I

3240 Words
SSou a Penélope, sou escritora e vivo a minha vida de forma a aproveitar todas as emoções que ela me dá. vivo no Algarve, em Tavira, sou feliz aqui, principalmente no verão,tenho uma filha de 16 anos, a Carol, está naquela fase de rebeldia, em que temos duas opções, ou fazê-la odiar-me ou tentar que ela me ame, mesmo dizendo-lhe maioritariamente a palavra não. O verão está a terminar, adoro o calor, faz-me bem, sinto-me sempre com energia e faminta de vida... Aos 32 anos sentir-me assim tão viva é bom... Por acaso temos uma boa relação, aliás estou eu muito bem a trabalhar, porque sou escritora quando ela me aparece do nada no escritório,, -Mãe, posso fazer chamada com os meus amigos? -Até muito tarde não... -Humm está bem.... e posso aceitar a amizade dum amigo do Tigas? -Qual amigo? -Não sei eles jogam juntos, é o Kevin tem 19 anos e vai estar em chamada também... - Deixa ver a foto? Mal olhei percebi que ele traria problemas, a minha filha só queria aceitar a amizade porque ele realmente era bonito... comecei a rir e disse... -Carol, amizade só, e tem cuidado que esse tem perigo no nome, não te apaixones... Sorrimos as duas e continuei a trabalhar... A internet é perigosa, mas hoje em dia temos de ensinar riscos, consequências e não proibir algo que fará parte da vida deles. A minha filha é linda, morena, pequena, envergonhada mas uma boa menina, apenas precisa de se amar mais. O pai dela está fora do pais, mas mantém uma boa relação. Quando terminei o trabalho, passei pelo seu quarto e ainda estava em chamada, bati entrei, ouvi-a dizer que a mãe ia entrar no quarto. Conheço todos os amigos e em vez de se calarem meteram conversa comigo, ainda me ri com eles e Kevin disse boa noite, uma voz mais adulta, rouca, serio... não sei, fez-me confusão, disse boa noite, pedi-lhe para não se deitar tarde e fui para a cama. Desde os seus 14 anos que eu e a minha filha sabemos tudo uma da outra, não sou a sua melhor amiga, sou sua mãe, mas sei que sou a pessoa que mais confia. Sempre que precisa de responder a alguém pede-me ajuda quando não sabe o que dizer, ou se tiver no banho pede-me para que seja eu a responder. Sempre tivemos esta relação.. Estando de férias de Verão deixava-a deitar-se sem problemas, os amigos faziam-lhe bem e assim não estava sempre sozinha nos dias que não tinha nada para fazer. Os miúdos hoje em dia vivem pela Internet, no fundo a culpa é nossa... mas... enquanto estava a trabalhar deixava, quando tínhamos de ter o nosso momento tínhamos e quando queria sair ai dela que resmungasse que estava com sono ou assim. Adoramos praia, rio, piscina e tudo o que o verão envolve. A semana passou tranquila, percebi que Carol estava mais entusiasmada do que o normal, tirava demasiadas fotos, publicava mais nas redes sociais, mas tudo começou a fazer sentido quando ela veio ter comigo uma certa noite... -Mae... preciso da tua ajuda.. -Então filha, o que se passa, senta aqui que vou começar a assistir a serie teen wolf.. -Não gosto disso mas... sabes o Kevin? -Sim, o miudo de londres.. -Sim, temos falado e , ele é querido, giro, dá-me atenção mas eu não sei as vezes o que lhe dizer, agora fiquei sem assunto e não sei o que perguntar... -Tenta conhecer os gostos dele, o que faz, series, família, faz algumas perguntas e deixa a conversa fluir.. -Diz lá o que escrevo... -Diz... Foi assim que começou, era algo inocente, mas não tinha noção do quão perigoso que era estar eu a falar com alguém em vez da deixar desenrascar-se... A conversa começou a fluir mas raramente as respostas eram de Carol, basicamente comecei a falar com Kevin mesmo sem eu ou ele sabermos... sabia a vida dele e de certa forma cativou-me, era respeitador com Carol, engraçado, bastante divertido e tinha ideias bem mais adultas que era de esperar dum miúdo de 18 anos. Confesso que as vezes chateava ela estar sempre a dar-me o telemóvel ou eu a responder, mas tornou-se um hábito sem eu dar conta. Hoje em dia acho estranho como o fiz, como não entendi que não estava certo, mas... tudo acontece por uma razão .... e na verdade tinha de ser assim... Carol e Kevin entendiam-se bem, mas entendi que ele se sentia sozinho, falavam todo o dia normalmente, o que acabava sempre por me envolver a mim também... Estava eu um dia no sofá quando ela aparece com o telefone e faz uma cara estranha... -Mãe podemos ver um filme de terror? -Tu não gostas Carol.. -Gosto sim... Estranhei mas quando ela virou a camara para mim, compreendi o motivo, ela estava a dizê-lo porque kevin estava nada