CAPÍTULO 4

2417 Words
Maria Eduarda Dois meses depois... — Grávida, você está grávida, Madu! — Hilary exclama segurando o teste de gravidez na mão. Levanto da cama desesperada, corro até ela e seguro o teste, há algumas semanas acordo todos os dias passando m*l e minha pressão vem dando algumas osciladas, não entendia o que estava acontecendo, até minha amiga dizer que eu poderia estar grávida, no começo achei ser loucura, mas logo lembrei que minha menstruação está atrasada, o que me deixou em alerta, então comprei um teste de farmácia e vim direto para casa de Hilary fazer o teste, agora estou vendo sem acreditar a palavra Grávida no visor do teste. — Não, isso só pode ser um engano, devo ter feito o exame de forma errada, não tem como eu estar grávida, eu já não transava com Dennis há tempos e mesmo assim sempre usamos camisinha. — digo assustada segurando o teste de gravidez. Ela inspira profundamente. — Amiga, você está, só que são poucas semanas e você já não está há dois meses com Dennis, ou seja, não tem como ser daquele infeliz. — ela faz cara feia ao se lembrar dele. Dennis nunca mais me procurou desde o dia no hotel, realmente o jantar foi p**o e descontado do meu salário, até hoje ainda não consegui arrumar outro emprego, porque todos falam que eu fiquei pouco tempo no último e quando ligavam no hotel para pedir referência, eles informavam o porquê fui despedida, então não sou uma funcionária confiável para permanecer em empresa nenhuma. Droga! — Se não é do Dennis, só pode ser... — fecho meus olhos tentando lembrar o nome dele, mas não lembro, eu acho que não perguntei e nem se quer vi o rosto dele. Merda! — Você engravidou do mascarado bonitão da boate. Como pode não se lembrar de nada daquele homem? Você foi com ele para o quarto, deve se lembrar de algo, faz um esforço Madu. Fecho meus olhos tentando me lembrar de algo, mas não lembro de muita coisa apenas que ele tem uma tatuagem, mas não lembro de como ela é. O que você vai fazer? — pergunto enquanto ele desce para o meio das minhas pernas. Sinto seus dedos no meio da minha f***a. Isso — ele responde passando a língua por toda minha v****a me arrancando gemidos cada vez mais altos. Droga! — Eu só me lembro de flashes daquela noite. Meu Deus, eu engravidei de um desconhecido. — começo a chorar desesperada. — Oh amiga, não chora. — Lary fala tentando me acalmar. Aceno com a cabeça negativamente. — Como não Lary? Minha mãe está passando o maior sufoco desde que perdi o emprego, meu pai esta cada dia pior, eu não tenho um emprego e agora eu vou trazer uma criança para tudo isso, como não ficar desesperada. — digo levando a mão a minha barriga. — Como fui inconsequente! — digo. — Amiga, vou te ajudar. — ela diz. Aceno com a cabeça negativamente deitando na cama. — Você vai ser transferida para o hotel em Nova York Lary, sabe que não vai conseguir me ajudar lá e ainda assim não seria justo com você. — digo aos prantos tomada pelo desespero, pensando em toda a minha situação. Ela inspira profundamente e se senta ao meu lado na cama. — Madu, você é uma mulher forte e guerreira, tenho certeza que essa criança vai ter uma mãe incrível, sem contar que filhos é uma benção na vida da gente, então não fique desse jeito amiga, se Deus te deu essa criança é porque ele vai te dar condições para cuidar, confie! Acaricio o meu ventre e respondo: — Assim espero, assim espero. — minhas palavras saem sem certeza nenhuma, mas tento concentrar energia positivas nelas. Algumas horas depois, eu saio da casa da minha amiga e vou para o meu apartamento, no momento em que entro, vejo meu pai Fabricio assistindo televisão e minha mãe Rosa sentada na pequena mesa que fica encostada no sofá descascando batata. — Filha, você chegou. — minha mãe abre um sorriso enorme ao me ver. — Espero que tenha arrumado outro emprego, já que saiu do último. — meu pai diz irritado enquanto assiste a um jogo de basquete. Encolho-me um pouco porque com certeza meu pai vai surtar quando eu der a notícia. — Não fala assim com ela Fabricio, nossa filha está se esforçando muito para conseguir um trabalho. — Hahaha... sua filha saiu do último emprego por puro capricho, descobrir a traição do noivo não era o fim do mundo, sem contar que se ela soubesse fazer as coisas direito, ele não teria procurado outra mulher. — meu pai cospe as palavras. Minha mãe se encolhe e eu fico ainda mais triste por