Capítulo quarenta e quatro — A realidade

5000 Words
Capítulo quarenta e quatro — a realidade Ponto de vista da personagem principal Quero fazer algo especial pra ela, já que essa vai ser a ultima noite que iremos nos ver, agora o que eu faço? -Já sei!! Dei um pulo do sofá e liguei para o Ryan. Ryan é meu amigo e ele é o único que sabe sobre eu amar a Mel, confio nele, ele é um ótimo amigo, i****a as vezes mas é legal. Depois de alguns toques, ele finalmente atende. #Ligação On -Fala Bieber! -Preciso de ajuda! -Com..? -Como você sabe a Mel vai ir embora. E eu queria fazer uma surpresa, já que hoje é a última vez ao lado dela, quero algo especial... Ele me interrompe. -E com o que eu posso ajudar cara? -Deixa eu terminar de falar p***a! Contei pra ele a ideia que eu queria fazer e Ryan disse que iria atrás das coisas. Como Mel estaria a tarde toda com as meninas no shopping, vou poder organizar tudo sem medo que ela descubra. -Valeu cara! -Ta, agora tenho que desligar. Ryan disse já apressado, eu ia falar algo mas ouvi uma voz feminina. -Amor, vem logo... Espera essa com certeza não é a voz do Ryan. -Amor? é Ryan? Disse já me acabando de rir. -Cala boca Justin! Ryan disse com a voz brava. -Ta vai lá. #Ligação off Desliguei o celular e o joguei em cima da cama. E em seguida corri pra fora do quarto, atrás da minha mãe pra pedir ajuda com a roupa. Continua... Cautelosamente, Nicholas aproximou seu rosto, colando lentamente nossos lábios. Uma surpresa me atingiu. Não em si pelo fato dele ter me beijado, mas sim porque eu posso jurar que sinto gosto de sangue. Afastei-me rapidamente assim que não tive dúvida que aquele gosto de ferrugem com sal era realmente sangue. Em um movimento rápido, apertei no interruptor de luz, clareando o local. Meus olhos rapidamente se arregalaram, ao ver o estado de Nicholas, a quem está com alguns cortes no rosto e na boca, e com um de seus olhos fechado e levemente inchado com a tonalidade roxa, evidenciando uma surra certeira. Por mais que pareça idiotice, não sei ao certo o porquê senti uma pontada de preocupação ao vê-lo dessa forma. Nicholas parecia que pronunciaria algo, mas tudo o que saiu foi sangue. Meu coração disparou de uma forma que pensei estar tendo uma parada cardíaca de susto e preocupação pela situação que me encontro. Talvez, eu esteja tão preocupada apenas pelo fato de nunca ter presenciado uma cena como essa. Nicholas caiu no chão fraco, respirando fortemente pela boca como se tentasse recuperar o ar, que por algum motivo não chegava aos seus pulmões. Nervosa, corri ao chão ao lado de Nicholas. Tentando de alguma forma ajudá-lo. —Nicholas.. ― engoli em seco vendo-o ficar roxo devido à falta de ar. — Respira, pelo amor de Deus, respira. Nicholas me olha com uma expressão dolorosa, praticamente implorando por ajuda. —SOCORRO! ― Gritei desesperada. ―ALGUÉM ME AJUDA! Massageei seu peito, tentando trazer sua respiração normal novamente. Mas nada dava jeito. Nicholas parecia a um triz da morte. Engoli em seco, apavorada com a situação. Por mais que Nicholas tenha me causado m*l, eu nunca seria capaz de desejar sua morte. Novamente uma certa preocupação gritava em mim. —Nicholas, respira, por favor! ― Supliquei trêmula em meio ao desespero. —Eu.. ― Nicholas tentou pronunciar algo, mas novamente foi interrompido por outra jorrada de sangue que saía de sua boca. —Nicholas... ― engasguei-me com meu próprio choro. Lágrimas escorriam pelo meu rosto, pelo pavor que me consome de ver alguém entre a vida e a morte. ―SOCORRO! POR FAVOR, ALGUÉM AJUDE! Tateei com os olhos os moveis, tentando achar um celular para ligar pra ambulância ou algo que possa ajudá-lo. Senti meu