mais nada menos do que do outro lado do ecrã... -Olá... - Boa noite Kevin.. -Podemos ver os tres, a Carol tem medo de ver sozinha e eu queria ver... Não fui capaz de dizer que não, ele parecia mesmo querer passar mais tempo com ela. Teria de falar com Carol depois, ela não podia continuar a fingir ser quem não era.. se não gosta de filmes tem de dizer, ela nem uma serie vê pois não compreende a historia em si, ela gosta mesmo é de dançar. Ligamos o filme e posso dizer que foi uma das noites mais divertidas que passei, Carol gritava que se fartava, eu e Kevin riamo-nos imenso, falamos da historia, prestávamos atenção a tudo e mimávamos a Carol ao máximo. Parecia ser um bom miúdo, claro que ter 18 anos assustava, mas ela tem 16 e eles estão longe um do outro,podem conhecer-se com calma. Não sei se estou a ser liberal de mais, mas estou a tentar dar o meu melhor. A nossa vida nem sempre foi fácil, agora estamos mais confortáveis mas nem sempre as coisas correram bem, Carol sempre foi muito gordinha e durante uns meses sofreu com os outros miúdos, isso uniu-nos de certa forma, apesar de termos resolvido ela sempre procura a aceitação dos outros e temos tentado trabalhar o amor próprio e auto estima. Como somos sozinhas e trabalho em casa estamos sempre juntas o que facilita o acompanhamento e apoio. Mas sou tão apegada a ela que tento fazer o que acho melhor e depois não sei se realmente o estou a fazer. Nessa noite rimos imenso, Carol criou um grupo no i********: com os três e criamos uma relação divertida ... Kevin, vivia com a mãe mas estava sempre sozinho fechado no quarto, lá o tempo não ajuda muito, estava sempre a chover o que fazia com que pouca vontade tivesse de sair. Ia acabar o ultimo ano do seu curso de informática mas so tinha aulas três vezes por semana apartir de Setembro, também tinha muito tempo livre, adorava jogar e sair com os amigos, gostava de series e cinema no geral... demo-nos bem até porque ele gosta da Marvel e eu sou apaixonada, comecei a ve-lo como o genro perfeito, até porque Carol estava a começar a gostar dele. Ele era alto, olhos verdes, bonito e a minha fiha encantou-se no primeiro dia que o viu. Não foi preciso muitos dias para Kevin dizer que se estava a apaixonar, eu sabia porque lia as suas mensagens, basicamente respondia a toda a sua conversa, derretia-me quando ele escrevia todas as declarações de amor, ria-me sempre que estávamos em chamada porque eles queriam que estivesse a ver filmes com eles, ou jantávamos todos ao mesmo tempo em vídeo chamada. Parecia que o tinha adotado e criei um laço enorme com ele, tínhamos uma ligação forte e não queria que nenhum dos dois se magoasse. Criamos um laço inexplicável com um estranho, mas uma ligação tão forte que até eu sentia falta quando ele não estava. Lembravamo-nos dele a toda a hora, trocávamos fotos, vídeos engraçados, partilhávamos o dia a dia normalmente e ele o mesmo. Ele fazia Carol sentir-se a miúda mais importante do mundo e comecei a tentar desligar, tentei que fosse a minha menina a responder, comecei a dizer que não podia fazer chamada com eles, dei-lhes espaço até porque o verão ia passar e a rotina teria de começar. O assunto começou a faltar, os ciumes a aparecer e os dois a ficarem tristes... a Internet não é só coisas boas, são os milhares de likes que assustam, as milhares de raparigas que o seguiam, os comentários que ela via. Certo dia, chatearam-se por ciumes, mentiu-lhe a primeira vez, foi sair com amigas e não lhe disse nada, Carol estava desconfiada, ele dava-lhe a volta e como estava longe ela ia acreditando, mas dessa vez terminaram tudo. A minha pequena chorou muito, abracei, dei mimos, expliquei que neste idade apaixonamos com uma intensidade gigante e nem tudo corre como esperamos. Falamos de Kevin, do facto de estar longe, de nem sabermos se alguma vez se vão conhecer, dele ter necessidades de estar com pessoas, ele é homem e dá para perceber que gosta muito de mulheres... Ele era charmoso por si só e mentiroso também. Um rapaz carente, com um bom um coracão, talvez o exemplo masculino que teve presente na sua vida o faça ser assim com as mulheres, ou talvez não.... era desconhecido para mim, mas havia algo que me prendia a ele, queria mesmo que fosse feliz e que fizesse a minha menina mais feliz ainda. Quando Carol adormeceu, fui para a cama, peguei no portátil e fiquei a ver a minha serie e uma mensagem apareceu no ecrã do telemóvel...Kevin... - Sogra, não quero perder a Carol... -Kevin... voces são diferentes, eu sei que dizes que