nunca ter o apoio do meu pai, ele me culpou totalmente pelo fim do meu noivado, disse que falou com Dennis e meu ex-noivo disse que eu não soube segurar ele, meu pai como o belo canalha que é, ficou ao lado do meu ex, e não da filha dele que foi humilhada e traída. — Filha, você está bem? — minha mãe pergunta. Engulo em seco tentando criar coragem. — Eu quero conversar... com vocês. — falo tentando controlar o meu medo. — Se for para falar que arrumou outro emprego eu vou escutar. — meu pai diz. Aceno com a cabeça negativamente. — Não é por causa disso pai. — digo enquanto lágrimas se formam em meus olhos. — Filha, você está doente? — minha mãe pergunta preocupada vindo na minha direção. Aceno com a cabeça negativamente enquanto as lágrimas caem. — Então me conta, o que aconteceu? — ela pergunta aflita. — Fale logo menina e pare de drama. — meu pai exclama sem paciência. — Eu estou grávida. — digo a eles de uma vez. Minha mãe fica em choque, assim como o meu pai, mas logo um sorriso nos lábios do meu pai surge e ele diz: — Ha ha ha... É do Dennis, agora ele não terá outra opção a não ser se casar com você, é ótimo isso, finalmente você fez alguma coisa certa e a nossa vida vai mudar. — percebo a esperança viva em suas palavras. Engulo em seco acenando com a cabeça. — Meu bebê não é do Dennis, pai! Eu já não tinha qualquer relação com ele há muito tempo, eu engravidei em uma balada... que fui e fiquei com ummmm... desconhecido, meu bebê não tem pai. — minhas palavras saem cortadas e cheias de medo. Meu pai se levanta furioso do sofá em minha direção e acerta um tapa em cheio no meu rosto que me faz cambalear para trás e cair no canto da sala com o impacto. — Sua vagabunda! Terminou com seu noivo para quê?! Para engravidar de um qualquer na rua?! E agora traz essa criança para eu ter que sustentar?! — ele exclama furioso. — Não pai, eu vou trabalhar. — digo aos prontos. — Fabrício, não faça isso, ela é nossa filha. — minha mãe fala entrando na frente do meu pai para que ele não venha me agredir. — Ela engravidou de um qualquer, Rosa! Sua filha é uma v***a e isso é tudo culpa sua que sempre deixou ela muito solta, não soube criar com as rédeas curtas — meu pai empurra a minha mãe que bate as costas no encosto do sofá e cai chorando. — Pai... eu não queria.— digo chorando. — Não queria? O quê você não queira? Deixou um noivo daquele com boas condições escapar e agora engravida de um desconhecido? Mas quer saber, eu vou te ensinar a não ser tão sem vergonha. — vejo meu pai tirar o cinto e o medo toma conta de mim, rapidamente me curvo cobrindo meu ventre com os braços na tentativa de proteger o meu bebê. — Não Fabrício, por favor não faça isso. — minha mãe implora, tentando tirar o cinto das mãos dele, mas é em vão pois sinto a primeira cintada com a fivela que bate bem nos meus braços. Ele empurra a minha mãe novamente e me dar outras cintadas, onde sinto toda a minha pele ferir e arder. — Fabrício, não faça isso, ela é sua filha! — minha mãe consegue finalmente empurrar o meu pai que é muito mais alto que ela e entra no meio. — Você não vai agredir mais a minha filha. — ela berra desesperada. Meu pai acena com a cabeça negativamente enquanto olha para a minha mãe e para mim que estou encostada no canto chorando. — Eu não vou sustentar essa criança, se sua filha decidir seguir a diante com esse bebê de um qualquer, saiba que eu não vou fazer nada para ajudar, ela vai se virar para comprar tudo para essa criança e não conte comigo para nada. — ele berra e sai do apartamento nervoso. Minha mãe respira fundo e vem ao meu encontro, ela me ajuda a levantar e me deita no sofá com a cabeça nas pernas dela. — Filha, fica calma, nós vamos dar um jeito. — ela diz enquanto suas lágrimas caem. — Me desculpe mãe, desculpe por engravidar e nem saber quem é o pai. — falo e ela limpa as minhas lágrimas e depois passa as mãos pelos meus cabelos que são iguais aos dela. — Ah, minha Madu! Você é tão forte e corajosa, se a minha santinha quis mandar esse bebezinho é porque ela sabe o que faz, agora vamos eu vou ajudar você a tomar banho para depois passar uma pomada nesses machucados. Aceno com a cabeça positivamente. Entrei no banheiro e a dor que estou sentindo pela fivela do cinto que meu pai bateu nos meus braços, pernas e costas nem se comparam com a dor que estou sentindo na minha alma, por levar tanta pancada em tão pouco