NINA acordou exausta, o sono não havia melhorado em nada seu ânimo, pelo contrário o sono conturbado a tinha deixado ainda mais cansada e com o corpo dolorido. Mesmo a contra gosto se obrigou a ir tomar café da manhã, precisava manter as forças para o que quer que a esperasse depois do casamento. Seus olhos estavam inchados e a madre superiora a olhou com visível pena assim que entrou na sala de refeições. Provavelmente a madre sabia de seu destino, talvez conhecesse seu noivo mais do que ela própria conhecia.
Depois do café Nina foi até a academia seu objetivo era exercitar o corpo para que o cansaço a vencesse e ela dormisse durante a tarde, precisava arrumar alguma maneira de dormir, se não ia definhar até a data do casamento, mas o medo era sua companhia constante, e dormir se tornava cada dia mais difícil, seu pai não havia ligado para ela em todos esses dias, suspeitava que ele não tinha coragem de enfrenta-la depois da loucura que tinha cometido, sendo que a única a pagar por seus delitos seria ela.
Apesar do desespero em seu olhar quem seria obrigada a satisfazer sexualmente um homem seria somente ela, se submeter as atos que achava repugnante, nem mesmo teve a coragem de perguntar ao seu pai a idade de seu futuro marido, somente sabia que era consideravelmente mais velho. Rezava que o homem não fosse um velho babão que tomasse banho somente alguns dias na semana, ser tocada por um desconhecido era humilhante, mas ser usada por uma pessoa com péssimos hábitos de higiene era ainda pior. Os homens não imaginavam como a vida da população feminina muitas vezes era incerta e repleta de dor, s**o deveria ser somente consensual, maridos não deveriam ter direito de forçar suas mulheres, mas os homens da máfia podiam tudo, ninguém interferia em como as mulheres eram tratadas, nem mesmo os pais podiam salvar uma filha de um lar violento, os casos de jovens casadas com homens com o dobro de suas idades eram recorrentes e na maioria das vezes viviam cheias de hematomas pelo corpo e com ventre carregando filhos que eram frutos da violência cometida pelos maridos. Nina não desejava enveredar por tais pensamentos, mas era impossível não acontecer.
Depois de mais uma noite m*l dormida e com pesadelos cruéis Nina acordou decidida a burlar a segurança do convento e ir até uma clínica, precisava se consultar com um ginecologista, desejava ter um método anticoncepcional antes da realização do casamento, estava decidida a pelos governar essa etapa na sua vida, iria se casar, mas se recusava a colocar uma criança não desejada no mundo. Tinha algum dinheiro guardado em seu guarda roupa, seria o suficiente para um táxi e para o p*******o da consulta. Assim passou dois dias esperando a oportunidade perfeita para sair sem ser vista, pegou o táxi e implorou a motorista que a esperasse, assim não corria risco de ser obrigada a pegar um carro que um homem dirigisse.
Pagou a consulta com dinheiro, pois sabia que se usasse o cartão ganhado do futuro marido ele descobriria o que tinha andando fazendo e as coisas poderiam acabar m*l. Graças aos céus conseguiu uma ginecologista apesar da consulta não estar marcada, depois de muita conversa foi decidido que ela usaria um implante subcutâneo, precisou gastar todo o dinheiro que estava com ela para isso, mas estava feliz, agora se sentia um pouco dona de seu corpo. O pequeno implante que a impediria de ovular pelo período de três anos, sabia que podia fazer uso de c*******a, mas não arriscaria, se ele se recusasse a usar e a obrigasse a ter relações mesmo assim ainda estaria segura, pelo menos em relação a gravidez.
Quando parou na porta do convento já passava do horário do almoço, esperava que ninguém tivesse percebido sua ausência por tanto tempo, nunca havia feito nada parecido, mas o motivo da sua fuga era justificável. Entrou e depois de guardar a pequena bolsa que havia trago, trocou-se e foi em busca de algo para comer na cozinha. Usou a desculpa de que tinha dormido e perdido o horário do almoço, esperava que essa desculpa servisse. Alimentada foi praticar exercícios físicos.
Estava lendo um livro quando as coisas que pediu pela Internet chegaram, decidiu abrir cada uma delas e organizar nas malas, eram roupas bonitas, simples, mas com uma ótima qualidade. Nina ficou nessa atividade por quase duas horas. Quando terminou decidiu tomar um banho e lavar os cabelos, eram lisos, mas demoravam horas para secar e agora que estava crescendo novamente, não era fácil desembaraça-los.
Estava sozinha e deitada na sua cama, quando bateram na porta. Mais uma vez era a madre superiora, a senhora com quem já passara longos períodos conversando, sorriu para ela, mas não era um sorriso de felicidade.
_ Madre, aconteceu alguma coisa?
_ Seu pai, está lá fora com dois homens, e veio busca-la, precisa arrumar sua coisas.
O coração de Nina falhou uma batida, será se um daqueles homens era seu futuro marido?
Seus olhos marejaram sem nem mesmo perceber. A madre segurou em suas mãos.
_ Sei menina que não é por usa vontade que se casa, geralmente as meninas que saem daqui com tal destino nunca vão por livre e espontânea vontade, mas você Nina é uma das meninas mais inteligentes que passou por aqui, use a para se sair bem, sei que é muito pedi para ser feliz, mas lute para que não seja maltrata@da.
_ A senhora o conhece, sabe quem ele é?
_ A única coisa que posso-te dizer é que você precisar ser forte para enfrentá-lo.
Três funcionárias ajudaram com as malas, quando encontrou com seu pai lá embaixo Nina buscou na fisionomia dos homens que o acompanhava características que indicassem que um deles era seu noivo, mas não havia nenhuma e suspirou aliviada por isso, sabia não poder fugir a vida toda, mas era grata por poder adiar o encontro.
Havia uma pequena vã onde tudo foi aguardado antes de partirem, fizeram todo o trajeto no mais absoluto silêncio, Nina se atrevia a dizer nenhuma palavra, pois sabia que aqueles homens estavam ali para vigia-los. Depois de 3 horas de viagem Nina pôde visualizar a rua em que cresceu, seu coração apertou, em breve aquela rua se tornaria uma vaga lembrança da época que realmente era feliz e que vivia feliz na simplicidade infantil.
Quando entrou em casa se jogou no sofá, estava cansada mentalmente, seu pai chegou próximo a ela.
_ Minha menina está chegando a hora, e vai precisar ser forte.
_Quem são aqueles homens papai?
_ Soldados de confiança do chefe, ele quer se certificar de que não vamos fugir.
_ Ninguém foge da máfia.
_Mas alguns tentam.
_ Já marcaram o casamento?
_Sim.
Ele suspirou pausadamente
_Quando?
_ Daqui a 8 dias. Tentei prorrogar para o próximo mês, mas não consegui.
_ Não adiantaria nada, só aumentaria a angustia e ainda teria que me casar.
Nina notou que seu pai escondia algo.
Ainda pensou em perguntar, mas estava suficientemente assustada, as informações poderiam ficar para depois. Nesse momento Nina decidiu subir para seu antigo quarto e organizar algumas peças de roupas, se ficaria em casa somente alguns dias, não necessitava desfazer as malas,, mas, na verdade seu desejo era se enfiar dentro de seu quarto e não sai nunca mais.