Capitulo 1

1557 Words
Hélio  O passado não passa de uma dama c***l, cheia de rancores sem senso de humor. Depois da morte de Helena eu fugi de Tessália, as circunstâncias da morte de Argo não levantava suspeitas sobre mim, mas eu precisava sair dali, a vida sem Helena era insuportável, parecia que faltava-me ar 24 horas por dia. Vaguei pelo mundo sem rumo, mas nada preenchia o vazio que a mulher que eu jamais toquei havia deixado. Europa, Ásia, África, Oceania  Eu paguei por eles não sentindo a pressão do tempo em minhas costas, eu não envelhecia, muito menos morri quando o perigo batia em minhas costas, eu era o lobo milenar. Fiquei rico, poderoso, como Argo jamais seria. Passei por toda Europa firmando meus impérios, construí castelos, destruí civilizações inteiras  em nome de um Deus que eu nunca acreditei. Fui rei, imperador, várias versões de mim estão nos livros de história. A imortalidade me deu tudo o que sempre quis menos Helena Por pressão popular casar, precisava de por um filho no mundo Clara minha esposa, escolhida a dedo por meus conselheiros morreu de parto junto com a criança  É assim começou o que hoje considero o preço que eu tenho que pagar. As mulheres se apaixonaram por mim,  engravidaram e levavam meus filhos com elas no parto Esse é o preço que p**o por tanto poder, minha semente mata qualquer um que eu possa vir amar algum dia. Quando começaram as expedições para as Américas fui um grande investidor, foi assim que cheguei ao Brasil  Um lugar longe do mundo que conhecia um mundo totalmente novo onde montei meu império e minha própria matilha. Mas especificamente no Rio de Janeiro. Argo Desde que me entendo por gente parece que me falta algo, nasci com defeito, como se metade de da minha alma não estivesse dentro de mim e a outra metade tinha raiva disso. Eu sonho com ela, com a metade da minha alma todas as noites, seus longos cabelos castanhos avermelhados, suas curvas avantajadas, seu sorriso lindo, os olhos castanhos, e a lua, ela dançava para lua quando estava feliz. Minha Ágape mou Eu amo uma mulher que jamais toquei, mas que vive em meu peito de forma latente,  às vezes ouço sua voz  chamando por mim no silêncio. Jamais me casaria com outra, mesmo sendo prometido uma mulher de nossa espécie,   Íris desde de que nasci a 300 anos, mas sempre a vi como uma irmã mais nova, um pequeno ser frágil que sempre protegi. Sou filho mais velho da família Lycan, somos descendentes diretos de Licaon o primeiro lobisomem, nossa  matilha reside em Tessália, Grécia, uma região montanhosa cheia de encantos e tradições da antiga fé. Meus ancestrais recebiam suas noivas como oferendas, mas com o tempo, esse costume foi deixado para trás. A mais de 100 anos não nasce uma criança em nosso meio, isso mesmo, não nasce uma cria lupina em nenhuma matilha em todo mundo. O nosso povo foi diminuindo gradativamente, não somos imortais mas podemos viver por mil anos. Nossas mulheres só dão a luz a um único filhote, minha mãe era humana, uma filha da lua,filhas da lua são mulheres discípulas de selene, a deusa. Nossas crias são maiores e mais vorazes que qualquer outra criança, as gravidezes são de alto risco. Mas não para elas,  o ventre das filhas da lua são próprios para receber a nossa semente, mas elas foram extintas,foram queimadas como bruxas outras fugiram do destino que a lua havia dado a elas, com o tempo sua cultura foi esquecida e se misturaram a vida comum.  O sonho da nossa matilha seria achar um elo perdido das filhas da lua que nos desse vários filhotes. A matilha me pressiona a casar, então  pedi 6 meses no Brasil. Algo me dizia que eu ia encontrá-la no Rio de Janeiro. Junto comigo vieram meus dois irmãos mais novos, Igor e Pietro, eles são uma espécie dupla dinâmica que vieram ao mundo para me irritar, são uma versão piora de Gato de botas e burro e eu sou o Sherek. Eu sou o resmungão, m*l ignorado viveria bem em uma cabana no meio do nada, com meus livros, discos antigos e uma mulher quente para esquentar minha cama nas noite frias. É meu segundo dia no Rio de Janeiro, e já estou irritado, lugar onde as pessoas são felizes as 6:00 da manhã, deveria existir uma lei que multa quem acorda cedo. Melhor que uma lei que mande para corte marcial quem acorda cedo, feliz e de bom humor. Existe algo mais irritante que alguém sorrindo às 6:00 da manhã? Não, não tem!  