Capítulo 1

1891 Words
Melissa Hoje deveria ser o dia mais feliz da minha vida, mas, viver em uma mansão e ter tudo o que quero não é sinônimo de felicidade. Ser filha de um dos homens mais respeitados da cidade, não me faz ser livre. Melissa Velardes, a filha do juiz Velardes. A garota que deve andar sempre na linha. A garotinha que perdeu sua mãe aos 5 anos de vida e precisou ser forte. Essa sou eu! Muitas pessoas desejam estar no meu lugar, elas querem ser a filha do Velardes, querem encher a boca para dizer o quanto o papai é maravilhoso na luta ao combate do tráfico de drogas na cidade do Rio de Janeiro. O mais engraçado é que ele tem tempo para tudo nesse mundo, exceto, para lembrar que hoje é o aniversário de 22 anos da sua filhinha. Olho ao redor do meu quarto e vejo o quanto ele é luxuoso. O closet lotado de roupas e sapatos de grifes, as muitas maquiagens caras, a grande cama redonda, o porcelanato no chão, as paredes pintadas de rosa bebê. A menina branca, loira que aparentemente é linda, mas por dentro é vazia. Essa sou eu. Tento me manter firme e forte, mas, o Velardes não se importa comigo. Ele decidiu viajar justamente no dia do meu aniversário. Meu pai usa o dinheiro para me manter distante. Ele acha que o cartão de crédito sem limites amenizará a sua falta, porém, quero sentir que alguém nesse mundo me ama de verdade. Só os empregados me amam? Tudo indica que sim! — Senhor Velardes, se acha que vou ficar quietinha e esquecer essa desfeita. O senhor está muito enganado. Vou te mostrar o quanto posso manchar a sua reputação de juiz justiceiro — digo para mim mesma e pego o meu aparelho celular para mandar uma mensagem para algumas amigas. “Avisa para geral que hoje é meu aniversário e darei uma festa na mansão do juiz. Tragam as bebidas, prepararei as comidas.” Deixei o celular em cima da cama e saí do quarto em busca da Nana, a minha babá. Ela é como uma mãe para mim. É a única que me dar carinho e atenção. Às vezes fico pensando ser pelo dinheiro e isso me machuca. — Nana! — Chamo por ela. — Oi, minha menina — diz com um sorriso no rosto. Ela era uma doce mulher de 65 anos. Seus cabelos eram grisalhos e sua pele marcada pelas marcas da idade. Estava sempre usando um coque e vestidos cumpridos. A Nana era alta e elegante. — Por favor, pede aos empregados para preparar um banquete para meus convidados. Comemorarei o meu aniversário — falo sorrindo. — Menina, o que pensa que vai fazer? Criará uma confusão com o senhor Velardes — Nana tenta me orientar. — E daí? Vai ver que desse jeito ele pensa um pouquinho em mim. Meu pai viajou para resolver os problemas em Brasília e nem se lembrou do meu aniversário — afirmo ressentida. — Ei, minha menina. Não fique assim, senhor Velardes te ama demais — ela diz me abraçando. — Faça o que peço e pronto. Darei uma festa — falo sorrindo e volto para meu quarto. Eu precisava escolher o look perfeito para minha comemoração que começaria as 20 horas. … Para o meu aniversário de 22 anos, escolhi uma roupa que me faz sentir incrivelmente sensual e confiante. Um vestido curto de cetim preto que abraça as curvas do meu corpo elegantemente, deixando os ombros delicadamente à mostra. A parte superior tem um decote em V profundo que revela justamente o suficiente para deixar a imaginação correr solta. O que realmente faz essa roupa se destacar são as meias longas, sensuais e pretas que chegam até as coxas. Elas são feitas de renda, com um padrão intrincado que adiciona um toque de sofisticação e, ao mesmo tempo, um pouco de provocação. As meias ficam presas a um cinto de liga de renda, realçando a forma das minhas pernas e proporcionando um charme clássico. Nos pés, escolhi saltos altos que alongam ainda mais as pernas e dão um toque extra de elegância. A maquiagem é sutil, realçando meus lábios com um batom vermelho escarlate, que contrasta lindamente com o preto do vestido. Para completar o visual, optei por um cabelo solto com ondas suaves, dando um ar despojado e, ao mesmo tempo, sensual, coloquei uma coroa cravejada de diamantes. Com essa roupa, estou pronta para celebrar meu aniversário com confiança e um toque de mistério, sabendo que chamarei a atenção de todos e talvez, o senhor Velardes se lembre que tem uma filhinha. Sigo para o andar de baixo e me surpreendo com a quantidade de pessoas aglomerada próximo à piscina. Acho que as minhas amigas entenderam muito bem quando falei que queria uma festa — penso esbanjando um sorriso e a Cecilia, uma das minhas amigas, vem na minha direção. — Nossa, como você está linda, queridinha — diz sorrindo. — Obrigada, Ceci — agradeço e ela me dar um copo cheio de bebida. — Relaxa que a noite é uma criança. Olha a quantidade de gatos nessa festa. Eles te querem a todo custo — ela comenta. — Você acha isso? — Questiono e logo ela chama um gatinho loiro cheio de tatuagens e ele se aproxima segurando minha cintura. — Nossa, como você é cheirosa — ele elogia beijando meu pescoço e, eu fico completamente arrepiada. — Espe… — ele não permite que eu conclua a frase e gruda nossos lábios em um beijo