tempo. Eu estou me perguntando o que fiz de errado para merecer tanto sofrimento? Cinco anos depois... — Madu, será que o novo dono do supermercado realmente vai nos mandar todos embora? — minha companheira de trabalho Ashley pergunta preocupada. — Eu não sei. — respondo aflita. O mercado onde trabalho como operadora de caixa foi vendido e há relatos de que haverá cortes de funcionários, porém estamos todos preocupados, porque não imaginávamos que o novo dono iria fazer isso. Demorei tanto para conseguir esse emprego fixo, após meus filhos nascerem que a cada segundo que ficamos nessa agonia é um teste cardíaco para o meu coração. Realmente muitas coisas aconteceram nesses últimos cinco anos, eu descobri que a gravidez era de trigêmeos, meus filhos nasceram prematuro em um parto cesárea e eu quase morri no parto porque tive eclampsia devido a pressão alta, onde tudo isso foi por consequência de uma gravidez conturbada com a pressão alta devido meu pai estar sempre me humilhando e ainda deixando várias pessoas na rua falarem m*l de mim, até Dennis quando soube que eu estava grávida, disse que eu com certeza o traí, e acabei levando fama de vagabunda na vizinhança inteira, claro que Tamara amou tudo isso. Quando meus filhos fizeram três anos de idade, nós tivemos que nos mudar para Nova York porque meu pai acabou arrumando algumas dívidas no bairro em que morávamos, onde nem se quer pudemos trazer muitas coisas, sorte que Hilary me ajudou a arrumar esse emprego aqui assim que cheguei porque até então eu vivia de b***s vendendo doces em portas de universidade, desde então eu sigo trabalhando fortemente para sustentar meus bebês e ajudar a minha mãe. Meus filhos já estão com 4 anos, eles se chamam Vincent, Dominic e Theo, posso dizer que essas crianças são luz na minha vida, a força que eu encontro diariamente para aguentar qualquer coisa. Meus bebês são muito inteligentes, lindos e amorosos mas também muito agitados, quase não conseguem ficar quietos e sempre acabam irritando algum vizinho mau humorado, porque eles brincam o tempo todo com seus sorriso enormes e sua alegria contagiante. Nenhum deles nasceu parecido comigo, com exceção do Dominic que nasceu com os cabelinhos castanhos escuros iguais os meus, já o Vincent e o Theo são loirinhos porém todos tem os olhinhos claros, iguais os olhos daquele mascarado que eu dormi e até hoje não sei o nome e não vi o seu rosto. Todos os dias quando chego em casa e sou recebida pelo meus meninos, noto que o sorriso deles é o mesmo do pai e acho maravilhoso meus bebês sorrirem tanto, mesmo morando ainda junto a meu pai escroto que não dá nem um pingo de amor para os netos, assim como nunca deu para mim a vida inteira, ele só piorou no decorrer dos anos, não arruma um emprego fixo e mesmo quando arruma algo nunca tem dinheiro, se não fosse eu comprar as coisas para casa, nós não teríamos nem o que comer. Eu sei que já deveria ter me mudado, mas não sou capaz de deixar a minha mãe sozinha, então vou vivendo como dá entre altos e baixos. Hilary agora é gerente do hotel, da rede em que eu trabalhava antes que inclusive foi vendida e minha amiga achou que ia ser mandada embora na época, mas não ela acabou sendo promovida e esta tendo uma grande carreira, e agora que estamos perto, ela sempre vai à minha casa encher meus meninos de presentes, a Titia Lary como eles a chamam, eles ficam todos felizes quando ela chega trazendo doces, eles ficam loucos para comer, mesmo eu dizendo que isso vai fazer m*l aos dentinhos, porém meus bebês nunca escutam, aí está um grande problema, eles nunca escutam nada, tem uma personalidade fortíssima e gostam das serem independentes, gostam também de arrumar pequenas confusões principalmente quando não gostam de alguém. — Se eles mandarem a gente embora pelo menos tem uma boate aqui próxima contratando. — Ashley fala me tirando dos meus pensamentos — Qual? — pergunto curiosa. — Ricci's Billionaire Club, eu tenho um folheto deles aqui. — ela tira da sua bolsa e me entrega. Olho o panfleto, mas não dou muita atenção porque trabalhar em uma boate não esta nos meus planos, já que a última em que entrei eu sai grávida de trigêmeos. — Olha o dono chegou. — Ashley fala e eu viro-me rapidamente para a entrada da sala de reunião e meus olhos não acreditam no que vêem. Não, não é possível! Continua...
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