Milana Sartori.
Estava deitada no sofá, quando ouvi a campainha tocar. Levantei-me e caminhei até a porta, abrindo-a em seguida.
— Oi Alessa, que surpresa vê-la aqui — sorri levemente.
— Por que surpresa? Nós somos amigas ainda — respondeu enquanto entrava em casa.
— Estava começando a achar que não mais — fechei a porta.
— Como não? É claro que ainda somos!
— Por que andou tão afastada? O Mattia não a deixa sair mais comigo?
— Não seja boba, é claro que deixa e o Mattia não é o meu dono!
— Então por que se afastou?
— Ah, não sei... eu acabei passando mais tempo com o Mattia.
— Entendi, por isso esqueceu da sua amiga.
— Eu não me esqueci de você, eu até vim aqui hoje para passar um tempo contigo.
— E por que agora? Você e o Mattia brigaram? Por isso veio aqui hoje? Talvez você me considere como sua segunda opção agora!
— Tá legal, você está começando a me chatear.
— Te chatear? Fala sério Alessa! A única que está chateada e tem o direito de estar, sou eu e não você! Você se afastou de mim por causa de uma garoto, como se nós não fossemos nada. Você me ignorou, não respondeu mais as minhas mensagens e ainda nem me cumprimentou direito quando nós nos víamos na escola, ou até mesmo na festa do Mattia e você ainda se diz "chateada"? Fala sério Alessa!
— Olha, me desculpa, mas eu não achei que você se sentiria tão magoada assim.
— Você me largou sozinha na festa, depois eu fui embora e te enviei uma mensagem, mas ainda sim você me ignorou e antes de irmos, você me prometeu que dormiria aqui em casa, para eu não me sentir sozinha, mas você não cumpriu e na manhã seguinte, na escola, quando você veio me cumprimentar e se "desculpar", foi como se você estivesse indiferente com a situação. Então como é que eu não ficaria magoada com isso? Eu já não sei nem se você é minha amiga mesmo.
— Eu sinto muito Milana, mas você está exagerando.
Assim que ouvi a Alessa falar sobre eu estar "exagerando", suspirei irritada, com lágrimas em meus olhos e caminhei até a porta, abrindo-a.
— Saía da minha casa.
Alessa me olhou incrédula. — É sério isso?
— SAI DAQUI AGORA!
Alessa pegou sua bolsa e se retirou aborrecida. Em seguida, bati a porta e me sentei no sofá, agora deixando as minhas lágrimas cairem.
Eu estava incrédula com as coisas que a Alessa havia falado, principalmente em dizer que eu estava "exagerando". Agora eu podia ter certeza, de que Alessa não era e nunca havia sido uma amiga verdadeira.
Matteo Rossi.
Eu estava debruçado na janela do meu quarto, olhando a frente da casa da Milana, quando, de repente, avistei a Milana abrindo a porta e gritando com a Alessa, para que ela fosse embora. Em seguida, Alessa saiu da casa de Milana irritada, caminhando rapidamente.
Aquela situação havia-me deixado surpreso, eu nunca imaginaria a Milana brigando e gritando com a Alessa, ambas eram inseparáveis, até agora.
Eu até imaginava do que se tratava a discussão, provavelmente era sobre o distanciamento da Alessa em r*****o a Milana.
Eu pensei em ir falar com a Milana, mas depois da nossa briga, eu decidi não ir. Era como se a Milana estivesse aborrecida com tufo e com todos e uma parte de mim sentia pena dela.
Milana Sartori.
Eu estava cansada de tudo, de sempre ter sido trocada, como se os meus sentimentos fosse indiferentes para os demais. Eu me sentia só e eu odiava me sentir assim, sem amigos, sem ter com quem conversar.
Subi as escadas e entrei no meu quarto. Fechei as minhas janelas e as cortinas. Em seguida, apaguei a luz e me deitei, me cobrindo por inteira.
Algum tempo mais tarde, recebi uma ligação do meu pai. Peguei o celular e o atendi.
— Oi pai.
— Oi querida, como você está?
Assim que meu pai me perguntou como eu estava, minhas lágrimas voltaram novamente e eu dei uma pausa para respondê-lo.
— Milana? Você está aí?
— Oi — respondi com a voz embargada, enquanto secava as lágrimas.
— O que foi?
— Não é nada.
— Milana, eu sou seu pai, pode me contar qualquer coisa.
— É que eu acabei discutindo com a Alessa e agora estou me sentindo m*l.
— Eu sinto muito, se eu pudesse fazer algo, eu faria, mas quando eu voltar para casa, eu lhe darei um abraço bem apertado.
— Está tudo bem, obrigada pai.
— Você tem ficado bem aí?
— Sim, a vó tem vindo aqui, então não estive "sozinha".
— Que bom, logo mais estarei voltando.
— Espero que passe rápido. Você esteve bem?
— Sim, eu estive bem. Querida, preciso ir, até mais.
— Até.
Desliguei a chamada e coloquei o celular no criado-mudo, voltando a me cobrir por inteira.
Eu queria que existisse algum remédio que me fizesse feliz por alguns instantes, que tirasse essa angústia do meu peito e essa depressão, que eu ainda sentia.
Algum tempo mais tarde, recebi uma mensagem do Damiano. Ele estava me perguntando se eu não queria fazer algo com ele. Eu respondi que sim e perguntei se ele queria vir aqui em casa. O mesmo aceitou e logo depois, passei o meu endereço.
Tempo depois, o Damiano chegou. Desci as escadas e abri a porta. Ele entrou e sentamos no sofá.
— E aí, como você está? — indagou Damiano.
— Estou mais ou menos e você?
— Estou bem. Por que está "mais ou menos"?
— Eu tive uma discussão com uma "amiga" minha, que agora já não é mais amiga.
— Entendo e o que foi que ela fez?
— Muitas coisas que me deixaram chateada, só que para ela, isso é indiferente e ela não se importa.
— Eu a conheço?
— Provavelmente. É a Alessa, a namorada do seu amigo, o Mattia.
— Sei, já ouvi ela falando de você.
— Sério? O que ela falou?
— O Mattia a perguntou, se você ficaria chateada dela não estar mais andando com você e a Alessa respondeu que não, que você a entendia.
— Que vaca falsa! A Alessa realmente não se importava.
— Parecia que não... mas você não deve ligar muito para isso, sabe, as pessoas são temporária e nós precisamos aprender a lidar com isso.
— Você não foi o único que já me disse isso — sorri levemente.
— Viu, por isso você deve parar de dar importância, fique tranquila e apenas — sorriu.
— Tentarei isso — dei risada.
— Ótimo! Sabe o que deixaria você tranquila agora? Isso aqui — Damiano retirou um saquinho de m*****a do seu bolso da calça.
— Ah, não, eu não fumo.
— Isso relaxa você.
— Talvez eu possa experimentar.
— É isso aí garota.
Damiano embolou duas bitucas de m*****a e deu-me uma. Comecei a traga-lo e depois de duas tosses, eu consegui fuma-lo.
Eu sabia que eu não deveria fazer isso, eu tinha consciência de que era errado e fazia m*l, mas depois de todo esse estresse que eu passei hoje e com esse sentimento r**m que nunca ia embora, eu acabei cedendo e fumando um pouco, pois eu queria, que em um momento da minha vida, eu pudesse relaxar, mesmo que que fosse temporário e o efeito fosse falso.