rosto ser tocado por seus dedos melados de sangue. O encarei, temerosa. —No.. meu.. bloso. ― Apesar de sua fala embolada, consegui compreender o que ele tentava me dizer. Tateei rapidamente o bolso de sua calça, logo encontrando seu celular, o qual quase escorregou de minha mão a qual está melada de puro sangue. Rapidamente tentei digitar o número da emergência, mas minha visão acaba sendo um problema; embaçada pelas lágrimas, e turva pelo desespero/pavor. Minhas mãos tremem tanto que m*l consigo apertar no número certo. Assim que eu consegui discar corretamente os números, a chamada iniciou. Porém, soltei o celular rapidamente em susto com Nicholas caindo com tudo no chão, completamente fraco. —NICHOLAS! ― gritei desesperada, o colocando rapidamente em meu colo. ―Pelo amor de Deus não fecha os olhos. Nicholas tentava manter seus olhos aberto, porém ele está fraco, m*l consegue controlar suas pálpebras. —Nicholas.. ― engoli em seco, sacudindo-o levemente assim que ele fechou os olhos. ― Nicholas! Abre os olhos, por favor! Desespero, muito desespero. Era isso que se identificava em todo o meu ser. Rapidamente procurei por pulsação e o que eu temia aconteceu. Nicholas se foi. Rapidamente, com esperança, fiz todos os tipos de massagens cardíacas. Tudo o que eu havia aprendido ao assistir aqueles diversos programas de medicina. Mas para meu desespero maior, eu não via nenhum resultado, absolutamente nada! Soltei um grito de pavor, ao vê-lo sem vida no meu colo. Fechei fortemente meus olhos assustada, me entregando às lagrimas e aos sentimentos ruins que me atacavam bruscamente sem dó nem piedade. KSMAIJDAIOEJ ―O que houve Shopia? ― A voz conhecida me fez abrir rapidamente meus olhos, com esperanças. Minha respiração está ofegante, estou suada e muito assustada. Estranhamente percebo que não me encontro mais no chão com Nicholas em meu colo, mas estou deitada na cama. Franzi o cenho, completamente confusa, procurando rapidamente Nicholas ao chão. Porém nada havia. Engoli em seco sem entender o que está acontecendo. Encontro-me tão perdida. Me sentei rapidamente na cama, totalmente atordoada, tentando controlar minha respiração que faltava-me o ar de tão ofegante. Meus pensamentos estão em total desordem. —O que houve Shopia? ― A voz de Nicholas voltou a perguntar. Guiei meu olhar na direção que o som de sua voz vinha. Nicholas estava em frente à porta do quarto. Ele abotoava rapidamente sua calça, como se acabara de vestir. Está sem camisa, por onde percebo escorrer gotas de suor. E seu cabelo completamente bagunçado e pouco molhado. Sua expressão demostrava preocupação. Não raciocinei direito, apenas em uma ação automática, corri em sua direção, o abraçando o mais forte que eu consegui. Nicholas está vivo. Ele se assustou completamente confuso com minha reação. Envolveu-me apenas com um de seus braços. Ele parecia rígido, como se ele não soubesse como agir diante de um gesto como o meu. Espera! Se Nicholas está vivo e aparenta estar muito bem, eu apenas tive um pesadelo. Nada daquela situação horrorosa realmente aconteceu. De imediato, afastei-me rapidamente de Nicholas, nervosa e envergonhada por minhas ações. Nicholas está confuso. —O que aconteceu Nick? ― Ouvi a voz de Elizabeth ao perguntar, chamando minha atenção. Meu olhar adotou uma expressão surpresa assim que se encontrou com Elizabeth. Ela está usando apenas uma camisa masculina enquanto seu cabelo está todo bagunçado. Engoli em seco, envergonhada e nervosa, ao ligar os fatos. Levando em conta de como os dois se encontram, está mais que obvio que eu acabei interrompendo algo entre eles. Afastei-me, mantendo uma distância consideravelmente grande