Prólogo

1074 Words
Não acredito quando vejo Caleb caminhando em minha direção, como posso ter certeza de que está vindo exatamente em minha direção? Estou sozinha no canto da lanchonete, não tem nada aqui além de mim e como não sou b***a já me preparo para as piadinhas e o deboche. — E aí Nanda, como vai? — pergunta com um daqueles sorrisos de propaganda de pasta de dente. — Ótima, já estava indo. — me levanto. — Espere, quero falar com você! — ele segura meu braço. — Tire as mãos de mim e não comece com seus joguinhos, posso garantir que não sou mais uma colegial i****a! — aviso e como ele não solta acabo puxando meu braço. — É claro que não, não com esse tamanho todo. — Amanda agarra o braço do i*****l. — Agora não Amanda. — diz se livrando do aperto dela. — Só acho que antes ela estava melhor, pois era só i*****l. — seu tom é mais alto do que o necessário. — Agora além de i*****l é gorda! — completa fazendo quase todos que estão na lanchonete gargalharem. — Como se eu precisasse ficar aqui conversando com a garota mais i****a da faculdade. — saio de perto deles. Saio andando calmamente da lanchonete, não sei o que me deu, normalmente eu teria saído calada, mas estou cansada disso. Estudo muito! Sou uma das melhores alunas da faculdade e não apenas no meu curso. Realmente não tenho que ficar aguentando a palhaçada de alguém como Amanda. Ouço que alguém está correndo atrás de mim e caminho mais rápido para meu carro, mas parece que não sou rápida o suficiente. — Nanda! Espere. — grita enquanto corre — Preciso mesmo falar com você! — Não sei qual é o jogo da vez, mas me deixe de fora dele, agora se me der licença. — pego a chave do carro. — Não existe jogo, só quero perguntar se quer dar uma volta comigo mais tarde. — E você está a fim de dar uma volta, comigo? Onde está a câmera? — olho em volta para ver o amigo que deve estar gravando toda essa palhaçada. — Não tem câmera alguma, não seja tão paranoica... — ele entra no meu espaço pessoal. — Não é paranoia quando idiotas geralmente te perseguem. Preciso ir Caleb, então tchau. — abro a porta do carro. — Isso é um sim? — pergunta sorridente. — Obviamente é um não! — ele deve pensar que sou muito burra mesmo. — Vamos lá Nandinha. — pede fazendo bico e se aproximando ainda mais. É sério isso produção? Nandinha. — Não me chame assim. — dou um passo para trás — Te conheço desde o colegial e você nunca me disse uma palavra agradável, pelo contrário, sempre foi um porco machista e desrespeitoso! — Porco machista? Não sou machista! — ele parece ofendido. — Tchau Caleb. — tento abrir a porta e ele me impede. — Vamos lá Nanda... — lhe lanço um olhar mortal — Fernanda, qual é, é só um encontro! Não sou tão r**m assim. — diz arquejando a sobrancelha. — Você realmente acha que vou acreditar nesse seu interesse súbito! — meço ele de cima a baixo — Me poupe Caleb, você não é tudo isso. — já estou bastante estressada com esse papo furado. — Sempre fui a fim de você Fernanda, no ginásio você era muito gostosa, até tentei algo, mas você não me deu bola. — ele estica a mão e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. — Definitivamente essa é a pior mentira que já ouvi. — afasto sua mão e entro no carro. — Tchau Caleb. — Só uma chance Nanda, não vai se arrepender... — ele se apoia na porta do carro. — Só pare com isso! Estou atrasada, assim como você e preciso ir! — dou uma indireta pra ver se ele sai de perto do carro. — Bem lembrado, precisa dirigir rápido para não chegarmos ainda mais atrasados. — então dá a volta e entrando no MEU carro — E obrigado pela carona. — Devo ter salgado a Santa Ceia. — conto até dez — Que d***a você está fazendo? Saia agora do meu carro! — não sei se fico mais constrangida ou irritada, afinal de contas não é todo dia que um cara lindo e i****a entra no meu carro. — Preciso ir trabalhar, você também e não custa nada me dar uma carona. — diz se esponjando no banco. — E a propósito, legalzinho esse seu carro, sempre quis te dizer isso. — Sim, esse é um ótimo adjetivo para esse carro. — digo já acelerando meu Audi Q7 turbo. — Tudo bem... não está mais aqui quem falou dessa lata velha. — ouvir isso me irrita ainda mais. — Só cale a boca! — não consigo acreditar que estou dando carona para esse i****a. Estou seguindo para o escritório, só tenho que deixar esse ser irritante lá e depois ir para a obra em que estou trabalhando faz alguns meses. — Pode ir direto para a obra. — diz quando estou chegando ao escritório. — Vou deixar você no escritório. — falo e depois conto até dez. — Estou no projeto agora... — Que projeto? — pergunto estacionando e olhando para ele. — Obviamente o projeto do hotel Ravensgod. — dá dando de ombros, como se isso não significasse nada. — Por que você estaria no meu projeto, Caleb? — Primeiro, o projeto não é seu e segundo, porque eu pedi, isso não é demais? — alguém me segure porque eu vou m***r esse homem! — E por que infernos você pediria isso? — pergunto juntando todo o meu autocontrole. — Essa é uma ótima oportunidade para meu currículo, sem contar que de bônus vou ficar perto de você, sei que pode parecer estranho, mas se me der uma chance podemos nos entender. — ele se aproxima novamente. — Saia do meu carro. — digo sem um pingo de paciência enquanto aperto o volante a ponto de meus dedos doerem. — O quê? Por quê? — pergunta assustado. — Disse para sair do meu carro agora Neto, saia ou farei você sair! — começo a tirar o sinto. — Tudo bem, mas não pense por um segundo que você vai se livrar de mim tão fácil. — ele sai e tem a ousadia de me jogar um beijo. Cretino irritante!
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