Na verdade eu tenho problemas com pessoas extremamente felizes. Não que eu não acredite na felicidade, ela existe  só não é plena, o que me irrita é aquele tipo de pessoa *Poliana acha algo bom até mergulhado numa fossa de merda até as orelhas. " Estou atolado na bosta, mas pelo menos estou vivo" Sim, isso me irrita, tá na merda p***a, no fundo do fosso? Sai de lá e arranca a cabeça do filho da p**a que te empurrou lá para dentro. Mas que filho da p**a? Lição de vida, sempre tem um filho da p**a, mesmo que você não saiba. Bom, o que eu falava mesmo? Lembrei, do meu segundo dia na cidade Maravilhosa, do meu primeiro dia na programa de pós-doutorado  da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, em história, Palmas para mim, não gosto de pedir informações e estou completamente perdido nesses corredores, lugar de arquitetura confusa cheia de rampas e escadas que ligam blocos e mais blocos de concreto que às vezes parece que flutua no ar chega ser poético.  Mas nesse momento pra mim é tortura blocos, letras, números, escadas. Então eu a que eu a vi, numa maldita manhã ensolarada de março, seus cabelos encaracolados soltos em uma cascata castanha com as pontas douradas queimadas de sol, seus s***s grandes presos camiseta com um grande emogi sorridente, um par de jeans que abraçavam seu quadril perfeitamente. Parecia tão confusa quanto eu, olhando um amassado pedaço de papel. Ela se vira, olha para mim e abre um grande sorriso. Zeus, ser linda daquele jeito deveria ser considerado pecado, e o cheiro… sua femilidade estava exalando de cada Eu tento desviar o olhar, mas já era tarde, provavelmente estava babando com a  palavra Derrotado escrito na minha testa, por que ela veio até mim com aquele maldito sorriso Bom dia, eu estou procurando o décimo segundo andar sala 12. 518 bloco B, me mandaram subir uma rampa e virar a direita mas acho que fiz algo errado Então somos dois, omorfiá mou,- Eu sorri - estou mais perdido que um homem no labirinto do minotauro - Foi a vez dela sorrir, mas com certeza não riu da minha piada r**m, nem entre os pesquisadores de história Grega antiga, faria algum sentido. Você não é daqui, seu sotaque é bem diferente, de onde é? -Grécia. -Eu amo mitológica greco- romana, acho fascinante,  quero pegar dois períodos de grego antigo como eletiva…- Eu a olhava fascinado, ela não tinha noção do que acabava de causar dentro de mim, Eros havia me acertado com sua flecha,  em segundos  eu estava doente, caído de amor por uma pequena corsa.  -   Para onde você tem que ir mesmo? - Ela pergunta esperando algo sair de minha boca, me recupero da minha confusão mental e estendi o papel a ela que me olhou estranho. - Você deveria estar no 9° andar, aqui é o 12°, eu te levo lá. Ela caminhou ao meu lado por seis lances de rampas, me falou que era caloura em pedagogia e de como a universidade era confusa com seus corredores e rampas,  eu bebia suas palavras como uma criança que precisa da atenção da mãe, me peguei sorrindo diminuindo meus passos para que o destino final não chegasse, eu não fazia a menor ideia de para onde eu iria, mas algo me dizia que ela sabia exatamente para onde ir. -Prontinho. É chegamos bem no lugar onde eu deveria. -Obrigado. -De nada. Ela dá outro sorriso e sai andando, balançando aquele quadril magnífico, sob aquelas coxas grossas. -Você.... - Eu digo sem tirar o sorriso bobo do rosto, ela se vira docilmente  - Gostaria de tomar um café comigo depois da minha reunião? - Ela passa a mão nos emaranhados do seu  cabelo e os coloca atrás das orelhas timidamente. -Tenho aula agora pela manhã e depois corro para o trabalho, acho que não vai dar.  -É só um café de agradecimento.  -Sinto muito, mas vou ter que recusar, podemos marcar outro dia -Ela saiu,  quase correndo, sumindo pelos corredores minha vontade era sair  atrás dela, até convencê - la a sair comigo. Mas o que as pessoas iriam pensar? Um estrangeiro de 1.90 de altura,  correndo atrás de uma pequena corça,  aquela coisinha pequena de olhos amendoados e pele cor de chocolate que eu foderia até minhas bolas doerem  Entrei na sala quarenta minutos atrasado, a reunião se arrastou por quase duas horas. Não assimilei  nada do que foi dito meu pensamento estava em minha corça, na minha caça. Saio da reunião com pressa, palmas para mim de novo, sou o novo pesquisador do Instituto de história, mas f**a-se. Preciso encontrar minha omorfiá mou.
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