entre nós, sentindo minhas bochechas arderem em pura vergonha por meu ato e reação. —O que aconteceu Shopia? ― Nicholas voltou a perguntar. Sua voz estava em um tom compreensivo. —Nada.. – engoli em seco. – Foi só um pesadelo. —Comigo? ― Nicholas franziu o cenho, fazendo-me arregalar os olhos, nervosa. ―Você gritou meu nome por ajuda. Engoli em seco, sem saber o porquê falar para explicar essa situação. Encontro-me com o nervosismo a flor da pele. Nicholas se aproximava lentamente. ―Achei que você estava correndo perigo. ― Nicholas sussurrou baixo, porém sua proximidade foi o suficiente para eu escutasse exatamente sua fala. ―E foi a mim quem você chamou para te ajudar. ―Desculpe... ―Não precisa se desculpar. ―Nicholas sussurrou. ―Apenas diga-me o porquê chamou a mim. Você poderia ter chamado alguém de confiança, então por que logo eu? Engoli em seco, completamente surpresa/confusa com sua fala. Nem eu mesma sei a resposta de sua pergunta. Nicholas encara-me atentamente, om uma expressão curiosa. ―Eu.. eu não sei. Ouvi um pigarreio, chamando minha atenção. Elizabeth nos encarava confusa. —Por que estão cochichando? ― perguntou ela, confusa. —Nada. ―Nicholas voltou a adotar seu tom e postura ríspida, como se saísse de algum transe. —Bom.. eu vou esperar lá fora. ―Elizabeth disse. Ela guiou rapidamente seu olhar a mim, desconfiada. E logo se retirou do quarto. —Desculpe por ter interrompido seu momento íntimo com ela. ― sussurrei, sentando-me na cama, um tanto desapontada. —Tranquilo. ― Nicholas deu de ombros. ― Conseguir uma transa não é tão difícil para mim. Desviei meu olhar, incomodada com sua fala fria. Nicholas sentou-se cautelosamente ao meu lado na cama. —Não vai mesmo me dizer o porquê gritou por mim? Engoli em seco, nervosa ao perceber que ele não pararia com seu questionamento enquanto não fosse respondido. ―De verdade, eu não sei o motivo. Acho que só te chamei por ter sido o nome mais rápido que me veio em mente. ―Sei que não foi esse o motivo. ― ele retrucou. ― Você poderia ter chamado ao Ryan. Sem falar que não é a primeira vez que você acorda gritando desesperada o meu nome. ―E por que quer tanto saber o motivo? ― Questionei confusa. ― Isso não parece e nem deveria ser um assunto importante a você. O jogo parecia ter virado. Agora, eu era quem estava confusa a questiona-lo, e Nicholas não parecia ter ficado nervoso. ―Você me fez lembrar de uma pessoa.. ― ele sussurrou. ―Juliane. ― supus. ― Eu pareço tanto com ela para que você me confunda tanto? ―Você não imagina o quanto. ― ele sussurrou, olhando fixamente em meus olhos. Desviei o olhar, incomodada. Nicholas continuou sua fala. ― Porém, o que fez me lembrar dela nesse momento em especifico foi seu grito por ajuda. Voltei a olhá-lo, atenta ao assunto. Nicholas desviava seu olhar, encarando um ponto fixo no quarto, quase como se visse algo diferente ou distante. ―As pessoas costumam temer a mim. ― ele continuou. ― Não pedir por minha ajuda. O único clamor que fazem em r*****o a mim, é para que eu tenha piedade. Você fez lembrar-me de Juliane com seu grito, pois ela era a única que não me via como uma ameaça, mas como um herói. Ela via uma realidade diferente do que aparentava ser.. Você fez igual ela, usou o clamor de ajuda, não o de piedade. Encaro-o com descrença por Nicholas estar se abrindo comigo. E um tanto confusa com suas revelações. Nicholas guiou seu olhar a mim, engolindo em seco. Eu não conseguia esconder minha expressão de surpresa por suas palavras e seu ato. De repente, em um movimento rápido Nicholas se levantou, adotando uma expressão séria. Ele aparenta arrependido por ter contando a mim suas informações. Apressado, ele