Capítulo 14.

1237 Words
Milana Sartori. Assim que a aula havia terminado, Lorenzo e eu seguimos em direção ao refeitório. Pegamos as nossas bandejas e nos sentamos. Em seguida, os amigos do Damiano caminharam até nós e sentaram à mesa. — Vocês estão sabendo da briga do Damiano com o Dylan e o Matteo? — indagou Pietro. — Não, o que houve? — perguntei. — O Dylan e o Damiano haviam se desentendido e começaram uma briga no vestiário, mas depois o Matteo chegou para proteger o Dylan, então a briga começou novamente, mas agora entre o Damiano e o Matteo, e agora os três estão na diretoria — respondeu Giulio. — Nossa, será que eles tomarão suspensão? — perguntou Lorenzo. — Eu não sei, mas o Mirko está esperando o Damiano sair da diretoria. Eu queria ver se o Damiano e o Matteo estavam bem, mas pensei em não ir vê-los, não queria causar alguma outra confusão. Matteo Rossi. Estávamos na sala da diretora e mais irritado eu ficava, pois o Damiano estava se fazendo de vítima e tentando jogar a culpa toda em mim e no Dylan. — Eu já disse diretora, foram eles que começaram — disse Damiano. — É mentira! O Damiano cismou com o Dylan e o ameaçou, e agora ele socou ele, olha como está o rosto do Dylan! — exclamei. — Ele veio para cima de mim, eu não tive tempo nem de me defender — respondeu Dylan, com seu rosto ainda sangrando. — Chega! Eu não quero saber quem começou ou deixou de começar, os três irão levar suspensão. Pegamos os nossos papeis da suspensão e nos retiramos da diretoria. — Até quinta-feira — disse Damiano com um sorriso cínico em seus lábios. Assim que o Damiano e seu amigo se afastaram, voltei a olhar para o Dylan. — Que moleque i****a! — falei irritado. — Até demais! Milana Sartori. Algum tempo depois, assim que a aula havia terminado, me despedi de Lorenzo e segui para casa, mas assim que comecei a andar, Damiano me chamou. — Milana, espera. — Oi, eu fiquei sabendo o que aconteceu, você está bem? — Eu vou ficar. Eu queria dizer "oi" e me despedir, não consegui falar com você hoje. — Bom, espero que você fique melhor. — Obrigado — sorriu. — Então eu já eu vou indo, tchau Damiano. — Até mais. Voltei a caminhar de volta para minha casa. Assim que cheguei, entrei e subi as escadas, seguindo para o meu quarto. Deitei-me na cama, refletindo um pouco sobre toda essa situação com o Damiano. Será que eu deveria me afastar dele, ou tentar defende-lo? Eu não sabia mais o que pensar. Talvez eu devesse parar de pensar tanto nos outros e focar em mim, em melhorar o meu interior, que já não estava bem. Eu me sentia cansada e tristonha, não tinha ânimo para quase nada. Me cobri inteira com a manta e fechei os meus olhos, adormecendo logo depois. Algum tempo mais tarde, eu acordei. Olhei para o pequeno relógio que estava no criado-mudo, vendo as horas. Já eram oito horas da noite. Levantei-me e calcei meu tênis, descendo as escadas e saindo de casa. Eu precisava dar uma volta para tentar aliviar a angústia que eu sentia. Assim que eu abri a porta, avistei Matteo em seu quintal, do outro lado da rua. Comecei a caminhar sem direção, apenas tentando não pensar em coisas ruins. Matteo Rossi. Eu estava no quintal, limpando o carro dos meus pais, quando avistei Milana saindo de casa. Eu havia estranhado seu comportamento, por vê-la saindo às oito da noite, isso havia-me intrigado. Deixei o pano que eu estava usando para limpar, em cima do carro e caminhei até a Milana. — Milana? — a chamei. — O que você quer? — indagou olhando para o chão. — Para onde está indo? Ela deu de ombros, sem responder. — Não entendi... — Não sei. — Como não sabe? — Só estou indo. — Você está caminhando sem direção? — É, Sherlock, mais uma pergunta? — Sim! Por que? — Não lhe interessa! — Sim, me interessa muito. Milana continuou olhando para baixo, ignorando o que eu estava falando. — Qual foi Milana, me conte o que está acontecendo com você. O que está sentindo? — Tudo bem, já que você quer tanto saber... — parei de andar. — Eu me sinto péssima! Eu me sinto h******l todos os dias. Me sinto solitária, angustiada e triste. Desde que a minha mãe morreu, meu pai e eu não fomos mais os mesmos. Ele tem melhorado até, mas eu tenho que fingir que estou bem, para mostrar ao meu pai, que ele não precisa se preocupar comigo, mas eu não estou, eu nunca estive bem! Todos os dias eu choro, a minha depressão só aumenta e eu não sei mais o que fazer para melhorar isso. Algumas pessoas dizem que a dor de uma morte some depois de dois anos, mas não é verdade, a minha ainda continua aqui, depois de anos e eu acho, que essa dor que eu sinto, nunca irá passar — disse Milana, enquanto suas lágrimas caíam. Eu pude sentir a dor da Milana e tudo o que ela havia falado, foi como um balde de água fria em mim. Eu sabia que ela não estava bem, mas eu não imaginava o quanto ela se sentia m*l. Eu não sabia o que falar para ela, então a única coisa que eu fiz, foi abraça-la. Eu dei-lhe um abraço forte, pois sabia que ela estava precisando. Milana Sartori. Eu havia ficado surpresa com o abraço que o Matteo tinha me dado, eu não estava esperando por isso e o abraço apertado que ele me deu, havia sido reconfortante e eu sinceramente, precisava disso. Assim que o Matteo se afastou, enxuguei as minhas lágrimas. — Obrigada. — Eu sinto muito por isso Milana, eu não fazia ideia. — Está tudo bem. — Não está tudo bem e se você precisar de alguma coisa, saiba que eu estarei aqui. — Um pouco irônico você dizer isso — sorri sem jeito. — Olha, me perdoa por ter me afastado de você e por todas as minhas palavras que te machucaram, eu fui um b****a e se eu puder fazer alguma coisa para me redimir com você, eu faço. — Matteo, não há nada que você possa fazer, você não irá mudar o que fez, então a única coisa que você deve fazer, é deixar o passado para trás e focar em fazer coisas melhores hoje. Enfim, voltarei para casa. Dei meia volta e caminhei de volta para casa, enquanto Matteo me acompanhava. A volta para casa havia sido silenciosa, Matteo não tentou puxar assunto, ele apenas refletia sobre as coisas, assim como eu. Ao chegarmos, paramos em frente à porta. — Boa noite Milana, espero que você esteja um pouco melhor. — Eu estou, seu abraço me reconfortou. — Fico feliz — sorriu levemente. — Já vou indo, até mais. — Até. Me virei e abri a porta, mas assim que eu estava prestes a entrar, Matteo me chamou e assim que eu me virei para olhá-la, ele me puxou pela cintura e me beijou. Enquanto eu o beijava, senti meu coração disparar e meu estomago se encher de "borboletas". Eu estava em choque, sem reação, eu nunca pensei que um dia isso aconteceria entre mim e o Matteo.
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