- Me desculpa por isso, eu fiquei tão chocado dela está aqui... eu simplesmente fiquei sem saber como agir, eu fiquei com vergonha daquela situação
- E porque a sua ex falou daquele jeito do Arthur?
- Porque a anos atrás ela descobriu que ele estava namorando com uma garota n***a e surtou... como você ja deve imaginar, o Arthur afrontou ela... ela colocou ele pra fora, mas ele não voltou atrás ... e claro teve vários outros fatores das brigas deles... mas isso foi o ápice.
- E você?
- O que tem eu?
- Você nunca brigou ou se desentendeu com ela?
- Não, eu sempre fiz o que ela queria, a carga de filho rebelde era do Arthur.
- Então hoje foi a primeira vez que você fez isso?
- Sim
- Você ja teve vergonha da gente?
- Óbvio que não né Aisha, eu tenho muito orgulho da família que eu construir.
- E como vai ficar a relação com sua mãe?
- Eu vou conversar com ela, se mesmo assim ela não aceitar minha família eu não vou poder fazer muito coisa, ela é minha mãe... eu amo e ela, mas eu ja tenho 34 anos e tenho uma vida, uma família, não posso deixar de viver por conta do preconceito dela, eu amo você, você foi a mulher que eu escolhir pra dividir a vida e é isso que eu quero preservar, eu fiquei com muito medo de você não me querer mais, me achar um bebê da mamãe.
- Mas você é um bebê da mamãe - falo no tom de brincadeira e ele rir - mas eu fico feliz que você tenha noção do quanto nossa família é importante, e sua mãe mesmo que ela diga que não aceite ou odeie essa ideia de você ter mulher e filhos negros, ela vai ver que você está feliz, mesmo que seja la no fundo, beeem no fundo...la nas profundezas - ele rir - mas ela vai sentir.
- Eu amo você e obrigado por tudo que você tem feito pela nossa família - ele se aproxima e fica me encarando.
- Eu também amo você e seus filhos também são loucamente apaixonados por você.
- E o nosso proximo também vai
ser - diz fazendo cara cínica.
- Nosso próximo? - pergunto rindo - ele não vai existir Guilherme.
- Vai ver ele ja está até ai e você não sabe.
- Que Deus não te ouça... eu não quero mais um.
- Eu quero mais dois.
- Procura outra mãe então baby.
- Eu não... vai ser você.
- So no seu sonh... - nem consigo terminar pois somos atacados por duas crianças traquinas, elas começam a gritar e pular por cima da gente - Você tem certeza que quer mais dois desses?
- Desisto do que eu falei - ele diz rindo enquanto o Zion tenta sentar na cabeça dele.
(...)
Estamos na sala e as crianças finalmente dormiram... acho que foi o açúcar que deixou eles tão agitados daquele jeito.
- Vocês parecem uma chaminé
namoral - os três estão fumando no quintal da casa e a Flora está com a feição surpresa - Você não sabia que o Christia fumava? - pergunto so pra ela ouvir.
- Eu não, ele nunca fez isso na minha frente.
- Você não sabe muita coisa sobre ele né?
- So o que ele me conta - o Christian olha na nossa direção.
- A gente pode conversar? - ele fala pra ela e eles saem.
- O que rolou? - o Arthur pergunta.
- Saberemos depois... vocês não param de fumar não é? - pergunto e sento no lugar que o Christian estava.
- Quer? - ele me oferece.
- Óbvio que não esse coisa h******l, por mim o Guilherme nem fumava essa merda... a Atena não diz nada?
- Se a Atena estivesse aqui estaria fumando com a gente.
- Um homem feliz - o Guilherme diz e viro na direção dele.
- Ah é? Então vai viver com ela - falo cruzando os braços.
- Lógico que não amor, eu sou o cara mais feliz do mundo - diz rindo vindo na minha direção.
- Sai que você ta fedendo a cigarro.
- Ali é o Guilherme na versão feminina, com certeza eles se matariam - o Arthur diz rindo.
- Eu torço pela Atena - falo.
- Ah então é assim? ...
- Galera ja vou indo - o Christian surge do nada, olho e vejo a Flora com a feição seria e levanto na sua direção.
- Aconteceu alguma coisa? - pergunto so pra ela.
- A gente só se desentendeu , vamos pra casa... cada um pra sua.
- Não dorme brigado não, conversem... a conversa sempre resolve tudo, mesmo que doa, toda história tem dois lados e duas versões... ficar p**a as vezes não adianta muita coisa.
- É eu sei, pretendo conversar... se ele não ficar parecendo um porte, com seus mistérios estranhos.
- Vocês se gostam, vão se resolver.
- Vamos? - o Christian aparece atrás de mim.
(...)
Os dois foram embora e agora está so eu, Guilherme e o Arthur.
- Vocês vão ficar?, porque vou
dormir - falo levantando.
- Quer não? - o Arthur me oferece cerveja.
- Pegou no ponto fraco dela - o Guilherme diz rindo - ainda é meu aniversário, não vamos deixar esse dia ser traumatizante.
- Vou ficar pela bebida - falo e eles dão risada.