caminhou rapidamente até a porta do quarto, passando por ela e a fechando bruscamente. Deitei-me com tudo na cama, suspirando profundo, completamente confusa pelos acontecidos do dia de hoje. Primeiro, eu não deveria ter clamado pela ajuda de Nicholas. Logo meu sequestrador me ajudaria? Onde eu estava com a cabeça? Sei que tudo não passou de um sonho, mas nem assim eu deveria ter agido de tal forma. Segundo, por que ele ficou tão atordoado com isso? Ele revelou informações sobre ele e a tal Juliane? Eu demonstrei confiança ao pedir sua ajuda. Ele demonstrou confiança revelando seus pensamentos. Isso deveria estar certo? E o beijo que demos? Por que eu fiz aquilo? E último mas o mais importante: Quem é Bryan? Balancei a cabeça, tentando afastar esses pensamentos confusos e voltei a desligar a luz, aconchegando-me na cama. Por mais que eu tentasse, eu não conseguia pegar num sono. Sou consumida intensamente pelas dúvidas que restaram dos acontecimentos. Suspirei novamente, levantando-me da cama para o banheiro. Talvez uma boa água gelada caindo sobre meu corpo leve embora esses pensamentos desordenados, e me acalme. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX CIUMES NICHOLAS: BRIGA COM RYAN. Cheguei à frente da porta do quarto, abrindo-a. Logo pude perceber que Ryan estava deitado na cama, provavelmente dormindo. ―Ele vai sempre dormir ai? ― virei-me surpresa com a pergunta de Nicholas. ―Ele é meu melhor amigo. Isso é normal. ―Entre amigos coloridos também é algo normal. ―Nicholas contrariou. Estreitei os olhos ao perceber certo desconforto em sua fala. Nicholas adotou uma postura séria ao entender minha desconfiança, e logo voltou com seu caminho em direção ao seu quarto, logo o adentrando. Entrei no quarto, tirando minhas sapatilhas e caminhando ao banheiro, intencionando fazer minha higiene noturna. Assim que saí do banheiro, já com uma roupa confortável para dormir, fui em direção à cama, a qual Ryan encontra-se no decimo sono. Aconcheguei-me ao seu lado. Porém, o sono não me aparecia, talvez em primeira justificativa pelo fato de eu ter dormido um dia quase inteiro, e em segunda justificativa por meus pensamentos estarem desorganizados pela conversa que tive com Nicholas. Tentei focar minha atenção ao programa que passava na televisão, assistindo até que chegue o sono trazendo um cansaço aos meus olhos, para que eu enfim consiga fecha-los com a certeza de que irei descansar. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX JARDIN DA MÃE DE NICHOLAS: Assim que acordei, percebi que Ryan não estava mais no quarto. Espreguicei-me, guiando meu olhar ao relógio no criado-mudo ao lado de minha cama. 10:46. Ryan deve ter ido resolver suas coisas, ele sempre acorda cedo. Levantei-me da cama e fui ao banheiro, realizar minha higiene matinal. Optei por um vestidinho leve e de malha fria. O dia de hoje parece fazer um calor perfeito para o verão. Logo já caminhava para fora do quarto, em direção à cozinha. Assim que adentrei o local, deparei-me com Nicholas mexendo em seu celular, sentado na bancada, com gotas de suor escorrendo lentamente por seu peitoral descoberto pela ausência de uma camisa. ―Bom dia. ― disse em educação, aproximando-me do banco na bancada. ―Bom dia querida. ― Margarette disse gentil, saindo de uma porta que pelo seu interior julgo ser a dispensa. ―Suas panquecas já estão prontas, querida. E ainda estão bem quentinhas. Margarette retirou um prato com panquecas do micro-ondas, entregando-me. Agradeci-a e comecei a me deliciar com aquele maravilhoso café-da-manhã. ―Olhe Shopia. ― Nicholas disse, chamando minha atenção. Ele aponta para a porta de vidro que dá acesso ao