a amas, mas achas que isso é mesmo verdade? Pensa bem se não tens outras... tu mentes desnecessariamente, escondes onde estás.. tu queres amar e ser amado e deixas-te levar pelas ilusões, nem a conheces e já lhe dizes que a amas, ou que ela é a mulher da tua vida... -Mas eu sinto isso... mas ela está longe, eu só queria ai estar... - Ela está longe e vai continuar a estar, olha eu gosto muito de ti, mas voces vão ter de se entender e decidir o que querem, e se realmente tiverem de ficar juntos ficam, sem mentiras... mas tens de ter a certeza, pensa nisso sim? Ele estava triste, isso dava para se ver, mas a probabilidade de não resultar era enorme...pela distancia principalmente e por ele ser um miúdo dependente, que quer mesmo ter alguém ao seu lado Nessa mesma semana, Carol foi sair com um amigo,almoçar, quando chegou a casa os seus olhos estavam diferentes, um brilho espreitava... sentei-me com ela.. -O que tens para me contar? -Mãe, o Kevin é tudo o que eu quero, ele dá-me atenção, dá-me carinho, diz tudo o que eu preciso de ouvir... mas não está cá e eu tenho 16 anos... -Eu sei filha... -Eu gosto dele, mas também gosto do Rui... Sabem aquela sensação que todas as mães têm, um sexto sentido... nem acredito que kevin ou Rui fossem as pessoas certas, abracei-a e fui sincera.. -Filha, tens uma necessidade de ter alguém do teu lado, mas precisas de tempo para ti, não tens de namorar para te sentires feliz ou completa, tens de te conhecer, de perceber o que realmente queres. Ficamos as duas juntas, falamos imenso, vimos os prós e contras da relação, no final adormecemos bem abraçadinhas..quando me levantei para ir para a minha cama, tinha uma mensagem no i********: de Kevin.... Estava destroçado, amava-a muito, estava desesperado e não sabia o que fazer, tive a sensação que não era amor, era uma dependência enorme ele estava sempre sozinho e viu nela a possibilidade de ter a relação e a vida perfeita. Falei com ele, ele contou-me a sua historia, tive a certeza que não era amor, era a falta de atenção, de carinho , a necessidade de se sentir amado. Kevin precisava de ser acarinhado, de atenção de que o colocassem num pedestal. Quando dei por mim o sol estava a nascer, eu tinha de trabalhar, ele felizmente poderia dormir.. óbvio que foi uma conversa pontual, mas a ligação que senti foi perigosamente inexplicável, como se nos conhecêssemos toda a vida. como se existisse uma compreensão automática entre nós, sem esforço... aquela noite foi realmente importante, porque percebi que era um miúdo narcisista e nem se apercebia disso, ele dava tudo dele, porque precisa que alguém o ame, ele faz com que qualquer pessoa goste dele, ele consegue envolver todas as pessoas duma forma perigosa e imensa. Ganhei um carinho e preocupação por ele que nunca entendi... Passei o dia seguinte normal nas minhas tarefas, como sou escritora tinha imenso que fazer mas era possível organizar-me bem. A minha filha estava bem ,meia dividida entre dois rapazes quando era visível que nenhum deles merecia e a faria feliz, mas sao adolescentes e não ouvem o que as mães dizem. Estava eu a trabalhar quando o telemóvel tocou... Um bom dia de Kevin a perguntar como eu estava e a agradecer por tudo... Sorri ao ver a mensagem, parecia um bom miúdo, só precisava de encontrar as pessoas certas na sua vida. Foi ai que eu, uma mãe de uma adolescente apaixonada, tornei-me amiga duma das suas paixões. Kevin e eu, apesar da idade tínhamos gostos parecidos, hábitos muito idênticos e em relação a series e música entendiamo-nos bem. Comecei a receber mensagens dele todos os dias, falávamos dos mais diversos assuntos, ajudava-o nas varias situações que lhe aparecia, começamos a falar desde de manhã ao acordar até adormecermos, foi natural, as vezes penso se o fiz por também eu me sentir sozinha... mas... tinha de ser, Kevin teve de entrar na minha vida para eu aprender alguma coisa. Passado umas semanas Kevin e Carol começaram a falar, tentei afastar-me mas não dava, Kevin continuou a falar comigo e o que tudo começou numa brincadeira começou a ser uma necessidade, era como se estivéssemos sempre juntos e por esse motivo, tentei desaparecer, não responder sempre, mas não conseguia, algo me fazia estar com ele. Carol namorava com o colega de cá e mantinha uma relação virtual com Kevin, não era justo, não concordava e tentei apenas sair de cena, porque por mais que critiquem a vida é dela e desde que não passe os limites não poderia critica-la, apenas fiz que ela percebesse que não podia continuar assim