selvagem e cheio de desejo. Passa a mão pela minha cintura e a outra segura a minha nuca, forçando nosso contato de forma mais violenta. Vejo uns flashes próximo, mas não me intimido. Seguro sua nuca e tento intensificar nosso beijo. Nos afastamos pela falta de ar e um outro rapaz encosta seu corpo no meu. Seu p*u roça no meu bumbum e ele beija meu pescoço com desejo. — Posso participar da festinha? — Indaga me virando para si. Ele beija meu pescoço e me deixa completamente arrepiado. Mordisca minha orelha e logo depois me beija. Seu beijo era calmo e delicado, todavia, muito gostoso e eu não consegui resistir. Me entreguei aquele beijo e novamente os flashes nos atrapalharam. Nos afastamos pela falta de ar e os seguranças se aproximaram, me tirando dali. — Senhorita Velardes, o senhor seu pai não vai gostar do que está acontecendo aqui — aconselha e eu dou risada. — Você está vendo-o aqui? O senhor perfeito está salvando o mundo e prendendo algum traficante. Estou vivendo a minha vida. — ironizo sorrindo e pego o copo de bebida da Ceci e viro de vez na boca. Olho a minha frente e avisto um homem moreno, ele tinha uma barba por fazer e um corte militar. Eu me aproximei dele e comecei dançar ao som da música. Rocei minha b***a no seu p*u e percebi o quanto ele estava e******o com a minha aproximação. O safado me puxou pelo cabelo e passou a língua no meu pescoço me deixando completamente louca. Esse era o melhor dia da minha vida. O dia que eu estava esquecendo de todos os princípios ensinado pelo ditador para ser feliz. Eu queria ser feliz. O homem mordeu meu lábio inferior e logo em seguida pediu passagem para um beijo. Eu abrir a boca e nossas línguas começaram um duelo gostoso. Ele passou descaradamente a mão no meu bumbum e levantou a minha saia me deixando completamente exposta. Novamente os flashes apareceram, mas eles não foram capazes de me intimidar. Eu estava fora de mim mesma. A medida que o tempo ia passando, eu continuava me divertindo e bebendo. A Ceci me seguia por todos os cantos e por um segundo, eu senti saudade da minha mãe. Senti o peso de ser filha do Juiz velardes e a tristeza me acertou em cheio. — Amiga, você está bem? — Ceci pergunta sorrindo. — Estou vendo tudo girando. Acho que é o efeito do álcool — falo sorrindo e me coloco de pé em uma das espreguiçadeiras — EI! Quero que todos aqui olhem para mim — digo séria e desligam o som — todos aqui me conhecem? Sabem de quem sou filha? — Pergunto sorrindo — a filha do doutor perfeito. O meu pai, doutor Velardes, é o homem da paz e da justiça. Ele se preocupa em cuidar de todos, menos de mim que sou a filha dele. Os traficantes do Rio, são mais importantes do que eu, do que o meu aniversário. Hoje completo 22 anos de vida e o doutor perfeito não se lembrou. Ele ama a pátria, ama a vida que leva e eu sou um peso para ele — declaro e as lágrimas molham o meu rosto — o doutor Velardes, acha que o dinheiro dele pode me comprar, mas eu não quero esse dinheiro. Não quero o dinheiro do doutor, eu quero o meu pai. É isso que tenho para dizer — digo de uma vez e me sinto tonta. Meu corpo estava pesado e eu não conseguia me manter de pé. Meus olhos se fecharam e eu vir quando o meu segurança me pegou no colo, essa foi a última imagem antes que eu caísse em um sono profundo. — Minha menina, meu Deus! Essa festa acabou. Tirem todos daqui — escuto a voz da Nana pedindo aos seguranças para expulsar meus amigos. Tento me levantar, mas ela não deixa. — Nana, a minha festa, eu vou… — ela me corta. — Não, essas pessoas não são suas amigas. Melissa, pelo amor de Deus, Não faz essas coisas menina. — Essa é a única forma dele entender que me machuca toda vez que me deixa sozinha, que não fala comigo. Eu não sou um jarro na decoração, sou a filha dele. Estou cansada de disputar a atenção do doutor Velardes — afirmo chorando. — Nana, quantas festas dos dias dos pais ele faltou? Todas! Você foi o meu pai e a minha mãe. Ele não me ama e coloca esses armários na minha cola 24 horas, só que tenho 22 anos, sou uma mulher e quero ser feliz. — Você está embriagada, minha menina. Vamos para o seu quarto. Estou aqui contigo. Eu te amo de verdade, Mel — toca o meu rosto. — Você é a única pessoa nesse mundo que se importa comigo. Se você morrer, eu ficarei sozinha. Me prometa que será eterna, por favor, Nana. — Peço chorando e ela me abraça. — Vamos para seu quarto, meu amorzinho — ela diz me abraçando e com cuidado me conduz pelas escadas. Entramos no meu quarto e a Nana me ajuda a tirar a roupa. Ela liga a banheira e me sento para relaxar. Fecho meus olhos e passando alguns minutos ela aparece com um cupcake e uma velinha em cima. Olho para ela com lágrimas nos olhos. — Nana, não precisava! — Forço um sorriso. — Feliz aniversário, minha menina. Faz um pedido. — Ela diz e eu fecho os olhos. “Que eu encontre o amor de verdade.” — Penso e em seguida assopro a vela. Em silêncio dividimos o cupcake e logo depois, vesti uma camisola, fiz um coque afogado e me deitei na cama para dormir
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