jardim. ―Está um ótimo dia para ver o que te falei. Quer ir? Percebo que Margarette se engasga com a água que ela bebia. Encara surpresa a Nicholas. Não me encontro com sentimentos diferentes. Surpresa com sua pergunta. Porém tento ao máximo não demonstrar minha surpresa, pois sei que se ele perceber se sentirá incomodado e mudará de ideia. ―Posso? ― perguntei, tentando ter a certeza de que ele não está com nenhuma brincadeira ou algo do tipo. Nicholas limitou-se a assentir. Ele caminhou até a geladeira, abrindo-a e pegando sua garrafa de água, a qual deu uma grande golada. Ele caminhou até a porta de vidro, abrindo-a. ―Não quer ir? ― Nicholas direcionou sua pergunta a mim. Assenti meio confusa com suas reações. Levantei-me do banco caminhando em sua direção, a quem me deu passagem para que eu passe primeiro pela porta. Respirar um jato de ar tão puro é revigorante. O sol em minha pele com o ardorzinho do verão; O som dos pássaros cantando e voando no céu azulzinho; e as plantas e flores muito bem cuidadas; uma paisagem tão encantadora que amacia meu olhar. Caminhei por entre o jardim, observando admirada cada flor diferente e encantadora. É impressionante o tanto de espécies diferentes que consigo ver em um único local, e todas nas melhores qualidades possíveis. Se Nicholas mantem esse jardim com todo mínimo cuidado, apenas para agradar a mão, ao mínimo ele deve gostar muito dela. ―Esse lugar é maravilhoso! ― disse encantada, dando um giro de 360° graus, observando por completo o local, e assim direcionar meu sorriso e olhar admirados a Nicholas. Sinto-me agradecida por ele ter me possibilitado ver essa magia das flores, d****o meu que só se tornaria em meus sonhos mais doces. ―Obrigada. Nicholas encara-me com um leve sorriso em seu rosto. Sua expressão é diferente, parece analisar minhas reações. Ele caminhou a um canteiro de rosas brancas, retirando com cuidado uma. Ele observou-a por um momento, pensativo. Nicholas virou-se a mim, guiando-me seu olhar. Ele caminhou lentamente em minha direção. ―Era o tipo de flor favorita de Juliane. ― ele disse com nostalgia, voltando a guiar seu olhar para a rosa, acariciando delicadamente suas pétalas. ― Talvez você goste também. Nicholas em um movimento lento e delicado, colocou uma mecha de meu cabelo atrás da orelha, colocando a rosa branca. Seu olhar se focou no meu. Sua expressão era indescritível. Mas é perceptível que ele tenta discernir e deixar fixo o que é ou não real. Ele guiou sua máscula mão em direção ao meu rosto, acariciando com uma calma tão grande. Seus dedos faziam a mínima pressão possível, como se eu fosse tão delicada como uma boneca de porcelana. ―Nicholas! ― uma voz masculina chamou-nos a atenção, fazendo com que Nicholas se afaste rapidamente. ― Já está quase na hora da reunião. Um homem a qual não reconheço, aponta para o relógio como se indicasse que Nicholas está atrasado. Ele possui uma postura superior. Pelo que ele aparenta não tem medo de Nicholas ou encontra-se no mesmo patamar que ele. O homem saiu de nossas vistas, adentrando novamente a casa. ―É melhor você entrar. ― Nicholas disse sério. Limitei-me a assentir, adentrando novamente a cozinha, a qual se encontra vazia. ―Faça logo agora o que precisar fazer na cozinha, seja comer ou beber água. Pois terei uma reunião de trabalho, em que reunirei alguns não muito confiáveis. Portanto não quero vê-la andando pelo corredor. Fique no quarto até que eu te libere provavelmente para vim almoçar. ―Tudo bem. ― concordei, lembrando-me que da última vez em que me meti no trabalho de Nicholas quase recebi minha morte. O quarto seria meu melhor refugio no momento. Nicholas logo saiu da cozinha, um tanto apressado. Antes de me retirar, bebi um copo de água bem gelada. Caminhei pela sala, em direção à escada, guiando meu olhar para Margarette que atende algumas pessoas que entram na casa pela grande entrada principal. Homens bem elegantes de smoking aparentemente caros, com posturas tão superiores e rígidas que poderiam intimidar qualquer um. Desviei meu olhar, sentindo-me incomodada com a sensação r**m que emana deles. Apressei meus passos ao subir pela escada. Rapidamente adentrei o quarto. Respirei fundo, olhando em volta. Esse quarto já faz parte de mim, absorveu todos os meus sentimentos e pensamentos. Tem sido o meu refugio. Retirei a rosa que estava preso atrás de minha orelha, e a observei. Uma bela rosa branca. Inspirei profundamente sentindo seu maravilhoso aroma. Sorri. Sempre me traz sensações boas. Coloquei a rosa em cima da cômoda, e peguei o controle da televisão. Caminhei até a cama, deitando-me confortavelmente, e liguei a televisão, passando pelos diversos canais na intenção de achar ao menos um programa que me agrade. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX MOMENTO MÁGICO NO LUGAR SECRETO DE NICHOLAS; SEGUIDO DE MOMENTO DE MELHORES AMIGOS COM RYAN PODE-SE MUDAR PARA NICHOLAS(SUGESTÃO). Abri meus olhos lentamente assim que senti um leve balanço em meu corpo. Arregalei meus olhos assustada, ao dar de cara com olhos caramelos me analisando. Dei um grito assustada, afastando-me rapidamente. ―Que necessidade você tem em dar esse grito? ―Nicholas disse, franzindo o cenho incomodado, ao colocar suas mãos de forma desconfortável em seus ouvidos. ―Eu não deveria estar assustada ao acordar com você praticamente em cima de mim? ― engoli em seco, nervosa. ―Eu não estava em cima de você. ― Nicholas bufou. ― Apenas estava te chacoalhando para que acorde. Respirei fundo, tentando acalmar-me. Guiei meu olhar para a janela do quarto, a qual revela que o céu encontra-se escuro. Rapidamente olhei para o relógio no criado mudo ao meu lado, confusa. —Por que você precisa me acordar às 2:46 da madrugada? ― Perguntei completamente confusa, e desconfiada. Tenho que confessar que meu coração está muito acelerado e minha respiração ofegante. Estou assustada ao ser acordada por Nicholas a essa hora da madrugada. Encontro-me desconfiada e até com medo do motivo. Nicholas guiou seu olhar ao meu de uma forma tão profunda que eu poderia jurar que ele consegue analisar minha alma, causando-me até um arrepio. Engoli em seco, desviando meu olhar. Apenas quero fazer o que é certo. Ter um clima romântico ou algo do tipo sobre nós seria totalmente errado. Apesar de todo nossa proximidade que obtivemos nesses últimos tempos, não muda a situação que foi Nicholas quem me sequestrou, e deu inicio a muita coisa que eu passo no momento. Nossa r*****o não deveria estar tão próxima. Adentrei a cozinha, percebendo Ryan sentado em um dos bancos da bancada, ele mexe em seu celular. Ryan logo percebeu minha presença. ―Bom dia Sho. ―Ryan disse. ―Dormiu muito hoje. ―Bom dia Ry. ―disse. ―Eu estava cansada. ―Seu almoço está separado e guardado no micro-ondas. ―Ele disse. Após agradecê-lo, caminhei em direção ao eletrodoméstico, esquentando a comida presente no prato. Sentei-me ao seu lado, iniciando a me alimentar. ―Onde você estava de madrugada? Tossi quase a me engasgar, nervosa com a pergunta de Ryan. Guiei meu olhar a ele, a quem me encara com uma séria expressão. ―No meu quarto. ― disse tentando ao máximo parecer obvia, tentando esconder a verdade por não parecer que seu impacto terá um ótimo pensamento a Ryan, em consideração que ele mesmo me alerta sobre o cuidado que devo tomar com minha aproximação a