A sua duvida era que Kevin era o rapaz perfeito, dava-lhe atenção e dizia o que ela precisava e o outro estava presente mas não era nada assim, estava confusa e deixou andar. Quando a escola começou Carol começou a deitar-se mais cedo, nessa altura como não tinha sono ficava sempre na sala, aproveitar o sossego e o silêncio, queria acabar a seria teenwolf que estava a amar, numa dessas noites estava eu perdidamente a chorar porque um dos personagens que mais gostava tinha morrido e Kevin sabendo, pois falávamos a toda a hora ligou-me... fizemos uma vídeo chamada e ficamos ali os dois a ver a serie juntos. Ele ja a tinha visto mas era das series que mais gostava, ele gozava por me ver a chorar e eu ficava irritada mas numa maneira fofa. Kevin passou a fazer parte da minha vida sem eu dar conta, um miúdo que eu sabia que não passava daqueles rapazes que se aproximavam com tanta facilidade que desapareciam com uma rapidez incrível e destruíam o coração de quem abandonavam... um rapaz que me conquistou e entrou no meu coração sem eu entender porquê. Preocupava-me com ele, era sua amiga, ajudava-o , fazia-lhe companhia pois ele estava sempre sozinho, víamos series juntos, fazíamos vídeo chamadas de horas enquanto nos riamos e falávamos de nós, das nossas vidas, das nossas histórias. Mas sabia que não estava certo, porque nem eu, nem ele contamos a Carol o que se passava, falávamos os dois e eu comecei a fugir sempre que ela me pedia para lhe responder, já não era capaz, era como se estivesse a entrar numa mentira gigante e não queria fazer parte dela. Tentei convencer-me que Kevin era como um filho para mim, por isso foi fácil manter aquela relação. Era tudo tão perfeito que vivíamos em função um do outro, estávamos todo o dia online, estivesse ele na escola ou em casa estávamos sempre juntos. Na escola havia uma miúda que dava em cima dele, eu dava conselhos até porque Carol também tinha outra pessoa, sentia-me ali perdida no meio de um romance adolescente, não devia ter-me metido nesta situação, eu sou uma mulher e não uma criança, mas aconteceu, já não conseguia parar, a necessidade de saber se ele estava bem era enorme. Sabia que ele e a Carol não daria certo, aliás ele deixou de lhe dar a mesma atenção quando começou a falar que havia outras raparigas e a mostrar-me as mensagens que recebia, entendi que era o tipo de homem que nenhuma mulher se deve apaixonar. Aconselhei sinceramente Kevin como aconselhei Carol... Sabia que a minha filha estava a sofrer imenso, porque a expectativa e ilusão que tinha criado era tanta que a dor era imensa, é isso que o amor pela internet faz, cria uma ilusão e não amamos o real. Carol acabou por não ficar nem com um nem com o outro, mas a dor de perder Kevin foi imensa, porque as ilusões que criamos são tantas que colocamos um homem no pedestal e depois quando ele se torna distante naõ sabemos o que fazer. Disse-lhe que isso aconteceria, mas ela teve de passar por isso para perceber o que tanto tentei que ela não passasse. Kevin não a amava, quando um rapaz aparece e na primeira semana ja diz que ama, que quer ter uma vida, filhos futuro sem conhecer a pessoa, cuidado, ele vai abandonar com a mesma rapidez com que chegou e te levou a apaixonar. Eu sabia disso, por isso me chateei com ele, disse-lhe que tinha de parar de mentir e usar as pessoas para preencher todo o vazio que tinha dentro dele. Afastei-me, mas ele não foi embora, voltou a falar com Carol, mas não saia da minha vida e eu não queria que ele partisse. Assim foi a nossa vida, todos os dias tinha o seu bom dia, ele chamava-me de bê, eu a ele, mas duma maneira fofinha, enquanto estava nas aulas eu ficava a trabalhar, trocávamos vídeos e fotos, muitas das vezes ligávamos um ao outro, preenchemos o vazio que havia um com o outro.Não sabia que tinha esse vazio dentro de mim, mas qual é a unica explicação para me comportar como uma adolescente fazendo a vida que eles fazem através da Internet? Falávamos do nascer do sol ate irmos dormir, ficávamos quase a noite toda juntos a ver algum filme ou serie, tornamo-nos amigos inseparáveis apesar da idade. Não sei como, não sei porquê, mas ele conquistou-me duma maneira intensa, e eu sabia, sempre soube que isto não ia correr nada bem.. só não sabia era o que viria a caminho e o que o futuro e o destino tinha guardado para mim. Um miúdo com praticamente menos 20anos que eu tinha conseguido trazer ao meu dia uma alegria que nem eu sabia que faltava... Quem diria...
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD