Capítulo Vinte e Dois —  Virei Paciente? 

1194 Words
Capítulo Vinte e Dois — Virei Paciente? Ponto de Vista de Henry Reymond Repentinamente, recobro minha consciência com os mesmos gritos apavorados, porém, ainda não recuperando o controle dos movimentos em meu corpo, não consigo obter resultados satisfatórios nem ao menos em mover minhas pálpebras quem dirá sobre o restante. Mas percebo quando um vento frio sopra sobre minha pele, causando um calafrio que eu não sei ao certo ser oriundo realmente do frio repentino ou da sensação negativa que passa a pesar sob meus ombros. Concentro-me em minha respiração para posteriormente conseguir realizar o controle novamente sob os demais membros de meu corpo. Foco exclusivamente em minha recuperação e afasto todos os pensamentos agoniantes. Repentinamente, os gritos param, deixando um silêncio estranho, porém, este não dura por muito tempo, logo sendo substituídos pelo eco de passos firmes por tamancos sob o solo. Os passos, apesar de firmes, são lentos, enquanto os escuto se aproximarem em minha direção, e assim logo finalizando o som. Sentindo a presença de alguém próximo, e prevejo que novamente as sensações de agonia voltam a querer me atormentar diante da situação de estar possivelmente deitado em algum ambiente desconhecido, sem o controle de meus movimentos, e sem saber se a pessoa próxima se trata ou não de uma ameaça. Com muitas tentativas, consigo os movimentos sob minha testa, conseguindo franzir o cenho, e posteriormente de forma gradativa, consigo movimentar minha pupila, também vindo a mover minhas pálpebras e enfim abrir meus olhos. A primeira coisa que percebo é o teto do quarto, o mesmo que possivelmente eu já estaria abrigado neste local. Rapidamente noto que eu estou deitado na cama, e ao enfim, conseguir recuperar o controle de meus movimentos dou um sobressalto em alarme diante do vulto a minha esquerda. Porém, ao guiar meu olhar para a silhueta em questão e melhor analisa-la, noto se tratar de Megan. Esta, está sentada em uma poltrona, ao lado minha cama, com uma prancheta em suas mãos. Desta vez, ela está com óculos, o qual ajeita em seu rosto, sem desviar sua atenção para sua prancheta. — Eu já estava começando a pensar que eu teria que chamar um príncipe encantado para te despertar do sono infinito. — Ela diz, tirando uma brincadeira com a situação. — O que, de fato, aconteceu? — Franzo o cenho ao questionar, lembrando-me de ter inalado uma fumaça n***a no refeitório e acordado fazendo coisas horrorosas que eu não queria estar fazendo. São lembranças vagas, mas que possuem seus fleches vindo aos poucos sobre minha mente. Fazendo-me questionar, o que de fato, poderia ter ocorrido afinal. — Você teve um quadro psicótico no refeitório e alegou estar vendo alucinações. — Ela explica, não retirando sua atenção da prancheta em questão. — Alucinação? — Questiono em tom descrença. — Parecia bem real para mim. — Henry. — Pela primeira vez nesta conversa, ela guia seu olhar fixamente a mim, retirando seus óculos de seu rosto, e me direcionando uma expressão séria. — Eu e alguns profissionais estamos cogitando a ideia de você estar passando por algum transtorno sério. — Não, não, não. — Balanço minha cabeça, afastando essas ideias. Eu sei muito bem o que eu vi e presenciei, mas ao cogitar que eles poderão acabar me tornando em mais um paciente, procuro não insistir no assunto. Mas não quer, de fato, dizer que eu desisti, estarei em todo momento em análise e descobrirei sozinho o que ocorre de tão misterioso por aqui. Eu não posso estar ficando louco, é triste dizer, mas eu nunca tive tanta criatividade assim para inventar tantas coisas. — Eu só estou com dor de cabeça. — Digo, tentando desviar o foco em questão, com uma desculpa esfarrapada. — Com toda a preocupação de manter uma pesquisa bem elaborada para a premiação, acabei esquecendo de cuidar de mim mesmo, mas não se preocupe, irei cuidar disto. Ela me encara, continuando em sua expressão ríspida, por um momento, como se analisasse as expressões em meu rosto como uma detectora de mentiras, fazendo-me ser o mais natural possível. Ela volta a encarar sua prancheta e suspira pesadamente, voltando a por seus óculos. — Tudo bem. — Ela diz ao se levantar. — Irei absorver o caso, mas eu quero que entenda que se comportamentos como este novamente voltarem a se repetir, eu terei que tomar atitudes graves com r*****o a isto. Por um momento, eu posso até estar interpretando errado, mas seu olhar sob mim pareceu exatamente como uma fixa ameaça sob meus anteriores contrariar sobre as ações deles. Em seus olhos, uma ameaça está implantada, fazendo-me pensar em adquirir mais cautela quanto a isto. Os acontecimentos estranhos deste lugar, me deixam com extrema certeza que eu não sei quem eles são, muito menos o que seriam capazes de fazer para que seus esquemas ruins estejam protegidos, e longe das autoridades responsáveis. Então, concluo que se eu não quiser acabar morto ou seja o que deva ter ocorrido com a paciente que aparentemente esteva lúcida no refeitório anteriormente, eu devo manter meu sigilo. Apenas analisarei e notarei tudo para minha pesquisa, e enfim, quando o tempo de isto acabar e eu sair deste lugar, entrego todas as provas possíveis que eu conseguir as autoridades. Até lá, manter-me-ei em uma fingida concordância. — Bom, já que você decidiu cooperar. — Megan volta a dizer, tomando novamente minha atenção para si. Sua fala me dá a quase certeza sobre minhas teorias. — Você continuará na equipe de profissionais de saúde do manicômio, mas seus passos estarão sendo analisados. Se descobrirmos algo fora do nexo, o retiramos da equipe, bem como, tomamos já as devidas medidas para que sua sanidade mental seja ajudada. — Diane de sua fala, controlo minha indignação para não lhe dizer algo r**m e me comprometer. — Bem, se vista adequadamente com seu uniforme profissional. Em breve, você atenderá sua paciente. Apenas assinto em afirmação, e em resposta a isto, ela solta um sorriso torto, como se gostasse claramente de minha obediência. Megan dá uma piscadela, e em passos firmes ecoando o som de seus saltos, caminha em direção a saída, ao se retirar do quarto. Suspiro pesadamente, passando minhas mãos exasperadamente sob os fios castanhos de meu cabelo. Meus pensamentos estão muito altos, analisando todas as situações ocorridas. Estaria eu ficando realmente louco com tudo o que ocorreu, ou, realmente algo muito r**m anda ocorrendo por este local, o qual não medirão esforços para encobrir os erros. Se todas as minhas suspeitas forem reais, eu realmente estou correndo perigo de morte, mas ao contrário do que eu pensei quando entrei na pesquisa, a ameaça não partiu dos pacientes, mas sim dos próprios profissionais, que por sinal, uma das mais aclamadas autoras que eu admirava. Antes de me preparar para atender a paciente mencionada, guio-me novamente as anotações em meu computador, anotando um breve relato de tudo. Mais tarde, voltarei a dissertar tudo com maior calma. Mas antes, não esqueço de enviar para meu e-mail, no receio ainda maior de alguém os apagar. Por fim, visto uma roupa na tonalidade branca, e meu jaleco, devidamente me apresentando com meu nome e sobrenome.
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