Nicholas. —Eu não te vi lá. ― engoli disfarçadamente em seco com sua resposta. ―Eu fui te ver, porém você não estava. ―Você deve ter aparecido na hora que eu fui ao banheiro, estava com uma dor de barriga daquelas. ― menti. ―Deve ter sido. ―Ryan disse, porém um pouco desconfiado. ―E como você está com r*****o a Bryan? Engoli em seco ao ouvir o nome de Bryan. Juro que quero esquecer-me dele, não deixar ele me enlouquecer com o medo e temor. Mas sei que é um assunto que eu preciso tratar. ―Estou com medo. ― sussurrei. ―Pelo o que me falam, Bryan é um psicopata. ―Certo, ele é mesmo, por isso em nenhuma hipótese confie nele. Bryan não tem palavra. ―Ryan disse. ― Não se preocupe com sua família, uma equipe de aliados confiáveis estão o protegendo. Estamos correndo em busca do paradeiro de Bryan para acabar logo com ele, porém as buscas estão meio complicadas. Mas não se preocupe, logo ele deixará de ser uma ameaça. —Espero que sim, essa situação está me enlouquecendo. ― suspirei. ―Não foque nisso. ―Ryan disse. ―É exatamente isso que Bryan quer; deixar-te louca de preocupação, e fazer com que você vá de encontro a ele acreditando que pode concertar a situação. Mas ele apenas está jogando, se você entrar no jogo dele, sairá ferida não só fisicamente mais como emocionalmente também. ―Estou tentando não deixar isso me abalar, mas a verdade que é bem complicado agir como se tudo estivesse normal. ― suspirei novamente frustrada. —Só tente. Já estamos resolvendo isso, por isso não precisa se preocupar. ―Ryan disse. ―Hum, vou te ajudar a relaxar. Que tal vir comigo assistir a algum filme na sala, assim como fazíamos antigamente, em nossas cessões de cinema em casa? ―Eu vou adorar. ― empolguei-me ao recordar-me de nossos bons momentos de amizade. ―Vamos então. ― Ryan disse, abrindo um grande sorriso em seu roto. ― Só termine de almoçar antes. Após terminar de me alimentar, guiei-me juntamente com Ryan para a sala. Sentei-me no sofá enquanto Ryan procurava por algum DVD na estante perto da televisão. ―Enquanto você procura, vou fazer um lanche. ― disse levantando. ―Me diga que você vai fazer seu brigadeiro dos sonhos. ― Ryan ergueu suas duas mãos encostando-as como se fizesse um sinal de pedido à oração. ―Achei que você não era muito fã de doces. ― soltei um riso. ―Estou me apegando a qualquer coisa que me faça voltar aos velhos tempos, e me sentir alguém normal. ―Ryan suspirou em uma confissão. ―Eu acho que voltar aos velhos tempos pode nos causar até um bem, é até necessário em momentos como esse. Engoli em seco, ao pensar que essa também poderia ser minha capsula de fuga. Através desses momentos com meu melhor amigo, eu poderia ao menos ter um descanso mental e físico, apesar de no fundo saber que apenas estou me enganando sobre minha verdadeira realidade. Mas eu acho que seria justo, eu me dar o luxo de ter alguns momentos de diversão. Balancei minha cabeça negativamente, afastando todos os ruins pensamentos, e caminhei em direção à cozinha, adentrando-a. Logo comecei os preparativos para realizar o meu melhor dom culinário. BRIGADEIRO. Após todos os preparativos prontos, e Ryan enfim ter se decidido em sua escolha com o filme, decidimos que o melhor local seria o quarto. E assim iniciamos nosso dia de diversão. Esse momento com meu melhor amigo não poderia ter sido melhor, repleto de risadas e conversas, as quais nós não tínhamos iguais há muito tempo. Eu realmente precisava disso. Sua presença me traz calma e tranquilidade, me faz esquecer os problemas e ser consumida por uma onda de verdadeiros risos e alegria. O melhor amigo tem o poder de nos fazer flutuar na magia da amizade em um dos melhores momentos de nossas vidas. A companhia, fidelidade, carinho, ternura.. faz essa amizade ser um dos bens mais preciosos da humanidade. Nesse momento, Ryan e eu rimos mais do que assistimos ao filme. O sorriso alegre não consegue escapar de meu rosto, deixando-me verdadeiramente feliz. ―É essa a verdadeira Shopia. ―Ryan disse, demonstrando uma expressão um tanto encantada ao admirar-me. ―Toda sorridente e feliz. Ryan levou sua mão ao meu rosto, acariciando ao analisar-me. Sorri ainda mais vendo que sua felicidade também está presente. ―Você é a minha melhor amiga. ―Ryan disse, permanecendo com a caricia em meu rosto. ―E eu te amo muito. Assim que pronunciaria algo em resposta a sua fala, meu olhar se foca na porta do quarto percebendo estar agora entre aberta, fazendo-me franzir o cenho, confusa, e estreitar os olhos tentando enxergar quem se encontra por trás. Juro que anteriormente deixamos essa porta fechada. Ryan guiou seu olhar na direção do meu, estreitando seus olhos, confuso e desconfiado. Não demorou muito para que a presença do lado de fora percebesse nossos olhares, e fechasse a porta bruscamente. Ryan pulou da cama, rapidamente caminhando a porta, abrindo-a, passando para o corredor observando. ―O que você queria? ― Ryan perguntou ríspido, olhando para alguém no corredor. Engoli em seco tentando imaginar quem poderia ser. ―Nada. Pode continuar no seu momento romântico com a v********a. ―Reconheci de imediato à voz ríspida e irônica de Nicholas, deixando-me confusa. Rapidamente levantei da cama tendo um choque de realidade ao por fim entender as palavras de Nicholas. Por que ele usou essa ofensa a mim? Rapidamente fui em direção ao corredor, levando um susto ao ver o exato momento que Ryan arremessava um soco em Nicholas. Corri em direção aos dois, tentando afastar Ryan, temendo coisa pior. ―TU TÁ DOIDO?! Nicholas gritava raivoso, soltando diversos palavrões. ―NUNCA MAIS CHAME A SHOPIA DISSO! Ryan também gritava raivoso, soltando alguns palavrões. Vejo-me nervosa entre os dois, temendo que uma confusão maior se estabeleça. Querendo ou não, eu e Ryan não podemos esquecer que ainda estamos sobre o i****a poder de Nicholas. Mas ao mesmo tempo, encontro-me confusa por Nicholas ter me ofendido daquela forma. Nessa madrugada ele estava tão de bem comigo, até mesmo preocupado; já hoje está totalmente o contrário me ofendendo. O que eu fiz para gerar sua discórdia? ―Qual é o seu problema? ―questionei, aproximando-me de Nicholas. ―Tenho meus motivos para xingar-te. ―Nicholas disse ríspido. ―Que motivos? ― perguntei. ―Me diz o que eu fiz para você julgar de errado? Ontem você estava tão bem comigo, mas agora está dessa forma. ―Eu não devo satisfações a uma pirralha. ―Nicholas rosnou raivoso. ―Eu faço ou digo o que eu quiser. ―Gente.. A voz suave e feminina chamou nossas atenções. Margarette nos olhava um tanto assustada por nossa discussão. ―Recebi uma ligação do médico onde Ashley está. ― Ela disse, deixando-me nervosa e atenta a sua fala. ―Ela recebeu alta. Mas antes que ela possa ser liberada, como ela ainda é menor de idade e os ferimentos dela estavam em grave nível de pancadas, o médico está exigindo conversar com o responsável que assinou sua ficha para que explique o porquê que ela apareceu daquela forma. Estão solicitando você Ryan. ―Merda de regulamento. ― Ryan murmurou. Logo depois guiou-se em minha direção, direcionando-me sua fala. ―Eu só vou quando você estiver longe desse b****a. Nicholas bufou irritado, virando-se em direção ao seu quarto, logo o adentrando. ―Vá para o quarto e tranque a porta. ―Ryan disse. ― Não quero que ele te incomode. ―Está tudo
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